Marcus V. de Oliveira | UFF - Universidade Federal Fluminense (original) (raw)
Books by Marcus V. de Oliveira
Conference Presentations by Marcus V. de Oliveira
António Augusto Mendes Corrêa (1888-1960) teve importante papel na constituição da Antropologia p... more António Augusto Mendes Corrêa (1888-1960) teve importante papel na constituição
da Antropologia portuguesa, sendo premiado em diversos países por seus trabalhos e
reconhecido nacionalmente por suas pesquisas. Sua proposta de Antropologia Física
constituiu uma escola em Portugal, a chamada “Escola do Porto” como o próprio designava, a qual teve patrocínio e prestígio a partir da articulação política de Mendes Corrêa, ainda mais quando identificamos a sua participação e destaque em instituições de pesquisas (como a Academia Portuguesa da História e a Junta das Missões Geográficas e Investigações Coloniais), além da Câmara Municipal do Porto. Esta posição favorecia tanto a sua captação de recursos para o desenvolvimento de trabalhos nas coloniais portuguesas, como também contribuía para a sua hegemonia dentro do campo em construção principalmente quando identificamos sua relação com o regime salazarista e sua atuação para diminuir outros trabalhos que almejavam um grau de cientificidade também. Logo, a comunicação se propõe retomar a trajetória intelectual e política deste antropólogo identificando como sua ação contribuiu para a formação de uma ciência capaz e disponível para o controle e projetos coloniais capazes de possibilitar a “revalorização das colônias”, assim como sua utilização pelo recém-instaurado Estado Novo português nos anos 1930 e 1940.
Resumo: O Ato Colonial de 1930 apontou para a natureza histórica portuguesa de possuir e coloniza... more Resumo: O Ato Colonial de 1930 apontou para a natureza histórica portuguesa de possuir e colonizar territórios. Este documento e outros, produzidos nos anos seguintes, referentes às colônias portuguesas estiveram pautando uma nova política colonial que buscou modernizar as formas de dominação colonial de Portugal, inclusive recorrendo à utilização de métodos modernos de propaganda política, como a fotografia. Portanto, o presente trabalho almeja apontar para os usos e funções da fotográfica na política de governo do Estado Novo se debruçando em algumas fotografias produzidas pela Casa Alvão, em 1934. Palavras-chaves: Fotografia; Estado Novo; Colonialismo português. Abstract: The Colonial Act of 1930 pointed to the Portuguese historical nature of owning and colonizing territories. This document and others, produced in the following years, referring to the Portuguese colonies were guiding a new colonial policy that sought to modernize the portuguese forms of colonial domination , including resorting to the use of modern methods of political propaganda, such as photography. Therefore, this article aims to point to the uses and functions of photography in the politics of government, focusing in some photograph produced by Casa Alvão, in 1934. A Exposição Colonial Portuguesa de 1934 e a política colonial do período Em 1934, ocorria na cidade do Porto, em Portugal, um grande evento que se propôs a reconstruir a vida nas colônias portuguesas. Nele, diversas pessoas das colônias vieram para metrópole para serem expostas publicamente usando seus "trajes típicos" e vivendo em "habitações características" de suas localidades. Este acontecimento teve uma grande divulgação na imprensa portuguesa e nos convites 1 Mestrando em História Social no Programa de Pós-Graduação em História na UFF.
papers by Marcus V. de Oliveira
Revista de História da UEG, 2020
O presente artigo busca pensar a trajetória de uma imagem visual dentro de um conjunto que integr... more O presente artigo busca pensar a trajetória de uma imagem visual dentro de um conjunto que integra as problemáticas das imagens fotográficas em contexto colonial contemporâneo. Para isso, percorre os sentidos atribuídos a uma fotografia produzida na I Exposição Colonial Portuguesa de uma criança nomeada então de Augusto. Seu circuito social foi intenso e marcado por diferentes espaços de consumo, persistindo ainda hoje no circuito de colecionadores de objetos coloniais. Logo, o itinerário apresentado permite delinear alguns usos e funções desempenhados pela imagem técnica no contexto colonial português e abordar algumas questões importantes para o desenvolvimento de estudos históricos com fotografia no colonialismo contemporâneo.
Resenhas e entrevistas by Marcus V. de Oliveira
Capítulo de livros by Marcus V. de Oliveira
Diálogos com a História 2: Trabalhos apresentados na 3ª Semana de História da UFF, 2016
António Augusto Mendes Corrêa (1888-1960) teve importante papel na constituição da Antropologia p... more António Augusto Mendes Corrêa (1888-1960) teve importante papel na constituição
da Antropologia portuguesa, sendo premiado em diversos países por seus trabalhos e
reconhecido nacionalmente por suas pesquisas. Sua proposta de Antropologia Física
constituiu uma escola em Portugal, a chamada “Escola do Porto” como o próprio designava, a qual teve patrocínio e prestígio a partir da articulação política de Mendes Corrêa, ainda mais quando identificamos a sua participação e destaque em instituições de pesquisas (como a Academia Portuguesa da História e a Junta das Missões Geográficas e Investigações Coloniais), além da Câmara Municipal do Porto. Esta posição favorecia tanto a sua captação de recursos para o desenvolvimento de trabalhos nas coloniais portuguesas, como também contribuía para a sua hegemonia dentro do campo em construção principalmente quando identificamos sua relação com o regime salazarista e sua atuação para diminuir outros trabalhos que almejavam um grau de cientificidade também. Logo, a comunicação se propõe retomar a trajetória intelectual e política deste antropólogo identificando como sua ação contribuiu para a formação de uma ciência capaz e disponível para o controle e projetos coloniais capazes de possibilitar a “revalorização das colônias”, assim como sua utilização pelo recém-instaurado Estado Novo português nos anos 1930 e 1940.
Resumo: O Ato Colonial de 1930 apontou para a natureza histórica portuguesa de possuir e coloniza... more Resumo: O Ato Colonial de 1930 apontou para a natureza histórica portuguesa de possuir e colonizar territórios. Este documento e outros, produzidos nos anos seguintes, referentes às colônias portuguesas estiveram pautando uma nova política colonial que buscou modernizar as formas de dominação colonial de Portugal, inclusive recorrendo à utilização de métodos modernos de propaganda política, como a fotografia. Portanto, o presente trabalho almeja apontar para os usos e funções da fotográfica na política de governo do Estado Novo se debruçando em algumas fotografias produzidas pela Casa Alvão, em 1934. Palavras-chaves: Fotografia; Estado Novo; Colonialismo português. Abstract: The Colonial Act of 1930 pointed to the Portuguese historical nature of owning and colonizing territories. This document and others, produced in the following years, referring to the Portuguese colonies were guiding a new colonial policy that sought to modernize the portuguese forms of colonial domination , including resorting to the use of modern methods of political propaganda, such as photography. Therefore, this article aims to point to the uses and functions of photography in the politics of government, focusing in some photograph produced by Casa Alvão, in 1934. A Exposição Colonial Portuguesa de 1934 e a política colonial do período Em 1934, ocorria na cidade do Porto, em Portugal, um grande evento que se propôs a reconstruir a vida nas colônias portuguesas. Nele, diversas pessoas das colônias vieram para metrópole para serem expostas publicamente usando seus "trajes típicos" e vivendo em "habitações características" de suas localidades. Este acontecimento teve uma grande divulgação na imprensa portuguesa e nos convites 1 Mestrando em História Social no Programa de Pós-Graduação em História na UFF.
Revista de História da UEG, 2020
O presente artigo busca pensar a trajetória de uma imagem visual dentro de um conjunto que integr... more O presente artigo busca pensar a trajetória de uma imagem visual dentro de um conjunto que integra as problemáticas das imagens fotográficas em contexto colonial contemporâneo. Para isso, percorre os sentidos atribuídos a uma fotografia produzida na I Exposição Colonial Portuguesa de uma criança nomeada então de Augusto. Seu circuito social foi intenso e marcado por diferentes espaços de consumo, persistindo ainda hoje no circuito de colecionadores de objetos coloniais. Logo, o itinerário apresentado permite delinear alguns usos e funções desempenhados pela imagem técnica no contexto colonial português e abordar algumas questões importantes para o desenvolvimento de estudos históricos com fotografia no colonialismo contemporâneo.