Shaula Sampaio | UFF - Universidade Federal Fluminense (original) (raw)

Papers by Shaula Sampaio

Research paper thumbnail of EXPERIMENTAÇÕES PEDAGÓGICAS COM "ERVAS DANINHAS": SEMEANDO CURRÍCULOS-MULTIESPÉCIES

Em tempos de mutações ecológicas, torna-se urgente ensaiar outras maneiras de coexistir no mundo.... more Em tempos de mutações ecológicas, torna-se urgente ensaiar outras maneiras de coexistir no mundo. Assim, buscamos discutir currículo a partir de uma perspectiva multiespécies. Nesta pesquisa, exploramos possíveis encontros entre plantas, arte e educação, para propor experimentações artísticas no ensino de Biologia. Foram realizadas oficinas com estudantes do 2o ano do ensino médio da rede pública. Refletimos sobre como essas experimentações nos ajudam a semear currículos outros que nos permitam coexistir com seres não-humanos. Como essas experimentações podem disparar outras formas de ver o mundo? É possível abrir brechas no currículo de Biologia para semear pedagogias multiespécies? Como experimentar currículos-multiespécies? Enxergamos as práticas experimentais como tentativas de inventar outras relações que escapem da fantasia do excepcionalismo humano.

Research paper thumbnail of Plantas, artes e afetos: sementes para educações ambientais outras

Esta pesquisa teve como objetivo explorar conexões entre plantas, arte e educação através de ofic... more Esta pesquisa teve como objetivo explorar conexões entre plantas, arte e educação através de oficinas de experimentação na escola, procurando investigar de que forma as narrativas que emergem desses encontros ajudam a semear outros mundos para coexistir e potencializar nossos modos de existência para enfrentar os tempos difíceis que emergem. Através das oficinas elaboradas nesta pesquisa, foi possível ativar um olhar atento à vida que pulsa na cidade e, por meio da arte, criar e pensar em desvios que nos levem a atravessar o tempo presente de maneira mais atenta e inventiva. Que narrativas germinam a partir de encontros entre sujeitos e plantas através da experimentação? Aqui, procuramos abrir caminhos a novos deslocamentos para se pensar a educação ambiental na escola, no sentido de fazer brotar narrativas outras que contem novas histórias sobre as relações que cultivamos com outros seres e com o ambiente.

Research paper thumbnail of Sustentabilidade no Cotidiano: uma investigação de sentidos por meio de redes de imagens, oficinas e histórias

REMEA, 2021

Este artigo tem como objeto de estudo as imagens de sustentabilidade que nos acessam no cotidiano... more Este artigo tem como objeto de estudo as imagens de sustentabilidade que nos acessam no cotidiano, buscando investigar o que essas imagens disparam e narram sobre sustentabilidade e os sentidos que isso produz nos sujeitos; uma pesquisa com perspectivas pós- estruturalistas entrelaçada pelos estudos culturais e a educação ambiental. Realizamos oficinas com alunos de graduação da Universidade Federal Fluminense (UFF) com o intuito, a partir de algumas atividades propostas, obter imagens (e histórias) de sustentabilidade do cotidiano de cada aluno participante. Neste movimento, a análise desse trabalho nos possibilitou criar entre imagens e narrativas, uma sustentabilidade envolta pelas práticas culturais que se dá de uma forma mais próxima de nós, com mais afeto, mais porosa, permeável e cotidiana.

Research paper thumbnail of Pensar com as luzes menores dos vagalumes sobre a produção/dissolução de verdades no ensino de Ciências

Skholé: Revista de Educação, Cultura e Subjetividade, 2022

O presente trabalho faz alguns apontamentos sobre a dissolução e a produção de verdades nas ciênc... more O presente trabalho faz alguns apontamentos sobre a dissolução e a produção de verdades nas ciências e levanta questões a respeito da emergência de um ensino de ciências menor nesse processo. Tomamos como ponto de partida o momento político extremamente delicado do Brasil - em que experiências democráticas, de manutenção e ampliação de direitos sociais, culturais e ambientais encontram-se sob ameaça -, para entendermos o porquê do crescimento de distintas narrativas pseudocientíficas. Assim, propomos um exercício de deslocamento: pensarmos um ensino de ciências menor, que viabilize conexões sempre novas, introduza diferenças e faça gaguejar a voz científica de uma ciência maior. Concluímos que, uma vez que existem outras narrativas possíveis - incluindo as não-científicas, as ficcionais, as artísticas e poéticas - na construção de realidades, é necessário tecermos, com elas, alianças estratégicas no sentido de conquistar avanços políticos no contexto tempestuoso da contemporaneidade.

Research paper thumbnail of “Uma floresta tocada apenas por homens puros...” ou do que aprendemos com os discursos contemporâneos sobre a amazônia

Research paper thumbnail of Entre-vejo: mundos (s)em pandemia

CARTOGRAFIAS_EM_DES_ENCANTOS

Entre-vejo é um audiovisual que nasce do desejo coletivo de falarmos a respeito das fissuras, dos... more Entre-vejo é um audiovisual que nasce do desejo coletivo de falarmos a respeito
das fissuras, dos movimentos, das vidas outras, das brechas, pausas, paisagens, sons e silêncios que, em tempos de pandemia, sobressaltam aos nossos olhos de humanos demasiadamente humanos. Entre máscaras, distanciamento social e olhares que insistem em comunicar, entre-vemos e filmamos alguns dos gestos mínimos não humanos que a crise sanitária causada pelo Sars-CoV-2 fez sobrevir nas margens de nossas casas. Este filme fala, portanto, de mundos outros, vidas não humanas que se aglomeram, se comunicam e se encontram nas frestas, no céu, na terra, nas águas e nos cantos empoeirados de nossas casas. Encontros que nos convidaram pensar e experimentar com o que temos entre-visto nestes olhares abafados em casa ou nas ruas, sufocados por máscaras e inebriados por álcool em gel. Afinal, apenas há Covid no nosso mundo, no mundo do Sars-CoV-2, no dos pangolins e no dos morcegos; mundos minoritários em relação a todos os outros mundos que co-habitamos.

Research paper thumbnail of Fragmentos de uma quase-educação-ambiental

ETD - Educação Temática Digital, Nov 1, 2019

Ser ou não ser, eis o que não se fará questão. Numa tentativa de desatar nós, soltar-nos dos clic... more Ser ou não ser, eis o que não se fará questão. Numa tentativa de desatar nós, soltar-nos dos clichês, das díades e do estereótipo para encontrar o que está 'entre', este texto busca abrir brechas para pensarmos a vida caiçara sob a perspectiva do seu não-acabamento e da sua potencialidade vital, o que chamamos de 'devir-caiçara'. Comumente as histórias narradas sobre os caiçaras os atrelam a tradição e a um 'lugar', margeado por fronteiras que delimitam o que 'deve' estar 'dentro' e o que 'deve' estar 'fora' da sua cultura, bem como o que 'devem fazer' e o que 'não devem fazer'. Neste percurso, apostamos no que estamos chamando de "quase-educaçãoambiental" para nos referirmos às experimentações e aos processos de produção de realidades com fotografias e narrativas que remetem a lembranças e esquecimentos foto-não-grafados, não 'representando' histórias, realidades dadas e paradas, mas nos 'apresentando possibilidades' de realidades outras, diferentes, estranhas e desconhecidas. Registros de passagens e passageiros que, muitas vezes, já não são, já não estão, não vemos ou não querem se mostrar. Fotografias e narrativas feitas em encontros e desencontros, no imprevisto e no previsto. Logo, ora através de palavras ora de imagens, este texto narra os deslocamentos e as invenções que se deram em campo, para que conheçamos os caiçaras não a partir do que são (ou já foram), mas da potência do que está em devir.

Research paper thumbnail of Um ambiente-escola entre poéticas, narrativas e experimentações

Educar em Revista, 2021

Na busca de repensar os clichês que circundam tanto o espaço escolar quanto a educação ambiental,... more Na busca de repensar os clichês que circundam tanto o espaço escolar quanto a educação ambiental, perguntamo-nos: quais as potências que pulsam no que poderíamos chamar de ambiente-escola? Ao propormos uma porosidade de fronteiras entre os termos “ambiente” e “escola”, referimo-nos a um ambiente escolar que existe na sua diversidade de afetos, encontros e acontecimentos. Escola que atualmente é alvo de discursos ultraconservadores que visam suprimir sua potencialidade inventiva de espaços-tempos outros. No percurso dessa pesquisa, abrimo-nos às possibilidades de educações ambientais inventivas e nos movimentamos também rumo a uma ressignificação do espaço escolar, adentrando nas narrativas, poéticas e diferenças que o habitam. Em uma escola pública municipal situada em Florianópolis (SC), convidamos estudantes do nono ano do ensino fundamental e distintos trabalhadores a participarem de oficinas que possibilitaram experimentações em educação ambiental em torno das seguintes perguntas: quais narrativas e poéticas povoam este ambiente-escola? De que forma estes narrares se relacionam com as diferenças e multiplicidades presentes neste ambiente-escola? O diário de campo foi um importante dispositivo para o delineamento dessas questões. Num processo coletivo de criação de outros modos de nos relacionarmos com tal espaço, ao realizarmos diferentes experimentações com narrativas e poéticas junto a essa diversidade de sujeitos escolares, mobilizaram-se as dimensões do afeto e do encontro em distintas práticas em educação ambiental.

Research paper thumbnail of A school-environment between poetics, narratives and experimentations

Educar em Revista, 2021

To rethink the clichés that surround both the school space and the environmental education field,... more To rethink the clichés that surround both the school space and the environmental education field, we ask ourselves: what are the potentialities that flourish in what we could call the school-environment? By proposing an intersection of boundaries between the terms "environment" and "school", we refer to a school environment that exists in its diversity of affections, encounters and events. Schools are currently the target of ultraconservative discourses that aim to suppress their inventive potential of creating other spaces and temporalities. In the course of this research, we opened ourselves up to the possibilities of inventive environmental forms of education and we also moved towards a resignification of the school space, while we experience the narratives, poetics and differences that inhabit it. In a municipal public school located in Florianópolis (SC), we invited ninth grade students and a group of workers to participate in workshops that enabled experimentations in environmental education on the following questions: what narratives and poetics populate this school-environment? How do these narratives relate to the differences and multiplicities present in this school-environment? The field diary was an important device for delineating these issues. In a collective process of creating other ways of relating to such a space, we carried out different experimentations with narratives and poetics along with this diversity of collectives that exist inside a school.

Research paper thumbnail of Sentipensar uma Pesquisa em Educação Ambiental com a Literatura de Eduardo Galeano

Revista Interdisciplinar Sulear, 2021

Esse artigo tem por objetivo destacar o conceito de sentipensar da obra do escritor uruguaio Edua... more Esse artigo tem por objetivo destacar o conceito de sentipensar da obra do escritor uruguaio Eduardo Galeano, conectando-o a uma pesquisa em educação ambiental que dialoga com perspectivas teórico-epistemológicas pós-estruturalistas e descoloniais. Realizamos oficinas junto aos trabalhadores de uma escola municipal de Florianópolis (SC), nas quais eles puderam criar poéticas e narrativas inspiradas pelo ambiente escolar. Nesse movimento, a literatura de Galeano foi particularmente significativa através de dois de seus contos: “A função da arte/1” e “Janela sobre a palavra/ IV”. Ao apresentarmos as criações poéticas dos funcionários, não buscamos decifrá-las ou analisá-las, mas sim ressoar suas múltiplas sensibilidades e potências políticas, ventilando possibilidades criativas da educação ambiental com a literatura.

Research paper thumbnail of Fragmentos de uma quase-educação-ambiental: experimentações de um devir-caiçara

Ser ou não ser, eis o que não se fará questão. Numa tentativa de desatar nós, soltar-nos dos clic... more Ser ou não ser, eis o que não se fará questão. Numa tentativa de desatar nós, soltar-nos dos clichês, das díades e do estereótipo para encontrar o que está ‘entre’, este texto busca abrir brechas para pensarmos a vida caiçara sob a perspectiva do seu não-acabamento e da sua potencialidade vital, o que chamamos de ‘devir-caiçara’.
Comumente as histórias narradas sobre os caiçaras os atrelam a tradição e a um ‘lugar’, margeado por fronteiras que delimitam o que ‘deve’ estar ‘dentro’ e o que ‘deve’ estar ‘fora’ da sua cultura, bem como o que ‘devem fazer’ e o que ‘não devem fazer’. Neste percurso, apostamos no que estamos chamando de “quase educação ambiental” para nos referirmos às experimentações e aos processos de produção de realidades com fotografias e narrativas que remetem a lembranças e esquecimentos foto-não-grafados, não ‘representando’ histórias, realidades dadas e paradas, mas nos ‘apresentando possibilidades’ de realidades outras, diferentes, estranhas e desconhecidas. Registros de passagens e passageiros que, muitas vezes, já não são, já não estão, não vemos ou não querem se mostrar. Fotografias e narrativas feitas em encontros e desencontros, no imprevisto e no previsto. Logo, ora através de palavras ora de imagens, este texto narra os deslocamentos e as invenções que se deram em campo, para que conheçamos os caiçaras não a partir do que são (ou já foram), mas da potência do que está em devir.

Research paper thumbnail of Corpos-ecos-ecologias pelas ruas da cidade

Espacios Transnacionales, 2020

A cidade, pensada como aglomerados de fluxos –de pessoas, de veículos, de seres não-humanos, de v... more A cidade, pensada como aglomerados de fluxos –de pessoas,
de veículos, de seres não-humanos, de vestígios de outros
tempos– sobre cenários que se modificam a cada dia, nos
interpela cotidianamente em nossas travessias, em nosso
habitar, nas relações que estabelecemos com os outros (humanos
e não-humanos). Tampouco suas múltiplas facetas
se apresentam a nós sem que nos abramos ao exercício de
reaver o habitual ou banal. Quais as distintas camadas que
se sobrepõem nas cidades? Que marcas a cidade produz em
nós e que marcas nós deixamos na cidade? Como (re)ocupa-
la uns com os outros, em coletividade? Como podemos
inventar outras formas de habitar juntos seus espaços? E
como lidaremos com a perda ou reorganização abrupta desse
espaço público em tempos de catástrofes? Nesse ensaio
apresentamos três distintas narrativas que se desenrolaram
a partir de experiências da ocupação e deslocamentos pelo
espaço urbano. Buscamos propiciar uma reflexão sobre os
tipos de encontro que podem ocorrer entre nossos corpos
com o corpo da própria cidade, convidando-nos a um exercício
simultâneo de estranhamento e familiaridade com esse
ambiente. E também sobre nossas relações com a cidade
enquanto um percurso possível de ações educativas, de
ativações pedagógicas com as ecologias, com os ambientes,
com os diferentes corpos que ocupam os espaços urbanos.

Research paper thumbnail of Environmental Education and Cultural Studies: among erasures and new radicalisms

Educação & Realidade, 2019

This article discusses the conflicting but potent (dis)encounters among the polymorphic fields o... more This article discusses the conflicting but potent (dis)encounters among the polymorphic fields of Environmental Education and Cultural Studies. It shows that much research from this articulation has been dedicated to printing erasures in discourses circulating in culture about nature and the environment. But what about when deconstructing is not enough? Recent debates about the environmental crisis, the Anthro-pocene, climate change and its social developments bring the need for new questions about the connections between culture and environment. Finally , it questions whether the political bias that has marked cultural studies since its emergence may contribute to the search for new radicalisms in Environmental Education.

Research paper thumbnail of Educação Ambiental e Estudos Culturais: entre rasuras e novos radicalismos

Educação & Realidade, 2019

Este artigo discute os (des)encontros-conflituosos, mas po-tentes-entre os polimorfos campos da ... more Este artigo discute os (des)encontros-conflituosos, mas po-tentes-entre os polimorfos campos da educação ambiental e dos estudos culturais. Mostra que muitas pesquisas realizadas a partir dessa articula-ção dedicaram-se a imprimir rasuras em discursos que circulam na cultura sobre natureza e meio ambiente. Mas e quando desconstruir não é o bas-tante? Os recentes debates sobre a crise ambiental, o Antropoceno, as mu-danças climáticas e seus desdobramentos sociais trazem a necessidade de formularmos novas perguntas sobre as conexões entre cultura e ambiente. Por fim, interroga se o viés político que marca os estudos culturais desde sua emergência pode contribuir na busca por novos radicalismos em edu-cação ambiental.
Palavras-chave: Educação Ambiental. Estudos Culturais. Antropoceno. Crise Ambiental.

Research paper thumbnail of Ficções no Antropoceno: sonhos (de)compostos em cartas do fim do mundo

ClimaCom – Povos Ouvir – A coragem da vergonha, 2019

Dada a inevitabilidade do fim, num mundo que padece com a multiplicação de conflitos e colapsos s... more Dada a inevitabilidade do fim, num mundo que padece com a multiplicação de conflitos e colapsos socioambientais, buscamos re-existir ao sonhar intempestivamente com outros fins possíveis. Mobilizados pelas provocações despertadas pelos filmes “Onde sonham as formigas verdes”, do diretor Werner Herzog, e “Sonhos”, dirigido por Akira Kurosawa, propusemos a uma turma de estudantes de graduação em Ciências Biológicas a escrita de cartas de fins (ou quase fins) de mundos. O que suas escritas nos possibilitam afetar, testemunhar e (in)ventar? Através da de-composição de sete cartas, travamos uma experimentação com a ficção que dialoga com as (im)possibilidades que povoam distintos fins de mundo.

Research paper thumbnail of Como criar uma paisagem em ruínas: deslocamentos, desconstruções e a insistência de pensar a Educação Ambiental  no Antropoceno

Resumo: Este ensaio é sobre o processo de criar ruínas-por meio do radical estranhamento com rela... more Resumo: Este ensaio é sobre o processo de criar ruínas-por meio do radical estranhamento com relação a discursos que nos são caros, familiares e confortáveis-e passar a [gostar de] habitá-las. As ruínas criadas são o resultado de deslocamentos e desconstruções que efetuados por estudos afinados com perspectivas teóricas pós-estruturalistas. A proposta consiste em favorecer a invenção de outras paisagens em Educação Ambiental, nas quais não nos sintamos tão seguros, mas que talvez por isso mesmo sejam instigantes e desafiadoras por permitirem uma sensação de desorientação e desfamiliarização. A Educação Ambiental é constituída e marcada por verdades e certezas, tanto provindas do campo da educação quanto do que poderíamos chamar de "metanarrativas ambientais"-as verdades ambientais que nos interpelam. A fim de imprimir rasuras e instalar fissuras nessas metanarrativas, foram focalizadas provocações, ideias explosivas, vindas de dois "lugares" diferentes: a desconstrução dos conceitos de meio ambiente e natureza feita por Bruno Latour e colaboradores; e as mordazes críticas aos discursos ambientalistas feitas em um vídeo pelo filósofo Slavoj Žižek. A partir dessa insólita combinação, acredita-se ter provocado alguns desmoronamentos, algumas rachaduras, produzindo, quiçá, espaços vazios que venham a ser ocupados de formas inventivas pelos educadores ambientais.
Palavras-chave: Educação ambiental. Pós-estruturalismo. Antropoceno.

Abstract: This text is about the process of creating ruins-through the radical estrangement regarding speeches we hold dear, as for they are familiar and comfortable-and start [and enjoy] inhabiting them. The ruins created are the result of displacements and deconstructions which have been honed by studies in tune with post-structuralist theoretical perspectives. The proposal is to facilitate the invention of other landscapes in environmental education, in which one does not feel so safe, but perhaps, for that reason, such landscapes can be exciting and challenging as they lead to a feeling of disorientation and defamiliarization. Environmental education is organized and marked by truths and certainties, both from the education field (educational metanarratives), and from what we might call "environmental metanarrative", that is, environmental truths that circle around and reach us. In order to print erasures and cleave these metanarratives, some provocations and explosive ideas were focused on, coming from two different "places": the deconstruction of the concepts of environment and nature carried out by Bruno Latour and collaborators, and the scathing criticism of environmental discourses by the philosopher Slavoj Žižek. From this unusual combination one might expect to have triggered landslides, some clefts, resulting, perhaps, in empty spaces that will be occupied through inventive ways by environmental educators.

Research paper thumbnail of Pedagogias culturais e educação ambiental: mídia e cotidiano na sala de aula

Research paper thumbnail of Caminhos da educação ambiental nos desenhos de animação: histórias contadas pelas crianças sobre o filme “Rio”

Este estudo buscou investigar, sob a perspectiva dos Estudos Culturais, como o contato com os fil... more Este estudo buscou investigar, sob a perspectiva dos Estudos Culturais, como o contato com os filmes de animação produz significados sobre a relação ser humano- natureza nas narrativas dos alunos e como estes significados relacionam-se com as propostas da Educação Ambiental. O
filme “Rio” foi escolhido por trazer imagens sobre a cultura e a paisagem locais e por levantar temas como a preservação das espécies. As oficinas tiveram como intuito observar a identificação das crianças com as visões do ambiente e das práticas culturais, exibidas pelo filme. Os estudantes
retrataram paisagens naturais, posicionaram-se a respeito dos comportamentos dos personagens e narraram histórias, mesclando elementos do filme com traços de suas próprias experiências culturais. As relações ser humano- natureza apareceram sutilmente nas histórias, entrelaçadas a aspectos éticos, culturais e estéticos.

Research paper thumbnail of Educação Ambiental nas pedagogias do presente

Pesquisas que articulam em suas perspectivas teóricas e práticas os campos dos estudos culturais ... more Pesquisas que articulam em suas perspectivas teóricas e práticas os campos dos estudos culturais e da educação ambiental são acionadas para defender uma pedagogia que promova fissuras no que os autores denominam dispositivo da sustentabilidade. Esse dispositivo abrange uma trama de textos, imagens, slogans, projetos pedagógicos, artigos científicos e tantos outros artefatos ou práticas presentes nos discursos ambientalistas, midiáticos e cotidianos, produzindo efeitos nos processos formativos diretamente ligados à educação ambiental ou não. Na primeira seção, o ensaio marca alguns sentidos sobre as noções de “cultura” e de “pedagogias culturais”. Na segunda, focaliza a questão da formação profissional em educação ambiental, pontuando alguns entendimentos inspirados nos estudos culturais. Na terceira, destaca a potência dessa educação aberta para a multiplicidade, em contraste com a “educação para a sustentabilidade”, que parece seguir um receituário previamente traçado, planejado.
Palavras-chave: cultura e educação; educação ambiental; estudos culturais.

Research paper thumbnail of A potência ambiental da educação (apresentação de dossiê)

O dossiê se propõe a mergulhar no contemporâneo. Para tanto, mostra como práticas em educação amb... more O dossiê se propõe a mergulhar no contemporâneo. Para tanto, mostra como práticas em educação ambiental têm se valido de várias linguagens para suas ficções pedagógicas. Nosso desejo foi reunir artigos cuja tessitura argumentativa se compõe com referências advindas de inúmeras instâncias culturais: da educação, da ciência, da poesia, das artes visuais, da fotografia, do rádio, do jornal, da televisão, das conversas cotidianas. Mais do que simples instrumentos de ensino, artefatos culturais, linguagens artísticas, imagens e narrativas são convocados, articulados, examinados, hibridados às práticas para que outras aprendizagens se criem.

Research paper thumbnail of EXPERIMENTAÇÕES PEDAGÓGICAS COM "ERVAS DANINHAS": SEMEANDO CURRÍCULOS-MULTIESPÉCIES

Em tempos de mutações ecológicas, torna-se urgente ensaiar outras maneiras de coexistir no mundo.... more Em tempos de mutações ecológicas, torna-se urgente ensaiar outras maneiras de coexistir no mundo. Assim, buscamos discutir currículo a partir de uma perspectiva multiespécies. Nesta pesquisa, exploramos possíveis encontros entre plantas, arte e educação, para propor experimentações artísticas no ensino de Biologia. Foram realizadas oficinas com estudantes do 2o ano do ensino médio da rede pública. Refletimos sobre como essas experimentações nos ajudam a semear currículos outros que nos permitam coexistir com seres não-humanos. Como essas experimentações podem disparar outras formas de ver o mundo? É possível abrir brechas no currículo de Biologia para semear pedagogias multiespécies? Como experimentar currículos-multiespécies? Enxergamos as práticas experimentais como tentativas de inventar outras relações que escapem da fantasia do excepcionalismo humano.

Research paper thumbnail of Plantas, artes e afetos: sementes para educações ambientais outras

Esta pesquisa teve como objetivo explorar conexões entre plantas, arte e educação através de ofic... more Esta pesquisa teve como objetivo explorar conexões entre plantas, arte e educação através de oficinas de experimentação na escola, procurando investigar de que forma as narrativas que emergem desses encontros ajudam a semear outros mundos para coexistir e potencializar nossos modos de existência para enfrentar os tempos difíceis que emergem. Através das oficinas elaboradas nesta pesquisa, foi possível ativar um olhar atento à vida que pulsa na cidade e, por meio da arte, criar e pensar em desvios que nos levem a atravessar o tempo presente de maneira mais atenta e inventiva. Que narrativas germinam a partir de encontros entre sujeitos e plantas através da experimentação? Aqui, procuramos abrir caminhos a novos deslocamentos para se pensar a educação ambiental na escola, no sentido de fazer brotar narrativas outras que contem novas histórias sobre as relações que cultivamos com outros seres e com o ambiente.

Research paper thumbnail of Sustentabilidade no Cotidiano: uma investigação de sentidos por meio de redes de imagens, oficinas e histórias

REMEA, 2021

Este artigo tem como objeto de estudo as imagens de sustentabilidade que nos acessam no cotidiano... more Este artigo tem como objeto de estudo as imagens de sustentabilidade que nos acessam no cotidiano, buscando investigar o que essas imagens disparam e narram sobre sustentabilidade e os sentidos que isso produz nos sujeitos; uma pesquisa com perspectivas pós- estruturalistas entrelaçada pelos estudos culturais e a educação ambiental. Realizamos oficinas com alunos de graduação da Universidade Federal Fluminense (UFF) com o intuito, a partir de algumas atividades propostas, obter imagens (e histórias) de sustentabilidade do cotidiano de cada aluno participante. Neste movimento, a análise desse trabalho nos possibilitou criar entre imagens e narrativas, uma sustentabilidade envolta pelas práticas culturais que se dá de uma forma mais próxima de nós, com mais afeto, mais porosa, permeável e cotidiana.

Research paper thumbnail of Pensar com as luzes menores dos vagalumes sobre a produção/dissolução de verdades no ensino de Ciências

Skholé: Revista de Educação, Cultura e Subjetividade, 2022

O presente trabalho faz alguns apontamentos sobre a dissolução e a produção de verdades nas ciênc... more O presente trabalho faz alguns apontamentos sobre a dissolução e a produção de verdades nas ciências e levanta questões a respeito da emergência de um ensino de ciências menor nesse processo. Tomamos como ponto de partida o momento político extremamente delicado do Brasil - em que experiências democráticas, de manutenção e ampliação de direitos sociais, culturais e ambientais encontram-se sob ameaça -, para entendermos o porquê do crescimento de distintas narrativas pseudocientíficas. Assim, propomos um exercício de deslocamento: pensarmos um ensino de ciências menor, que viabilize conexões sempre novas, introduza diferenças e faça gaguejar a voz científica de uma ciência maior. Concluímos que, uma vez que existem outras narrativas possíveis - incluindo as não-científicas, as ficcionais, as artísticas e poéticas - na construção de realidades, é necessário tecermos, com elas, alianças estratégicas no sentido de conquistar avanços políticos no contexto tempestuoso da contemporaneidade.

Research paper thumbnail of “Uma floresta tocada apenas por homens puros...” ou do que aprendemos com os discursos contemporâneos sobre a amazônia

Research paper thumbnail of Entre-vejo: mundos (s)em pandemia

CARTOGRAFIAS_EM_DES_ENCANTOS

Entre-vejo é um audiovisual que nasce do desejo coletivo de falarmos a respeito das fissuras, dos... more Entre-vejo é um audiovisual que nasce do desejo coletivo de falarmos a respeito
das fissuras, dos movimentos, das vidas outras, das brechas, pausas, paisagens, sons e silêncios que, em tempos de pandemia, sobressaltam aos nossos olhos de humanos demasiadamente humanos. Entre máscaras, distanciamento social e olhares que insistem em comunicar, entre-vemos e filmamos alguns dos gestos mínimos não humanos que a crise sanitária causada pelo Sars-CoV-2 fez sobrevir nas margens de nossas casas. Este filme fala, portanto, de mundos outros, vidas não humanas que se aglomeram, se comunicam e se encontram nas frestas, no céu, na terra, nas águas e nos cantos empoeirados de nossas casas. Encontros que nos convidaram pensar e experimentar com o que temos entre-visto nestes olhares abafados em casa ou nas ruas, sufocados por máscaras e inebriados por álcool em gel. Afinal, apenas há Covid no nosso mundo, no mundo do Sars-CoV-2, no dos pangolins e no dos morcegos; mundos minoritários em relação a todos os outros mundos que co-habitamos.

Research paper thumbnail of Fragmentos de uma quase-educação-ambiental

ETD - Educação Temática Digital, Nov 1, 2019

Ser ou não ser, eis o que não se fará questão. Numa tentativa de desatar nós, soltar-nos dos clic... more Ser ou não ser, eis o que não se fará questão. Numa tentativa de desatar nós, soltar-nos dos clichês, das díades e do estereótipo para encontrar o que está 'entre', este texto busca abrir brechas para pensarmos a vida caiçara sob a perspectiva do seu não-acabamento e da sua potencialidade vital, o que chamamos de 'devir-caiçara'. Comumente as histórias narradas sobre os caiçaras os atrelam a tradição e a um 'lugar', margeado por fronteiras que delimitam o que 'deve' estar 'dentro' e o que 'deve' estar 'fora' da sua cultura, bem como o que 'devem fazer' e o que 'não devem fazer'. Neste percurso, apostamos no que estamos chamando de "quase-educaçãoambiental" para nos referirmos às experimentações e aos processos de produção de realidades com fotografias e narrativas que remetem a lembranças e esquecimentos foto-não-grafados, não 'representando' histórias, realidades dadas e paradas, mas nos 'apresentando possibilidades' de realidades outras, diferentes, estranhas e desconhecidas. Registros de passagens e passageiros que, muitas vezes, já não são, já não estão, não vemos ou não querem se mostrar. Fotografias e narrativas feitas em encontros e desencontros, no imprevisto e no previsto. Logo, ora através de palavras ora de imagens, este texto narra os deslocamentos e as invenções que se deram em campo, para que conheçamos os caiçaras não a partir do que são (ou já foram), mas da potência do que está em devir.

Research paper thumbnail of Um ambiente-escola entre poéticas, narrativas e experimentações

Educar em Revista, 2021

Na busca de repensar os clichês que circundam tanto o espaço escolar quanto a educação ambiental,... more Na busca de repensar os clichês que circundam tanto o espaço escolar quanto a educação ambiental, perguntamo-nos: quais as potências que pulsam no que poderíamos chamar de ambiente-escola? Ao propormos uma porosidade de fronteiras entre os termos “ambiente” e “escola”, referimo-nos a um ambiente escolar que existe na sua diversidade de afetos, encontros e acontecimentos. Escola que atualmente é alvo de discursos ultraconservadores que visam suprimir sua potencialidade inventiva de espaços-tempos outros. No percurso dessa pesquisa, abrimo-nos às possibilidades de educações ambientais inventivas e nos movimentamos também rumo a uma ressignificação do espaço escolar, adentrando nas narrativas, poéticas e diferenças que o habitam. Em uma escola pública municipal situada em Florianópolis (SC), convidamos estudantes do nono ano do ensino fundamental e distintos trabalhadores a participarem de oficinas que possibilitaram experimentações em educação ambiental em torno das seguintes perguntas: quais narrativas e poéticas povoam este ambiente-escola? De que forma estes narrares se relacionam com as diferenças e multiplicidades presentes neste ambiente-escola? O diário de campo foi um importante dispositivo para o delineamento dessas questões. Num processo coletivo de criação de outros modos de nos relacionarmos com tal espaço, ao realizarmos diferentes experimentações com narrativas e poéticas junto a essa diversidade de sujeitos escolares, mobilizaram-se as dimensões do afeto e do encontro em distintas práticas em educação ambiental.

Research paper thumbnail of A school-environment between poetics, narratives and experimentations

Educar em Revista, 2021

To rethink the clichés that surround both the school space and the environmental education field,... more To rethink the clichés that surround both the school space and the environmental education field, we ask ourselves: what are the potentialities that flourish in what we could call the school-environment? By proposing an intersection of boundaries between the terms "environment" and "school", we refer to a school environment that exists in its diversity of affections, encounters and events. Schools are currently the target of ultraconservative discourses that aim to suppress their inventive potential of creating other spaces and temporalities. In the course of this research, we opened ourselves up to the possibilities of inventive environmental forms of education and we also moved towards a resignification of the school space, while we experience the narratives, poetics and differences that inhabit it. In a municipal public school located in Florianópolis (SC), we invited ninth grade students and a group of workers to participate in workshops that enabled experimentations in environmental education on the following questions: what narratives and poetics populate this school-environment? How do these narratives relate to the differences and multiplicities present in this school-environment? The field diary was an important device for delineating these issues. In a collective process of creating other ways of relating to such a space, we carried out different experimentations with narratives and poetics along with this diversity of collectives that exist inside a school.

Research paper thumbnail of Sentipensar uma Pesquisa em Educação Ambiental com a Literatura de Eduardo Galeano

Revista Interdisciplinar Sulear, 2021

Esse artigo tem por objetivo destacar o conceito de sentipensar da obra do escritor uruguaio Edua... more Esse artigo tem por objetivo destacar o conceito de sentipensar da obra do escritor uruguaio Eduardo Galeano, conectando-o a uma pesquisa em educação ambiental que dialoga com perspectivas teórico-epistemológicas pós-estruturalistas e descoloniais. Realizamos oficinas junto aos trabalhadores de uma escola municipal de Florianópolis (SC), nas quais eles puderam criar poéticas e narrativas inspiradas pelo ambiente escolar. Nesse movimento, a literatura de Galeano foi particularmente significativa através de dois de seus contos: “A função da arte/1” e “Janela sobre a palavra/ IV”. Ao apresentarmos as criações poéticas dos funcionários, não buscamos decifrá-las ou analisá-las, mas sim ressoar suas múltiplas sensibilidades e potências políticas, ventilando possibilidades criativas da educação ambiental com a literatura.

Research paper thumbnail of Fragmentos de uma quase-educação-ambiental: experimentações de um devir-caiçara

Ser ou não ser, eis o que não se fará questão. Numa tentativa de desatar nós, soltar-nos dos clic... more Ser ou não ser, eis o que não se fará questão. Numa tentativa de desatar nós, soltar-nos dos clichês, das díades e do estereótipo para encontrar o que está ‘entre’, este texto busca abrir brechas para pensarmos a vida caiçara sob a perspectiva do seu não-acabamento e da sua potencialidade vital, o que chamamos de ‘devir-caiçara’.
Comumente as histórias narradas sobre os caiçaras os atrelam a tradição e a um ‘lugar’, margeado por fronteiras que delimitam o que ‘deve’ estar ‘dentro’ e o que ‘deve’ estar ‘fora’ da sua cultura, bem como o que ‘devem fazer’ e o que ‘não devem fazer’. Neste percurso, apostamos no que estamos chamando de “quase educação ambiental” para nos referirmos às experimentações e aos processos de produção de realidades com fotografias e narrativas que remetem a lembranças e esquecimentos foto-não-grafados, não ‘representando’ histórias, realidades dadas e paradas, mas nos ‘apresentando possibilidades’ de realidades outras, diferentes, estranhas e desconhecidas. Registros de passagens e passageiros que, muitas vezes, já não são, já não estão, não vemos ou não querem se mostrar. Fotografias e narrativas feitas em encontros e desencontros, no imprevisto e no previsto. Logo, ora através de palavras ora de imagens, este texto narra os deslocamentos e as invenções que se deram em campo, para que conheçamos os caiçaras não a partir do que são (ou já foram), mas da potência do que está em devir.

Research paper thumbnail of Corpos-ecos-ecologias pelas ruas da cidade

Espacios Transnacionales, 2020

A cidade, pensada como aglomerados de fluxos –de pessoas, de veículos, de seres não-humanos, de v... more A cidade, pensada como aglomerados de fluxos –de pessoas,
de veículos, de seres não-humanos, de vestígios de outros
tempos– sobre cenários que se modificam a cada dia, nos
interpela cotidianamente em nossas travessias, em nosso
habitar, nas relações que estabelecemos com os outros (humanos
e não-humanos). Tampouco suas múltiplas facetas
se apresentam a nós sem que nos abramos ao exercício de
reaver o habitual ou banal. Quais as distintas camadas que
se sobrepõem nas cidades? Que marcas a cidade produz em
nós e que marcas nós deixamos na cidade? Como (re)ocupa-
la uns com os outros, em coletividade? Como podemos
inventar outras formas de habitar juntos seus espaços? E
como lidaremos com a perda ou reorganização abrupta desse
espaço público em tempos de catástrofes? Nesse ensaio
apresentamos três distintas narrativas que se desenrolaram
a partir de experiências da ocupação e deslocamentos pelo
espaço urbano. Buscamos propiciar uma reflexão sobre os
tipos de encontro que podem ocorrer entre nossos corpos
com o corpo da própria cidade, convidando-nos a um exercício
simultâneo de estranhamento e familiaridade com esse
ambiente. E também sobre nossas relações com a cidade
enquanto um percurso possível de ações educativas, de
ativações pedagógicas com as ecologias, com os ambientes,
com os diferentes corpos que ocupam os espaços urbanos.

Research paper thumbnail of Environmental Education and Cultural Studies: among erasures and new radicalisms

Educação & Realidade, 2019

This article discusses the conflicting but potent (dis)encounters among the polymorphic fields o... more This article discusses the conflicting but potent (dis)encounters among the polymorphic fields of Environmental Education and Cultural Studies. It shows that much research from this articulation has been dedicated to printing erasures in discourses circulating in culture about nature and the environment. But what about when deconstructing is not enough? Recent debates about the environmental crisis, the Anthro-pocene, climate change and its social developments bring the need for new questions about the connections between culture and environment. Finally , it questions whether the political bias that has marked cultural studies since its emergence may contribute to the search for new radicalisms in Environmental Education.

Research paper thumbnail of Educação Ambiental e Estudos Culturais: entre rasuras e novos radicalismos

Educação & Realidade, 2019

Este artigo discute os (des)encontros-conflituosos, mas po-tentes-entre os polimorfos campos da ... more Este artigo discute os (des)encontros-conflituosos, mas po-tentes-entre os polimorfos campos da educação ambiental e dos estudos culturais. Mostra que muitas pesquisas realizadas a partir dessa articula-ção dedicaram-se a imprimir rasuras em discursos que circulam na cultura sobre natureza e meio ambiente. Mas e quando desconstruir não é o bas-tante? Os recentes debates sobre a crise ambiental, o Antropoceno, as mu-danças climáticas e seus desdobramentos sociais trazem a necessidade de formularmos novas perguntas sobre as conexões entre cultura e ambiente. Por fim, interroga se o viés político que marca os estudos culturais desde sua emergência pode contribuir na busca por novos radicalismos em edu-cação ambiental.
Palavras-chave: Educação Ambiental. Estudos Culturais. Antropoceno. Crise Ambiental.

Research paper thumbnail of Ficções no Antropoceno: sonhos (de)compostos em cartas do fim do mundo

ClimaCom – Povos Ouvir – A coragem da vergonha, 2019

Dada a inevitabilidade do fim, num mundo que padece com a multiplicação de conflitos e colapsos s... more Dada a inevitabilidade do fim, num mundo que padece com a multiplicação de conflitos e colapsos socioambientais, buscamos re-existir ao sonhar intempestivamente com outros fins possíveis. Mobilizados pelas provocações despertadas pelos filmes “Onde sonham as formigas verdes”, do diretor Werner Herzog, e “Sonhos”, dirigido por Akira Kurosawa, propusemos a uma turma de estudantes de graduação em Ciências Biológicas a escrita de cartas de fins (ou quase fins) de mundos. O que suas escritas nos possibilitam afetar, testemunhar e (in)ventar? Através da de-composição de sete cartas, travamos uma experimentação com a ficção que dialoga com as (im)possibilidades que povoam distintos fins de mundo.

Research paper thumbnail of Como criar uma paisagem em ruínas: deslocamentos, desconstruções e a insistência de pensar a Educação Ambiental  no Antropoceno

Resumo: Este ensaio é sobre o processo de criar ruínas-por meio do radical estranhamento com rela... more Resumo: Este ensaio é sobre o processo de criar ruínas-por meio do radical estranhamento com relação a discursos que nos são caros, familiares e confortáveis-e passar a [gostar de] habitá-las. As ruínas criadas são o resultado de deslocamentos e desconstruções que efetuados por estudos afinados com perspectivas teóricas pós-estruturalistas. A proposta consiste em favorecer a invenção de outras paisagens em Educação Ambiental, nas quais não nos sintamos tão seguros, mas que talvez por isso mesmo sejam instigantes e desafiadoras por permitirem uma sensação de desorientação e desfamiliarização. A Educação Ambiental é constituída e marcada por verdades e certezas, tanto provindas do campo da educação quanto do que poderíamos chamar de "metanarrativas ambientais"-as verdades ambientais que nos interpelam. A fim de imprimir rasuras e instalar fissuras nessas metanarrativas, foram focalizadas provocações, ideias explosivas, vindas de dois "lugares" diferentes: a desconstrução dos conceitos de meio ambiente e natureza feita por Bruno Latour e colaboradores; e as mordazes críticas aos discursos ambientalistas feitas em um vídeo pelo filósofo Slavoj Žižek. A partir dessa insólita combinação, acredita-se ter provocado alguns desmoronamentos, algumas rachaduras, produzindo, quiçá, espaços vazios que venham a ser ocupados de formas inventivas pelos educadores ambientais.
Palavras-chave: Educação ambiental. Pós-estruturalismo. Antropoceno.

Abstract: This text is about the process of creating ruins-through the radical estrangement regarding speeches we hold dear, as for they are familiar and comfortable-and start [and enjoy] inhabiting them. The ruins created are the result of displacements and deconstructions which have been honed by studies in tune with post-structuralist theoretical perspectives. The proposal is to facilitate the invention of other landscapes in environmental education, in which one does not feel so safe, but perhaps, for that reason, such landscapes can be exciting and challenging as they lead to a feeling of disorientation and defamiliarization. Environmental education is organized and marked by truths and certainties, both from the education field (educational metanarratives), and from what we might call "environmental metanarrative", that is, environmental truths that circle around and reach us. In order to print erasures and cleave these metanarratives, some provocations and explosive ideas were focused on, coming from two different "places": the deconstruction of the concepts of environment and nature carried out by Bruno Latour and collaborators, and the scathing criticism of environmental discourses by the philosopher Slavoj Žižek. From this unusual combination one might expect to have triggered landslides, some clefts, resulting, perhaps, in empty spaces that will be occupied through inventive ways by environmental educators.

Research paper thumbnail of Pedagogias culturais e educação ambiental: mídia e cotidiano na sala de aula

Research paper thumbnail of Caminhos da educação ambiental nos desenhos de animação: histórias contadas pelas crianças sobre o filme “Rio”

Este estudo buscou investigar, sob a perspectiva dos Estudos Culturais, como o contato com os fil... more Este estudo buscou investigar, sob a perspectiva dos Estudos Culturais, como o contato com os filmes de animação produz significados sobre a relação ser humano- natureza nas narrativas dos alunos e como estes significados relacionam-se com as propostas da Educação Ambiental. O
filme “Rio” foi escolhido por trazer imagens sobre a cultura e a paisagem locais e por levantar temas como a preservação das espécies. As oficinas tiveram como intuito observar a identificação das crianças com as visões do ambiente e das práticas culturais, exibidas pelo filme. Os estudantes
retrataram paisagens naturais, posicionaram-se a respeito dos comportamentos dos personagens e narraram histórias, mesclando elementos do filme com traços de suas próprias experiências culturais. As relações ser humano- natureza apareceram sutilmente nas histórias, entrelaçadas a aspectos éticos, culturais e estéticos.

Research paper thumbnail of Educação Ambiental nas pedagogias do presente

Pesquisas que articulam em suas perspectivas teóricas e práticas os campos dos estudos culturais ... more Pesquisas que articulam em suas perspectivas teóricas e práticas os campos dos estudos culturais e da educação ambiental são acionadas para defender uma pedagogia que promova fissuras no que os autores denominam dispositivo da sustentabilidade. Esse dispositivo abrange uma trama de textos, imagens, slogans, projetos pedagógicos, artigos científicos e tantos outros artefatos ou práticas presentes nos discursos ambientalistas, midiáticos e cotidianos, produzindo efeitos nos processos formativos diretamente ligados à educação ambiental ou não. Na primeira seção, o ensaio marca alguns sentidos sobre as noções de “cultura” e de “pedagogias culturais”. Na segunda, focaliza a questão da formação profissional em educação ambiental, pontuando alguns entendimentos inspirados nos estudos culturais. Na terceira, destaca a potência dessa educação aberta para a multiplicidade, em contraste com a “educação para a sustentabilidade”, que parece seguir um receituário previamente traçado, planejado.
Palavras-chave: cultura e educação; educação ambiental; estudos culturais.

Research paper thumbnail of A potência ambiental da educação (apresentação de dossiê)

O dossiê se propõe a mergulhar no contemporâneo. Para tanto, mostra como práticas em educação amb... more O dossiê se propõe a mergulhar no contemporâneo. Para tanto, mostra como práticas em educação ambiental têm se valido de várias linguagens para suas ficções pedagógicas. Nosso desejo foi reunir artigos cuja tessitura argumentativa se compõe com referências advindas de inúmeras instâncias culturais: da educação, da ciência, da poesia, das artes visuais, da fotografia, do rádio, do jornal, da televisão, das conversas cotidianas. Mais do que simples instrumentos de ensino, artefatos culturais, linguagens artísticas, imagens e narrativas são convocados, articulados, examinados, hibridados às práticas para que outras aprendizagens se criem.

Research paper thumbnail of A school-environment between poetics, narratives and experimentations

Educar em Revista, 2021

To rethink the clichés that surround both the school space and the environmental education field,... more To rethink the clichés that surround both the school space and the environmental education field, we ask ourselves: what are the potentialities that flourish in what we could call the school-environment? By proposing an intersection of boundaries between the terms "environment" and "school", we refer to a school environment that exists in its diversity of affections, encounters and events. Schools are currently the target of ultraconservative discourses that aim to suppress their inventive potential of creating other spaces and temporalities. In the course of this research, we opened ourselves up to the possibilities of inventive environmental forms of education and we also moved towards a resignification of the school space, while we experience the narratives, poetics and differences that inhabit it. In a municipal public school located in Florianópolis (SC), we invited ninth grade students and a group of workers to participate in workshops that enabled experimentations in environmental education on the following questions: what narratives and poetics populate this school-environment? How do these narratives relate to the differences and multiplicities present in this school-environment? The field diary was an important device for delineating these issues. In a collective process of creating other ways of relating to such a space, we carried out different experimentations with narratives and poetics along with this diversity of collectives that exist inside a school.