Felipe Maia | Universidade Federal de Juiz de Fora (original) (raw)
Papers by Felipe Maia
CS Online, 2023
O artigo apresenta uma leitura da relação entre crítica e crise na obra de Jürgen Habermas em diá... more O artigo apresenta uma leitura da relação entre crítica e crise na obra de Jürgen Habermas em diálogo com a interpretação oferecida por Cordero (2022). Procura estabelecer a relação entre a crítica e o projeto de uma teoria “reconstrutiva” como estratégia para compreender processos de aprendizado social, a partir de momentos de crise e da necessidade de solução de problemas. A crítica assume aqui um papel mais ativo associado a funções mais criativas da linguagem de abertura do mundo, compreendidas como complementares à cognição de problemas sistêmicos. Ao mesmo tempo, argumenta-se que a ênfase de Habermas nos temas da racionalidade não tem um caráter excludente de outras formas de intervenção, mas pode ser aproximada da defesa de um “espaço de razões”, no qual o conhecimento teórico é desejável em sua especificidade e no qual os intelectuais ocupam um lugar de participantes.
A Nova República em Crise, 2020
O artigo discute o processo político brasileiro entre 2015 e 2018 à luz do conceito de crise.
Sociologia & Antropologia, 2019
José de Souza Martins certamente merece uma festa, ou muitas festas! E por isso vem a calhar a pu... more José de Souza Martins certamente merece uma festa, ou muitas festas! E por isso vem a calhar a publicação desse "festschrift", nas palavras de sua organizadora, Fraya Frehse, que reuniu os trabalhos apresentados no seminário em comemoração dos 75 anos de Martins, na Universidade de São Paulo. A
D&D, 2021
Este artigo apresenta recortes da literatura sobre populismo e crises políticas. Visa discutir ta... more Este artigo apresenta recortes da literatura sobre populismo e crises políticas. Visa discutir tais temas tendo em vista a hipótese de que o populismo pode ser uma resposta à crise, ou que é possível identificar linguagens conceituais próprias que informam seus significados. Tais linguagens conceituais, compostas por várias camadas de significados múltiplos, são atribuídas tanto pela literatura, quanto pelos atores sociais e políticos; o que se conforma em múltiplos sentidos em disputa na formação de consciências de crise. Nesse sentido, o populismo se manifesta como uma política de crise no contexto atual. Para analisá-la, propõe-se, então, articular os dois conceitos ‒ crise e populismo ‒ à luz de algumas das teorias que tratam dos temas da democracia e da representação.
Teoria e Cultura
Desafiando abordagens reducionistas que enfatizam as assim chamadas origens sociais de suas ideia... more Desafiando abordagens reducionistas que enfatizam as assim chamadas origens sociais de suas ideias – a abordagem da sociologia DA cultura – esse ensaio propõe uma abordagem da sociologia cultural que põe à frente e no centro a busca por significado. Intelectuais codificam seus tempos em termos de bem-sagrado e mal-profano, eles fornecem narrativas de salvação por meio da temporalização do bem e do mal como protagonistas em uma grande história de transformação social. No universo de intelectuais significativos, todavia, encontra-se apenas um pequeno grupo cujas ideias de fato foram utilizadas para fazer coisas acontecerem no mundo social. Para conceitualizar esse processo, a teoria da pragmática cultural deve ser posta em cena: Ideias devem ser socialmente performadas por grupos portadores com acesso aos meios de produção simbólica em configurações sociais propícias, vis-a-vis audiências potencialmente receptivas. Após levar em consideração Marx, Freud, Keynes e ...
Sociologias, 2021
Resumo Há na bibliografia recente de sociologia e ciências sociais um interesse renovado no conce... more Resumo Há na bibliografia recente de sociologia e ciências sociais um interesse renovado no conceito de crise, como parte dos esforços para compreensão de tendências de desenvolvimento que se desdobram no tempo, usualmente associadas à produção de "diagnósticos de época". Há, entretanto, ainda pouco esclarecimento sobre o sentido que o conceito assume na teoria social, permanecendo incerta sua relação com problemas funcionais e normativos, assim como sua própria utilidade para a qualificação do tempo histórico. O artigo trata dessas questões a partir da comparação entre as abordagens de Reinhart Koselleck e Jürgen Habermas, que são mobilizadas para se pensar as possibilidades de desenvolvimento do conceito de crise. Argumenta-se que ele deve ser compreendido no escopo de teorias dos processos e mudanças sociais, referindo-se a momentos específicos no tempo em que se conjugam problemas normativos e funcionais, sem que isso implique um pressuposto dualista de percepção do mundo social, sob os critérios de instabilidade e estabilidade. Argumenta-se também que, embora a história dos conceitos afirme a relação entre crítica e crise, é prudente evitar a conflação entre os dois conceitos e situar a crítica como um dos modos possíveis de reflexividade em períodos de crise, o que traria vantagens para uma melhor compreensão das possibilidades da teoria crítica e da crítica social em tempos de crise. Palavras-chave: crise, crítica, reflexividade, diagnósticos de época, teoria social. 212 ARTIGOS
Realis - Revista de Estudos Antiutilitaristas e PosColoniais, 2020
Resumo: O que pode a crítica diante de um momento de crise como o que estamos vivendo? No artigo ... more Resumo: O que pode a crítica diante de um momento de crise como o que estamos vivendo? No artigo procuro refletir sobre condições e caminhos para que a teoria crítica e a crítica social possam ser mais efetivas ao lidar com as crises contemporâneas. Parto de uma concepção de crise que ressalta a singularidade desses momentos e o conflito entre diferentes formas de interpretação e reflexividade, dentre elas a crítica. Argumento que a teoria crítica deve contribuir para a compreensão do significado que a "crise" assume no tempo presente, procurando esclarecer a lógica entre tendências de crise distintas, com destaque para os problemas relativos à interação entre neoliberalismo, globalização e Antropoceno que minaram mecanismos reflexivos anteriormente existentes no âmbito das economias capitalistas e dos estados nacionais e exigem respostas novas. Ao fim, proponho que diante das ameaças à democratização das formas de vida oriundas das teorias conservadoras da crise, a crítica deve ser mais cosmopolita e pode se apoiar na colaboração das diferentes formas de reflexividade de que são portadores cidadãos, cientistas e políticos para confrontar as instituições existentes e reconstruí-las. Palavras-chave: Crise. Teoria Crítica. Antropoceno. Neoliberalismo. Reflexividade.
Abstract: How can critique deal with the current crisis? In this article, I discuss conditions and possibilities for critical theory and social critique to be more effective in dealing with crises. I work with a concept of crisis that stresses the singularity of these moments and the conflicts between different interpretations and social reflexivities. I argue that critical theory must contribute to the understanding of the meaning that crisis takes in the present time, elucidating the logic between different tendencies, especially neoliberalism, globalization, and the Anthropocene, that undermine reflexive mechanisms early existent in capitalist economies and national states. In conclusion, I propose that against conservative theories of crisis and the threats to democratic forms of life, critique must be more cosmopolitan and needs the collaboration of the different reflexivities which come from citizens, scientists, and politicians to address institutions and rebuild them.
O trabalho mapeia os deslocamentos da questão agrária no Brasil no período após a redemocratizaçã... more O trabalho mapeia os deslocamentos da questão agrária no Brasil no período após a redemocratização política da década de 1980, a partir do exame das controvérsias intelectuais em torno de três macroprocessos de transformação social: a expansão do capitalismo agrário, a emergência da agricultura familiar e os projetos de reforma agrária. Busca-se mostrar como a produção intelectual se interessa pelos processos socias e abre linhas de intervenção sobre eles, tornando-se ela própria parte dos processos. Assim, o exame das controvérsias permite compreender tanto transformações na produção de conhecimento quanto em aspectos importantes da própria dinâmica social. Sustenta-se que neste período houve uma abertura de novos canais de intervenção para os intelectuais que, ao lado de outros processos de democratização política, favoreceram a emergência de imaginários alternativos às concepções hegemônicas que, no entanto, convivem com linhas de continuidade relativas à precedência das estruturas de grande propriedade na dinâmica de desenvolvimento.
Quando milhares de pessoas vão às ruas demonstrar publicamente sua insatisfação com as condições ... more Quando milhares de pessoas vão às ruas demonstrar publicamente sua insatisfação com as condições de vida e com as respostas que os governantes produziram, dificilmente uma sociedade permanece incólume ao protesto. Isso aconteceu no Brasil em junho de 2013 sendo as causas e os possíveis desdobramentos do descontentamento objeto de forte controvérsia interpretativa, constituindo um desafio para os cientistas sociais. Qual o sentido dos movimentos de junho? Para que problemas apontam? Que possibilidades descortinam? Nesse artigo, fruto da pesquisa realizada no âmbito do Laboratório de Juventude, Educação e Políticas Públicas-LABJUV, procurarei abordar o tema das assim chamadas jornadas de junho à luz das mudanças observadas nas relações entre estado e sociedade no Brasil e nas transformações nas formas de participação política no período recente de modernização e democratização política, aberto com o fim da ditadura militar. Para tanto, procurarei (1) reconstituir, ainda que sumariamente e com as fontes disponíveis, os principais eventos de junho, (2) apresentar as dissonâncias interpretativas entre os cientistas sociais, (3) relacioná-las às mudanças nas relações entre estado e sociedade no Brasil e (4) às instituições e condições de participação política da juventude e dos movimentos sociais.
Este paper será apresentado ao 40º Encontro Anual da ANPOCS. Nele procuro fazer um pequeno balanç... more Este paper será apresentado ao 40º Encontro Anual da ANPOCS. Nele procuro fazer um pequeno balanço das proposições de José de Souza Martins a respeito da relação entre questão agrária e democracia. Enfatizo três aspectos: o argumento mais estrutural decorrente de sua "sociologia histórica" a respeito da influência da renda da terra na modernização. Sua concepção da relação entre tradição e modernidade no Brasil. E seus textos mais voltados para as mudanças sociais nas conjunturas pós-redemocratização. Sugiro que Martins oferece uma alternativa às interpretações de fundo economicista ou sociológico que consideram a questão agrária brasileira superada.
In this paper I argue that there is an interweave of political, social and economic crisis in Bra... more In this paper I argue that there is an interweave of political, social and economic crisis in Brazil with no clear solution in the horizon. In the political conflict, there is a strong trend to the judicialization of Brazilian politics, because of a huge bribery scandal and because political actors often appeal to the Courts to solve political controversies. The conflict is not restrained to the political system, but is extended to the streets. I try to show a brief profile of the public demonstrations in Brazil in 2015 and analyse its novelties in Brazilian history.
Apresentação do dossiê "O Agronegócio na perspectiva das ciências sociais".
Neste artigo procuramos argumentar que a formação do “agronegócio” brasileiro contou com uma fort... more Neste artigo procuramos argumentar que a formação do “agronegócio” brasileiro contou com uma forte atividade
intelectual em sua origem, foi assim dependente de uma economia imaginada que forneceu o aparato
cognitivo necessário para a coordenação das práticas e sua institucionalização. Mais do que descrever a realidade,
a teoria econômica produz performativamente a economia real, num jogo de interações e lutas entre
atores, ideias e redes técnicas e institucionais. Embora comporte certa heterogeneidade, as práticas e políticas
que interferiram nas transformações no mundo rural brasileiro entre as décadas de 1960 e 1980 estiveram
relacionadas à hegemonia de uma economia imaginada, que interpretou a questão agrária como um problema
de modernização da base técnica da agricultura e identificou a grande propriedade como espaço ideal para a
realização de um ideal industrial de produção agrícola, em lugar de interpretações concorrentes que tendiam
a ver na estrutura agrária um obstáculo para a modernização e preferiam soluções reformistas. Sugerimos
também que há linhas importantes de continuidade entre este imaginário e a emergência do “agribusiness”
nos anos 1990, embora visto em contexto político distinto, marcado pela redemocratização, o que implica na
reconfiguração das relações estado – sociedade e em maior heterogeneidade institucional.
Pequena reflexão sobre a crise política brasileira.
O agrarismo brasileiro em questão: os intelectuais e a formação do capitalismo agrário brasileiro... more O agrarismo brasileiro em questão: os intelectuais e a formação do capitalismo agrário brasileiro Introdução É possível que em nenhum outro momento de sua história a sociedade brasileira tenha refletido tanto sobre o mundo agrário quanto na década de 1960 e nos anos que a sucederam. A consciência sobre a existência de uma "questão agrária" em meio a um processo que se considerava de franca modernização do país galvanizava esforços de compreensão e interpretação nos meios mais diversos, as ciências sociais, o jornalismo, a literatura, o cinema, a propaganda política. Ativou-se uma imaginação social sobre o mundo agrário e seus personagens, seu lugar na formação histórica e no processo de "desenvolvimento". O mapeamento deste campo revela que boa parte das controvérsias que o estruturam pode ser percebida a partir das disputas em torno da própria definição do que se considerava "a questão agrária", e dos programas para sua "solução" bem como os projetos de futuro para a agricultura e o país.
Guimarães e Sérgio Pereira Leite compuseram a banca que examinou o projeto de tese e fizeram suge... more Guimarães e Sérgio Pereira Leite compuseram a banca que examinou o projeto de tese e fizeram sugestões que tornaram mais interessante o caminho da pesquisa. No CPDA -UFRRJ frequentei dois cursos do professor Sérgio Pereira Leite que me auxiliaram com a literatura sobre a economia brasileira, as políticas públicas e a questão agrária contemporânea. Algumas das versões iniciais do projeto de pesquisa e dos capítulos foram debatidas em seminários sobre pensamento social brasileiro, na ANPOCS, no IFCS e no CPDOC -FGV. Agradeço a João Marcelo E. Maia, Robert Wegner e André Botelho pela leitura dos textos e pelos comentários recebidos. Agradeço também à professora Maria Célia Nunes Coelho, que teve a gentileza de ler e me enviar suas observações, sempre pertinentes, sobre meu terceiro capítulo. Registro o apoio de diversas bibliotecas e bibliotecários sem os quais a pesquisa não teria sido possível, nomeadamente as do IESP -UERJ, da FGV-RJ e do CPDA -UFRRJ. Na Biblioteca Nacional da Agricultura em Brasília tive o apoio e a atenção de uma equipe de bibliotecários solícita e dedicada que me auxiliaram com o material de pesquisa utilizado no Capítulo 3. Meus colegas de mestrado e doutorado no Iuperj e no IESP -UERJ mereceriam um capítulo de agradecimentos à parte pela solidariedade, pelas conversas formais e informais que tivemos e pela amizade que se construiu. Agradeço especialmente a Fernando Perlatto, além de conduzir com eficiência exemplar a secretaria de pósgraduação, tornou-se uma amiga querida. Julio Vellozo, Elisa Borges e Angelica Müller são amigos de toda a vida com os quais compartilhei a decisão de ingressar na pós-graduação. Tati e Maria; meus pais, Flávio e Sônia; minhas irmãs, Flavia e Beatriz e meus avós, por tudo. RESUMO SILVA, Felipe Maia Guimarães da. Questão agrária e modernização no Brasil. 2014. 249 f. Tese (Doutorado em Sociologia) -Instituto de Estudos Sociais e Políticos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. Esta tese trata da relação entre questão agrária e modernização no Brasil, tomando como objeto de estudo as interpretações da questão agrária por intelectuais brasileiros, oriundos de campos disciplinares distintos, tais como a sociologia, a história e a economia. O período examinado abrange as décadas de 1960 a 1990. A tese se propõe a reconstruir criticamente a formação da narrativa hegemônica, tentando compreender as relações possíveis entre as ideias, a política e as vias de desenvolvimento. Para tanto examinamos os textos de intelectuais diversos, que conformaram as linguagens com as quais a questão agrária pode ser compreendida. Esses textos foram comparados com as políticas implementadas a partir do estado e com os conflitos sociais que caracterizaram os períodos. Palavras-chave: Questão agrária. Modernização. Intelectuais. Pensamento social. ABSTRACT SILVA, Felipe Maia Guimarães da. The agrarian question and modernization in Brazil. 2014. 249 f. Tese (Doutorado em Sociologia) -Instituto de Estudos Sociais e Políticos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.
Fundação CEPERJ. RESUMO: O texto oferece uma introdução ao pensamento político de Antonio Gramsci... more Fundação CEPERJ. RESUMO: O texto oferece uma introdução ao pensamento político de Antonio Gramsci, destacando as inovações do autor no campo da teoria política marxista. Tendo por base as soluções que oferece ao problema da relação entre estrutura e superestrutura no marxismo, buscamos apresentar os conceitos de hegemonia e de revolução passiva como um eixo teórico que possibilita compreender o tema da democracia e das modernas formações sociais do século vinte. Na parte final do artigo exploramos como as interpretações de Gramsci sobre a crise do capitalismo ajudam a compreender seu pensamento político.
O artigo discute a relação entre questão agrária e modernização por meio da comparação entre as o... more O artigo discute a relação entre questão agrária e modernização por meio da comparação entre as obras de Lênin e de Max Weber. Ambos fizeram da análise do mundo agrário um elemento decisivo em suas compreensões sobre a modernização, focando de forma comparada os casos de Rússia, Alemanha e Estados Unidos, principalmente. Explora-se no artigo a possibilidade de uma leitura convergente dos autores, caracterizando uma série de problemas que seriam comuns à modernização em casos de capitalismo periférico ou tardio. Palavras-chave: Modernização, questão agrária, Lênin, Max Weber.
A "fronteira" é uma categoria de uso corrente na sociologia. O trabalho pretende discutir a utili... more A "fronteira" é uma categoria de uso corrente na sociologia. O trabalho pretende discutir a utilização desta categoria em três autores "clássicos" da disciplina, buscando comparar o sentido que ela assume em suas obras e, com isso, discutir o valor heurístico das teses por eles sugeridas. Utilizando as interpretações de Max Weber, Frederick J. Turner e V. I. Lênin, trabalha-se a "fronteira" como variável decisiva na interpretação dos processos históricos de modernização na periferia do capitalismo.
Book Reviews by Felipe Maia
NORUS - Novos Rumos Sociológicos, 2021
Resenha de Rosanvallon, P. "O Século do Populismo". Rio de Janeiro: Ateliê de Humanidades, 2021.
CS Online, 2023
O artigo apresenta uma leitura da relação entre crítica e crise na obra de Jürgen Habermas em diá... more O artigo apresenta uma leitura da relação entre crítica e crise na obra de Jürgen Habermas em diálogo com a interpretação oferecida por Cordero (2022). Procura estabelecer a relação entre a crítica e o projeto de uma teoria “reconstrutiva” como estratégia para compreender processos de aprendizado social, a partir de momentos de crise e da necessidade de solução de problemas. A crítica assume aqui um papel mais ativo associado a funções mais criativas da linguagem de abertura do mundo, compreendidas como complementares à cognição de problemas sistêmicos. Ao mesmo tempo, argumenta-se que a ênfase de Habermas nos temas da racionalidade não tem um caráter excludente de outras formas de intervenção, mas pode ser aproximada da defesa de um “espaço de razões”, no qual o conhecimento teórico é desejável em sua especificidade e no qual os intelectuais ocupam um lugar de participantes.
A Nova República em Crise, 2020
O artigo discute o processo político brasileiro entre 2015 e 2018 à luz do conceito de crise.
Sociologia & Antropologia, 2019
José de Souza Martins certamente merece uma festa, ou muitas festas! E por isso vem a calhar a pu... more José de Souza Martins certamente merece uma festa, ou muitas festas! E por isso vem a calhar a publicação desse "festschrift", nas palavras de sua organizadora, Fraya Frehse, que reuniu os trabalhos apresentados no seminário em comemoração dos 75 anos de Martins, na Universidade de São Paulo. A
D&D, 2021
Este artigo apresenta recortes da literatura sobre populismo e crises políticas. Visa discutir ta... more Este artigo apresenta recortes da literatura sobre populismo e crises políticas. Visa discutir tais temas tendo em vista a hipótese de que o populismo pode ser uma resposta à crise, ou que é possível identificar linguagens conceituais próprias que informam seus significados. Tais linguagens conceituais, compostas por várias camadas de significados múltiplos, são atribuídas tanto pela literatura, quanto pelos atores sociais e políticos; o que se conforma em múltiplos sentidos em disputa na formação de consciências de crise. Nesse sentido, o populismo se manifesta como uma política de crise no contexto atual. Para analisá-la, propõe-se, então, articular os dois conceitos ‒ crise e populismo ‒ à luz de algumas das teorias que tratam dos temas da democracia e da representação.
Teoria e Cultura
Desafiando abordagens reducionistas que enfatizam as assim chamadas origens sociais de suas ideia... more Desafiando abordagens reducionistas que enfatizam as assim chamadas origens sociais de suas ideias – a abordagem da sociologia DA cultura – esse ensaio propõe uma abordagem da sociologia cultural que põe à frente e no centro a busca por significado. Intelectuais codificam seus tempos em termos de bem-sagrado e mal-profano, eles fornecem narrativas de salvação por meio da temporalização do bem e do mal como protagonistas em uma grande história de transformação social. No universo de intelectuais significativos, todavia, encontra-se apenas um pequeno grupo cujas ideias de fato foram utilizadas para fazer coisas acontecerem no mundo social. Para conceitualizar esse processo, a teoria da pragmática cultural deve ser posta em cena: Ideias devem ser socialmente performadas por grupos portadores com acesso aos meios de produção simbólica em configurações sociais propícias, vis-a-vis audiências potencialmente receptivas. Após levar em consideração Marx, Freud, Keynes e ...
Sociologias, 2021
Resumo Há na bibliografia recente de sociologia e ciências sociais um interesse renovado no conce... more Resumo Há na bibliografia recente de sociologia e ciências sociais um interesse renovado no conceito de crise, como parte dos esforços para compreensão de tendências de desenvolvimento que se desdobram no tempo, usualmente associadas à produção de "diagnósticos de época". Há, entretanto, ainda pouco esclarecimento sobre o sentido que o conceito assume na teoria social, permanecendo incerta sua relação com problemas funcionais e normativos, assim como sua própria utilidade para a qualificação do tempo histórico. O artigo trata dessas questões a partir da comparação entre as abordagens de Reinhart Koselleck e Jürgen Habermas, que são mobilizadas para se pensar as possibilidades de desenvolvimento do conceito de crise. Argumenta-se que ele deve ser compreendido no escopo de teorias dos processos e mudanças sociais, referindo-se a momentos específicos no tempo em que se conjugam problemas normativos e funcionais, sem que isso implique um pressuposto dualista de percepção do mundo social, sob os critérios de instabilidade e estabilidade. Argumenta-se também que, embora a história dos conceitos afirme a relação entre crítica e crise, é prudente evitar a conflação entre os dois conceitos e situar a crítica como um dos modos possíveis de reflexividade em períodos de crise, o que traria vantagens para uma melhor compreensão das possibilidades da teoria crítica e da crítica social em tempos de crise. Palavras-chave: crise, crítica, reflexividade, diagnósticos de época, teoria social. 212 ARTIGOS
Realis - Revista de Estudos Antiutilitaristas e PosColoniais, 2020
Resumo: O que pode a crítica diante de um momento de crise como o que estamos vivendo? No artigo ... more Resumo: O que pode a crítica diante de um momento de crise como o que estamos vivendo? No artigo procuro refletir sobre condições e caminhos para que a teoria crítica e a crítica social possam ser mais efetivas ao lidar com as crises contemporâneas. Parto de uma concepção de crise que ressalta a singularidade desses momentos e o conflito entre diferentes formas de interpretação e reflexividade, dentre elas a crítica. Argumento que a teoria crítica deve contribuir para a compreensão do significado que a "crise" assume no tempo presente, procurando esclarecer a lógica entre tendências de crise distintas, com destaque para os problemas relativos à interação entre neoliberalismo, globalização e Antropoceno que minaram mecanismos reflexivos anteriormente existentes no âmbito das economias capitalistas e dos estados nacionais e exigem respostas novas. Ao fim, proponho que diante das ameaças à democratização das formas de vida oriundas das teorias conservadoras da crise, a crítica deve ser mais cosmopolita e pode se apoiar na colaboração das diferentes formas de reflexividade de que são portadores cidadãos, cientistas e políticos para confrontar as instituições existentes e reconstruí-las. Palavras-chave: Crise. Teoria Crítica. Antropoceno. Neoliberalismo. Reflexividade.
Abstract: How can critique deal with the current crisis? In this article, I discuss conditions and possibilities for critical theory and social critique to be more effective in dealing with crises. I work with a concept of crisis that stresses the singularity of these moments and the conflicts between different interpretations and social reflexivities. I argue that critical theory must contribute to the understanding of the meaning that crisis takes in the present time, elucidating the logic between different tendencies, especially neoliberalism, globalization, and the Anthropocene, that undermine reflexive mechanisms early existent in capitalist economies and national states. In conclusion, I propose that against conservative theories of crisis and the threats to democratic forms of life, critique must be more cosmopolitan and needs the collaboration of the different reflexivities which come from citizens, scientists, and politicians to address institutions and rebuild them.
O trabalho mapeia os deslocamentos da questão agrária no Brasil no período após a redemocratizaçã... more O trabalho mapeia os deslocamentos da questão agrária no Brasil no período após a redemocratização política da década de 1980, a partir do exame das controvérsias intelectuais em torno de três macroprocessos de transformação social: a expansão do capitalismo agrário, a emergência da agricultura familiar e os projetos de reforma agrária. Busca-se mostrar como a produção intelectual se interessa pelos processos socias e abre linhas de intervenção sobre eles, tornando-se ela própria parte dos processos. Assim, o exame das controvérsias permite compreender tanto transformações na produção de conhecimento quanto em aspectos importantes da própria dinâmica social. Sustenta-se que neste período houve uma abertura de novos canais de intervenção para os intelectuais que, ao lado de outros processos de democratização política, favoreceram a emergência de imaginários alternativos às concepções hegemônicas que, no entanto, convivem com linhas de continuidade relativas à precedência das estruturas de grande propriedade na dinâmica de desenvolvimento.
Quando milhares de pessoas vão às ruas demonstrar publicamente sua insatisfação com as condições ... more Quando milhares de pessoas vão às ruas demonstrar publicamente sua insatisfação com as condições de vida e com as respostas que os governantes produziram, dificilmente uma sociedade permanece incólume ao protesto. Isso aconteceu no Brasil em junho de 2013 sendo as causas e os possíveis desdobramentos do descontentamento objeto de forte controvérsia interpretativa, constituindo um desafio para os cientistas sociais. Qual o sentido dos movimentos de junho? Para que problemas apontam? Que possibilidades descortinam? Nesse artigo, fruto da pesquisa realizada no âmbito do Laboratório de Juventude, Educação e Políticas Públicas-LABJUV, procurarei abordar o tema das assim chamadas jornadas de junho à luz das mudanças observadas nas relações entre estado e sociedade no Brasil e nas transformações nas formas de participação política no período recente de modernização e democratização política, aberto com o fim da ditadura militar. Para tanto, procurarei (1) reconstituir, ainda que sumariamente e com as fontes disponíveis, os principais eventos de junho, (2) apresentar as dissonâncias interpretativas entre os cientistas sociais, (3) relacioná-las às mudanças nas relações entre estado e sociedade no Brasil e (4) às instituições e condições de participação política da juventude e dos movimentos sociais.
Este paper será apresentado ao 40º Encontro Anual da ANPOCS. Nele procuro fazer um pequeno balanç... more Este paper será apresentado ao 40º Encontro Anual da ANPOCS. Nele procuro fazer um pequeno balanço das proposições de José de Souza Martins a respeito da relação entre questão agrária e democracia. Enfatizo três aspectos: o argumento mais estrutural decorrente de sua "sociologia histórica" a respeito da influência da renda da terra na modernização. Sua concepção da relação entre tradição e modernidade no Brasil. E seus textos mais voltados para as mudanças sociais nas conjunturas pós-redemocratização. Sugiro que Martins oferece uma alternativa às interpretações de fundo economicista ou sociológico que consideram a questão agrária brasileira superada.
In this paper I argue that there is an interweave of political, social and economic crisis in Bra... more In this paper I argue that there is an interweave of political, social and economic crisis in Brazil with no clear solution in the horizon. In the political conflict, there is a strong trend to the judicialization of Brazilian politics, because of a huge bribery scandal and because political actors often appeal to the Courts to solve political controversies. The conflict is not restrained to the political system, but is extended to the streets. I try to show a brief profile of the public demonstrations in Brazil in 2015 and analyse its novelties in Brazilian history.
Apresentação do dossiê "O Agronegócio na perspectiva das ciências sociais".
Neste artigo procuramos argumentar que a formação do “agronegócio” brasileiro contou com uma fort... more Neste artigo procuramos argumentar que a formação do “agronegócio” brasileiro contou com uma forte atividade
intelectual em sua origem, foi assim dependente de uma economia imaginada que forneceu o aparato
cognitivo necessário para a coordenação das práticas e sua institucionalização. Mais do que descrever a realidade,
a teoria econômica produz performativamente a economia real, num jogo de interações e lutas entre
atores, ideias e redes técnicas e institucionais. Embora comporte certa heterogeneidade, as práticas e políticas
que interferiram nas transformações no mundo rural brasileiro entre as décadas de 1960 e 1980 estiveram
relacionadas à hegemonia de uma economia imaginada, que interpretou a questão agrária como um problema
de modernização da base técnica da agricultura e identificou a grande propriedade como espaço ideal para a
realização de um ideal industrial de produção agrícola, em lugar de interpretações concorrentes que tendiam
a ver na estrutura agrária um obstáculo para a modernização e preferiam soluções reformistas. Sugerimos
também que há linhas importantes de continuidade entre este imaginário e a emergência do “agribusiness”
nos anos 1990, embora visto em contexto político distinto, marcado pela redemocratização, o que implica na
reconfiguração das relações estado – sociedade e em maior heterogeneidade institucional.
Pequena reflexão sobre a crise política brasileira.
O agrarismo brasileiro em questão: os intelectuais e a formação do capitalismo agrário brasileiro... more O agrarismo brasileiro em questão: os intelectuais e a formação do capitalismo agrário brasileiro Introdução É possível que em nenhum outro momento de sua história a sociedade brasileira tenha refletido tanto sobre o mundo agrário quanto na década de 1960 e nos anos que a sucederam. A consciência sobre a existência de uma "questão agrária" em meio a um processo que se considerava de franca modernização do país galvanizava esforços de compreensão e interpretação nos meios mais diversos, as ciências sociais, o jornalismo, a literatura, o cinema, a propaganda política. Ativou-se uma imaginação social sobre o mundo agrário e seus personagens, seu lugar na formação histórica e no processo de "desenvolvimento". O mapeamento deste campo revela que boa parte das controvérsias que o estruturam pode ser percebida a partir das disputas em torno da própria definição do que se considerava "a questão agrária", e dos programas para sua "solução" bem como os projetos de futuro para a agricultura e o país.
Guimarães e Sérgio Pereira Leite compuseram a banca que examinou o projeto de tese e fizeram suge... more Guimarães e Sérgio Pereira Leite compuseram a banca que examinou o projeto de tese e fizeram sugestões que tornaram mais interessante o caminho da pesquisa. No CPDA -UFRRJ frequentei dois cursos do professor Sérgio Pereira Leite que me auxiliaram com a literatura sobre a economia brasileira, as políticas públicas e a questão agrária contemporânea. Algumas das versões iniciais do projeto de pesquisa e dos capítulos foram debatidas em seminários sobre pensamento social brasileiro, na ANPOCS, no IFCS e no CPDOC -FGV. Agradeço a João Marcelo E. Maia, Robert Wegner e André Botelho pela leitura dos textos e pelos comentários recebidos. Agradeço também à professora Maria Célia Nunes Coelho, que teve a gentileza de ler e me enviar suas observações, sempre pertinentes, sobre meu terceiro capítulo. Registro o apoio de diversas bibliotecas e bibliotecários sem os quais a pesquisa não teria sido possível, nomeadamente as do IESP -UERJ, da FGV-RJ e do CPDA -UFRRJ. Na Biblioteca Nacional da Agricultura em Brasília tive o apoio e a atenção de uma equipe de bibliotecários solícita e dedicada que me auxiliaram com o material de pesquisa utilizado no Capítulo 3. Meus colegas de mestrado e doutorado no Iuperj e no IESP -UERJ mereceriam um capítulo de agradecimentos à parte pela solidariedade, pelas conversas formais e informais que tivemos e pela amizade que se construiu. Agradeço especialmente a Fernando Perlatto, além de conduzir com eficiência exemplar a secretaria de pósgraduação, tornou-se uma amiga querida. Julio Vellozo, Elisa Borges e Angelica Müller são amigos de toda a vida com os quais compartilhei a decisão de ingressar na pós-graduação. Tati e Maria; meus pais, Flávio e Sônia; minhas irmãs, Flavia e Beatriz e meus avós, por tudo. RESUMO SILVA, Felipe Maia Guimarães da. Questão agrária e modernização no Brasil. 2014. 249 f. Tese (Doutorado em Sociologia) -Instituto de Estudos Sociais e Políticos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. Esta tese trata da relação entre questão agrária e modernização no Brasil, tomando como objeto de estudo as interpretações da questão agrária por intelectuais brasileiros, oriundos de campos disciplinares distintos, tais como a sociologia, a história e a economia. O período examinado abrange as décadas de 1960 a 1990. A tese se propõe a reconstruir criticamente a formação da narrativa hegemônica, tentando compreender as relações possíveis entre as ideias, a política e as vias de desenvolvimento. Para tanto examinamos os textos de intelectuais diversos, que conformaram as linguagens com as quais a questão agrária pode ser compreendida. Esses textos foram comparados com as políticas implementadas a partir do estado e com os conflitos sociais que caracterizaram os períodos. Palavras-chave: Questão agrária. Modernização. Intelectuais. Pensamento social. ABSTRACT SILVA, Felipe Maia Guimarães da. The agrarian question and modernization in Brazil. 2014. 249 f. Tese (Doutorado em Sociologia) -Instituto de Estudos Sociais e Políticos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.
Fundação CEPERJ. RESUMO: O texto oferece uma introdução ao pensamento político de Antonio Gramsci... more Fundação CEPERJ. RESUMO: O texto oferece uma introdução ao pensamento político de Antonio Gramsci, destacando as inovações do autor no campo da teoria política marxista. Tendo por base as soluções que oferece ao problema da relação entre estrutura e superestrutura no marxismo, buscamos apresentar os conceitos de hegemonia e de revolução passiva como um eixo teórico que possibilita compreender o tema da democracia e das modernas formações sociais do século vinte. Na parte final do artigo exploramos como as interpretações de Gramsci sobre a crise do capitalismo ajudam a compreender seu pensamento político.
O artigo discute a relação entre questão agrária e modernização por meio da comparação entre as o... more O artigo discute a relação entre questão agrária e modernização por meio da comparação entre as obras de Lênin e de Max Weber. Ambos fizeram da análise do mundo agrário um elemento decisivo em suas compreensões sobre a modernização, focando de forma comparada os casos de Rússia, Alemanha e Estados Unidos, principalmente. Explora-se no artigo a possibilidade de uma leitura convergente dos autores, caracterizando uma série de problemas que seriam comuns à modernização em casos de capitalismo periférico ou tardio. Palavras-chave: Modernização, questão agrária, Lênin, Max Weber.
A "fronteira" é uma categoria de uso corrente na sociologia. O trabalho pretende discutir a utili... more A "fronteira" é uma categoria de uso corrente na sociologia. O trabalho pretende discutir a utilização desta categoria em três autores "clássicos" da disciplina, buscando comparar o sentido que ela assume em suas obras e, com isso, discutir o valor heurístico das teses por eles sugeridas. Utilizando as interpretações de Max Weber, Frederick J. Turner e V. I. Lênin, trabalha-se a "fronteira" como variável decisiva na interpretação dos processos históricos de modernização na periferia do capitalismo.
NORUS - Novos Rumos Sociológicos, 2021
Resenha de Rosanvallon, P. "O Século do Populismo". Rio de Janeiro: Ateliê de Humanidades, 2021.
NORUS - Novos Rumos Sociológicos, 2021
Resenha de Rosanvallon, P. "O Século do Populismo". Rio de Janeiro: Ateliê de Humanidades, 2021.
Sociologia & Antropologia, 2019
José de Souza Martins certamente me-rece uma festa, ou muitas festas! E por isso vem a calhar a p... more José de Souza Martins certamente me-rece uma festa, ou muitas festas! E por isso vem a calhar a publicação desse "festschrift", nas palavras de sua orga-nizadora, Fraya Frehse, que reuniu os trabalhos apresentados no seminário em comemoração dos 75 anos de Martins, na Universidade de São Paulo. A expressão de origem alemã indica um "escrito de festa", que é um modo de celebrar o autor e sua obra, tornando público o reconhecimento de sua importância, de sua influência intelectual e, igualmente, dos afetos que emergem dos muitos diálogos constituídos ao longo de uma vida de pesquisa sociológica. O caminho para tanto é o de uma reflexão que assume aqui um caráter menos agônico ou adversarial que o costume entre os sociólogos, mas nem por isso meramente lauda
Resenha de "Le Capital au XXIe. siècle" de Thomas Piketty
Resenha da biografia de Habermas escrita por Stefan Müller-Doohm, com ênfase na importância da ob... more Resenha da biografia de Habermas escrita por Stefan Müller-Doohm, com ênfase na importância da obra para a sociologia dos intelectuais.
Chamada de artigos para dossiê na Revista NORUS - Novos Rumos Sociológicos (UFPel). O dossiê expl... more Chamada de artigos para dossiê na Revista NORUS - Novos Rumos Sociológicos (UFPel).
O dossiê explora as relações entre teoria crítica e pragmatismo em aspectos diversos, tais como:
- quais os pontos de apoio filosóficos e metodológicos de uma teoria crítica da sociedade?
- quais as relações entre as capacidades críticas de agentes e movimentos sociais e as ambições teóricas e sistemáticas de cientistas sociais e filósofos?
- qual o potencial transformativo de práticas e experiências críticas em domínios sociais diversos, tais como a arte, a política, o trabalho ou a ciência?
- que vantagens comparativas, impasses e/ou fertilizações mútuas podem ser trabalhadas a partir dessas duas grandes tradições?
- de que forma conceber a relação entre natureza e sociedade no quadro de formas de vida? Isto é, entre necessidades, impulsos e forças ou agências naturais, de um lado, e práticas, normas e processos sócio-culturais de outro?
Este trabalho procura retomar uma discussão sobre a produção de " diagnósticos de época " mais ab... more Este trabalho procura retomar uma discussão sobre a produção de " diagnósticos de época " mais abrangentes na teoria social contemporânea como forma de compreensão das muitas " crises " em curso. Para tanto, propomos uma leitura comparada dos argumentos de Nancy Fraser e Luc Boltanski como um caminho para pensar a relação entre o diagnóstico de crises e a produção da " crítica " como uma dimensão da atividade intelectual e as possibilidades de sua conexão com a crítica enquanto práxis política e social mais ampla.
Entre os dias 14 e 15 de abril de 2021, ainda suspensos pelo distanciamento que a pandemia da cov... more Entre os dias 14 e 15 de abril de 2021, ainda suspensos pelo distanciamento que a pandemia da covid-19 impôs, um grupo de pesquisadores reuniu-se virtualmente para revisitar a obra do professor Luiz Werneck Vianna, referência comum para os envolvidos. Além da proposta substantiva de mobilizar a contribuição do autor para refletir sobre o tempo presente, o seminário Uma Difícil Democracia manifestava também a necessidade do reencontro. Isso porque, o evento que deu origem ao livro que ora apresentamos guardava consigo uma história, densa em afetos e provocações.
Ateliê de Humanidades Editorial, 2020
A democracia triunfou grandemente e vacilou persistentemente. Na atualidade, ela é vista mais com... more A democracia triunfou grandemente e vacilou persistentemente. Na atualidade, ela é vista mais como um problema com o qual nos debatemos, do que como uma solução evidente da qual partimos. É uma trivialidade dizer que ela está em crise e é alvo de crítica; para tanto, basta percorrer o olhar pelos catálogos de livros publicados nos últimos dez anos nas ciências humanas e sociais. Buscando ampliar o horizonte espacial e temporal de nossa reflexão para além do estreitamento na perplexidade do tempo presente, não nos contentamos em dizer que vivenciamos uma crise de representação da vontade popular e visamos aqui nos perguntar sobre o que é, afinal, a democracia. Recusando-nos a tomar como estabelecidas certas evidências sobre a democracia, partimos de uma série de questões bem características da forma de pensar do historiador do político e teórico da democracia Pierre Rosanvallon: se a democracia é um regime de soberania popular, o que é o povo e como ele exerce sua soberania e manifesta sua vontade? Quais são as relações entre a soberania do povo e a representação política, entre a autonomia coletiva e a autonomia individual, entre a democracia e o liberalismo? Movido por tais reflexões, este livro busca introduzir ao público brasileiro o pensamento de Rosanvallon e tenta refletir, em diálogo com ele, sobre a crise e as mutações das democracias contemporâneas. No conjunto do livro, cremos que se torna evidente o sentido dos parênteses do título: “Uma democracia (In)Acabada”. De fato, a democracia é essencialmente inacabada, como nos ensina o autor, ela é um misto permanente de promessa e de decepção.
https://ateliedehumanidades.com/2019/08/06/uma-democracia-in-acabada-p-kfh0ag2d6d-li-lira/
Comentário a "Ontologia social e teoria crítica: em torno do diagnóstico de experiências sociais ... more Comentário a "Ontologia social e teoria crítica: em torno do diagnóstico de experiências sociais negativas": a fragilidade do social e a teoria crítica Comentário Comentário a "Ontologia soCial e teoria CrítiCa: em torno do diagnóstiCo de experiênCias soCiais negativas": a fragilidade do soCial e a teoria CrítiCa