Júlia Menin | Universidade Federal do Rio Grande do Sul (original) (raw)

Papers by Júlia Menin

Research paper thumbnail of “A natureza se move e a gente se move junto” : práticas de adaptação às mudanças climáticas em comunidades ribeirinhas da Amazônia

Essa pesquisa tem o objetivo de analisar práticas de adaptação às mudanças climáticas e eventos c... more Essa pesquisa tem o objetivo de analisar práticas de adaptação às mudanças climáticas e eventos climáticos como secas e cheias extremas em comunidades ribeirinhas na Amazônia. As mudanças climáticas afetam as populações de diferentes maneiras, ao mesmo tempo em que as políticas de adaptação às mudanças climáticas no Brasil têm, de um modo geral, baixa participação e envolvimento das comunidades locais. A presente pesquisa foi realizada no estado do Amazonas, onde foram conduzidas entrevistas semiestruturadas e observações no início de março de 2020, em cinco comunidades ribeirinhas próximas à capital Manaus – Nossa Senhora do Livramento, Comunidade do Tumbira, Comunidade Lago do Catalão, Comunidade São Francisco da Costa de Terra Nova, além de entrevistas em Manaus com membros da Secretaria do Meio Ambiente e Defesa Civil do Estado do Amazonas. A região Amazônica possui variações nos níveis hidrológicos e as comunidades se relacionam constantemente com estes fenômenos, entretanto a frequência de eventos extremos de secas e cheias têm aumentado nos últimos anos causando consequências (ex. impactos das secas no acesso à saúde, transporte, segurança alimentar, calendário escolar, etc; impactos das cheias na elevação e reformas das casas, migrações, mudanças em locais de plantio, morte de árvores frutíferas, etc). Os resultados da pesquisa indicam diferentes eixos de mudanças relatadas pelas comunidades, assim como práticas de enfrentamento a essas mudanças. São analisadas, então, as políticas públicas do estado do Amazonas e políticas nacionais de adaptação às mudanças climáticas, para, em relação com os resultados do campo, discutir lacunas e possibilidades da interface conhecimento tradicional e planejamento de políticas públicas nacionais para o clima. Argumenta-se como o campo da Sociologia das Mudanças Climáticas se insere na discussão e contribui na emergência de novas questões. Por fim, conclui-se que considerar outros conhecimentos em relação ao clima, pode apoiar processos de resposta às mudanças climáticas que sejam mais participativos e aliados às estratégias de protagonismo comunitário.

Research paper thumbnail of O Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima: uma agenda de desenvolvimento na política ambiental brasileira?

O plano nacional de adaptação à mudança do clima : uma agenda de desenvolvimento na política ambiental brasileira?, 2018

A constatação da influência antrópica nas mudanças do clima vem apresentando a necessidade de se ... more A constatação da influência antrópica nas mudanças do clima vem apresentando a necessidade de se pensar políticas públicas, acordos e compromissos internacionais para a necessária gestão do clima. No âmbito das políticas públicas brasileiras, com a formulação da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) em 2009 e o Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima (PNA) em 2016, ganha destaque na esfera política, a discussão sobre as possíveis alternativas e estratégias para mitigação e adaptação das mudanças do clima no Brasil. A presente pesquisa, visa discutir os agenciamentos e negociações acerca da agenda de políticas públicas brasileira para a adaptação às mudanças climáticas, assim como a inserção desta no Brasil. A pesquisa é de caráter qualitativo e se dá na análise de documentos oficiais do Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima, assim como de materiais publicados acerca da estratégia de adaptação e elaboração do plano. A pesquisa identificou uma literatura internacional recente sobre os riscos de uma má-adaptação, temática pouco esclarecida dentro do PNA. Além disso, verificou-se uma baixa participação da sociedade civil no processo de construção do plano, assim como, baixa divulgação e operacionalização de estratégias.
Foi possível verificar como muitas estratégias de adaptação, não se configuram como sustentáveis, podendo ter desdobramentos similares as estratégias de desenvolvimento convencional. Por fim, busco destacar a importância de inserção das Ciências Sociais nos estudos de adaptação e mudanças climáticas.

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Essa pesquisa tem o objetivo de analisar práticas de adaptação às mudanças climáticas e eventos c... more Essa pesquisa tem o objetivo de analisar práticas de adaptação às mudanças climáticas e eventos climáticos como secas e cheias extremas em comunidades ribeirinhas na Amazônia. As mudanças climáticas afetam as populações de diferentes maneiras, ao mesmo tempo em que as políticas de adaptação às mudanças climáticas no Brasil têm, de um modo geral, baixa participação e envolvimento das comunidades locais. A presente pesquisa foi realizada no estado do Amazonas, onde foram conduzidas entrevistas semiestruturadas e observações no início de março de 2020, em cinco comunidades ribeirinhas próximas à capital Manaus – Nossa Senhora do Livramento, Comunidade do Tumbira, Comunidade Lago do Catalão, Comunidade São Francisco da Costa de Terra Nova, além de entrevistas em Manaus com membros da Secretaria do Meio Ambiente e Defesa Civil do Estado do Amazonas. A região Amazônica possui variações nos níveis hidrológicos e as comunidades se relacionam constantemente com estes fenômenos, entretanto a frequência de eventos extremos de secas e cheias têm aumentado nos últimos anos causando consequências (ex. impactos das secas no acesso à saúde, transporte, segurança alimentar, calendário escolar, etc; impactos das cheias na elevação e reformas das casas, migrações, mudanças em locais de plantio, morte de árvores frutíferas, etc). Os resultados da pesquisa indicam diferentes eixos de mudanças relatadas pelas comunidades, assim como práticas de enfrentamento a essas mudanças. São analisadas, então, as políticas públicas do estado do Amazonas e políticas nacionais de adaptação às mudanças climáticas, para, em relação com os resultados do campo, discutir lacunas e possibilidades da interface conhecimento tradicional e planejamento de políticas públicas nacionais para o clima. Argumenta-se como o campo da Sociologia das Mudanças Climáticas se insere na discussão e contribui na emergência de novas questões. Por fim, conclui-se que considerar outros conhecimentos em relação ao clima, pode apoiar processos de resposta às mudanças climáticas que sejam mais participativos e aliados às estratégias de protagonismo comunitário.

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O plano nacional de adaptação à mudança do clima : uma agenda de desenvolvimento na política ambiental brasileira?, 2018

A constatação da influência antrópica nas mudanças do clima vem apresentando a necessidade de se ... more A constatação da influência antrópica nas mudanças do clima vem apresentando a necessidade de se pensar políticas públicas, acordos e compromissos internacionais para a necessária gestão do clima. No âmbito das políticas públicas brasileiras, com a formulação da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) em 2009 e o Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima (PNA) em 2016, ganha destaque na esfera política, a discussão sobre as possíveis alternativas e estratégias para mitigação e adaptação das mudanças do clima no Brasil. A presente pesquisa, visa discutir os agenciamentos e negociações acerca da agenda de políticas públicas brasileira para a adaptação às mudanças climáticas, assim como a inserção desta no Brasil. A pesquisa é de caráter qualitativo e se dá na análise de documentos oficiais do Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima, assim como de materiais publicados acerca da estratégia de adaptação e elaboração do plano. A pesquisa identificou uma literatura internacional recente sobre os riscos de uma má-adaptação, temática pouco esclarecida dentro do PNA. Além disso, verificou-se uma baixa participação da sociedade civil no processo de construção do plano, assim como, baixa divulgação e operacionalização de estratégias.
Foi possível verificar como muitas estratégias de adaptação, não se configuram como sustentáveis, podendo ter desdobramentos similares as estratégias de desenvolvimento convencional. Por fim, busco destacar a importância de inserção das Ciências Sociais nos estudos de adaptação e mudanças climáticas.