Mabel Zeballos | Universidade Federal do Rio Grande do Sul (original) (raw)
Papers by Mabel Zeballos
Campos - Revista de Antropologia, 2017
CORDOVA, Dayana Zdebsky; FONSECA, Aline Iubel; STOIEV, Fabiano (orgs.). 2014. As muitas vistas de... more CORDOVA, Dayana Zdebsky; FONSECA, Aline Iubel; STOIEV, Fabiano (orgs.). 2014. As muitas vistas de uma rua: histórias e políticas de uma paisagem. Curitiba e a Rua Riachuelo. Curitiba: Máquina de Escrever. 160 pp. Mabel Zeballos Videla Para Georg Simmel el paisaje nace con una operación del espíritu, que sustrae una porción del fl ujo caótico e infi nito del mundo y compone a partir de esa parte un todo, una unidad nueva, tal como opera el pintor al crear su obra. En As muitas vistas de uma rua… Cordova, Fonseca y Stoiev tratan de una porción de la ciudad de Curitiba, la calle Riachuelo, y componen un paisaje. Paisaje múltiple, hecho de tan diversas "vistas" como personas y personajes lo habitan, lo narran y lo intervienen, con prácticas de consumo o decisiones políticas.
ILUMINURAS, 2009
Neste artigo articulo questões sobre memória, patrimônio, poder, meio ambiente, segregação urbana... more Neste artigo articulo questões sobre memória, patrimônio, poder, meio ambiente, segregação urbana e desigualdade, a partir da etnografia realizada de setembro de 2007 a dezembro de 2008, no bairro Lomba de Pinheiro, no limite leste da cidade de Porto Alegre – RS, em pesquisa defendida como dissertação de mestrado no PPGAS, UFRGS em 2009. Esta pesquisa visou compreender e interpretar as práticas cotidianas, as formas de agência e as configurações de memória dos moradores da Vila Elo Dourado, na parada 6 da estrada João de Oliveira Remião. A partir das múltiplas observações ali realizadas, coloco algumas questões sobre as práticas e discursos de atores diversos. Tento pensar estas questões a partir das noções de comunidades de interpretação e esferas éticas trabalhadas por Roberto e Luis Roberto Cardoso de Oliveira. Busco também refletir sobre um aspecto específico dos processos contemporâneos de constituição de patrimônio que se mostrou relevante no meu campo de pesquisa, a chamada “...
Asociación Latinoamericana de Antropología (ALA, 2020
Me intereso por las formas de incorporacion de ninos extranjeros en el sistema educativo uruguayo... more Me intereso por las formas de incorporacion de ninos extranjeros en el sistema educativo uruguayo, en particular, de ninos procedentes de la Region Andina. Convergen aqui mi trayectoria como antropologa y mi rol docente en la Licenciatura en Educacion de la Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educacion de la Universidad de la Republica entre 2014 y 2017. Atendiendo los debates sostenidos en aula con los estudiantes, reflexiono sobre las implicancias de las apropiaciones de conceptos como cultura por parte del campo politico, sobre como se entiende la diversidad cultural, las construcciones de identidad y el tratamiento de la diferencia en los debates contemporaneos y sobre una nocion de derechos como campo de disputas. En la perspectiva de investigacion etnografica traduzco algunos presupuestos y preguntas iniciales en objetivos de investigacion, y delimito posibles estrategias para dar cuenta de ellos. Finalmente, reflexiono sobre los limites y oportunidades que brinda la etno...
Etnografías Contemporáneas, 2017
RESUMEN Este trabajo recoge resultados de la actividad de extensión universitaria " Montevideo an... more RESUMEN Este trabajo recoge resultados de la actividad de extensión universitaria " Montevideo andina. Mapas, itinerarios y destinos " , realizada en 2015, desde el Espacio de Estudios Andinos de la Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación, Universidad de la República (Uruguay). Mediante el recurso al mapeo colectivo, se recogieron narrativas de diez mujeres peruanas, residentes en Montevideo y empleadas como trabajadoras domésticas. Ocho de esas mu-jeres provienen de Chiclayo, ciudad del norte peruano, y llegan a Montevideo gracias a diferentes formas de intermediación, en las que redes transnacionales altamente feminizadas son fundamentales. El diálogo y la escucha se orien-tó a comprender las formas en que las interlocutoras son recibidas por las otras personas montevideanas, en particular en sus relaciones de trabajo, pero también en las condiciones de acceso a la educación, la cultura, la recreación. Convencida de la importancia de considerar la escala local de los fenómenos migratorios, abordo estas cuestiones en referencia a las prácticas y usos de y en el espacio urbano. Al mismo tiempo, sitúo las interpretaciones locales en clave regional y global, con especial atención a las construcciones políticas de identi-dad y alteridad, tanto de larga duración como contemporáneas. ABSTRACT " From Chiclayo to Montevideo. Uses and practices of/at Montevideo city, Uruguay, beyond Peruvian worker women, 2000-2015 " This paper presents results of a popularizing science activity, called " Montevideo andina. Mapas, itinerarios y destinos " (Andean Montevideo. Maps, Paths and Destinations), organized in 2015, by Espacio de Estudios Andinos, Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación, Universidad de la República (Uruguay). By means of collective mapping, we heard narratives from ten Peruvian women , who live in Montevideo and work as household employee. Eight of them come from Chiclayo city, in Northern Perú, and arrived in Montevideo using different ways of mediation, with a very important role of transnational women's networks. The main goal of the interlocution was to understand how these women are hosted by Montevideo people, specially in their working relationships , but also around their access to education, culture and recreation. Convinced of the importance of considering local scale in migratory studies, I deal with these issues taking into account the practices and uses of and in urban space. At the same time, I make local interpretations and I take a regional and global point of view, while paying attention to political historical constructions about otherness and identity, as well as contemporary ones.
Jornadas de Humanidades - FHCE, UDELAR, Montevideo, Uruguay, 2013
Jóvenes, educados, consumidores globales? Etnografía en y sobre desplazamientos en la región metr... more Jóvenes, educados, consumidores globales? Etnografía en y sobre desplazamientos en la región metropolitana de Barcelona.
Realizo estudo sobre migrantes uruguaios em diversas cidades do mundo, com mais de um ano de etno... more Realizo estudo sobre migrantes uruguaios em diversas cidades do mundo, com mais de um ano de etnografia intensiva na cidade de Porto Alegre, Brasil (2009 -2010, e recuperando material exploratório coletado em 2004, na cidade de Montevidéu, junto a uruguaios que residem ou residiram em Sydney, Austrália. Levo em conta também a circulação através da Internet de imagens e discursos de, e sobre, estes migrantes. Numa proposta de etnografia multissituada, objetivo compreender as práticas cotidianas e as narrativas identitárias de indivíduos e grupos concretos. Ao mesmo tempo, busco situar minhas interpretações e as deles em relação às múltiplas formas e condições de transnacionalidade que permeiam o mundo contemporâneo. Proponho assim uma análise das representações sobre o Uruguai e "os uruguaios", e em particular, as relativas à categoria do "Departamento 20", figura institucional criada pelo governo de Tabaré Vázquez (2005-2010. Este vigésimo Departamento é uma extensão extraterritorial do Estado uruguaio, cuja divisão administrativa contava até 2005 com 19 Departamentos dentro de fronteiras, e cujos "habitantes" são todos os nacionais uruguaios dispersos no mundo 2 . Por sua vez, me interrogo sobre a apropriação dessa categoria por parte dos atores estudados e qual a relação dinâmica com outras categorias anteriores ou contemporâneas que têm sido ativadas por uruguaios morando além fronteiras, tais como emigrante/imigrante, êxodo, exílio e diáspora.
Revista Iluminuras Publicação Eletrônica do Banco de Imagens e Efeitos Visuais - NUPECS/LAS/PPGAS/IFCH e ILEA/UFRGS ISSN 1984-1191, 2009
Neste artigo articulo questões sobre memória, patrimônio, poder, meio ambiente, segregação urbana... more Neste artigo articulo questões sobre memória, patrimônio, poder, meio ambiente, segregação urbana e desigualdade, a partir da etnografia realizada de setembro de 2007 a dezembro de 2008, no bairro Lomba de Pinheiro, no limite leste da cidade de Porto Alegre – RS, em pesquisa defendida como dissertação de mestrado no PPGAS, UFRGS em 2009. Esta pesquisa visou compreender e interpretar as práticas cotidianas, as formas de agência e as configurações de memória dos moradores da Vila Elo Dourado, na parada 6 da estrada João de Oliveira Remião. A partir das múltiplas observações ali realizadas, coloco algumas questões sobre as práticas e discursos de atores diversos. Tento pensar estas questões a partir das noções de comunidades de interpretação e esferas éticas trabalhadas por Roberto e Luis Roberto Cardoso de Oliveira. Busco também refletir sobre um aspecto específico dos processos contemporâneos de constituição de patrimônio que se mostrou relevante no meu campo de pesquisa, a chamada “questão ambiental”, tal como tratada por José Sérgio Leite Lopes, e a tendência crescente de preservação e conservação dos chamados “ambientes naturais”, inclusive em contextos de expansão da cidade construída.
Memória e resistência são palavras-chave nesse vídeo que apresenta o Museu da Maré do Rio de Jane... more Memória e resistência são palavras-chave nesse vídeo que apresenta o Museu da Maré do Rio de Janeiro. A Maré é uma enorme área de favela, categoria que denomina as moradias populares surgidas em processos irregulares de ocupação do solo urbano no Brasil. A autoconstrução é signo característico desse tipo de espaço onde a resistência adquire múltiplos aspectos. Os moradores da Maré não apenas resistiram às autoridades públicas que nos primeiros anos de ocupação tentaram removê-los, à pobreza e à falta de recursos e infraestrutura para habitar ali, mas, também, às forças da natureza. Chegados à baía de Guanabara à busca de emprego, do interior do Estado do Rio de Janeiro e de Minas Gerais nos anos de 1940 e do Norte e Nordeste do país a partir de 1950, os primeiros moradores construíram suas casas sobre palafi tas. Eles colocaram precárias pontes para transitar entre os barracos de madeira, sobre uma água contaminada que ameaçava de morte as crianças que usavam aquelas estreitas passarelas como espaço de brincadeira. As ventanias, as tempestades, as enchentes, tudo podia acabar a qualquer momento com as precárias casas ou, pelo menos, estragar objetos no seu interior mal protegido por telhados que deixavam passar a água da chuva.
Book Reviews by Mabel Zeballos
Reseña de libro / Book review
Campos - Revista de Antropologia, 2017
CORDOVA, Dayana Zdebsky; FONSECA, Aline Iubel; STOIEV, Fabiano (orgs.). 2014. As muitas vistas de... more CORDOVA, Dayana Zdebsky; FONSECA, Aline Iubel; STOIEV, Fabiano (orgs.). 2014. As muitas vistas de uma rua: histórias e políticas de uma paisagem. Curitiba e a Rua Riachuelo. Curitiba: Máquina de Escrever. 160 pp. Mabel Zeballos Videla Para Georg Simmel el paisaje nace con una operación del espíritu, que sustrae una porción del fl ujo caótico e infi nito del mundo y compone a partir de esa parte un todo, una unidad nueva, tal como opera el pintor al crear su obra. En As muitas vistas de uma rua… Cordova, Fonseca y Stoiev tratan de una porción de la ciudad de Curitiba, la calle Riachuelo, y componen un paisaje. Paisaje múltiple, hecho de tan diversas "vistas" como personas y personajes lo habitan, lo narran y lo intervienen, con prácticas de consumo o decisiones políticas.
ILUMINURAS, 2009
Neste artigo articulo questões sobre memória, patrimônio, poder, meio ambiente, segregação urbana... more Neste artigo articulo questões sobre memória, patrimônio, poder, meio ambiente, segregação urbana e desigualdade, a partir da etnografia realizada de setembro de 2007 a dezembro de 2008, no bairro Lomba de Pinheiro, no limite leste da cidade de Porto Alegre – RS, em pesquisa defendida como dissertação de mestrado no PPGAS, UFRGS em 2009. Esta pesquisa visou compreender e interpretar as práticas cotidianas, as formas de agência e as configurações de memória dos moradores da Vila Elo Dourado, na parada 6 da estrada João de Oliveira Remião. A partir das múltiplas observações ali realizadas, coloco algumas questões sobre as práticas e discursos de atores diversos. Tento pensar estas questões a partir das noções de comunidades de interpretação e esferas éticas trabalhadas por Roberto e Luis Roberto Cardoso de Oliveira. Busco também refletir sobre um aspecto específico dos processos contemporâneos de constituição de patrimônio que se mostrou relevante no meu campo de pesquisa, a chamada “...
Asociación Latinoamericana de Antropología (ALA, 2020
Me intereso por las formas de incorporacion de ninos extranjeros en el sistema educativo uruguayo... more Me intereso por las formas de incorporacion de ninos extranjeros en el sistema educativo uruguayo, en particular, de ninos procedentes de la Region Andina. Convergen aqui mi trayectoria como antropologa y mi rol docente en la Licenciatura en Educacion de la Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educacion de la Universidad de la Republica entre 2014 y 2017. Atendiendo los debates sostenidos en aula con los estudiantes, reflexiono sobre las implicancias de las apropiaciones de conceptos como cultura por parte del campo politico, sobre como se entiende la diversidad cultural, las construcciones de identidad y el tratamiento de la diferencia en los debates contemporaneos y sobre una nocion de derechos como campo de disputas. En la perspectiva de investigacion etnografica traduzco algunos presupuestos y preguntas iniciales en objetivos de investigacion, y delimito posibles estrategias para dar cuenta de ellos. Finalmente, reflexiono sobre los limites y oportunidades que brinda la etno...
Etnografías Contemporáneas, 2017
RESUMEN Este trabajo recoge resultados de la actividad de extensión universitaria " Montevideo an... more RESUMEN Este trabajo recoge resultados de la actividad de extensión universitaria " Montevideo andina. Mapas, itinerarios y destinos " , realizada en 2015, desde el Espacio de Estudios Andinos de la Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación, Universidad de la República (Uruguay). Mediante el recurso al mapeo colectivo, se recogieron narrativas de diez mujeres peruanas, residentes en Montevideo y empleadas como trabajadoras domésticas. Ocho de esas mu-jeres provienen de Chiclayo, ciudad del norte peruano, y llegan a Montevideo gracias a diferentes formas de intermediación, en las que redes transnacionales altamente feminizadas son fundamentales. El diálogo y la escucha se orien-tó a comprender las formas en que las interlocutoras son recibidas por las otras personas montevideanas, en particular en sus relaciones de trabajo, pero también en las condiciones de acceso a la educación, la cultura, la recreación. Convencida de la importancia de considerar la escala local de los fenómenos migratorios, abordo estas cuestiones en referencia a las prácticas y usos de y en el espacio urbano. Al mismo tiempo, sitúo las interpretaciones locales en clave regional y global, con especial atención a las construcciones políticas de identi-dad y alteridad, tanto de larga duración como contemporáneas. ABSTRACT " From Chiclayo to Montevideo. Uses and practices of/at Montevideo city, Uruguay, beyond Peruvian worker women, 2000-2015 " This paper presents results of a popularizing science activity, called " Montevideo andina. Mapas, itinerarios y destinos " (Andean Montevideo. Maps, Paths and Destinations), organized in 2015, by Espacio de Estudios Andinos, Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación, Universidad de la República (Uruguay). By means of collective mapping, we heard narratives from ten Peruvian women , who live in Montevideo and work as household employee. Eight of them come from Chiclayo city, in Northern Perú, and arrived in Montevideo using different ways of mediation, with a very important role of transnational women's networks. The main goal of the interlocution was to understand how these women are hosted by Montevideo people, specially in their working relationships , but also around their access to education, culture and recreation. Convinced of the importance of considering local scale in migratory studies, I deal with these issues taking into account the practices and uses of and in urban space. At the same time, I make local interpretations and I take a regional and global point of view, while paying attention to political historical constructions about otherness and identity, as well as contemporary ones.
Jornadas de Humanidades - FHCE, UDELAR, Montevideo, Uruguay, 2013
Jóvenes, educados, consumidores globales? Etnografía en y sobre desplazamientos en la región metr... more Jóvenes, educados, consumidores globales? Etnografía en y sobre desplazamientos en la región metropolitana de Barcelona.
Realizo estudo sobre migrantes uruguaios em diversas cidades do mundo, com mais de um ano de etno... more Realizo estudo sobre migrantes uruguaios em diversas cidades do mundo, com mais de um ano de etnografia intensiva na cidade de Porto Alegre, Brasil (2009 -2010, e recuperando material exploratório coletado em 2004, na cidade de Montevidéu, junto a uruguaios que residem ou residiram em Sydney, Austrália. Levo em conta também a circulação através da Internet de imagens e discursos de, e sobre, estes migrantes. Numa proposta de etnografia multissituada, objetivo compreender as práticas cotidianas e as narrativas identitárias de indivíduos e grupos concretos. Ao mesmo tempo, busco situar minhas interpretações e as deles em relação às múltiplas formas e condições de transnacionalidade que permeiam o mundo contemporâneo. Proponho assim uma análise das representações sobre o Uruguai e "os uruguaios", e em particular, as relativas à categoria do "Departamento 20", figura institucional criada pelo governo de Tabaré Vázquez (2005-2010. Este vigésimo Departamento é uma extensão extraterritorial do Estado uruguaio, cuja divisão administrativa contava até 2005 com 19 Departamentos dentro de fronteiras, e cujos "habitantes" são todos os nacionais uruguaios dispersos no mundo 2 . Por sua vez, me interrogo sobre a apropriação dessa categoria por parte dos atores estudados e qual a relação dinâmica com outras categorias anteriores ou contemporâneas que têm sido ativadas por uruguaios morando além fronteiras, tais como emigrante/imigrante, êxodo, exílio e diáspora.
Revista Iluminuras Publicação Eletrônica do Banco de Imagens e Efeitos Visuais - NUPECS/LAS/PPGAS/IFCH e ILEA/UFRGS ISSN 1984-1191, 2009
Neste artigo articulo questões sobre memória, patrimônio, poder, meio ambiente, segregação urbana... more Neste artigo articulo questões sobre memória, patrimônio, poder, meio ambiente, segregação urbana e desigualdade, a partir da etnografia realizada de setembro de 2007 a dezembro de 2008, no bairro Lomba de Pinheiro, no limite leste da cidade de Porto Alegre – RS, em pesquisa defendida como dissertação de mestrado no PPGAS, UFRGS em 2009. Esta pesquisa visou compreender e interpretar as práticas cotidianas, as formas de agência e as configurações de memória dos moradores da Vila Elo Dourado, na parada 6 da estrada João de Oliveira Remião. A partir das múltiplas observações ali realizadas, coloco algumas questões sobre as práticas e discursos de atores diversos. Tento pensar estas questões a partir das noções de comunidades de interpretação e esferas éticas trabalhadas por Roberto e Luis Roberto Cardoso de Oliveira. Busco também refletir sobre um aspecto específico dos processos contemporâneos de constituição de patrimônio que se mostrou relevante no meu campo de pesquisa, a chamada “questão ambiental”, tal como tratada por José Sérgio Leite Lopes, e a tendência crescente de preservação e conservação dos chamados “ambientes naturais”, inclusive em contextos de expansão da cidade construída.
Memória e resistência são palavras-chave nesse vídeo que apresenta o Museu da Maré do Rio de Jane... more Memória e resistência são palavras-chave nesse vídeo que apresenta o Museu da Maré do Rio de Janeiro. A Maré é uma enorme área de favela, categoria que denomina as moradias populares surgidas em processos irregulares de ocupação do solo urbano no Brasil. A autoconstrução é signo característico desse tipo de espaço onde a resistência adquire múltiplos aspectos. Os moradores da Maré não apenas resistiram às autoridades públicas que nos primeiros anos de ocupação tentaram removê-los, à pobreza e à falta de recursos e infraestrutura para habitar ali, mas, também, às forças da natureza. Chegados à baía de Guanabara à busca de emprego, do interior do Estado do Rio de Janeiro e de Minas Gerais nos anos de 1940 e do Norte e Nordeste do país a partir de 1950, os primeiros moradores construíram suas casas sobre palafi tas. Eles colocaram precárias pontes para transitar entre os barracos de madeira, sobre uma água contaminada que ameaçava de morte as crianças que usavam aquelas estreitas passarelas como espaço de brincadeira. As ventanias, as tempestades, as enchentes, tudo podia acabar a qualquer momento com as precárias casas ou, pelo menos, estragar objetos no seu interior mal protegido por telhados que deixavam passar a água da chuva.
Reseña de libro / Book review