Tercio J . Fehlauer | Universidade Federal do Rio Grande do Sul (original) (raw)

Books by Tercio J . Fehlauer

Research paper thumbnail of Formação técnica indígena como prática emancipatória? A experiência do curso "Agroecologia em Terras Indígenas" em questão

Research paper thumbnail of Agroecologia em Terras Indigenas das fronteiras da sustentabilidade a politica de educacao intercultural

Research paper thumbnail of Para além do Pachamamismo.pdf

Resumo: Na multiplicidade gramatical que irrompe de uma experiência cartográfi ca em meio ao pens... more Resumo: Na multiplicidade gramatical que irrompe de uma experiência cartográfi ca em meio ao pensamento andino-indígena, enfocaremos principalmente dois conceitos de passagem necessários à paisagem conceitual da diferença andina, Pachamama e Sumak Kawsay. a) Pachamama como o mundo vivo em nosso corpo sob o modo de afetos e perceptos (englobante e transcendente à "natureza"); b) Sumak Kawsay como estética andina da "esplêndida existência" e seus critérios para uma vida intensa. Afi rmação do sensível que engendra outra relação com o corpo, um saber-do-corpo e um atuar micropolítico em um mundo-vivo. Na composição e desdobramento desses conceitos (em meio à multiplicidade da vida andina) se apresentam elementos éticos, estéticos e políticos da resistência andino-indígena. Palavras-chave: diferença andina; cosmopolítica andina; Pachamama; Sumak Kawsay.

Research paper thumbnail of LibroTJF- EL PENSAMIENTO ANDINO DE LA DIFERENCIA.pdf

Algo de novo acontece como potência de pensamento para o milênio? Que novas práticas e sob que in... more Algo de novo acontece como potência de pensamento para o milênio? Que novas práticas e sob que institucionalidade? O pensamento andino da diferença aponta para uma das direções em que a filosofia pode explodir de pleno direito, com potências inusitadas, no ponto de dissolução das fronteiras entre “filosofias em sentido estrito” e “filosofias em sentido amplo”. Trata-se da força inaugural da remoção de uma das mais persistentes barreiras às transformações do pensamento imposta pela dinâmica colonialista iniciada pela expansão europeia do século XV. Se uma ética liberal disponível com signo de boa política tende a nos fazer pensar que os nossos encontros com radicalmente outros devem ser educadamente enquadrados em marcos da tolerância diante das diferenças, condescendência multicultural se revela aqui insuficiente. Aqui se busca expandir a experimentação transfilosófica de uma filosofia não-ocidental.
Afinal, como a irrupção da alteridade de pensamento na forma da diferença indígena nos levaria a pensar além do multiculturalismo numa outra expressão da filosofia das diferenças? Mais do que tolerar, passa a estar em jogo o se deixar desestabilizar pela diferença na relação como condição de transformação do pensamento.
Partir rumo ao desconhecido, esta era a questão colocada pelo autor. O que, a princípio, se apresentava como um mundo andino em sua diferença no extenso, como marcas daquilo que ali acontece e se afirma em suas forças. O que se colocou em jogo foi a natureza da experiência de se relacionar ao movimento produtivo dos fluxos de modos de vida “andinos” (irredutíveis, portanto, às suas marcas ou identidades). O desconhecimento, portanto, como condição para poder ser afetado pela potência desta produção em suas ações e expressões pelas quais efetuam uma diferença e sustentam intensidades como práticas políticas de existência.
O que entra em jogo neste escrito é uma filosofia da experimentação como um gosto real pela diferenciação (DELEUZE, 2006). Um encontro com o mundo andino como um chamado à experimentação, mas não uma experimentação habitual onde organizamos a experiência para um enriquecimento da ordem representativa, reforçando as fixações que nos sustentam como sujeito moral em uma sociedade como a nossa (ocidental). A experiência como ato de diferenciação implica produção de afetos ou intensidades ativas geradas em relação a um potencial diferencial, no caso, em meio aos atravessamentos das forças da vida andina em nós.
Trata-se de uma cartografia de conceitos andinos, amparada na filosofia da diferença, sobretudo, de Nietzsche, atualizado e desdobrado por Deleuze (2006) e Deleuze & Guattari (1995; 1997). O que não significa uma sobrecodificação filosófica, mas justamente o contrário, como uma atenção às condições de uma abertura às singularidades do sentir e pensar a diferença na relação. Deste modo, buscar ressonâncias da filosofia andina e seus conceitos com os conceitos da filosofia da diferença, diferente de um consenso, torna-se um focar na pura afirmação de tudo que difere e, com isso, na afirmação recíproca da capacidade de criação de modos de vida singulares (o ponto de vista da vida em processo de diferenciação).
Neste sentido, o livro “O Pensamento Andino da diferença” acontece no encontro intercultural com o mundo andino-indígena equatoriano e seus afetos diferenciantes. O autor, ao acompanhar a constituição da Universidade "Amawtay Wasi" (no Equador) nos faz encontrar um espaço de enunciação indígena e de produção de um conhecimento aberto e atento às potências (visíveis e invisíveis) de criação e transformação do mundo. Um encontro que se constitui em uma espécie de testemunho de inquietudes e questionamento que se vão abrindo em direção ao desejo de abertura das forças diferenciantes indígenas, a diferença como princípio de produção incessante de outras subjetividades, outras opções e modos de viver. Um escrito que acontece, portanto, em relação à multiplicidade e os paradoxos de uma “epistemologia” andina e suas interpelações a subjetividade moral da modernidade ocidental (colocando em evidencia a conjunção saber-poder que nela se articula). Interpelações éticas, estéticas e, sobretudo, políticas.

Papers by Tercio J . Fehlauer

Research paper thumbnail of Caracterização da produção de genótipos de banana introduzidos na região de Bonito - MS Characterization of the production of banana genotypes in Bonito region, Mato Gosso do Sul State

DOAJ (DOAJ: Directory of Open Access Journals), Sep 1, 2010

RESUMO-Este trabalho visou a avaliar o comportamento de quatro genótipos de banana: híbridos FHIA... more RESUMO-Este trabalho visou a avaliar o comportamento de quatro genótipos de banana: híbridos FHIA 1, BRS FHIA 18 e as cultivares Caipira e Prata-Anã durante o primeiro ciclo de produção, nas condições edafoclimáticas de Bonito, Mato Grosso do Sul. As maiores produtividades foram observadas para os híbridos FHIA 1 e BRS FHIA 18, com médias de 26,95 e 24,5 t/ha, respectivamente. Os híbridos foram superiores, estatisticamente, para as características massa do cacho (MC), número de pencas (NP), massa da ráquis (MR) e massa total de frutos (MTF). Os híbridos e a cultivar Caipira apresentaram médias semelhantes para número total de frutos (NTF), destacando-se o híbrido BRS FHIA 18 com 119,30. Quanto ao ciclo de produção, o híbrido BRS FHIA 18 e as cultivares apresentaram o mesmo período de floração à colheita (PFC), em média, 142 dias. O híbrido BRS FHIA 18 e 'Prata-Anã' tiveram comportamento mais precoce para o florescimento (NDF), enquanto o híbrido FHIA 1, mais tardio, apresentou menor período do florescimento à colheita (120 dias). Pelos resultados desta avaliação, os híbridos FHIA 1 e BRS FHIA 18 apresentaram melhor produtividade. O híbrido BRS FHIA 18 teve menor ciclo produtivo na região de Bonito-MS. Termos para indexação: Musa spp., cultivares, híbridos, ciclo de produção.

Research paper thumbnail of Para além do “pachamamismo”: Pachamama e Sumak Kawsay como potência cosmopolítica andina

Tellus, Apr 24, 2017

Na multiplicidade gramatical que irrompe de uma experiência cartográfi ca em meio ao pensamento a... more Na multiplicidade gramatical que irrompe de uma experiência cartográfi ca em meio ao pensamento andino-indígena, enfocaremos principalmente dois conceitos de passagem necessários à paisagem conceitual da diferença andina, Pachamama e Sumak Kawsay. a) Pachamama como o mundo vivo em nosso corpo sob o modo de afetos e perceptos (englobante e transcendente à "natureza"); b) Sumak Kawsay como estética andina da "esplêndida existência" e seus critérios para uma vida intensa. Afi rmação do sensível que engendra outra relação com o corpo, um saber-do-corpo e um atuar micropolítico em um mundo-vivo. Na composição e desdobramento desses conceitos (em meio à multiplicidade da vida andina) se apresentam elementos éticos, estéticos e políticos da resistência andino-indígena.

Research paper thumbnail of Un camino sin camino" : a epistemologia paradoxal da universidade "amawtay wasi" e o paradoxo indígena do desenvolvimento rural equatoriano

This work reflects the meeting of form and forces in the Ecuadorian Andeanindigenous world in the... more This work reflects the meeting of form and forces in the Ecuadorian Andeanindigenous world in the context of the institutional rise of the "Amawtay Wasi" University. It represents a number of concerns and issues arising from the opening of the indigenous' differentiating forces, to the difference as a production principle and other subjectivities as well as other choices and lifestyles. On accompanying the foundation of the "Amawtay Wasi" University, we observed a space for the indigenous people enunciation and affirmation of their virtualities and corporal potencies,and a space to produce open knowledge which attends to the power of creation and world transformation (according to the celebrative , ritual and shamanic expressions of the Andean world). This study is therefore connected to the singularities and paradoxes of an Andean "epistemology" and its interpelations to the moral subjectivity of the western modernity (highlighting the ontological imbrications of knowledge and power articulated in it). The aim of this work is to articulate links of expression to the tensions generated either by the State mechanisms of capture and coercive control of the indigenous peoples' difference or by the enunciation modes (for instance in Sumak Kawsay, interculturalism and plurinationality), such as indigenous peoples' dislocation methods (and resistance) to codes and transformation axioms of the Ecuadorian nation-State, especially in its main semiotic operator, the idea of development.

Research paper thumbnail of Caracterização da produção de genótipos de banana introduzidos na região de Bonito - MS

Revista Brasileira de Fruticultura, 2010

Este trabalho visou a avaliar o comportamento de quatro genótipos de banana: híbridos FHIA 1, BRS... more Este trabalho visou a avaliar o comportamento de quatro genótipos de banana: híbridos FHIA 1, BRS FHIA 18 e as cultivares Caipira e Prata-Anã durante o primeiro ciclo de produção, nas condições edafoclimáticas de Bonito, Mato Grosso do Sul. As maiores produtividades foram observadas para os híbridos FHIA 1 e BRS FHIA 18, com médias de 26,95 e 24,5 t/ha, respectivamente. Os híbridos foram superiores, estatisticamente, para as características massa do cacho (MC), número de pencas (NP), massa da ráquis (MR) e massa total de frutos (MTF). Os híbridos e a cultivar Caipira apresentaram médias semelhantes para número total de frutos (NTF), destacando-se o híbrido BRS FHIA 18 com 119,30. Quanto ao ciclo de produção, o híbrido BRS FHIA 18 e as cultivares apresentaram o mesmo período de floração à colheita (PFC), em média, 142 dias. O híbrido BRS FHIA 18 e 'Prata-Anã' tiveram comportamento mais precoce para o florescimento (NDF), enquanto o híbrido FHIA 1, mais tardio, apresentou meno...

Research paper thumbnail of Bioeconomia e Sociobiodiversidade Na Perspectiva Agroecológica Para O Bem Viver

Revista Brasileira de Agroecologia

No cenário de mudança climática e crise socioambiental generalizada emerge a necessidade de outro... more No cenário de mudança climática e crise socioambiental generalizada emerge a necessidade de outro modo do existir humano na terra. O artigo procura contribuir com a discussão da Bioeconomia, apontando práticas e interações produtivas, de natureza socioambiental, que valorizam as comunidades locais, camponesas, indígenas e quilombolas, entre outras, em suas singularidades e contingências, nos modos de produção e práxis econômica. Apresenta a bioeconomia, a sociobiodiversidade, a economia solidária e a agroecologia como temas entrelaçados com o Bem Viver, para viabilizar a bioeconomia, valorizando as populações locais. Para manter as funções ecossistêmicas das áreas naturais e a dignidade dos povos, o Bem Viver e o uso sustentável dos recursos naturais e culturais, é necessária a Bioeconomia. Passando de uma visão circular da economia para uma visão metabólica da mesma, entendemos que qualquer economia que se pratique na terra, necessariamente é uma bioeconomia.

Research paper thumbnail of Consideracoes criticas sobre o conceito etnodesenvolvimento: para pensar a condescendencia na relacao intercultural

Tellus A, Nov 20, 2014

Resumo: O mito moderno do desenvolvimento marca a teoria e prática do pesquisador ocidental. Nova... more Resumo: O mito moderno do desenvolvimento marca a teoria e prática do pesquisador ocidental. Novas derivações, como o conceito etnodesenvolvimento , dentre outros que surgem da crítica histórica e social do desenvolvimento, no entanto, não se dissociam de certos pressupostos inerentes à cosmologia ocidental, especialmente o privilégio da estrutura (teórica) sobre a agência (prática). Desta forma, o conceito etnodesenvolvimento, embora postule um ideal descentrado e democrático, não consegue superar a mentalidade que lhe dá origem, reproduzindo hábitos (que denominamos de "agendas ocultas") da centralização estatal. Palavras-chave: Etnodesenvolvimento, agência indígena, participação intercultural.

Research paper thumbnail of “Agroecologia em terras indígenas”: das fronteiras da sustentabilidade à política de educação intercultural

Tellus, 2014

A agroecologia, mesmo essencialmente crítica, vem manifestando limitações na relação com os povos... more A agroecologia, mesmo essencialmente crítica, vem manifestando limitações na relação com os povos indígenas. O desafio agroecólogico proposto para uma relação intercultural afirmativa dizr espeito à superação das posturas etnocêntricas e hierarquizantes recorrentes em seus discursos. Neste sentido, a conformação da política pedagógica de um curso superior de agroecologia para indígenas (curso“Agroecologia em Terras Indígenas”) vem possibilitar a criação de um espaço pedagógico intercultural que reconheça e compreenda as dinâmicas produtivas indígenas nos seus próprios termos e circunstâncias, libertos de determinismos conceituais e da imposição de grades interpretativas alheias. Esta premissa de conhecimento social passa a balizar a construção da sustentabilidade em Terras Indígenas e suas experiências.

Research paper thumbnail of Agroecologia em Terras Indigenas das fronteiras da sustentabilidade a politica de educacao intercultural

Tellus

AGROECOLOGIA EM TERRAS INDÍGENAS: das fronteiras da sustentabilidade à política de educação inter... more AGROECOLOGIA EM TERRAS INDÍGENAS: das fronteiras da sustentabilidade à política de educação intercultural Tércio Fehlauer 0 0 0 0 Caroline Ayala**

Research paper thumbnail of “Chega de tanta teoria!”: notas de uma crítica do discurso na agroecologia

Revista Brasileira De Agroecologia, Sep 28, 2007

Resumo: A disciplina agroecológica vem expressando posturas críticas em relação à ciência positiv... more Resumo: A disciplina agroecológica vem expressando posturas críticas em relação à ciência positivista e cartesiana, sobretudo, postulando a necessidade de um novo paradigma científico. Segundo Gomes (2005), qualquer avanço nesta direção depende da emergência de condições para um melhor "diálogo de saberes". Neste artigo, no esforço de compreensão da natureza destas condições para que a diversidade de saberes e experiências se manifestem com maior liberdade, coloco o problema do discurso, na acepção foucaultiana (Foucault, 2006), como referência de análise da dificuldade desta nova disciplina em romper com as estruturas discursivas da ciência moderna. O reconhecimento da lógica discursiva (que não questiona a ideologia da razão) como modos de reprodução dos efeitos de poder do saber científico, podem sinalizar para a compreensão das recorrentes criticas ao teoricismo na agroecologia e dos limites agroecológicos na compreensão das bases para a emergência desta diversidade recalcada de saberes. Palavras-chaves: Agroecologia e discurso, teoricismo, discurso e poder. Abstract: agroecologic subject has expressed critical postures concerning the positivist and cartesian science especially as it creates the need for a new scientific paradigm. According to Gomes (2005), any advance towards this direction depends on the emergency of conditions for a better "dialogue of knowledge". In this article, in the attempt of understanding the nature of such conditions so that the diversity of knowledge and experiences may be manifested more freely, I expose the discourse problem from the perspective of Foucault (Foucault, 2006). This was done as a reference of analysis of this new subject ´s difficulty in finishing with discourse structures of modern science. The recognition of the discourse logic, (which does not question the ideology of reason) as a way to reproduce the effects of power of the scientific knowledge, can lead to the understanding of recurrent criticism to theoricism in agroecology and of the limits imposed by the latter for the understanding of the basis for the emergency of this diversity of knowledge.

Research paper thumbnail of 153 - Aproveitamento econômico sustentável do baru no Assentamento São Manoel, em Anastácio, MS

Cadernos De Agroecologia, Jun 17, 2011

Visando melhorar o beneficiamento do baru por agricultores familiares do assentamento Sao Manoel,... more Visando melhorar o beneficiamento do baru por agricultores familiares do assentamento Sao Manoel, Municipio de Anastacio, MS, a Agraer/Cepaer, com recursos do CNPq e apoio de um grupo de agricultores, esta realizando um trabalho que envolve o desenvolvimento de tecnicas de despolpamento e extracao da amendoa do baru e realizacao de intercâmbio com experiencias congeneres. O projeto e intitulado Aproveitamento economico sustentavel do baru, no assentamento Sao Manoel, Municipio de Anastacio, MS. Sua execucao teve inicio em 2009, com previsao de termino em 2011. A metodologia do trabalho e participativa, onde os agricultores envolvidos participam da execucao de todas as atividades do projeto desenvolvidas no assentamento. Espera-se que o grupo e a comunidade possam, apos o termino do projeto, utilizar e aperfeicoar os equipamentos e ampliar o intercâmbio e conhecimentos gerados em prol do aproveitamento sustentavel do baru e outras especies do Cerrado

Research paper thumbnail of Artigo Pachamama Tellus publicado.pdf

Revista Telllus, 2017

Na multiplicidade gramática que irrompe de uma experiência cartográfica em meio ao pensamento and... more Na multiplicidade gramática que irrompe de uma experiência cartográfica em meio ao pensamento andino-indígena, enfocaremos principalmente dois conceitos de passagem necessários à paisagem conceitual da diferença andina, Pachamama e Sumak Kawsay. a) Pachamama como o mundo vivo em nosso corpo sob o modo de afetos e perceptos (englobante e transcendente à “natureza”); b) Sumak Kawsay como estética andina da “esplêndida existência” e seus critérios para uma vida intensa. Afirmação do sensível que engendra outra relação com o corpo, um saber-do-corpo e um atuar micropolítico em um mundo-vivo. Na composição e desdobramento destes conceitos (em meio à multiplicidade da vida andina) se apresentam elementos éticos, estéticos e políticos da resistência andino-indígena.

Research paper thumbnail of Formação técnica indígena como prática emancipatória? A experiência do curso "Agroecologia em Terras Indígenas" em questão

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Resumo: Na multiplicidade gramatical que irrompe de uma experiência cartográfi ca em meio ao pens... more Resumo: Na multiplicidade gramatical que irrompe de uma experiência cartográfi ca em meio ao pensamento andino-indígena, enfocaremos principalmente dois conceitos de passagem necessários à paisagem conceitual da diferença andina, Pachamama e Sumak Kawsay. a) Pachamama como o mundo vivo em nosso corpo sob o modo de afetos e perceptos (englobante e transcendente à "natureza"); b) Sumak Kawsay como estética andina da "esplêndida existência" e seus critérios para uma vida intensa. Afi rmação do sensível que engendra outra relação com o corpo, um saber-do-corpo e um atuar micropolítico em um mundo-vivo. Na composição e desdobramento desses conceitos (em meio à multiplicidade da vida andina) se apresentam elementos éticos, estéticos e políticos da resistência andino-indígena. Palavras-chave: diferença andina; cosmopolítica andina; Pachamama; Sumak Kawsay.

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Algo de novo acontece como potência de pensamento para o milênio? Que novas práticas e sob que in... more Algo de novo acontece como potência de pensamento para o milênio? Que novas práticas e sob que institucionalidade? O pensamento andino da diferença aponta para uma das direções em que a filosofia pode explodir de pleno direito, com potências inusitadas, no ponto de dissolução das fronteiras entre “filosofias em sentido estrito” e “filosofias em sentido amplo”. Trata-se da força inaugural da remoção de uma das mais persistentes barreiras às transformações do pensamento imposta pela dinâmica colonialista iniciada pela expansão europeia do século XV. Se uma ética liberal disponível com signo de boa política tende a nos fazer pensar que os nossos encontros com radicalmente outros devem ser educadamente enquadrados em marcos da tolerância diante das diferenças, condescendência multicultural se revela aqui insuficiente. Aqui se busca expandir a experimentação transfilosófica de uma filosofia não-ocidental.
Afinal, como a irrupção da alteridade de pensamento na forma da diferença indígena nos levaria a pensar além do multiculturalismo numa outra expressão da filosofia das diferenças? Mais do que tolerar, passa a estar em jogo o se deixar desestabilizar pela diferença na relação como condição de transformação do pensamento.
Partir rumo ao desconhecido, esta era a questão colocada pelo autor. O que, a princípio, se apresentava como um mundo andino em sua diferença no extenso, como marcas daquilo que ali acontece e se afirma em suas forças. O que se colocou em jogo foi a natureza da experiência de se relacionar ao movimento produtivo dos fluxos de modos de vida “andinos” (irredutíveis, portanto, às suas marcas ou identidades). O desconhecimento, portanto, como condição para poder ser afetado pela potência desta produção em suas ações e expressões pelas quais efetuam uma diferença e sustentam intensidades como práticas políticas de existência.
O que entra em jogo neste escrito é uma filosofia da experimentação como um gosto real pela diferenciação (DELEUZE, 2006). Um encontro com o mundo andino como um chamado à experimentação, mas não uma experimentação habitual onde organizamos a experiência para um enriquecimento da ordem representativa, reforçando as fixações que nos sustentam como sujeito moral em uma sociedade como a nossa (ocidental). A experiência como ato de diferenciação implica produção de afetos ou intensidades ativas geradas em relação a um potencial diferencial, no caso, em meio aos atravessamentos das forças da vida andina em nós.
Trata-se de uma cartografia de conceitos andinos, amparada na filosofia da diferença, sobretudo, de Nietzsche, atualizado e desdobrado por Deleuze (2006) e Deleuze & Guattari (1995; 1997). O que não significa uma sobrecodificação filosófica, mas justamente o contrário, como uma atenção às condições de uma abertura às singularidades do sentir e pensar a diferença na relação. Deste modo, buscar ressonâncias da filosofia andina e seus conceitos com os conceitos da filosofia da diferença, diferente de um consenso, torna-se um focar na pura afirmação de tudo que difere e, com isso, na afirmação recíproca da capacidade de criação de modos de vida singulares (o ponto de vista da vida em processo de diferenciação).
Neste sentido, o livro “O Pensamento Andino da diferença” acontece no encontro intercultural com o mundo andino-indígena equatoriano e seus afetos diferenciantes. O autor, ao acompanhar a constituição da Universidade "Amawtay Wasi" (no Equador) nos faz encontrar um espaço de enunciação indígena e de produção de um conhecimento aberto e atento às potências (visíveis e invisíveis) de criação e transformação do mundo. Um encontro que se constitui em uma espécie de testemunho de inquietudes e questionamento que se vão abrindo em direção ao desejo de abertura das forças diferenciantes indígenas, a diferença como princípio de produção incessante de outras subjetividades, outras opções e modos de viver. Um escrito que acontece, portanto, em relação à multiplicidade e os paradoxos de uma “epistemologia” andina e suas interpelações a subjetividade moral da modernidade ocidental (colocando em evidencia a conjunção saber-poder que nela se articula). Interpelações éticas, estéticas e, sobretudo, políticas.

Research paper thumbnail of Caracterização da produção de genótipos de banana introduzidos na região de Bonito - MS Characterization of the production of banana genotypes in Bonito region, Mato Gosso do Sul State

DOAJ (DOAJ: Directory of Open Access Journals), Sep 1, 2010

RESUMO-Este trabalho visou a avaliar o comportamento de quatro genótipos de banana: híbridos FHIA... more RESUMO-Este trabalho visou a avaliar o comportamento de quatro genótipos de banana: híbridos FHIA 1, BRS FHIA 18 e as cultivares Caipira e Prata-Anã durante o primeiro ciclo de produção, nas condições edafoclimáticas de Bonito, Mato Grosso do Sul. As maiores produtividades foram observadas para os híbridos FHIA 1 e BRS FHIA 18, com médias de 26,95 e 24,5 t/ha, respectivamente. Os híbridos foram superiores, estatisticamente, para as características massa do cacho (MC), número de pencas (NP), massa da ráquis (MR) e massa total de frutos (MTF). Os híbridos e a cultivar Caipira apresentaram médias semelhantes para número total de frutos (NTF), destacando-se o híbrido BRS FHIA 18 com 119,30. Quanto ao ciclo de produção, o híbrido BRS FHIA 18 e as cultivares apresentaram o mesmo período de floração à colheita (PFC), em média, 142 dias. O híbrido BRS FHIA 18 e 'Prata-Anã' tiveram comportamento mais precoce para o florescimento (NDF), enquanto o híbrido FHIA 1, mais tardio, apresentou menor período do florescimento à colheita (120 dias). Pelos resultados desta avaliação, os híbridos FHIA 1 e BRS FHIA 18 apresentaram melhor produtividade. O híbrido BRS FHIA 18 teve menor ciclo produtivo na região de Bonito-MS. Termos para indexação: Musa spp., cultivares, híbridos, ciclo de produção.

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Tellus, Apr 24, 2017

Na multiplicidade gramatical que irrompe de uma experiência cartográfi ca em meio ao pensamento a... more Na multiplicidade gramatical que irrompe de uma experiência cartográfi ca em meio ao pensamento andino-indígena, enfocaremos principalmente dois conceitos de passagem necessários à paisagem conceitual da diferença andina, Pachamama e Sumak Kawsay. a) Pachamama como o mundo vivo em nosso corpo sob o modo de afetos e perceptos (englobante e transcendente à "natureza"); b) Sumak Kawsay como estética andina da "esplêndida existência" e seus critérios para uma vida intensa. Afi rmação do sensível que engendra outra relação com o corpo, um saber-do-corpo e um atuar micropolítico em um mundo-vivo. Na composição e desdobramento desses conceitos (em meio à multiplicidade da vida andina) se apresentam elementos éticos, estéticos e políticos da resistência andino-indígena.

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This work reflects the meeting of form and forces in the Ecuadorian Andeanindigenous world in the... more This work reflects the meeting of form and forces in the Ecuadorian Andeanindigenous world in the context of the institutional rise of the "Amawtay Wasi" University. It represents a number of concerns and issues arising from the opening of the indigenous' differentiating forces, to the difference as a production principle and other subjectivities as well as other choices and lifestyles. On accompanying the foundation of the "Amawtay Wasi" University, we observed a space for the indigenous people enunciation and affirmation of their virtualities and corporal potencies,and a space to produce open knowledge which attends to the power of creation and world transformation (according to the celebrative , ritual and shamanic expressions of the Andean world). This study is therefore connected to the singularities and paradoxes of an Andean "epistemology" and its interpelations to the moral subjectivity of the western modernity (highlighting the ontological imbrications of knowledge and power articulated in it). The aim of this work is to articulate links of expression to the tensions generated either by the State mechanisms of capture and coercive control of the indigenous peoples' difference or by the enunciation modes (for instance in Sumak Kawsay, interculturalism and plurinationality), such as indigenous peoples' dislocation methods (and resistance) to codes and transformation axioms of the Ecuadorian nation-State, especially in its main semiotic operator, the idea of development.

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Revista Brasileira de Fruticultura, 2010

Este trabalho visou a avaliar o comportamento de quatro genótipos de banana: híbridos FHIA 1, BRS... more Este trabalho visou a avaliar o comportamento de quatro genótipos de banana: híbridos FHIA 1, BRS FHIA 18 e as cultivares Caipira e Prata-Anã durante o primeiro ciclo de produção, nas condições edafoclimáticas de Bonito, Mato Grosso do Sul. As maiores produtividades foram observadas para os híbridos FHIA 1 e BRS FHIA 18, com médias de 26,95 e 24,5 t/ha, respectivamente. Os híbridos foram superiores, estatisticamente, para as características massa do cacho (MC), número de pencas (NP), massa da ráquis (MR) e massa total de frutos (MTF). Os híbridos e a cultivar Caipira apresentaram médias semelhantes para número total de frutos (NTF), destacando-se o híbrido BRS FHIA 18 com 119,30. Quanto ao ciclo de produção, o híbrido BRS FHIA 18 e as cultivares apresentaram o mesmo período de floração à colheita (PFC), em média, 142 dias. O híbrido BRS FHIA 18 e 'Prata-Anã' tiveram comportamento mais precoce para o florescimento (NDF), enquanto o híbrido FHIA 1, mais tardio, apresentou meno...

Research paper thumbnail of Bioeconomia e Sociobiodiversidade Na Perspectiva Agroecológica Para O Bem Viver

Revista Brasileira de Agroecologia

No cenário de mudança climática e crise socioambiental generalizada emerge a necessidade de outro... more No cenário de mudança climática e crise socioambiental generalizada emerge a necessidade de outro modo do existir humano na terra. O artigo procura contribuir com a discussão da Bioeconomia, apontando práticas e interações produtivas, de natureza socioambiental, que valorizam as comunidades locais, camponesas, indígenas e quilombolas, entre outras, em suas singularidades e contingências, nos modos de produção e práxis econômica. Apresenta a bioeconomia, a sociobiodiversidade, a economia solidária e a agroecologia como temas entrelaçados com o Bem Viver, para viabilizar a bioeconomia, valorizando as populações locais. Para manter as funções ecossistêmicas das áreas naturais e a dignidade dos povos, o Bem Viver e o uso sustentável dos recursos naturais e culturais, é necessária a Bioeconomia. Passando de uma visão circular da economia para uma visão metabólica da mesma, entendemos que qualquer economia que se pratique na terra, necessariamente é uma bioeconomia.

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Tellus A, Nov 20, 2014

Resumo: O mito moderno do desenvolvimento marca a teoria e prática do pesquisador ocidental. Nova... more Resumo: O mito moderno do desenvolvimento marca a teoria e prática do pesquisador ocidental. Novas derivações, como o conceito etnodesenvolvimento , dentre outros que surgem da crítica histórica e social do desenvolvimento, no entanto, não se dissociam de certos pressupostos inerentes à cosmologia ocidental, especialmente o privilégio da estrutura (teórica) sobre a agência (prática). Desta forma, o conceito etnodesenvolvimento, embora postule um ideal descentrado e democrático, não consegue superar a mentalidade que lhe dá origem, reproduzindo hábitos (que denominamos de "agendas ocultas") da centralização estatal. Palavras-chave: Etnodesenvolvimento, agência indígena, participação intercultural.

Research paper thumbnail of “Agroecologia em terras indígenas”: das fronteiras da sustentabilidade à política de educação intercultural

Tellus, 2014

A agroecologia, mesmo essencialmente crítica, vem manifestando limitações na relação com os povos... more A agroecologia, mesmo essencialmente crítica, vem manifestando limitações na relação com os povos indígenas. O desafio agroecólogico proposto para uma relação intercultural afirmativa dizr espeito à superação das posturas etnocêntricas e hierarquizantes recorrentes em seus discursos. Neste sentido, a conformação da política pedagógica de um curso superior de agroecologia para indígenas (curso“Agroecologia em Terras Indígenas”) vem possibilitar a criação de um espaço pedagógico intercultural que reconheça e compreenda as dinâmicas produtivas indígenas nos seus próprios termos e circunstâncias, libertos de determinismos conceituais e da imposição de grades interpretativas alheias. Esta premissa de conhecimento social passa a balizar a construção da sustentabilidade em Terras Indígenas e suas experiências.

Research paper thumbnail of Agroecologia em Terras Indigenas das fronteiras da sustentabilidade a politica de educacao intercultural

Tellus

AGROECOLOGIA EM TERRAS INDÍGENAS: das fronteiras da sustentabilidade à política de educação inter... more AGROECOLOGIA EM TERRAS INDÍGENAS: das fronteiras da sustentabilidade à política de educação intercultural Tércio Fehlauer 0 0 0 0 Caroline Ayala**

Research paper thumbnail of “Chega de tanta teoria!”: notas de uma crítica do discurso na agroecologia

Revista Brasileira De Agroecologia, Sep 28, 2007

Resumo: A disciplina agroecológica vem expressando posturas críticas em relação à ciência positiv... more Resumo: A disciplina agroecológica vem expressando posturas críticas em relação à ciência positivista e cartesiana, sobretudo, postulando a necessidade de um novo paradigma científico. Segundo Gomes (2005), qualquer avanço nesta direção depende da emergência de condições para um melhor "diálogo de saberes". Neste artigo, no esforço de compreensão da natureza destas condições para que a diversidade de saberes e experiências se manifestem com maior liberdade, coloco o problema do discurso, na acepção foucaultiana (Foucault, 2006), como referência de análise da dificuldade desta nova disciplina em romper com as estruturas discursivas da ciência moderna. O reconhecimento da lógica discursiva (que não questiona a ideologia da razão) como modos de reprodução dos efeitos de poder do saber científico, podem sinalizar para a compreensão das recorrentes criticas ao teoricismo na agroecologia e dos limites agroecológicos na compreensão das bases para a emergência desta diversidade recalcada de saberes. Palavras-chaves: Agroecologia e discurso, teoricismo, discurso e poder. Abstract: agroecologic subject has expressed critical postures concerning the positivist and cartesian science especially as it creates the need for a new scientific paradigm. According to Gomes (2005), any advance towards this direction depends on the emergency of conditions for a better "dialogue of knowledge". In this article, in the attempt of understanding the nature of such conditions so that the diversity of knowledge and experiences may be manifested more freely, I expose the discourse problem from the perspective of Foucault (Foucault, 2006). This was done as a reference of analysis of this new subject ´s difficulty in finishing with discourse structures of modern science. The recognition of the discourse logic, (which does not question the ideology of reason) as a way to reproduce the effects of power of the scientific knowledge, can lead to the understanding of recurrent criticism to theoricism in agroecology and of the limits imposed by the latter for the understanding of the basis for the emergency of this diversity of knowledge.

Research paper thumbnail of 153 - Aproveitamento econômico sustentável do baru no Assentamento São Manoel, em Anastácio, MS

Cadernos De Agroecologia, Jun 17, 2011

Visando melhorar o beneficiamento do baru por agricultores familiares do assentamento Sao Manoel,... more Visando melhorar o beneficiamento do baru por agricultores familiares do assentamento Sao Manoel, Municipio de Anastacio, MS, a Agraer/Cepaer, com recursos do CNPq e apoio de um grupo de agricultores, esta realizando um trabalho que envolve o desenvolvimento de tecnicas de despolpamento e extracao da amendoa do baru e realizacao de intercâmbio com experiencias congeneres. O projeto e intitulado Aproveitamento economico sustentavel do baru, no assentamento Sao Manoel, Municipio de Anastacio, MS. Sua execucao teve inicio em 2009, com previsao de termino em 2011. A metodologia do trabalho e participativa, onde os agricultores envolvidos participam da execucao de todas as atividades do projeto desenvolvidas no assentamento. Espera-se que o grupo e a comunidade possam, apos o termino do projeto, utilizar e aperfeicoar os equipamentos e ampliar o intercâmbio e conhecimentos gerados em prol do aproveitamento sustentavel do baru e outras especies do Cerrado

Research paper thumbnail of Artigo Pachamama Tellus publicado.pdf

Revista Telllus, 2017

Na multiplicidade gramática que irrompe de uma experiência cartográfica em meio ao pensamento and... more Na multiplicidade gramática que irrompe de uma experiência cartográfica em meio ao pensamento andino-indígena, enfocaremos principalmente dois conceitos de passagem necessários à paisagem conceitual da diferença andina, Pachamama e Sumak Kawsay. a) Pachamama como o mundo vivo em nosso corpo sob o modo de afetos e perceptos (englobante e transcendente à “natureza”); b) Sumak Kawsay como estética andina da “esplêndida existência” e seus critérios para uma vida intensa. Afirmação do sensível que engendra outra relação com o corpo, um saber-do-corpo e um atuar micropolítico em um mundo-vivo. Na composição e desdobramento destes conceitos (em meio à multiplicidade da vida andina) se apresentam elementos éticos, estéticos e políticos da resistência andino-indígena.