Ali do Espírito Santo | Universidade Federal do Rio Grande do Sul (original) (raw)
Papers by Ali do Espírito Santo
"Podemos dizer que o xenofeminismo, além de ser um inumanismo, é também um prometeísmo — não acei... more "Podemos dizer que o xenofeminismo, além de ser um inumanismo, é também um prometeísmo — não aceitar os limites pré-determinados sobre o que podemos ou não alçar enquanto humanidade deve ser uma questão de autodeterminação coletiva. Ou seja, na perspectiva xenofeminista, não há razão para aceitarmos que os limites biológicos do gênero “homem” ou “mulher” devam ser medidos por esses
mesmos parâmetros biológicos exclusivamente, como faz a cultura, o senso comum e alguns fundamentalismos religiosos, mesmo que tais diferenças impliquem em políticas repressivas concretas que diferenciam os corpos. A condição sociotécnica do que nomeamos ciência médica deve ser entendida então como uma situação evolutiva que pode nos ajudar a definitivamente romper os limites da biologia. Logo, uma abordagem tecnomaterialista pode proliferar um real desequilíbrio da
ordem teológica, ou seja, dessa sustentação moral que atinge diversas camadas das epistemes calcificadas no mundo como ele é. As políticas, transfeministas de transição, queer e pelo direito legal ao aborto demarcam, quando ultrapassam os marcos individuais de reinvidicação e voltam-se para atingir um certo escalomento distributivo de práticas, a própria encarnação das promessas mutacionais da modernidade, as quais devem ser cada vez mais acessíveis a todas e todos."
Ali do Espírito Santo
Oficinando em rede, Co-habitar tempos impossívies, 2023
"Ao formularmos o conceito de didática da impureza, estamos diretamente preocupados em fazer uso... more "Ao formularmos o conceito de didática da impureza, estamos diretamente preocupados em fazer uso da tentaculação. Isso significa que a tentacularização da teoria precisa carregar consigo, até os espaços de exposição dessas, os agudos espinhos das proposições teóricas, evitando qualquer tipo de achatamento que deslibidinalize o trabalho conceitual e, portanto, as próprias teorias em si. O que torna a didática da impureza um manejo dos conceitos e não um plano de
multiplicidade em variação constante sem que possamos nos ater aos detalhes que fazem das teorias/conceitos moduladores das formas de vida concretamente posicionadas no mundo. Nesse sentido, a didática impura indica uma posição atípica ao produzir possibilidades de desenho que busquem refazer o cotidiano, podendo acelerar a dilatação-atualização de qualquer instância das práticas sociais (em sentido expandido) pela aproximação com os conceitos.
(...) Com isso, faremos uma breve explanação sobre as questões que mobilizaram os debates do grupo e que nos posicionaram enquanto um espaço impuro e tentacular de luta político-cognitiva. Abordaremos Denise Ferreira da Silva, Donna Haraway, o Xenofeminismo e o Aceleracionismo de esquerda nos próximos desdobramentos do texto. Como considerações finais, apostamos na didática da impureza como um relevante instrumento de formulação de novas práticas políticas, dentro e fora dos espaços acadêmicos."
Súmula do curso A arte contemporânea e o realismo capitalista: é possível ainda a arte ser política?
a arte contemporânea e o realismo capitalista : é possível (ainda) a arte ser política? A -Sobre ... more a arte contemporânea e o realismo capitalista : é possível (ainda) a arte ser política? A -Sobre o curso: Nas últimas décadas a esfera social vem passando por uma espécie de desintegração. O passado, o presente e o futuro tornaram-se imagens turvas, ficções de tempo, às vezes inapreensíveis com o devido peso necessário. Estamos imersos naquilo que Mark Fisher chamou de realismo capitalista, um campo ideológico transpessoal, uma estrutura de sentimento que coloniza o inconsciente cultural em acordo com as premissas do neoliberalismo.
Texto publicado no site da Glac Edições.
Revista Performatus, 2020
Texto publicado na Revista Performatus
Entrevista cedida para o curador Nicolas Beidack
"Classe" artística e Covid-19: falando sobre o básico, 2020
Texto publicado no site Lavra Palavra
É-VIDENTES : NOTES POUR LA FIN D'UN MONDE , 2018
Tradução do ensaio Notas E-videntes para o fim de um mundo pela revista online TRUNOIR - Paris (2... more Tradução do ensaio Notas E-videntes para o fim de um mundo pela revista online TRUNOIR - Paris (2020)
Seres mágicos de Ali do Espírito Santo por GABRIELA BARZAGHI DE LAURENTIS, 2021
Texto sobre a obra Mubasshirat's da insônia de Ali do Espírito Santo, para exposição "Para vir a ... more Texto sobre a obra Mubasshirat's da insônia de Ali do Espírito Santo, para exposição "Para vir a ser o que sou", organizado por Nicolas Beidacki, de autoria da artista e pesquisadora GABRIELA BARZAGHI DE LAURENTIS.
Catálogo da exposição PARA VIR A SER O QUE SOU (2021), 2021
Textos de VICENTE CARCUCHINSKI, GABRIELA DE LAURENTIIS e BRUNO POLIDORO sobre a obra de Ali do Es... more Textos de VICENTE CARCUCHINSKI, GABRIELA DE LAURENTIIS e BRUNO POLIDORO sobre a obra de Ali do Espírito Santo
Catálogo exposição NO HORIZONTE PROFUNDO, 2021
Texto de Laís Possamai
Catálogo da exposição Ars Sexualis
Prefácio por Ali do Espírito Santo
ALI DO ESPÍRITO SANTO Ali do Espírito Santo nasceu em Cuiabá-MT, em 1988. Atualmente, trabalha e ... more ALI DO ESPÍRITO SANTO Ali do Espírito Santo nasceu em Cuiabá-MT, em 1988. Atualmente, trabalha e estuda em Porto Alegre-RS. Graduado em Artes Visuais pela UFRGS, se dedica a performance, a escrita e a criação de fotoimagens. Sua pesquisa se desdobra em suportes variados, perpassando por temas como a hiperficção, as mitologias mágicas e a política como orientação de criação. Em 2016, foi criador e gestor do projeto Casa Peirô; e no mesmo ano participou de uma residência com o grupo de performance La Pocha Nostra (México/EUA). Exibiu trabalhos em diversas exposições coletivas, entre elas "A Sombra da Cruz", na Galeria Península, com curadoria de Gala Berger. Em 2018, participou da performance "Capa Canal" do artista Hector Zamorra na 17º Bienal do Mercosul, e no mesmo ano realizou o projeto Odoxê, na Bronze Residência, sua segunda exposição individual. Em 2019, teve o projeto de exposição "Nada Explícito" contemplado pelo edital do IEAVI em 1º lugar, realizando então sua terceira exposição individual. Foi indicado ao Prêmio Aliança Francesa de arte contemporânea em 2017 e na categoria artista destaque no Prêmio Açorianos de Artes Visuais em 2019. NICOLAS BEIDACKI Graduado em Teatro-Licenciatura pela Universidade Federal de Pelotas, é Conselheiro de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, professor de teatro, dramaturgo, curador, produtor e artista visual. Em 2020, é vencedor do Prêmio Funarte de Teatro pelo texto "Manual Para Náufragos", que participa de diversos festivais no Brasil e recebe uma Aula Magna na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, em Portugal. Pela visibilidade do texto, organiza, conjuntamente com relevantes nomes da dramaturgia no Rio Grande do Sul, a retomada do Prêmio Ivo Bender de Dramaturgia, a criação da categoria "dramaturgia" no Açorianos de Literatura e também o prêmio dramaturgia da AGES-Associação Gaúcha de Escritores. Nas artes visuais, cursa Especialização em Práticas Curatorias-UFRGS; e realizou as curadorias:
Sobre feitiçaria e combate, 2015
Sobre feitiçaria e combate Ensaio publicado no HIPOCAMPO art - Brasil, 2020
"Podemos dizer que o xenofeminismo, além de ser um inumanismo, é também um prometeísmo — não acei... more "Podemos dizer que o xenofeminismo, além de ser um inumanismo, é também um prometeísmo — não aceitar os limites pré-determinados sobre o que podemos ou não alçar enquanto humanidade deve ser uma questão de autodeterminação coletiva. Ou seja, na perspectiva xenofeminista, não há razão para aceitarmos que os limites biológicos do gênero “homem” ou “mulher” devam ser medidos por esses
mesmos parâmetros biológicos exclusivamente, como faz a cultura, o senso comum e alguns fundamentalismos religiosos, mesmo que tais diferenças impliquem em políticas repressivas concretas que diferenciam os corpos. A condição sociotécnica do que nomeamos ciência médica deve ser entendida então como uma situação evolutiva que pode nos ajudar a definitivamente romper os limites da biologia. Logo, uma abordagem tecnomaterialista pode proliferar um real desequilíbrio da
ordem teológica, ou seja, dessa sustentação moral que atinge diversas camadas das epistemes calcificadas no mundo como ele é. As políticas, transfeministas de transição, queer e pelo direito legal ao aborto demarcam, quando ultrapassam os marcos individuais de reinvidicação e voltam-se para atingir um certo escalomento distributivo de práticas, a própria encarnação das promessas mutacionais da modernidade, as quais devem ser cada vez mais acessíveis a todas e todos."
Ali do Espírito Santo
Oficinando em rede, Co-habitar tempos impossívies, 2023
"Ao formularmos o conceito de didática da impureza, estamos diretamente preocupados em fazer uso... more "Ao formularmos o conceito de didática da impureza, estamos diretamente preocupados em fazer uso da tentaculação. Isso significa que a tentacularização da teoria precisa carregar consigo, até os espaços de exposição dessas, os agudos espinhos das proposições teóricas, evitando qualquer tipo de achatamento que deslibidinalize o trabalho conceitual e, portanto, as próprias teorias em si. O que torna a didática da impureza um manejo dos conceitos e não um plano de
multiplicidade em variação constante sem que possamos nos ater aos detalhes que fazem das teorias/conceitos moduladores das formas de vida concretamente posicionadas no mundo. Nesse sentido, a didática impura indica uma posição atípica ao produzir possibilidades de desenho que busquem refazer o cotidiano, podendo acelerar a dilatação-atualização de qualquer instância das práticas sociais (em sentido expandido) pela aproximação com os conceitos.
(...) Com isso, faremos uma breve explanação sobre as questões que mobilizaram os debates do grupo e que nos posicionaram enquanto um espaço impuro e tentacular de luta político-cognitiva. Abordaremos Denise Ferreira da Silva, Donna Haraway, o Xenofeminismo e o Aceleracionismo de esquerda nos próximos desdobramentos do texto. Como considerações finais, apostamos na didática da impureza como um relevante instrumento de formulação de novas práticas políticas, dentro e fora dos espaços acadêmicos."
Súmula do curso A arte contemporânea e o realismo capitalista: é possível ainda a arte ser política?
a arte contemporânea e o realismo capitalista : é possível (ainda) a arte ser política? A -Sobre ... more a arte contemporânea e o realismo capitalista : é possível (ainda) a arte ser política? A -Sobre o curso: Nas últimas décadas a esfera social vem passando por uma espécie de desintegração. O passado, o presente e o futuro tornaram-se imagens turvas, ficções de tempo, às vezes inapreensíveis com o devido peso necessário. Estamos imersos naquilo que Mark Fisher chamou de realismo capitalista, um campo ideológico transpessoal, uma estrutura de sentimento que coloniza o inconsciente cultural em acordo com as premissas do neoliberalismo.
Texto publicado no site da Glac Edições.
Revista Performatus, 2020
Texto publicado na Revista Performatus
Entrevista cedida para o curador Nicolas Beidack
"Classe" artística e Covid-19: falando sobre o básico, 2020
Texto publicado no site Lavra Palavra
É-VIDENTES : NOTES POUR LA FIN D'UN MONDE , 2018
Tradução do ensaio Notas E-videntes para o fim de um mundo pela revista online TRUNOIR - Paris (2... more Tradução do ensaio Notas E-videntes para o fim de um mundo pela revista online TRUNOIR - Paris (2020)
Seres mágicos de Ali do Espírito Santo por GABRIELA BARZAGHI DE LAURENTIS, 2021
Texto sobre a obra Mubasshirat's da insônia de Ali do Espírito Santo, para exposição "Para vir a ... more Texto sobre a obra Mubasshirat's da insônia de Ali do Espírito Santo, para exposição "Para vir a ser o que sou", organizado por Nicolas Beidacki, de autoria da artista e pesquisadora GABRIELA BARZAGHI DE LAURENTIS.
Catálogo da exposição PARA VIR A SER O QUE SOU (2021), 2021
Textos de VICENTE CARCUCHINSKI, GABRIELA DE LAURENTIIS e BRUNO POLIDORO sobre a obra de Ali do Es... more Textos de VICENTE CARCUCHINSKI, GABRIELA DE LAURENTIIS e BRUNO POLIDORO sobre a obra de Ali do Espírito Santo
Catálogo exposição NO HORIZONTE PROFUNDO, 2021
Texto de Laís Possamai
Catálogo da exposição Ars Sexualis
Prefácio por Ali do Espírito Santo
ALI DO ESPÍRITO SANTO Ali do Espírito Santo nasceu em Cuiabá-MT, em 1988. Atualmente, trabalha e ... more ALI DO ESPÍRITO SANTO Ali do Espírito Santo nasceu em Cuiabá-MT, em 1988. Atualmente, trabalha e estuda em Porto Alegre-RS. Graduado em Artes Visuais pela UFRGS, se dedica a performance, a escrita e a criação de fotoimagens. Sua pesquisa se desdobra em suportes variados, perpassando por temas como a hiperficção, as mitologias mágicas e a política como orientação de criação. Em 2016, foi criador e gestor do projeto Casa Peirô; e no mesmo ano participou de uma residência com o grupo de performance La Pocha Nostra (México/EUA). Exibiu trabalhos em diversas exposições coletivas, entre elas "A Sombra da Cruz", na Galeria Península, com curadoria de Gala Berger. Em 2018, participou da performance "Capa Canal" do artista Hector Zamorra na 17º Bienal do Mercosul, e no mesmo ano realizou o projeto Odoxê, na Bronze Residência, sua segunda exposição individual. Em 2019, teve o projeto de exposição "Nada Explícito" contemplado pelo edital do IEAVI em 1º lugar, realizando então sua terceira exposição individual. Foi indicado ao Prêmio Aliança Francesa de arte contemporânea em 2017 e na categoria artista destaque no Prêmio Açorianos de Artes Visuais em 2019. NICOLAS BEIDACKI Graduado em Teatro-Licenciatura pela Universidade Federal de Pelotas, é Conselheiro de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, professor de teatro, dramaturgo, curador, produtor e artista visual. Em 2020, é vencedor do Prêmio Funarte de Teatro pelo texto "Manual Para Náufragos", que participa de diversos festivais no Brasil e recebe uma Aula Magna na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, em Portugal. Pela visibilidade do texto, organiza, conjuntamente com relevantes nomes da dramaturgia no Rio Grande do Sul, a retomada do Prêmio Ivo Bender de Dramaturgia, a criação da categoria "dramaturgia" no Açorianos de Literatura e também o prêmio dramaturgia da AGES-Associação Gaúcha de Escritores. Nas artes visuais, cursa Especialização em Práticas Curatorias-UFRGS; e realizou as curadorias:
Sobre feitiçaria e combate, 2015
Sobre feitiçaria e combate Ensaio publicado no HIPOCAMPO art - Brasil, 2020