Máximo Daniel Lamela Adó | Universidade Federal do Rio Grande do Sul (original) (raw)
Tese by Máximo Daniel Lamela Adó
Books by Máximo Daniel Lamela Adó
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressã... more Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Literatura.A presente pesquisa tem como objetivo mostrar o tema da tonalidade afetiva heideggeriana na literatura do escritor uruguaio Juan Carlos Onetti, em especial no romance El astillero. Parte do pressuposto heideggeriano de que a transcendência do Dasein só encontra sentido próprio em seus existenciais. Sendo a disposição afetiva (Stimmung), assim como a compreensão e o discurso, um existencial constitutivo do Dasein, não pode ser interpretada como um psicologismo, ou estado anímico do ente, mas sim, implicada em seu agir como ser-no-mundo. Nisso, retoma-se a idéia heideggeriana de que a essência do Dasein reside em sua existência e a tonalidade afetiva é um modo constitutivo desse existir. Destarte recorre à filosofia heideggeriana para, através dessa noção, discorrer a respeito da atmosfera de El astillero, enquanto Stimmung histórica do tédio prof...
Os anos de Onetti na Espanha, 2010, ISBN 978-85-7662-053-2, págs. 25-37, 2010
Docência-pesquisa da diferença: poética de arquivo-mar Organizadora: Sandra Mara Corazza Porto Al... more Docência-pesquisa da diferença: poética de arquivo-mar
Organizadora: Sandra Mara Corazza
Porto Alegre: Doisa; UFRGS, 2017.
422 p.
Apresentação do Panorama A publicação dos Cadernos de Notas, componentes da Coleção Escrileitura... more Apresentação do Panorama
A publicação dos Cadernos de Notas, componentes da Coleção Escrileituras, integra o projeto Escrileituras: um modo de ler-escrever em meio à vida, desde o seu primeiro ano de desenvolvimento (2011). Nesse contexto de produção, o presente livro, Caderno de Notas 9, intitulado Panorama de pesquisa em escrileituras: Observatório da Educação, é composto pela apresentação de resenhas de todas as teses e dissertações defendidas durante a duração do projeto.
Financiado pelo Programa Observatório da Educação (OBEDUC), na parceria entre Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) do Ministério da Educação do Brasil (MEC), o Escrileituras estabeleceu uma rede de estudo e trabalho entre instituições públicas de ensino superior, quais sejam: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) — universidade sede —, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Universidade do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Cada uma dessas universidades constitui um Núcleo do Escrileituras, articulado a institutos e centros federais, escolas de educação básica e secretarias de educação, movimentos sociais e civis, municipais e estaduais, outras universidades e órgãos públicos.
Durante o período de 2011/1 a 2015/1, o Escrileituras atuou nos campos do ensino, da pesquisa e da extensão, principalmente por meio da proposição e do desenvolvimento de Oficinas de Escrileituras, também chamadas Oficinas de Transcriação (OsT) e Ateliês de Pesquisa. Foram, ao todo, 5.413 diretamente envolvidos com as atividades e programas do Projeto Escrileituras, incluindo alunos e professores da Educação Básica e do Ensino Superior, além dos demais membros das comunidades envolvidas, através de atividades curriculares, extra-curriculares e de extensão, como familiares e outros trabalhadores da educação; sendo que esse universo de participantes alcançou o total de 166.406.
As dezenove pesquisas que compõem este Panorama de pesquisa em escrileituras... são apresentadas pelos autores em sistema de co-autoria com os respectivos orientadores dos cursos de Mestrado e Doutorado. Como se verá, abordam vários aspectos do pensamento e da prática educacional na contemporaneidade, situando suas correspondentes experimentações, variações e usos de escrileituras, tanto no plano empírico transcendental como no plano relacional com conceitos, perceptos e afectos dos autores escolhidos.
Em função da multiplicidade de problemáticas, solos conceituais, procedimentos, metodologias e resultados das dezenove pesquisas, para incutir uma coesão ao compósito que resultou neste Caderno de Notas 9, realizamos agrupamentos por vizinhança temática ou por contágio proximal. Então, emergiram quatro partes, abertas a cruzamentos e encontros possíveis, quais sejam: DIFERENÇA E FORMAÇÃO; PEDAGOGIA E ESCRILEITURAS; DIDÁTICA E TRADUÇÃO; CURRÍCULO E TRANSCRIAÇÃO.
Em sua pluralidade de áreas empíricas e diversidade de zonas teóricas, os capítulos deste livro carregam em comum a potência de traduzir acontecimentos, forças e intensidades em novas maneiras de ler e escrever, pensar e fabular, viver e educar. Abrem, assim, um panorama incomum para a criação de novos arranjos, montagens e composições de escrita e de leitura em educação contemporânea.
Sandra Mara Corazza
Máximo Daniel Lamela Adó
Polyana Olini
(Orgs.)
CORAZZA, Sandra Mara; ADÓ, Máximo Daniel; OLINI, Polyana. (Orgs.). Panorama de pesquisa em escrileituras: Observatório da Educação. Coleção Escrileituras. CADERNO DE NOTAS 9. Porto Alegre: UFRGS; Doisa, 2016.
1ª ORELHA FANTASIAS Este livro? Onze textos produzidos pelo BOP – Bando de Orientação e Pesquis... more 1ª ORELHA FANTASIAS
Este livro? Onze textos produzidos pelo BOP – Bando de Orientação e Pesquisa. (O nome próprio como apreensão instantânea da multiplicidade.) Integrantes: professores, mestrandos, doutorandos, bolsistas. (Posição nos planos? Periférica.) BOP, que compõe, junto ao CNPq, o Grupo de Pesquisa DIF – artistagens, fabulações, variações. (Desde 01 de julho de 2002. Experimentações de potências intelectuais e expressivas com o pensamento da diferença.) BOP e DIF vinculados à Linha de Pesquisa 09, Filosofia da diferença e Educação. (Totalização? Unidade? Impossível!) Linha de Pesquisa, que integra o PPGEDU – Programa de Pós-Graduação em Educação. (Não fragmento numérico de totalidade perdida: pluralidade.) Programa de Pós-Graduação da UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. (Restritos em quantidade? E já somos multidão.) Nesses dinamismos espaços-temporais, nos aventuramos, estudamos, escrevemos: este livro. (Feito de uma educação exprimida/espremida entre filosofia e literatura.) Com fantasia. (Nas pegadas de Roland Barthes. Não antagônica à razão, lógica, realidade. Roteiro afirmativo. Positividade de forças desejantes. Origem da cultura. Ligada a codificações. Engendramento de formas. Excursão fantasiosa. Projetor nítido. Recorte de cenas. Iluminação de heterogêneos. Bocados de saber. Prática de escritura: desfigurada e protegida por sua finalidade institucional.) Mina a céu aberto para o desejo de escrever: 1 – Acerca das matérias de escrita... 2 – A verdade dos nobres pelo ensino da palavra... 3 – Ensaio da (des)educação musical... 4 – Fábula da existência seguida de Notas sobre a fabulação... 5 – 435207: Cinzas do excesso – A melancolia na obra de Caio Fernando Abreu... 6 – O simulacro e o biografema – de A a Z... 7 – Pelos traços do impensado da escola... 8 – Biografias (im)possíveis: o problema da escritura biográfica em oito atos... 9 – Notas de leitura para um pesteseller pedagógico... 10 – O currículo de areia... 11 – Diga-me com quem um currículo anda e te direi quem ele é...
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2ª ORELHA FANTASIAS
Autores
Cristiano Bedin da Costa
Deniz Alcione Nicolay
Eduardo Guedes Pacheco
Ester Maria Dreher Heuser
Fábio José Parise
Gabriel Sausen Feil.
Karen Elisabete Rosa Nodari
Luciano Bedin da Costa
Marcos da Rocha Oliveira
Máximo Lamela Adó
Sandra Mara Corazza (Organizadora.). Licenciada em Filosofia. Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professora Associada da Faculdade de Educação da UFRGS, no Departamento de Ensino e Currículo e no Programa de Pós-Graduação em Educação. Coordena o Grupo de Pesquisa DIF – artistagens, fabulações, variações. Pesquisa o currículo e a infância contemporânea, junto ao CNPq. Publicou os livros: Tema gerador: concepção e práticas (1992); Poder-saber e ética da escola (1995); 4 vidas, 4 estilos, a mesma paixão (1996, co-autoria); História da infância sem fim (2000); Uma vida de professora (2005), pela UNIJUÍ. O que quer um currículo? Pesquisas pós-críticas em educação (2001); Infância & educação: era uma vez... quer que conte outra vez? (2002), pela VOZES. Para uma filosofia do inferno na educação: Nietzsche, Deleuze e outros malditos afins (2002); Composições, (2003, co-autoria); Linhas de escrita (2004, co-autoria); Artistagens: filosofia da diferença e educação (2006), pela AUTÊNTICA. Os cantos de Fouror: escrileitura em filosofia-educação (2008), pela SULINA & UFRGS. Abecedário: educação da diferença (2009, co-autoria) pela PAPIRUS.
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CONTRA-CAPA
Tendo fantasias, como guias iniciáticos, não perguntamos se é possível escrever um livro. Desde que essas fantasias fazem da escritura a nossa pátria, para ultrapassar as decepções e tristezas da educação, o escrevemos. Em luta com o real (isto é, com a prática literária, poética, filosófica, curricular, acadêmica), as fantasias perdem sua rigidez codificada e atingem uma forma outra. Enquanto energias, aquilo que é produzido por elas não depende mais dos códigos nem dos modelos. Assim, amar + escrever + ler + criticar consiste em fazer justiça aos outros que conhecemos, educamos, orientamos, ensinamos, conversamos, vivemos, com quem trabalhamos, por quem nos apaixonamos, dentre os quais: Deleuze, Guattari, Cage, Homero, Fante, Beckett, Caio, Dostoiévski, Blanchot, Kafka, Ponge, Bukowski, Faulkner, Campos, Schüler, Calvino, Klee, Bergson, Spinoza, Benjamin, Proust, Robbe-Grillet, Tavares, Joyce, Pessoa, Mallarmé, Borges, Montaigne, Freud. Este livro é, então, um ato de amor: além de falar daqueles que amamos, testemunha por eles. Portanto, é um livro que funciona contra a secura dos corações, a acídia nas relações, o agreste dos códigos, a facilidade intelectual, a pobreza do espírito. Participa de um gesto coletivo, cuja divisa é a palavra simples de Nietzsche, embora dotada de um poder infinito: Uma nova maneira de sentir, uma nova maneira de pensar. Isso implica auxiliar na criação de novas sensibilidades e de novas maneiras de pensar, de pesquisar e de criticar, de ler e de escrever; logo, de viver a educação.
Este não é um livro sobre biografemática ou sobre educação; trata-se de um deslizamento de escrit... more Este não é um livro sobre biografemática ou sobre educação; trata-se de um deslizamento de escrituras, que tomam vidas e obras, num paroxismo da linguagem escrita. Paroxismo que assalta a Educação e aí repercute os efeitos de leituras múltiplas, que tratam a escritura como uma miríade de diferenças, ao arriscar, com a letra, detalhes de uma vida, transpostos em traçados de uma obra, os quais são, ao mesmo tempo, atravessamentos de uma vida.
O volume traz experimentações, num conjunto díspar, que não almeja encontrar verdades sobre vidas e obras; nem formar um conjunto para atingir um núcleo sólido de sentido. O que evoca é a união disjunta de singularidades, que faz acontecer vidas e obras; sem que, no entanto, o seu conteúdo dê-se a ver através de imagens definitivamente demarcadas.
Em cada texto, há linhas escorregadias, limites difusos, mistérios turvos, que, com um caótico de traços, desembaraçam a mistura de sensações na figura de um nome, no dizer de uma obra e nos modos de expressá-los – mostrando que vida e obra se retroalimentam.
O conjunto é produto de pesquisas, feitas em nível de Mestrado e Doutorado, no PPGEDU/UFRGS, com subsídios da CAPES e do CNPq e foram realizadas, desde a noção barthesiana de Biografema: na Linha de Pesquisa 09 Filosofias da Diferença e Educação; no DIF – Artistagens, Fabulações, Variações, certificado pelo Diretório dos Grupos de Pesquisa; e no Núcleo UFRGS do Projeto Escrileituras: um modo de ler-escrever em meio à vida, apoiado pelo Observatório da Educação – coordenados pela Profa. Dra. Sandra Mara Corazza.
Autores:
Betina Frichmann
Cristiano Bedin da Costa
Gabriel Sausen Feil
Luciano Bedin da Costa
Marcos da Rocha Oliveira (Org.)
Máximo Daniel Lamela Adó (Org.)
Sandra Mara Corazza (Org.)
Biografemática na educação: Vidarbos/ Organizado por
Sandra Mara Corazza, Marcos da Rocha Oliveira e
Máximo Daniel Lamela Adó. Porto Alegre-RS: UFRGS;
Doisa, 2015.
ISBN 978-85-66308-05-1
Cadernos de Notas 7
Papers by Máximo Daniel Lamela Adó
Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, Dec 24, 2021
Pro-Posições, 2022
In this study, we regard the classroom as a living and studying space which is often under tensio... more In this study, we regard the classroom as a living and studying space which is often under tension. As a habitual space for actions which have persisted as daily practices, the classroom has become a place prone to dispersion. We aim to evince that such dispersion in the use of that place opens up a possibility for interruptions, thus enabling curricular readings to become agents in the invention of a personal and collective bio-text which is hypertextually intertwined. To do that, we show George Perec’s poetics as a means to use the classroom.
Educação em Revista, Jan 18, 2018
ETD: Educação Temática Digital, Aug 31, 2015
Revista da Fundarte, Sep 30, 2021
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressã... more Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Literatura.A presente pesquisa tem como objetivo mostrar o tema da tonalidade afetiva heideggeriana na literatura do escritor uruguaio Juan Carlos Onetti, em especial no romance El astillero. Parte do pressuposto heideggeriano de que a transcendência do Dasein só encontra sentido próprio em seus existenciais. Sendo a disposição afetiva (Stimmung), assim como a compreensão e o discurso, um existencial constitutivo do Dasein, não pode ser interpretada como um psicologismo, ou estado anímico do ente, mas sim, implicada em seu agir como ser-no-mundo. Nisso, retoma-se a idéia heideggeriana de que a essência do Dasein reside em sua existência e a tonalidade afetiva é um modo constitutivo desse existir. Destarte recorre à filosofia heideggeriana para, através dessa noção, discorrer a respeito da atmosfera de El astillero, enquanto Stimmung histórica do tédio prof...
Os anos de Onetti na Espanha, 2010, ISBN 978-85-7662-053-2, págs. 25-37, 2010
Docência-pesquisa da diferença: poética de arquivo-mar Organizadora: Sandra Mara Corazza Porto Al... more Docência-pesquisa da diferença: poética de arquivo-mar
Organizadora: Sandra Mara Corazza
Porto Alegre: Doisa; UFRGS, 2017.
422 p.
Apresentação do Panorama A publicação dos Cadernos de Notas, componentes da Coleção Escrileitura... more Apresentação do Panorama
A publicação dos Cadernos de Notas, componentes da Coleção Escrileituras, integra o projeto Escrileituras: um modo de ler-escrever em meio à vida, desde o seu primeiro ano de desenvolvimento (2011). Nesse contexto de produção, o presente livro, Caderno de Notas 9, intitulado Panorama de pesquisa em escrileituras: Observatório da Educação, é composto pela apresentação de resenhas de todas as teses e dissertações defendidas durante a duração do projeto.
Financiado pelo Programa Observatório da Educação (OBEDUC), na parceria entre Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) do Ministério da Educação do Brasil (MEC), o Escrileituras estabeleceu uma rede de estudo e trabalho entre instituições públicas de ensino superior, quais sejam: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) — universidade sede —, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Universidade do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Cada uma dessas universidades constitui um Núcleo do Escrileituras, articulado a institutos e centros federais, escolas de educação básica e secretarias de educação, movimentos sociais e civis, municipais e estaduais, outras universidades e órgãos públicos.
Durante o período de 2011/1 a 2015/1, o Escrileituras atuou nos campos do ensino, da pesquisa e da extensão, principalmente por meio da proposição e do desenvolvimento de Oficinas de Escrileituras, também chamadas Oficinas de Transcriação (OsT) e Ateliês de Pesquisa. Foram, ao todo, 5.413 diretamente envolvidos com as atividades e programas do Projeto Escrileituras, incluindo alunos e professores da Educação Básica e do Ensino Superior, além dos demais membros das comunidades envolvidas, através de atividades curriculares, extra-curriculares e de extensão, como familiares e outros trabalhadores da educação; sendo que esse universo de participantes alcançou o total de 166.406.
As dezenove pesquisas que compõem este Panorama de pesquisa em escrileituras... são apresentadas pelos autores em sistema de co-autoria com os respectivos orientadores dos cursos de Mestrado e Doutorado. Como se verá, abordam vários aspectos do pensamento e da prática educacional na contemporaneidade, situando suas correspondentes experimentações, variações e usos de escrileituras, tanto no plano empírico transcendental como no plano relacional com conceitos, perceptos e afectos dos autores escolhidos.
Em função da multiplicidade de problemáticas, solos conceituais, procedimentos, metodologias e resultados das dezenove pesquisas, para incutir uma coesão ao compósito que resultou neste Caderno de Notas 9, realizamos agrupamentos por vizinhança temática ou por contágio proximal. Então, emergiram quatro partes, abertas a cruzamentos e encontros possíveis, quais sejam: DIFERENÇA E FORMAÇÃO; PEDAGOGIA E ESCRILEITURAS; DIDÁTICA E TRADUÇÃO; CURRÍCULO E TRANSCRIAÇÃO.
Em sua pluralidade de áreas empíricas e diversidade de zonas teóricas, os capítulos deste livro carregam em comum a potência de traduzir acontecimentos, forças e intensidades em novas maneiras de ler e escrever, pensar e fabular, viver e educar. Abrem, assim, um panorama incomum para a criação de novos arranjos, montagens e composições de escrita e de leitura em educação contemporânea.
Sandra Mara Corazza
Máximo Daniel Lamela Adó
Polyana Olini
(Orgs.)
CORAZZA, Sandra Mara; ADÓ, Máximo Daniel; OLINI, Polyana. (Orgs.). Panorama de pesquisa em escrileituras: Observatório da Educação. Coleção Escrileituras. CADERNO DE NOTAS 9. Porto Alegre: UFRGS; Doisa, 2016.
1ª ORELHA FANTASIAS Este livro? Onze textos produzidos pelo BOP – Bando de Orientação e Pesquis... more 1ª ORELHA FANTASIAS
Este livro? Onze textos produzidos pelo BOP – Bando de Orientação e Pesquisa. (O nome próprio como apreensão instantânea da multiplicidade.) Integrantes: professores, mestrandos, doutorandos, bolsistas. (Posição nos planos? Periférica.) BOP, que compõe, junto ao CNPq, o Grupo de Pesquisa DIF – artistagens, fabulações, variações. (Desde 01 de julho de 2002. Experimentações de potências intelectuais e expressivas com o pensamento da diferença.) BOP e DIF vinculados à Linha de Pesquisa 09, Filosofia da diferença e Educação. (Totalização? Unidade? Impossível!) Linha de Pesquisa, que integra o PPGEDU – Programa de Pós-Graduação em Educação. (Não fragmento numérico de totalidade perdida: pluralidade.) Programa de Pós-Graduação da UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. (Restritos em quantidade? E já somos multidão.) Nesses dinamismos espaços-temporais, nos aventuramos, estudamos, escrevemos: este livro. (Feito de uma educação exprimida/espremida entre filosofia e literatura.) Com fantasia. (Nas pegadas de Roland Barthes. Não antagônica à razão, lógica, realidade. Roteiro afirmativo. Positividade de forças desejantes. Origem da cultura. Ligada a codificações. Engendramento de formas. Excursão fantasiosa. Projetor nítido. Recorte de cenas. Iluminação de heterogêneos. Bocados de saber. Prática de escritura: desfigurada e protegida por sua finalidade institucional.) Mina a céu aberto para o desejo de escrever: 1 – Acerca das matérias de escrita... 2 – A verdade dos nobres pelo ensino da palavra... 3 – Ensaio da (des)educação musical... 4 – Fábula da existência seguida de Notas sobre a fabulação... 5 – 435207: Cinzas do excesso – A melancolia na obra de Caio Fernando Abreu... 6 – O simulacro e o biografema – de A a Z... 7 – Pelos traços do impensado da escola... 8 – Biografias (im)possíveis: o problema da escritura biográfica em oito atos... 9 – Notas de leitura para um pesteseller pedagógico... 10 – O currículo de areia... 11 – Diga-me com quem um currículo anda e te direi quem ele é...
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2ª ORELHA FANTASIAS
Autores
Cristiano Bedin da Costa
Deniz Alcione Nicolay
Eduardo Guedes Pacheco
Ester Maria Dreher Heuser
Fábio José Parise
Gabriel Sausen Feil.
Karen Elisabete Rosa Nodari
Luciano Bedin da Costa
Marcos da Rocha Oliveira
Máximo Lamela Adó
Sandra Mara Corazza (Organizadora.). Licenciada em Filosofia. Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professora Associada da Faculdade de Educação da UFRGS, no Departamento de Ensino e Currículo e no Programa de Pós-Graduação em Educação. Coordena o Grupo de Pesquisa DIF – artistagens, fabulações, variações. Pesquisa o currículo e a infância contemporânea, junto ao CNPq. Publicou os livros: Tema gerador: concepção e práticas (1992); Poder-saber e ética da escola (1995); 4 vidas, 4 estilos, a mesma paixão (1996, co-autoria); História da infância sem fim (2000); Uma vida de professora (2005), pela UNIJUÍ. O que quer um currículo? Pesquisas pós-críticas em educação (2001); Infância & educação: era uma vez... quer que conte outra vez? (2002), pela VOZES. Para uma filosofia do inferno na educação: Nietzsche, Deleuze e outros malditos afins (2002); Composições, (2003, co-autoria); Linhas de escrita (2004, co-autoria); Artistagens: filosofia da diferença e educação (2006), pela AUTÊNTICA. Os cantos de Fouror: escrileitura em filosofia-educação (2008), pela SULINA & UFRGS. Abecedário: educação da diferença (2009, co-autoria) pela PAPIRUS.
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CONTRA-CAPA
Tendo fantasias, como guias iniciáticos, não perguntamos se é possível escrever um livro. Desde que essas fantasias fazem da escritura a nossa pátria, para ultrapassar as decepções e tristezas da educação, o escrevemos. Em luta com o real (isto é, com a prática literária, poética, filosófica, curricular, acadêmica), as fantasias perdem sua rigidez codificada e atingem uma forma outra. Enquanto energias, aquilo que é produzido por elas não depende mais dos códigos nem dos modelos. Assim, amar + escrever + ler + criticar consiste em fazer justiça aos outros que conhecemos, educamos, orientamos, ensinamos, conversamos, vivemos, com quem trabalhamos, por quem nos apaixonamos, dentre os quais: Deleuze, Guattari, Cage, Homero, Fante, Beckett, Caio, Dostoiévski, Blanchot, Kafka, Ponge, Bukowski, Faulkner, Campos, Schüler, Calvino, Klee, Bergson, Spinoza, Benjamin, Proust, Robbe-Grillet, Tavares, Joyce, Pessoa, Mallarmé, Borges, Montaigne, Freud. Este livro é, então, um ato de amor: além de falar daqueles que amamos, testemunha por eles. Portanto, é um livro que funciona contra a secura dos corações, a acídia nas relações, o agreste dos códigos, a facilidade intelectual, a pobreza do espírito. Participa de um gesto coletivo, cuja divisa é a palavra simples de Nietzsche, embora dotada de um poder infinito: Uma nova maneira de sentir, uma nova maneira de pensar. Isso implica auxiliar na criação de novas sensibilidades e de novas maneiras de pensar, de pesquisar e de criticar, de ler e de escrever; logo, de viver a educação.
Este não é um livro sobre biografemática ou sobre educação; trata-se de um deslizamento de escrit... more Este não é um livro sobre biografemática ou sobre educação; trata-se de um deslizamento de escrituras, que tomam vidas e obras, num paroxismo da linguagem escrita. Paroxismo que assalta a Educação e aí repercute os efeitos de leituras múltiplas, que tratam a escritura como uma miríade de diferenças, ao arriscar, com a letra, detalhes de uma vida, transpostos em traçados de uma obra, os quais são, ao mesmo tempo, atravessamentos de uma vida.
O volume traz experimentações, num conjunto díspar, que não almeja encontrar verdades sobre vidas e obras; nem formar um conjunto para atingir um núcleo sólido de sentido. O que evoca é a união disjunta de singularidades, que faz acontecer vidas e obras; sem que, no entanto, o seu conteúdo dê-se a ver através de imagens definitivamente demarcadas.
Em cada texto, há linhas escorregadias, limites difusos, mistérios turvos, que, com um caótico de traços, desembaraçam a mistura de sensações na figura de um nome, no dizer de uma obra e nos modos de expressá-los – mostrando que vida e obra se retroalimentam.
O conjunto é produto de pesquisas, feitas em nível de Mestrado e Doutorado, no PPGEDU/UFRGS, com subsídios da CAPES e do CNPq e foram realizadas, desde a noção barthesiana de Biografema: na Linha de Pesquisa 09 Filosofias da Diferença e Educação; no DIF – Artistagens, Fabulações, Variações, certificado pelo Diretório dos Grupos de Pesquisa; e no Núcleo UFRGS do Projeto Escrileituras: um modo de ler-escrever em meio à vida, apoiado pelo Observatório da Educação – coordenados pela Profa. Dra. Sandra Mara Corazza.
Autores:
Betina Frichmann
Cristiano Bedin da Costa
Gabriel Sausen Feil
Luciano Bedin da Costa
Marcos da Rocha Oliveira (Org.)
Máximo Daniel Lamela Adó (Org.)
Sandra Mara Corazza (Org.)
Biografemática na educação: Vidarbos/ Organizado por
Sandra Mara Corazza, Marcos da Rocha Oliveira e
Máximo Daniel Lamela Adó. Porto Alegre-RS: UFRGS;
Doisa, 2015.
ISBN 978-85-66308-05-1
Cadernos de Notas 7
Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, Dec 24, 2021
Pro-Posições, 2022
In this study, we regard the classroom as a living and studying space which is often under tensio... more In this study, we regard the classroom as a living and studying space which is often under tension. As a habitual space for actions which have persisted as daily practices, the classroom has become a place prone to dispersion. We aim to evince that such dispersion in the use of that place opens up a possibility for interruptions, thus enabling curricular readings to become agents in the invention of a personal and collective bio-text which is hypertextually intertwined. To do that, we show George Perec’s poetics as a means to use the classroom.
Educação em Revista, Jan 18, 2018
ETD: Educação Temática Digital, Aug 31, 2015
Revista da Fundarte, Sep 30, 2021
Pro-Posições, 2022
Resumen En este artículo se propone pensar el aula como un espacio de convivio y de estudio que v... more Resumen En este artículo se propone pensar el aula como un espacio de convivio y de estudio que vive en frecuentes tensiones. El aula es prefigurada como un espacio de actuación que insiste como práctica cotidiana, pero por habitual resulta como un sitio dispuesto a la dispersión. Nuestro intento es el de afirmar esa dispersión —en el uso de ese espacio— como una apertura a las interrupciones y, con eso, provocar que las lecturas curriculares sean agentes para la invención de un biotexto, personal y colectivo, que se hilvane hipertextualmente. Para eso presentamos la poética de Georges Perec como un modo de usar el aula.
Revista Apotheke, Apr 30, 2020
9ª ANPED SUL, May 1, 2012
Quaestio: revista de estudos em educação, Sep 20, 2016
Revista Digital do LAV, Aug 17, 2016
Pro-Posições, Dec 1, 2017
Revista Educação em Questão, 2021
Este texto problematiza as possibilidades inventivas envolvidas numa aula (entendida aqui como in... more Este texto problematiza as possibilidades inventivas envolvidas numa aula (entendida aqui como inseparável da produção de pensamento) sob as condições restritivas impostas pela pandemia causada pelo novo coronavírus. Parte do pressuposto de que para que o pensamento aconteça é fundamental seu contato com as forças do que Deleuze (2005), Foucault (2006) e Blanchot (2011) chamaram de Fora. Por isso propõe um procedimento poético assentado numa espécie de máquina de leitura e de tradução como possibilidade de contato com tais forças. E, como base, como possibilidade dessa invenção em educação, elege um tipo de leitura que falseia os materiais com que se depara e que, num certo sentido, desrespeita-os. Defende a ideia de que tal movimento, em condições de enclausuramento, só se torna possível porque o dentro é constituído pela dobra do Fora sobre si. Em tais condições, a invenção de uma aula teria então de virar pelo avesso essa dobra e produzir algo como uma linguagem para aquilo que a...
Este ensaio, um estudo desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Fede... more Este ensaio, um estudo desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS (mestrado), perspectiva a pesquisa e a docência por meio de uma noção de exercícios que tem em vista a necessidade de colocar-se em jogo enquanto pesquisador e docente, para que a pesquisa-docência — noção que então assume uma reciprocidade — seja incitada a lidar com o imprevisível e as provisoriedades de seu fazer. Tal noção de Exercícios é tratada por uma via foucaultiana, onde o sujeito pesquisador é posto à prova, pois somente assim teria acesso à verdade. Com efeito, a própria noção de verdade passa a ser perspectivada, pois, assim como nos propõe Nietzsche, tem-se como pressuposto o fundo trágico da existência, ou seja, o não-sentido sobre o qual se produz os sentidos e funções do e no pesquisar. Afirma-se, portanto, o caráter improvável deste fazer — tanto da escrita da pesquisa quanto do pesquisador-docente que escreve, ele mesmo em jogo —, e a i...
Este texto visa pensar uma educacao da diferenca a partir de processos de criacao literaria — com... more Este texto visa pensar uma educacao da diferenca a partir de processos de criacao literaria — como atividades de traducao transcriadora — voltados para uma pesquisa do fazer docente. Para tanto, recorre a literatura de Georges Perec como um procedimento transcriador, ao modo de uma constituicao sociografica do espaco na escritura e pela escritura. O texto vale-se de uma nocao particular de sociografia, nocao esta que concebe a escrita como um modo de analisar os dominios das coisas ditas e, com elas, constituir um arquivo do socius .
Texto apresentado 22/07/2016 no XXI Fórum Municipal de Educação, XVIII Fórum Regional de Educação... more Texto apresentado 22/07/2016 no XXI Fórum Municipal de Educação, XVIII Fórum Regional de Educação e XVII Fórum Nacional de Educação, “Educar como (po)ética: a docência em construção”. Na Mesa redonda, tema: Base Nacional Comum, composta pelos professores Élsio José Corá, UFFS, Máximo Daniel Lamela Adó, UFRGS e coordenada pelo professor Jair Antônio Krassuski, UFSM.
AtEdPo - Ateliê de Educação Potencial, 2018
AtEdPo - Ateliê de Educação Potencial. Texto de apresentação da atividade inaugural do “Programa ... more AtEdPo - Ateliê de Educação Potencial.
Texto de apresentação da atividade inaugural do “Programa de extensão – AtEdPo 2018” ocorrida em 27 de abril de 2018, das 09h às 12h no Prédio centenário – Escola de Engenharia da UFRGS com palestra de Sandra Mara Corazza intitulada: Poética da imaginação na Pesquisa em Educação
Quarentenário – Pequeno Breviário dos Tempos de Pandemia, 2021
Verbete Literatura.
Resumo: Este texto visa pensar uma educação da diferença a partir de processos de criação literár... more Resumo: Este texto visa pensar uma educação da diferença a partir de processos de criação literária — como atividades de tradução transcriadora — voltados para uma pesquisa da vida cotidiana. Para tanto, recorre à literatura de Georges Perec como um procedimento transcriador ao modo de uma constituição sociográfica de um espaço na escritura. Ao falar em uma sociografia estamos concebendo que a observação de processos sociais e do próprio observador pode e é concebida por uma escrita (grafia). Entretanto, lembramos que toda escrita está coadunada a uma leitura e estas, escrita e leitura (escrileituras), são atividades constitutivas da cotidianeidade; seus discursos e narrativas, gestos e imagens. É importante ressaltar que uma sociografia difere de uma sociologia na medida em que permuta uma postura interpretativa dos fenômenos sociais por uma escrita descritivo/inventiva de tais fenômenos vistos como associações interativas. A escrita de Georges Perec assume desde seu primeiro livro Les choses, um aspecto autobiográfico e está de acordo com a ideia de uma sociografia. Ele a faz como se buscasse olhar para a vida cotidiana por meio de uma espécie de descrição de associações interativas, de si e dos objetos, transformando os espaços em que se vive a cotidianidade, como as cidades, em artefatos que personificam seus textos e, em reciprocidade, recriam o próprio espaço textual como um espaço de associações recíprocas, ou seja, como um espaço social e, portanto, um espaço de relações que, escritas, tornam-se sociografias. Salientamos, ainda, que recorremos à literatura de Perec como um modo de perspectivar um espaço de educação da diferença, no sentido de nos apropriar de suas produções e tomá-las como propiciadoras do novo pela incitação, em sala de aula, de uma escrita autobiográfica tomada como atravessamento possível para a transcriação de forças e materiais para fazer formas constitutivas e constituidoras de um currículo.
Palavras-Chave: Perec. Sociografia. Educação. Literatura. Criação
O artigo Conhecimento como invenção: Paul Valéry no ensino da educação contemporânea analisa as p... more O artigo Conhecimento como invenção: Paul Valéry no ensino da educação contemporânea analisa as possibilidades de um fazer potente em Educação, tendo como foco principal uma criatura de pensamento – o poeta, filósofo e crítico da cultura Paul Valéry. Propõe atuar e operar com um método do informe para o Ensino de uma Educação Contemporânea por meio da utilização da noção de Conhecimento como Invenção, em que o espírito busca inventar um possível e permissivo operar de uma consciência de si com relação aos movimentos
do intelecto que seja ampla, ou seja, com a procura do uso mais pleno de suas faculdades intelectivas. Desse modo, o artigo vale-se do pensar valéryano para o desenvolvimento de uma maneira de lidar com o Ensino de uma Educação Contemporânea com vistas a uma Educação espiritual potente, oriunda, também, de uma self-variance disciplinada. A variação espiritual no Ensino de uma Educação Contemporânea atua e opera a partir da perspectiva valéryana em cruzamentos imaginativos com a filosofia, a literatura e as ciências humanas e sociais. Trata o conhecimento como invenção de uma produção singular que cultua o intelecto na busca do Eu puro – senhor de si – e transita aventureiramente por diversas áreas do saber.
Palavras-chave
Valéry. Conhecimento. Invenção. Ensino. Educação.
RESUMO O texto apresenta alguns aspectos da literatura de Georges Perec com o intuito de discer... more RESUMO
O texto apresenta alguns aspectos da literatura de Georges Perec com o intuito de discernir sobre uma escrita sociográfica que atue como uma didática transcriadora do cotidiano e produtora de presença — presença produzida por um modo de operar a escritura com a finalidade de recriar atmosferas e estados de espírito constituídos por elementos pouco desenvolvidos do movimento de uma aula, isto é, da relação com suas materialidades em fluxo. Procura se orientar na escrita sociográfica de Perec para poder dar a ler o encontro dos corpos docentes e discentes com os de outras matérias de seus entornos e que afetam, também, seus intelectos. Trata-se de desenvolver procedimentos para uma didática transcriadora do cotidiano se apropriando da leitura e escrita literária como pensamento.
PALAVRAS-CHAVE: Sociografia. Didática. Transcriação. Escrileituras.
ABSTRACT
This paper presents some aspects of Georges Perec’s works in order to discern a sociographic writing that functions as a didactics that both transcreates daily life and produces presence – a presence produced by a way of operating in writing with the purpose of recreating atmospheres and states of mind consisting of class elements that have been scarcely developed, i.e. the relationship with their flowing materialities. It also seeks for guidance from Perec’s sociographic writing to enable the reading of the meeting of teachers and students with other surrounding matters that also affect their intellects. It is about developing procedures for a transcreating didactics of daily life by appropriation of literary writing as thought.
KEYWORDS: Sociography. Didactics. Transcreation. Reading-writings.
RESUMEN
El texto se preocupa en presentar algunos aspectos de la literatura de Georges Perec con el intento de discernir una escrita sociográfica que actúe como una didáctica transcreadora de lo cotidiano y productora de presencia — presencia producida por un modo de operar la escritura con la finalidad de recrear atmósferas y estados de espíritu constituidos por elementos poco desarrollados del movimiento de un aula, es decir, la relación con sus materialidades en flujo. Busca orientarse en la escrita sociográfica de Perec para poder dar a leer el encuentro de los cuerpos docentes y discentes con los de otras materias de sus entornos y que afectan también sus intelectos. Se trata de desarrollar procedimientos para una didáctica transcreadora de lo cotidiano apropiándose de la lectura y escrita literaria como pensamiento.
PALABRAS CLAVE: Sociografía. Didáctica. Transcreación. Escrilecturas.
Resumo Este texto escolhe abordar certo universo da literatura borgeana a partir de três pontos ... more Resumo
Este texto escolhe abordar certo universo da literatura borgeana a partir de três pontos desdobrados em temáticas da Educação. Trata-se de sinalizações que procuram indicar ao leitor uma ênfase nos modos de ler como precursores ativos de uma política da imaginação na Educação. Essa política faz da literatura um dispositivo que compõe, com o ato leitor, um estado de humor poético que arrasta os ímpetos classificatórios ao campo das potências do imaginário. Tal ênfase nos modos de ler procura ser evidenciada nos seguintes pontos: 1) A invenção de Borges (a subjetivação como um efeito de variação); 2) O conhecimento como fabulação (a erosão da verdade como essência) e 3) O anacronismo como procedimento didático (uma didática dos modos de ler).
Palavras-chave: Leitura, Literatura, Borges, Educação.
Abstract
This paper approaches a certain universe of the Borgean literature from three points unfolded in Education themes. They are signs attempting to point out to the reader an emphasis on the ways of reading as active precursors of an imagination police in Education. Such police converts literature into a device that composes, together with the reading act, a state of poetic humor that drags the classifying impetuses to the field of potencies of the imaginary. This emphasis on the ways of reading may be evidenced in the following aspects: 1) Borges’ invention (the subjectivation as a variation effect), 2) Knowledge as fabulation (the erosion of truth as essence), and 3) Anachronism as a didactic procedure (a didactics of ways of reading).
Keywords: Reading, Literature, Borges, Education.
Resumo: Este artigo articula algumas ações tradutórias com as atividades de pesquisa, ensino e e... more Resumo: Este artigo articula algumas ações tradutórias com as atividades de pesquisa, ensino e extensão do Projeto Escrileituras: um modo de ler-escrever em meio à vida, vinculado ao Programa Observatório da Educação Capes/Inep. Aborda a produção de dados realizada via instrumentos elaborados especificamente para dar a ler certa concretude que há daquilo que resultou das vivências do projeto e suas ações. Apresenta modos de confrontar esses dados com aquilo que se pode extrair do não quantificável e, talvez, pouco ou dificilmente classificável no âmbito das atividades propostas e executadas na pesquisa. Esse confrontamento exigiu uma ampliação, não apenas da perspectiva de análise, mas do modo de extração dos dados. Nesse sentido, o texto delibera que o projeto se constituiu na contramão de uma ordem de sistematização, ao não definir por antecipação um problema por meio de um método hipotético-dedutivo, para a pesquisa que se propôs. Mas optou pela divergência inclusiva como um modo de evidenciar o caráter dramático do pensamento educacional no campo da didática e do currículo, provocando que a coleta e análise de dados da pesquisa associada ao projeto se dobre em novas produções; assim fazendo se cria uma zona de contágio em que os encontros, fortuitos ou forçados, derivam em inequívocas mutações das matérias que pelo projeto circulam.
O presente ensaio tem como desafio perspectivar teoricamente a díade didática-criação, por meio d... more O presente ensaio tem como desafio perspectivar teoricamente a díade didática-criação, por meio da proposição da docência como um trabalho eminentemente poético. Uma série de pensadores – Gaston Bachelard, Paul Valéry e Jacques Derrida, entre outros – é estrategicamente mobilizada a fim de sustentar a hipótese de uma imanência poética a atravessar a prática docente, desde que esta seja concebida e efetivada por escritas e leituras na esteira de traduções transcriadoras. O lastro conceitual que sustenta a argumentação consiste na acepção de tradução, legada por Haroldo de Campos, e de escrileitura, proposta por Sandra Mara Corazza. As discussões encaminham-se para a defesa de um modo de conceber o trabalho didático como um arranjo incessante de gestos que amalgamam leitura, escrita e tradução, redundando em uma espécie de canto tradutório cruzado entre alunos e professores.
Palavras-chave: Docência. Poética. Didática. Tradução. Criação.
pro-posições, 2017
This paper discusses the artistic forces of a curriculum by considering the works of Sophie Calle... more This paper discusses the artistic forces of a curriculum by considering the works of Sophie Calle and Georges Perec. By intertwining art and life, both authors lend themselves to a movement of reductions and subtractions through brutal minimalism and crude simplicity. In this sense, amidst Oulipian ideas and Bachelard's thought, the paper advocates a poetically inventoried curriculum, which suspends definitions, truths, judgments, reference frames, pre-formed attitudes. It is an exercise intended to trigger a conversation about ordinary, trivial, sometimes evident, daily things that seldom draw our attention. Thus, more than anything, the paper aims at thinking about a curriculum that would work in the encounter with differences that were made visible, produced from sensitive impressions that have been singularly repeated in every experience.
RESUMO: O artigo Conhecimento como invencao: Paul Valery no ensino da educacao contemporânea anal... more RESUMO: O artigo Conhecimento como invencao: Paul Valery no ensino da educacao contemporânea analisa as possibilidades de um fazer potente em Educacao, tendo como foco principal uma criatura de pensamento – o poeta, filosofo e critico da cultura Paul Valery. Propoe atuar e operar com um metodo do informe para o Ensino de uma Educacao Contemporânea por meio da utilizacao da nocao de Conhecimento como Invencao, em que o espirito busca inventar um possivel e permissivo operar de uma consciencia de si com relacao aos movimentos do intelecto que seja ampla, ou seja, com a procura do uso mais pleno de suas faculdades intelectivas. Desse modo, o artigo vale-se do pensar valeryano para o desenvolvimento de uma maneira de lidar com o Ensino de uma Educacao Contemporânea com vistas a uma Educacao espiritual potente, oriunda, tambem, de uma self-variance disciplinada. A variacao espiritual no Ensino de uma Educacao Contemporânea atua e opera a partir da perspectiva valeryana em cruzamentos ima...
ETD: Educação Temática Digital, 2020
Este ensaio se ocupa do espaco do texto para desdobrar, na e pela escrita, problematicas que pers... more Este ensaio se ocupa do espaco do texto para desdobrar, na e pela escrita, problematicas que perspectivam o pesquisar em Educacao pela via da poetica. Compreende que a pesquisa ao se fazer pela escrita nao transcreve uma realidade previa, senao que cria uma realidade na composicao do texto; que o real, entao, so pode ser acessado por uma via ficcional. Para tanto, este ensaio apresenta algumas questoes sobre as quais traca linhas que definem pontos provisorios, ancoragens para pensar o pensamento que pensa a escrita da e na pesquisa em Educacao. Poe em cena, assim, o pensamento e sua relacao com o desconhecido. Com efeito, esse pesquisador que dramatiza via a escrita, compoe-se num espaco coexistencial, onde a nocao de autoria e revista e permutada com a imagem do narrador de uma ficcao. Essa imagem, por sua vez, e tomada como uma autoficcao ao mesmo tempo que coloca a escrita em relacao com certa nocao de performance. O pesquisador, nesse processo, torna-se aquele que narra o pesqu...
Educação e Cultura Contemporânea
Revista Educação em Questão
Este texto problematiza as possibilidades inventivas envolvidas numa aula (entendida aqui como in... more Este texto problematiza as possibilidades inventivas envolvidas numa aula (entendida aqui como inseparável da produção de pensamento) sob as condições restritivas impostas pela pandemia causada pelo novo coronavírus. Parte do pressuposto de que para que o pensamento aconteça é fundamental seu contato com as forças do que Deleuze (2005), Foucault (2006) e Blanchot (2011) chamaram de Fora. Por isso propõe um procedimento poético assentado numa espécie de máquina de leitura e de tradução como possibilidade de contato com tais forças. E, como base, como possibilidade dessa invenção em educação, elege um tipo de leitura que falseia os materiais com que se depara e que, num certo sentido, desrespeita-os. Defende a ideia de que tal movimento, em condições de enclausuramento, só se torna possível porque o dentro é constituído pela dobra do Fora sobre si. Em tais condições, a invenção de uma aula teria então de virar pelo avesso essa dobra e produzir algo como uma linguagem para aquilo que a...
Educação e Pesquisa, 2017
Resumo Este artigo articula algumas ações tradutórias com as atividades de pesquisa, ensino e ext... more Resumo Este artigo articula algumas ações tradutórias com as atividades de pesquisa, ensino e extensão do Projeto Escrileituras: um modo de ler-escrever em meio à vida, vinculado ao Programa Observatório da Educação Capes/Inep. Aborda a produção de dados realizada via instrumentos elaborados especificamente para dar a ler certa concretude que há daquilo que resultou das vivências do projeto e suas ações. Apresenta modos de confrontar esses dados com aquilo que se pode extrair do não quantificável e, talvez, pouco ou dificilmente classificável no âmbito das atividades propostas e executadas na pesquisa. Esse confrontamento exigiu uma ampliação, não apenas da perspectiva de análise, mas do modo de extração dos dados. Nesse sentido, o texto delibera que o projeto se constituiu na contramão de uma ordem de sistematização, ao não definir por antecipação um problema por meio de um método hipotético-dedutivo, para a pesquisa que se propôs. Mas optou pela divergência inclusiva como um modo ...
Educação Por Escrito, 2015
Revista Digital do LAV, 2016
Este texto escolhe abordar certo universo da literatura borgeana a partir de três pontos desdobra... more Este texto escolhe abordar certo universo da literatura borgeana a partir de três pontos desdobrados em temáticas da Educação. Trata-se de sinalizações que procuram indicar ao leitor uma ênfase nos modos de ler como precursores ativos de uma política da imaginação na Educação. Essa política faz da literatura um dispositivo que compõe, com o ato leitor, um estado de humor poético que arrasta os ímpetos classificatórios ao campo das potências do imaginário. Tal ênfase nos modos de ler procura ser evidenciada nos seguintes pontos: 1) A invenção de Borges (a subjetivação como um efeito de variação); 2) O conhecimento como fabulação (a erosão da verdade como essência) e 3) O anacronismo como procedimento didático (uma didática dos modos de ler). Enviado em: 30 de maio de 2016.Aprovado em: 01 de agosto de 2016.
Cadernos de Pesquisa, 2017
Este ensaio propõe atuar com as forças artísticas de um currículo a partir dos trabalhos de Sophi... more Este ensaio propõe atuar com as forças artísticas de um currículo a partir dos trabalhos de Sophie Calle e Georges Perec. De modo a embaralhar arte e vida, ambos os autores se prestam a um movimento de reduções, de subtrações a partir de um minimalismo brutal e de uma simplicidade crua. Nesta medida, tomada por ideias oulipianas e, em meio ao pensamento de Bachelard, busca-se um currículo poeticamente inventariado, suspendendo as definições, as verdades, os julgamentos, os quadros de referência, as atitudes pré-formatadas. Trata-se de um exercício que deseja portar um falar de coisas comuns do cotidiano, do trivial e por vezes evidente, mas que, no entanto, raramente recebe nossa atenção. Assim, mais do que qualquer outra coisa, pretende-se pensar em um currículo que se efetuaria no encontro com diferenças tornadas visíveis, produzidas a partir de impressões sensíveis que se repetem singularmente a cada experiência.Palavras-Chave: Diferença. Currículo. Bachelard. Sophie Calle. Georg...
ETD - Educação Temática Digital
O texto apresenta alguns aspectos da literatura de Georges Perec com o intuito de discernir sobre... more O texto apresenta alguns aspectos da literatura de Georges Perec com o intuito de discernir sobre uma escrita sociográfica que atue como uma didática transcriadora do cotidiano e produtora de presença — presença produzida por um modo de operar a escritura com a finalidade de recriar atmosferas e estados de espírito constituídos por elementos pouco desenvolvidos do movimento de uma aula, isto é, da relação com suas materialidades em fluxo. Procura se orientar na escrita sociográfica de Perec para poder dar a ler o encontro dos corpos docentes e discentes com os da outras matérias de seus entornos e que afetam, também, seus intelectos. Trata-se de desenvolver procedimentos para uma didática transcriadora do cotidiano se apropriando da leitura e escrita literária como pensamento.