Rhamon de Oliveira Nunes - Profile on Academia.edu (original) (raw)

Uploads

Papers by Rhamon de Oliveira Nunes

Research paper thumbnail of Contra a noção de parte formal: Uma resposta a Kathrin Koslicki

Principia: An International Journal of Epistemology, Dec 15, 2021

In her 2008 book The Structure of Objects, Kathrin Koslicki defends an Aristotelian mereological ... more In her 2008 book The Structure of Objects, Kathrin Koslicki defends an Aristotelian mereological theory to describe the nature of composite objects. This theory has at its heart the idea that composite objects are fusions of material and formal parts, that is, it is a kind of neo-hylomorphism. The main motivation behind the adoption of this thesis is the rejection of certain compositional theories, especially mereological universalism defended by David 1991). However, I shall argue that none of Koslicki's arguments are sufficient to establish the postulation of formal parts. The reason for this is that the motivation that lead her to a commitment to such entities are not only unjustified, but it is also possible to solve the problems that she raises without appealing to the very notion of formal parts.

Research paper thumbnail of Contra a noção de parte formal: Uma resposta a Kathrin Koslicki

Principia: an international journal of epistemology, 2021

Em seu livro de 2008, A estrutura dos objetos, Kathrin Koslicki defende uma teoria mereológica de... more Em seu livro de 2008, A estrutura dos objetos, Kathrin Koslicki defende uma teoria mereológica de cunho aristotélico para descrever a natureza dos objetos concretos. Tal teoria tem como coração a ideia de que objetos compostos são fusões de partes materiais e partes formais, ou seja, ela é uma espécie de neo-hilemorfismo. A principal motivação para a adoção de tal tese é se opor a certas teorias de composição, principalmente o universalismo mereológico, defendido por David Lewis (1986 e 1991). Entretanto, pretendo defender que nenhum dos argumentos de Koslicki é satisfatório para a postulação das partes formais. Isso porque os motivos que a levam ao comprometimento com essas entidades não apenas são injustificados, mas também é possível resolver os problemas levantados pela autora sem o apelo à própria noção de parte formal.

Research paper thumbnail of Nominalismos e o princípio de parcimônia: Alguns comentários críticos

Controvérsia (UNISINOS) - ISSN 1808-5253, Dec 30, 2020

A disputa entre nominalistas e realistas/platonistas diz respeito não apenas a quais entidades ex... more A disputa entre nominalistas e realistas/platonistas diz respeito não apenas a quais entidades existem, como também à natureza destas entidades. Por trás dos argumentos nominalistas para colocar em dúvida a existência de universais ou entidades abstratas, está o princípio metodológico de parcimônia, ilustrado pela Navalha de Ockham. No entanto, por mais plausível que seja este princípio, a sua aplicação irrestrita leva o filósofo nominalista ao abandono de teorias promissoras ou mesmo à aceitação de teorias cujos resultados são contraintuitivos. Meu objetivo neste artigo é (1) caracterizar a disputa entre nominalistas e realistas/platonistas, bem como seus pressupostos metodológicos, e (2) apresentar um estudo de caso envolvendo uma teoria realista e uma alternativa nominalista a ela, de modo a explicitar que as intuições que servem de base para o projeto nominalista são não apenas problemáticas, como, em alguns casos, insuficientes para dar conta de descrever a estrutura mais fundamental da realidade.

Research paper thumbnail of Against the very notion of a formal part: a response to Kathrin Koslicki

Principia: An International Journal of Epistemology, 2021

In her 2008 book The Structure of Objects, Kathrin Koslicki defends an Aristotelian mereological ... more In her 2008 book The Structure of Objects, Kathrin Koslicki defends an Aristotelian mereological theory to describe the nature of composite objects. This theory has at its heart the idea that composite objects are fusions of material and formal parts, that is, it is a kind of neo-hylomorphism. The main motivation behind the adoption of this thesis is the rejection of certain compositional theories, especially mereological universalism defended by David Lewis (1986 and 1991). However, I shall argue that none of Koslicki's arguments are sufficient to establish the postulation of formal parts. The reason for this is that the motivation that lead her to a commitment to such entities are not only unjustified, but it is also possible to solve the problems that she raises without appealing to the very notion of formal parts. (This paper is written in portuguese)

Research paper thumbnail of Nominalismos e o princípio de parcimônia: alguns comentários críticos

Controvérsia, 2020

A disputa entre nominalistas e realistas/platonistas diz respeito não apenas a quais entidades ex... more A disputa entre nominalistas e realistas/platonistas diz respeito não apenas a quais entidades existem, como também à natureza destas entidades. Por trás dos argumentos nominalistas para colocar em dúvida a existência de universais ou entidades abstratas, está o princípio metodológico de parcimônia, ilustrado pela Navalha de Ockham. No entanto, por mais plausível que seja este princípio, a sua aplicação irrestrita leva o filósofo nominalista ao abandono de teorias promissoras ou mesmo à aceitação de teorias cujos resultados são contraintuitivos. Meu objetivo neste artigo é (1) caracterizar a disputa entre nominalistas e realistas/platonistas, bem como seus pressupostos metodológicos, e (2) apresentar um estudo de caso envolvendo uma teoria realista e uma alternativa nominalista a ela, de modo a explicitar que as intuições que servem de base para o projeto nominalista são não apenas problemáticas, como, em alguns casos, insuficientes para dar conta de descrever a estrutura mais fundamental da realidade.

Research paper thumbnail of Abismos sem fundo e torres sem fim: Algumas considerações sobre a mereologia do mundo

Revista do Seminário dos Alunos do PPGLM/UFRJ, 2017

Nossas intuições sobre a realidade nos levam a sustentar duas crenças: (a) existem objetos compos... more Nossas intuições sobre a realidade nos levam a sustentar duas crenças: (a) existem objetos compostos; (b) alguns objetos tomados em conjunto não compõem um novo objeto. Uma consideração mais cuidadosa sobre tais intuições revelam que elas implicam um resultado inaceitável: a possibilidade da existência de objetos vagos. As únicas alternativas viáveis a tais crenças consistem em aceitar que a composição sempre ocorre ou negar absolutamente que ela ocorra. O objetivo deste artigo é sustentar, na medida do possível, que a primeira alternativa é a melhor opção para entendermos a estrutura dos objetos compostos, principalmente se levarmos em conta a possibilidade da realidade ser infinitamente divisível ou infinitamente composta.

Research paper thumbnail of Problemas de Mereologia: O que é um todo?

Revista do Seminário dos Alunos do PPGLM/UFRJ, 2014

O objetivo deste artigo é clarificar o conceito de 'todo' tal qual é entendido pela mereologia cl... more O objetivo deste artigo é clarificar o conceito de 'todo' tal qual é entendido pela mereologia clássica e compará-lo com as nossas intuições do senso comum. A crença de que é necessário algum critério para uma pluralidade de objetos ser tomada como um único objeto composto parece nos levar inevitavelmente a uma contradição. Mas se qualquer soma de partes pode ser um todo, existe algum aspecto adicional ao todo que o distinga de um mero amontoado de partes? Se a
tese de composição como identidade for verdadeira, tudo indica que não. No entanto esta concepção por si só é problemática.

Books by Rhamon de Oliveira Nunes

Research paper thumbnail of XX Anpof - Metafísica Analítica

Novas considerações sobre existência e composição, 2025

O problema da composição mereológica diz respeito a determinar quando objetos compostos (i.e., ob... more O problema da composição mereológica diz respeito a determinar quando objetos compostos (i.e., objetos com partes próprias) passam a existir. No cerne do problema, portanto, encontra-se a noção de existência, de modo que um passo importante para qualquer tentativa de solucionar o problema da composição envolve também a elucidação do conceito de existência. O conceito de existência é um dos mais centrais na história da metafísica ocidental, tendo sido tratado de diversas maneiras ao longo dos séculos. A partir do século XX, na filosofia analítica, a análise quantificacional da noção de existência foi tomada como ortodoxa. Ela é base da ideia quiniana de que ser é ser o valor de uma variável ligada e, portanto, existência é o que o quantificador existencial expressa. Esta ideia, contudo, surge mais propriamente em Frege, sendo posteriormente desenvolvida por Russell. Mais recentemente, algumas alternativas à ortodoxia surgiram, como o neo-meinongianismo (que entende a existência como um tipo de predicado) e o princípio eleata (segundo o qual apenas entidades com poderes causais existem), dentre outras. Nesta comunicação, pretendo apresentar algumas das principais teorias da existência presentes na filosofia analítica contemporânea a fim de determinar como quais são as suas consequências para o problema da composição mereológica.

Research paper thumbnail of História e Música: Caminhos Possíveis

História e Música: Caminhos Possíveis, 2024

A música é uma das forças que move o ser humano, por isso ela está presente em vários momentos do... more A música é uma das forças que move o ser humano, por isso ela está presente em vários momentos do nosso dia a dia. A vida é musicalizada. Seja na cura, na dor, na reunião ou na solidão. Povos antigos foram à guerra e tiveram seu contato com o sagrado através dos sons emitidos pelos instrumentos musicais. Compreender a música é entender como as sociedades pensam, agem e se organizam. Entretanto, quando nos deparamos com as possibilidades da pesquisa historiográfica, com suas fontes e objetos variados para reflexões sobre essas diversas experiências, temos algumas lacunas e horizontes que necessitam ser mais, e melhor, desbravados com complexidade e aprofundamento pelos pesquisadores. Ao observarmos a relação da História com a Música, percebemos pesquisadores que trabalham de forma séria em relação à temática, nos apresentando questionamentos importantes para a reflexão sobre a Música como fonte de pesquisa histórica, por exemplo. Todavia, não contamos com uma linha mais específica, com congressos, encontros e obras lançadas com regularidade que tratem do tema com a profundidade que necessita. Desta forma, buscamos apresentar alguns caminhos possíveis para entender a importância de analisar a História e a sua relação com a Música. As práticas musicais mais diversas encontradas nos meios sociais, podem nos apresentar uma riqueza de alternativas para a análise historiográfica, que vai muito além do estudo da letra de uma canção. A Música tem uma relação muito presente com a trajetória histórica, nos revelando potencialidades, permanências, rupturas, necessidades, construções, opressões e resistências, sendo uma força de influência e expressão para movimentos em momentos históricos. A Música pode nos revelar muitos aspectos do que está em jogo nas disputas sociais e nas mudanças culturais, apresentando várias formas de reflexão que ainda carecem de análise e atenção mais específica da historiografia. Essas possibilidades devem ser enfrentadas pela História, não somente para o crescimento das pesquisas historiográficas, mas também para a maior integração entre áreas e possibilidades de reflexões, teorias e metodologias de pesquisa. A junção do campo da História e da Música não é uma novidade, mas a necessidade dos assuntos dentro da universidade sim. Quantas vezes nós mesmos ou aqueles que vieram depois de nós não se depararam com a dificuldade de encontrar fontes, orientadores, bibliografias acerca da história da música? Marcos Napolitano serviu e serve muito bem a esse propósito, mas é de se estranhar que depois de tanto tempo que a principal referência no Rio de Janeiro “História & Música”, do mesmo autor, ainda não tenha recebido contribuições à altura. A partir dessas inquietações é que pensamos em organizar esse volume para tratar de diversos assuntos que permeiam o campo da História e da Música, campo que merece mais atenção por parte de historiadores e ajudar estudantes e profissionais que necessitam de mais fontes para oxigenar seus debates acadêmicos. Esse livro também foi concebido para abarcar outras áreas do saber que contribuem muito para o trabalho científico: a Etnomusicologia, área do conhecimento ainda pouco conhecida no meio acadêmico e bastante explorada pelos antropólogos. Consideramos que essa obra atenderá não apenas aos músicos e historiadores, mas também aos estudantes e professores de etnomusicologia. Com isso, esperamos que esse livro possa contribuir com o debate sobre a relação entre História e Música. Nosso objetivo é apresentar uma obra que possa ser usada nas pesquisas acadêmicas nas duas áreas. A partir dos textos, buscamos, junto dos autores, apontar vários caminhos, tanto teóricos quanto metodológicos, que expandem as possibilidades de unir essas duas áreas e enriquecer essa discussão que percorre a humanidade há vários anos.

Research paper thumbnail of XIX Anpof - Metafísica Analítica

Metafísica Analítica, 2024

A Metafísica, enquanto disciplina filosófica, há muito tempo se dedica à exploração dos aspectos ... more A Metafísica, enquanto disciplina filosófica, há muito tempo se dedica à exploração dos aspectos mais gerais e fundamentais da realidade. No Brasil, especialmente quando feita a partir dos padrões de regimentação e argumentação típicos da filosofia analítica, ela é frequentemente referida como metafísica analítica. Nos últimos anos, observamos um notável aumento de interesse por parte dos filósofos brasileiros nesta disciplina, justificando a necessidade de um grupo de trabalho específico para esta área dentro da ANPOF. Tendo isto em vista, o GT de Metafísica Analítica foi idealizado por professores e estudantes no encontro nacional da ANPOF de 2016, em Aracaju. Em 2018, no encontro nacional da ANPOF em Vitória, foi realizada a primeira sessão oficial do GT, sob coordenação do Prof. Dr. Guido Imaguire. A partir daí, o GT realizou diversas sessões ordinárias e extraordinárias, tanto em âmbito nacional quanto internacional, conectando pesquisadores e pesquisadoras dentro e fora do país. Atualmente o GT se encontra sob coordenação dos Profs. Drs. Pedro Merlussi e Rhamon de Oliveira Nunes e continua com o objetivo de cultivar um espaço de cooperação, pesquisa e desenvolvimento da metafísica analítica brasileira. Um dos resultados destes esforços é o presente volume, que reúne as apresentações feitas no encontro nacional da ANPOF de 2022, em Goiânia. Composto por sete capítulos, o livro traz textos sobre temas de ponta na metafísica analítica contemporânea, começando pelo capítulo da Dra. Mariana Cabral Figueiro, sobre meta-ética e grounding. O volume segue com um capítulo sobe ontologia social, escrito pelo Dr. Valdenor Monteiro Brito Júnior e um capítulo sobre metafísica da causalidade, do Me. Caio Cezar Silva. Os dois capítulos seguintes são dedicados ao tema da mereologia, especialmente ao problema da composição material: Felipe Avena articula tal questão com o tema do grounding, e Dr. Rhamon de Oliveira Nunes apresenta uma solução para o problema a partir da noção de estrutura. Encerrando o volume temos um capítulo sobre filosofia da religião, do Prof. Dr. Luiz Carlos Sureki e um capítulo sobre filosofia do tempo, da Dra. Ana Maria Correa. O presente volume representa os esforços da comunidade filosófica brasileira em se integrar no cenário global de pesquisa, com foco em uma produção filosófica mais autoral, sem perder de vista suas bases na tradição. O livro também serve como uma valiosa ferramenta acadêmica para futuros estudantes e pesquisadores em metafísica analítica, enriquecendo a reflexão brasileira acerca da natureza da realidade que nos cerca e da nossa própria existência. Que este trabalho possa estimular novas perspectivas e fomentar o diálogo em meio ao crescente interesse pela Metafísica em solo brasileiro

Research paper thumbnail of Mereologia e o Problema da Composição

Problemas de Metafísica Analítica, 2020

O objetivo deste capítulo é apresentar a mereologia enquanto área de investigação filosófica e um... more O objetivo deste capítulo é apresentar a mereologia enquanto área de investigação filosófica e um dos seus principais temas: o problema da composição. Após um breve panorama histórico da mereologia, veremos no que consiste o problema da composição e quais são suas principais respostas.

Research paper thumbnail of Composição e identidade são equivalentes?

Coleção XVI Encontro ANPOF - Filosofia da Linguagem e da Lógica, 2014

Mereologia é o estudo da relação 'ser parte de'. Seu objetivo é descrever rigorosamente o comport... more Mereologia é o estudo da relação 'ser parte de'. Seu objetivo é descrever rigorosamente o comportamento lógico desta relação de modo a elucidar os conceitos de 'parte' e 'todo'. Dizemos que as partes compõem o todo e de modo inverso, que o todo é composto por suas partes. Por exemplo, podemos afirmar que uma duna é composta por diversos grãos de areia, ou que um carro é composto por diversas peças mecânicas.

Research paper thumbnail of Contra a noção de parte formal: Uma resposta a Kathrin Koslicki

Principia: An International Journal of Epistemology, Dec 15, 2021

In her 2008 book The Structure of Objects, Kathrin Koslicki defends an Aristotelian mereological ... more In her 2008 book The Structure of Objects, Kathrin Koslicki defends an Aristotelian mereological theory to describe the nature of composite objects. This theory has at its heart the idea that composite objects are fusions of material and formal parts, that is, it is a kind of neo-hylomorphism. The main motivation behind the adoption of this thesis is the rejection of certain compositional theories, especially mereological universalism defended by David 1991). However, I shall argue that none of Koslicki's arguments are sufficient to establish the postulation of formal parts. The reason for this is that the motivation that lead her to a commitment to such entities are not only unjustified, but it is also possible to solve the problems that she raises without appealing to the very notion of formal parts.

Research paper thumbnail of Contra a noção de parte formal: Uma resposta a Kathrin Koslicki

Principia: an international journal of epistemology, 2021

Em seu livro de 2008, A estrutura dos objetos, Kathrin Koslicki defende uma teoria mereológica de... more Em seu livro de 2008, A estrutura dos objetos, Kathrin Koslicki defende uma teoria mereológica de cunho aristotélico para descrever a natureza dos objetos concretos. Tal teoria tem como coração a ideia de que objetos compostos são fusões de partes materiais e partes formais, ou seja, ela é uma espécie de neo-hilemorfismo. A principal motivação para a adoção de tal tese é se opor a certas teorias de composição, principalmente o universalismo mereológico, defendido por David Lewis (1986 e 1991). Entretanto, pretendo defender que nenhum dos argumentos de Koslicki é satisfatório para a postulação das partes formais. Isso porque os motivos que a levam ao comprometimento com essas entidades não apenas são injustificados, mas também é possível resolver os problemas levantados pela autora sem o apelo à própria noção de parte formal.

Research paper thumbnail of Nominalismos e o princípio de parcimônia: Alguns comentários críticos

Controvérsia (UNISINOS) - ISSN 1808-5253, Dec 30, 2020

A disputa entre nominalistas e realistas/platonistas diz respeito não apenas a quais entidades ex... more A disputa entre nominalistas e realistas/platonistas diz respeito não apenas a quais entidades existem, como também à natureza destas entidades. Por trás dos argumentos nominalistas para colocar em dúvida a existência de universais ou entidades abstratas, está o princípio metodológico de parcimônia, ilustrado pela Navalha de Ockham. No entanto, por mais plausível que seja este princípio, a sua aplicação irrestrita leva o filósofo nominalista ao abandono de teorias promissoras ou mesmo à aceitação de teorias cujos resultados são contraintuitivos. Meu objetivo neste artigo é (1) caracterizar a disputa entre nominalistas e realistas/platonistas, bem como seus pressupostos metodológicos, e (2) apresentar um estudo de caso envolvendo uma teoria realista e uma alternativa nominalista a ela, de modo a explicitar que as intuições que servem de base para o projeto nominalista são não apenas problemáticas, como, em alguns casos, insuficientes para dar conta de descrever a estrutura mais fundamental da realidade.

Research paper thumbnail of Against the very notion of a formal part: a response to Kathrin Koslicki

Principia: An International Journal of Epistemology, 2021

In her 2008 book The Structure of Objects, Kathrin Koslicki defends an Aristotelian mereological ... more In her 2008 book The Structure of Objects, Kathrin Koslicki defends an Aristotelian mereological theory to describe the nature of composite objects. This theory has at its heart the idea that composite objects are fusions of material and formal parts, that is, it is a kind of neo-hylomorphism. The main motivation behind the adoption of this thesis is the rejection of certain compositional theories, especially mereological universalism defended by David Lewis (1986 and 1991). However, I shall argue that none of Koslicki's arguments are sufficient to establish the postulation of formal parts. The reason for this is that the motivation that lead her to a commitment to such entities are not only unjustified, but it is also possible to solve the problems that she raises without appealing to the very notion of formal parts. (This paper is written in portuguese)

Research paper thumbnail of Nominalismos e o princípio de parcimônia: alguns comentários críticos

Controvérsia, 2020

A disputa entre nominalistas e realistas/platonistas diz respeito não apenas a quais entidades ex... more A disputa entre nominalistas e realistas/platonistas diz respeito não apenas a quais entidades existem, como também à natureza destas entidades. Por trás dos argumentos nominalistas para colocar em dúvida a existência de universais ou entidades abstratas, está o princípio metodológico de parcimônia, ilustrado pela Navalha de Ockham. No entanto, por mais plausível que seja este princípio, a sua aplicação irrestrita leva o filósofo nominalista ao abandono de teorias promissoras ou mesmo à aceitação de teorias cujos resultados são contraintuitivos. Meu objetivo neste artigo é (1) caracterizar a disputa entre nominalistas e realistas/platonistas, bem como seus pressupostos metodológicos, e (2) apresentar um estudo de caso envolvendo uma teoria realista e uma alternativa nominalista a ela, de modo a explicitar que as intuições que servem de base para o projeto nominalista são não apenas problemáticas, como, em alguns casos, insuficientes para dar conta de descrever a estrutura mais fundamental da realidade.

Research paper thumbnail of Abismos sem fundo e torres sem fim: Algumas considerações sobre a mereologia do mundo

Revista do Seminário dos Alunos do PPGLM/UFRJ, 2017

Nossas intuições sobre a realidade nos levam a sustentar duas crenças: (a) existem objetos compos... more Nossas intuições sobre a realidade nos levam a sustentar duas crenças: (a) existem objetos compostos; (b) alguns objetos tomados em conjunto não compõem um novo objeto. Uma consideração mais cuidadosa sobre tais intuições revelam que elas implicam um resultado inaceitável: a possibilidade da existência de objetos vagos. As únicas alternativas viáveis a tais crenças consistem em aceitar que a composição sempre ocorre ou negar absolutamente que ela ocorra. O objetivo deste artigo é sustentar, na medida do possível, que a primeira alternativa é a melhor opção para entendermos a estrutura dos objetos compostos, principalmente se levarmos em conta a possibilidade da realidade ser infinitamente divisível ou infinitamente composta.

Research paper thumbnail of Problemas de Mereologia: O que é um todo?

Revista do Seminário dos Alunos do PPGLM/UFRJ, 2014

O objetivo deste artigo é clarificar o conceito de 'todo' tal qual é entendido pela mereologia cl... more O objetivo deste artigo é clarificar o conceito de 'todo' tal qual é entendido pela mereologia clássica e compará-lo com as nossas intuições do senso comum. A crença de que é necessário algum critério para uma pluralidade de objetos ser tomada como um único objeto composto parece nos levar inevitavelmente a uma contradição. Mas se qualquer soma de partes pode ser um todo, existe algum aspecto adicional ao todo que o distinga de um mero amontoado de partes? Se a
tese de composição como identidade for verdadeira, tudo indica que não. No entanto esta concepção por si só é problemática.

Research paper thumbnail of XX Anpof - Metafísica Analítica

Novas considerações sobre existência e composição, 2025

O problema da composição mereológica diz respeito a determinar quando objetos compostos (i.e., ob... more O problema da composição mereológica diz respeito a determinar quando objetos compostos (i.e., objetos com partes próprias) passam a existir. No cerne do problema, portanto, encontra-se a noção de existência, de modo que um passo importante para qualquer tentativa de solucionar o problema da composição envolve também a elucidação do conceito de existência. O conceito de existência é um dos mais centrais na história da metafísica ocidental, tendo sido tratado de diversas maneiras ao longo dos séculos. A partir do século XX, na filosofia analítica, a análise quantificacional da noção de existência foi tomada como ortodoxa. Ela é base da ideia quiniana de que ser é ser o valor de uma variável ligada e, portanto, existência é o que o quantificador existencial expressa. Esta ideia, contudo, surge mais propriamente em Frege, sendo posteriormente desenvolvida por Russell. Mais recentemente, algumas alternativas à ortodoxia surgiram, como o neo-meinongianismo (que entende a existência como um tipo de predicado) e o princípio eleata (segundo o qual apenas entidades com poderes causais existem), dentre outras. Nesta comunicação, pretendo apresentar algumas das principais teorias da existência presentes na filosofia analítica contemporânea a fim de determinar como quais são as suas consequências para o problema da composição mereológica.

Research paper thumbnail of História e Música: Caminhos Possíveis

História e Música: Caminhos Possíveis, 2024

A música é uma das forças que move o ser humano, por isso ela está presente em vários momentos do... more A música é uma das forças que move o ser humano, por isso ela está presente em vários momentos do nosso dia a dia. A vida é musicalizada. Seja na cura, na dor, na reunião ou na solidão. Povos antigos foram à guerra e tiveram seu contato com o sagrado através dos sons emitidos pelos instrumentos musicais. Compreender a música é entender como as sociedades pensam, agem e se organizam. Entretanto, quando nos deparamos com as possibilidades da pesquisa historiográfica, com suas fontes e objetos variados para reflexões sobre essas diversas experiências, temos algumas lacunas e horizontes que necessitam ser mais, e melhor, desbravados com complexidade e aprofundamento pelos pesquisadores. Ao observarmos a relação da História com a Música, percebemos pesquisadores que trabalham de forma séria em relação à temática, nos apresentando questionamentos importantes para a reflexão sobre a Música como fonte de pesquisa histórica, por exemplo. Todavia, não contamos com uma linha mais específica, com congressos, encontros e obras lançadas com regularidade que tratem do tema com a profundidade que necessita. Desta forma, buscamos apresentar alguns caminhos possíveis para entender a importância de analisar a História e a sua relação com a Música. As práticas musicais mais diversas encontradas nos meios sociais, podem nos apresentar uma riqueza de alternativas para a análise historiográfica, que vai muito além do estudo da letra de uma canção. A Música tem uma relação muito presente com a trajetória histórica, nos revelando potencialidades, permanências, rupturas, necessidades, construções, opressões e resistências, sendo uma força de influência e expressão para movimentos em momentos históricos. A Música pode nos revelar muitos aspectos do que está em jogo nas disputas sociais e nas mudanças culturais, apresentando várias formas de reflexão que ainda carecem de análise e atenção mais específica da historiografia. Essas possibilidades devem ser enfrentadas pela História, não somente para o crescimento das pesquisas historiográficas, mas também para a maior integração entre áreas e possibilidades de reflexões, teorias e metodologias de pesquisa. A junção do campo da História e da Música não é uma novidade, mas a necessidade dos assuntos dentro da universidade sim. Quantas vezes nós mesmos ou aqueles que vieram depois de nós não se depararam com a dificuldade de encontrar fontes, orientadores, bibliografias acerca da história da música? Marcos Napolitano serviu e serve muito bem a esse propósito, mas é de se estranhar que depois de tanto tempo que a principal referência no Rio de Janeiro “História & Música”, do mesmo autor, ainda não tenha recebido contribuições à altura. A partir dessas inquietações é que pensamos em organizar esse volume para tratar de diversos assuntos que permeiam o campo da História e da Música, campo que merece mais atenção por parte de historiadores e ajudar estudantes e profissionais que necessitam de mais fontes para oxigenar seus debates acadêmicos. Esse livro também foi concebido para abarcar outras áreas do saber que contribuem muito para o trabalho científico: a Etnomusicologia, área do conhecimento ainda pouco conhecida no meio acadêmico e bastante explorada pelos antropólogos. Consideramos que essa obra atenderá não apenas aos músicos e historiadores, mas também aos estudantes e professores de etnomusicologia. Com isso, esperamos que esse livro possa contribuir com o debate sobre a relação entre História e Música. Nosso objetivo é apresentar uma obra que possa ser usada nas pesquisas acadêmicas nas duas áreas. A partir dos textos, buscamos, junto dos autores, apontar vários caminhos, tanto teóricos quanto metodológicos, que expandem as possibilidades de unir essas duas áreas e enriquecer essa discussão que percorre a humanidade há vários anos.

Research paper thumbnail of XIX Anpof - Metafísica Analítica

Metafísica Analítica, 2024

A Metafísica, enquanto disciplina filosófica, há muito tempo se dedica à exploração dos aspectos ... more A Metafísica, enquanto disciplina filosófica, há muito tempo se dedica à exploração dos aspectos mais gerais e fundamentais da realidade. No Brasil, especialmente quando feita a partir dos padrões de regimentação e argumentação típicos da filosofia analítica, ela é frequentemente referida como metafísica analítica. Nos últimos anos, observamos um notável aumento de interesse por parte dos filósofos brasileiros nesta disciplina, justificando a necessidade de um grupo de trabalho específico para esta área dentro da ANPOF. Tendo isto em vista, o GT de Metafísica Analítica foi idealizado por professores e estudantes no encontro nacional da ANPOF de 2016, em Aracaju. Em 2018, no encontro nacional da ANPOF em Vitória, foi realizada a primeira sessão oficial do GT, sob coordenação do Prof. Dr. Guido Imaguire. A partir daí, o GT realizou diversas sessões ordinárias e extraordinárias, tanto em âmbito nacional quanto internacional, conectando pesquisadores e pesquisadoras dentro e fora do país. Atualmente o GT se encontra sob coordenação dos Profs. Drs. Pedro Merlussi e Rhamon de Oliveira Nunes e continua com o objetivo de cultivar um espaço de cooperação, pesquisa e desenvolvimento da metafísica analítica brasileira. Um dos resultados destes esforços é o presente volume, que reúne as apresentações feitas no encontro nacional da ANPOF de 2022, em Goiânia. Composto por sete capítulos, o livro traz textos sobre temas de ponta na metafísica analítica contemporânea, começando pelo capítulo da Dra. Mariana Cabral Figueiro, sobre meta-ética e grounding. O volume segue com um capítulo sobe ontologia social, escrito pelo Dr. Valdenor Monteiro Brito Júnior e um capítulo sobre metafísica da causalidade, do Me. Caio Cezar Silva. Os dois capítulos seguintes são dedicados ao tema da mereologia, especialmente ao problema da composição material: Felipe Avena articula tal questão com o tema do grounding, e Dr. Rhamon de Oliveira Nunes apresenta uma solução para o problema a partir da noção de estrutura. Encerrando o volume temos um capítulo sobre filosofia da religião, do Prof. Dr. Luiz Carlos Sureki e um capítulo sobre filosofia do tempo, da Dra. Ana Maria Correa. O presente volume representa os esforços da comunidade filosófica brasileira em se integrar no cenário global de pesquisa, com foco em uma produção filosófica mais autoral, sem perder de vista suas bases na tradição. O livro também serve como uma valiosa ferramenta acadêmica para futuros estudantes e pesquisadores em metafísica analítica, enriquecendo a reflexão brasileira acerca da natureza da realidade que nos cerca e da nossa própria existência. Que este trabalho possa estimular novas perspectivas e fomentar o diálogo em meio ao crescente interesse pela Metafísica em solo brasileiro

Research paper thumbnail of Mereologia e o Problema da Composição

Problemas de Metafísica Analítica, 2020

O objetivo deste capítulo é apresentar a mereologia enquanto área de investigação filosófica e um... more O objetivo deste capítulo é apresentar a mereologia enquanto área de investigação filosófica e um dos seus principais temas: o problema da composição. Após um breve panorama histórico da mereologia, veremos no que consiste o problema da composição e quais são suas principais respostas.

Research paper thumbnail of Composição e identidade são equivalentes?

Coleção XVI Encontro ANPOF - Filosofia da Linguagem e da Lógica, 2014

Mereologia é o estudo da relação 'ser parte de'. Seu objetivo é descrever rigorosamente o comport... more Mereologia é o estudo da relação 'ser parte de'. Seu objetivo é descrever rigorosamente o comportamento lógico desta relação de modo a elucidar os conceitos de 'parte' e 'todo'. Dizemos que as partes compõem o todo e de modo inverso, que o todo é composto por suas partes. Por exemplo, podemos afirmar que uma duna é composta por diversos grãos de areia, ou que um carro é composto por diversas peças mecânicas.