Fafate Costa | Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (original) (raw)
Uploads
Thesis Chapters by Fafate Costa
Memória, Jornalismo e Discurso. A inter-relação dessas áreas norteia esta tese que objetiva compr... more Memória, Jornalismo e Discurso. A inter-relação dessas áreas norteia esta tese que objetiva compreender como as informações veiculadas pela Imprensa, instituição de produção do conhecimento que roga para si um “poder de verdade” (por meio do discurso jornalístico), contribuem para a construção de memórias sobre a mulher, a partir da divulgação de crimes de grande repercussão nacional. O mundo é representado por discursos construídos socialmente e, apesar de inegáveis avanços culturais, mesmo com o crescente movimento de mulheres por sua autonomia, ainda hoje, no primeiro quarto de século do terceiro milênio, é possível identificar uma forte tendência de herança patriarcal, androcêntrica e, por vezes misógina, na sociedade brasileira. O percurso teórico aqui empreendido busca contemplar a noção de memória social, relacionando-a à linguagem e à violência; entender o jornalismo como enquadramento da “realidade” a partir de suas rotinas de produção; e atualizar o cenário da violência contra a mulher no Brasil. O corpus da pesquisa está centrado em reportagens sobre o “Caso Eliza Samudio”, analisadas sob a metodologia da Análise de Discurso de vertente francesa, em suas materialidades verbais e não verbais. São trabalhados os conceitos de interdiscurso, memória discursiva, acontecimento discursivo e intericonicidade para apontar possíveis efeitos de sentido no tecido social entre passado e presente, ao relacionar a cobertura do “Caso Eliza Samudio”, de 2009 a 2013, ao “Caso Dana de Teffé”, de 1962 a 1971. A regularidade de certos discursos (jornalísticos e jurídicos) divulgados na Imprensa, sugere a (con)formação do imaginário social sobre o feminino, nos últimos cinquenta anos, notadamente em sua desqualificação moral.
Books by Fafate Costa
Esta pesquisa lança um olhar crítico sobre a linguagem jornalística, partindo da teoria dos gêne... more Esta pesquisa lança um olhar crítico sobre a linguagem jornalística, partindo da teoria dos gêneros de discurso de Mikhail Bakhtin, amparada pelos pressupostos das condições de produção discursiva da corrente francesa de Análise de Discurso. Estuda o telejornalismo analisando reportagens de duas emissoras concorrentes no interior do estado de São Paulo, com o objetivo de apontar subjetividades e marcas discursivas que corroboram para derrubar o mito da objetividade jornalística.
Papers by Fafate Costa
Journal of international women's studies, 2020
Brazilian university students report cases of rape on campus. In Portugal, young women experience... more Brazilian university students report cases of rape on campus. In Portugal, young women experience humiliation and sexism when they enter university. In the UK, protests in an academic context put to the test policies for women. These narratives are present in a postdoctoral research project that will discuss violence against women in universities. One of the products resulting from this work will be a documentary that attempts to deal with the subjective perceptions of teachers, technicians, and students about gender violence in the Academy. Focusing on feminist epistemology that values experience as a way of knowing, this research has women as protagonists in both the denunciations and the execution of a video-activism on the subject.
The 5th World Conference on Women's Studies , 2019
Brazilian university students report cases of rape on campus. In Portugal, young women experience... more Brazilian university students report cases of rape on campus. In Portugal, young women experience humiliation and sexism when they enter university. In the UK, protests in an academic context put to the test policies for women. These narratives are present in a postdoctoral research that will discuss violence against women in universities. One of the products resulting from this work will be a documentary that attempts to deal with the subjective perceptions of teachers, technicians and students about gender violence in the Academy. Focusing on feminist epistemology that values experience as a way of knowing, this research has women as protagonists in both the denunciations and the execution of a video-activism on the subject.
As manifestações populares ocorridas nos últimos anos no Brasil têm feito despontar novos atores ... more As manifestações populares ocorridas nos últimos anos no Brasil têm feito despontar novos atores e práticas que vêm questionando as instituições políticas, a polícia e a ação da imprensa. São coletivos auto-organizados que buscam estratégias midiáticas para fazer valer uma comunicação que se diz independente. A atuação dos midiativistas é aqui estudada por meio de entrevistas e observação participante durante protestos no centro do Rio de Janeiro. Em campo, as primeiras impressões permitiram compreender como esses coletivos agem, em dois níveis: o físico e o simbólico. O primeiro pauta-se pela posição geográfica em meio à multidão, aproximando-se e misturando-se aos manifestantes. O segundo aponta para a relação construída entre a mídia independente e os manifestantes, a partir do histórico de conduta do midiativista e do veículo que esse representa. A partir da identificação desses atores, a proposta é compreender o lugar de fala da mídia independente pautada por um ativismo militante. Nesse sentido, o presente trabalho faz uma breve digressão ao discurso da imprensa tradicional, num recorte da Folha de S.Paulo, em relação às Jornadas de Junho de 2013, para identificar possíveis efeitos de sentido que constroem memórias sociais sobre as manifestações, a fim de propor uma reflexão sobre o papel das mídias (tradicionais e independentes) na compreensão e no próprio desenrolar dos acontecimentos.
Memória, Jornalismo e Discurso. A inter-relação dessas áreas norteia esta tese que objetiva compr... more Memória, Jornalismo e Discurso. A inter-relação dessas áreas norteia esta tese que objetiva compreender como as informações veiculadas pela Imprensa, instituição de produção do conhecimento que roga para si um “poder de verdade” (por meio do discurso jornalístico), contribuem para a construção de memórias sobre a mulher, a partir da divulgação de crimes de grande repercussão nacional. O mundo é representado por discursos construídos socialmente e, apesar de inegáveis avanços culturais, mesmo com o crescente movimento de mulheres por sua autonomia, ainda hoje, no primeiro quarto de século do terceiro milênio, é possível identificar uma forte tendência de herança patriarcal, androcêntrica e, por vezes misógina, na sociedade brasileira. O percurso teórico aqui empreendido busca contemplar a noção de memória social, relacionando-a à linguagem e à violência; entender o jornalismo como enquadramento da “realidade” a partir de suas rotinas de produção; e atualizar o cenário da violência contra a mulher no Brasil. O corpus da pesquisa está centrado em reportagens sobre o “Caso Eliza Samudio”, analisadas sob a metodologia da Análise de Discurso de vertente francesa, em suas materialidades verbais e não verbais. São trabalhados os conceitos de interdiscurso, memória discursiva, acontecimento discursivo e intericonicidade para apontar possíveis efeitos de sentido no tecido social entre passado e presente, ao relacionar a cobertura do “Caso Eliza Samudio”, de 2009 a 2013, ao “Caso Dana de Teffé”, de 1962 a 1971. A regularidade de certos discursos (jornalísticos e jurídicos) divulgados na Imprensa, sugere a (con)formação do imaginário social sobre o feminino, nos últimos cinquenta anos, notadamente em sua desqualificação moral.
Esta pesquisa lança um olhar crítico sobre a linguagem jornalística, partindo da teoria dos gêne... more Esta pesquisa lança um olhar crítico sobre a linguagem jornalística, partindo da teoria dos gêneros de discurso de Mikhail Bakhtin, amparada pelos pressupostos das condições de produção discursiva da corrente francesa de Análise de Discurso. Estuda o telejornalismo analisando reportagens de duas emissoras concorrentes no interior do estado de São Paulo, com o objetivo de apontar subjetividades e marcas discursivas que corroboram para derrubar o mito da objetividade jornalística.
Journal of international women's studies, 2020
Brazilian university students report cases of rape on campus. In Portugal, young women experience... more Brazilian university students report cases of rape on campus. In Portugal, young women experience humiliation and sexism when they enter university. In the UK, protests in an academic context put to the test policies for women. These narratives are present in a postdoctoral research project that will discuss violence against women in universities. One of the products resulting from this work will be a documentary that attempts to deal with the subjective perceptions of teachers, technicians, and students about gender violence in the Academy. Focusing on feminist epistemology that values experience as a way of knowing, this research has women as protagonists in both the denunciations and the execution of a video-activism on the subject.
The 5th World Conference on Women's Studies , 2019
Brazilian university students report cases of rape on campus. In Portugal, young women experience... more Brazilian university students report cases of rape on campus. In Portugal, young women experience humiliation and sexism when they enter university. In the UK, protests in an academic context put to the test policies for women. These narratives are present in a postdoctoral research that will discuss violence against women in universities. One of the products resulting from this work will be a documentary that attempts to deal with the subjective perceptions of teachers, technicians and students about gender violence in the Academy. Focusing on feminist epistemology that values experience as a way of knowing, this research has women as protagonists in both the denunciations and the execution of a video-activism on the subject.
As manifestações populares ocorridas nos últimos anos no Brasil têm feito despontar novos atores ... more As manifestações populares ocorridas nos últimos anos no Brasil têm feito despontar novos atores e práticas que vêm questionando as instituições políticas, a polícia e a ação da imprensa. São coletivos auto-organizados que buscam estratégias midiáticas para fazer valer uma comunicação que se diz independente. A atuação dos midiativistas é aqui estudada por meio de entrevistas e observação participante durante protestos no centro do Rio de Janeiro. Em campo, as primeiras impressões permitiram compreender como esses coletivos agem, em dois níveis: o físico e o simbólico. O primeiro pauta-se pela posição geográfica em meio à multidão, aproximando-se e misturando-se aos manifestantes. O segundo aponta para a relação construída entre a mídia independente e os manifestantes, a partir do histórico de conduta do midiativista e do veículo que esse representa. A partir da identificação desses atores, a proposta é compreender o lugar de fala da mídia independente pautada por um ativismo militante. Nesse sentido, o presente trabalho faz uma breve digressão ao discurso da imprensa tradicional, num recorte da Folha de S.Paulo, em relação às Jornadas de Junho de 2013, para identificar possíveis efeitos de sentido que constroem memórias sociais sobre as manifestações, a fim de propor uma reflexão sobre o papel das mídias (tradicionais e independentes) na compreensão e no próprio desenrolar dos acontecimentos.