Cristian Kraemer | Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (Federal University of Santa Catarina) (original) (raw)

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Papers by Cristian Kraemer

Research paper thumbnail of O que é 'Metametafísica'? Uma análise das metodologias de Meinong, Carnap e Quine

GRIOT: Revista de Filosofia, 2021

A Metametafísica é o estudo sobre os fundamentos e a metodologia da Metafísica. Analisaremos nest... more A Metametafísica é o estudo sobre os fundamentos e a metodologia da Metafísica. Analisaremos neste artigo três metodologias que marcaram as origens da Metametafísica na Tradição Analítica: a de Alexius Meinong, Rudolf Carnap e Willard van Orman Quine. De acordo com Meinong, há uma distinção entre ‘existir’ e ‘haver’ e, para preservar a intuição de que todo ato intencional é direcionado a um objeto, há coisas que não existem. Segundo Carnap, as perguntas em Metafísica podem ser facilmente respondidas por meios empíricos ou inferenciais, desde que adotemos um sistema de referência linguístico (framework) e respondamos às questões internamente a esse framework. Já Quine argumentou que tomar uma entidade com sendo existente é tomá-la como o valor de uma variável ligada. A Metametafísica é relevante porque desambigua o nosso vocabulário e evita que os filósofos e filósofas se envolvam em meras disputas verbais. O nosso objetivo neste artigo não foi explicitar a nossa predileção por alguma dessas metodologias, mas fornecer um ponto de partida para os que não estão familiarizados com essas discussões —de modo que outros pesquisadores e pesquisadoras se engajem com as questões pertencentes à Metametafísica.

Book Chapters by Cristian Kraemer

Research paper thumbnail of Ficção e Metafísica: O Artefactualismo de Amie Thomasson

XXI Semana Acadêmica do PPG em Filosofia da PUCRS, 2021

A discussão contemporânea a respeito da metafísica da ficção (mais especificamente, acerca da nat... more A discussão contemporânea a respeito da metafísica da ficção (mais especificamente, acerca da natureza dos objetos ficcionais) ocupa um lugar central na tradição analítica. Essa discussão se enraizou em ao menos duas importantes vertentes teóricas do século XX: o Meinonguianismo e o Quineanismo. No entanto, por mais elegantes e persuasivas que sejam, nenhuma das duas vertentes analisa satisfatoriamente o caráter criativo dos autores de ficção, uma vez que geralmente reconhecemos que, por exemplo, se Arthur Conan Doyle não tivesse se ocupado da escrita de obras de ficção, não teríamos sido agraciados pelas aventuras de Sherlock Holmes. Esse caráter criativo exerce um papel primordial na teoria artefactual de Amie Thomasson, que, em seu livro Fiction and Metaphysics, argumentou que os objetos ficcionais são artefatos abstratos. Porém, diferentemente dos abstracta platônicos, os objetos ficcionais não são imutáveis, atemporais ou necessários, mas ontologicamente dependentes de seus autores para virem à existência e de seus registros (e de uma comunidade de falantes capazes de interpretar esses registros) para permanecerem em existência. Em maiores detalhes, os objetos ficcionais são rigidamente e historicamente dependentes de seus respectivos autores; além de serem genericamente e constantemente dependentes dos registros (como os livros e os rolos de filme) e de uma comunidade de falantes capazes de interpretar esses registros. Dessa forma, analisaremos como a teoria artefactual de Amie Thomasson fornece uma metafísica que se adequa às nossas práticas literárias, fornecendo uma solução parcimoniosa para alguns dos principais problemas presentes nas teorias que tradicionalmente tratam da natureza dos objetos ficcionais.

Research paper thumbnail of O que é 'Metametafísica'? Uma análise das metodologias de Meinong, Carnap e Quine

GRIOT: Revista de Filosofia, 2021

A Metametafísica é o estudo sobre os fundamentos e a metodologia da Metafísica. Analisaremos nest... more A Metametafísica é o estudo sobre os fundamentos e a metodologia da Metafísica. Analisaremos neste artigo três metodologias que marcaram as origens da Metametafísica na Tradição Analítica: a de Alexius Meinong, Rudolf Carnap e Willard van Orman Quine. De acordo com Meinong, há uma distinção entre ‘existir’ e ‘haver’ e, para preservar a intuição de que todo ato intencional é direcionado a um objeto, há coisas que não existem. Segundo Carnap, as perguntas em Metafísica podem ser facilmente respondidas por meios empíricos ou inferenciais, desde que adotemos um sistema de referência linguístico (framework) e respondamos às questões internamente a esse framework. Já Quine argumentou que tomar uma entidade com sendo existente é tomá-la como o valor de uma variável ligada. A Metametafísica é relevante porque desambigua o nosso vocabulário e evita que os filósofos e filósofas se envolvam em meras disputas verbais. O nosso objetivo neste artigo não foi explicitar a nossa predileção por alguma dessas metodologias, mas fornecer um ponto de partida para os que não estão familiarizados com essas discussões —de modo que outros pesquisadores e pesquisadoras se engajem com as questões pertencentes à Metametafísica.

Research paper thumbnail of Ficção e Metafísica: O Artefactualismo de Amie Thomasson

XXI Semana Acadêmica do PPG em Filosofia da PUCRS, 2021

A discussão contemporânea a respeito da metafísica da ficção (mais especificamente, acerca da nat... more A discussão contemporânea a respeito da metafísica da ficção (mais especificamente, acerca da natureza dos objetos ficcionais) ocupa um lugar central na tradição analítica. Essa discussão se enraizou em ao menos duas importantes vertentes teóricas do século XX: o Meinonguianismo e o Quineanismo. No entanto, por mais elegantes e persuasivas que sejam, nenhuma das duas vertentes analisa satisfatoriamente o caráter criativo dos autores de ficção, uma vez que geralmente reconhecemos que, por exemplo, se Arthur Conan Doyle não tivesse se ocupado da escrita de obras de ficção, não teríamos sido agraciados pelas aventuras de Sherlock Holmes. Esse caráter criativo exerce um papel primordial na teoria artefactual de Amie Thomasson, que, em seu livro Fiction and Metaphysics, argumentou que os objetos ficcionais são artefatos abstratos. Porém, diferentemente dos abstracta platônicos, os objetos ficcionais não são imutáveis, atemporais ou necessários, mas ontologicamente dependentes de seus autores para virem à existência e de seus registros (e de uma comunidade de falantes capazes de interpretar esses registros) para permanecerem em existência. Em maiores detalhes, os objetos ficcionais são rigidamente e historicamente dependentes de seus respectivos autores; além de serem genericamente e constantemente dependentes dos registros (como os livros e os rolos de filme) e de uma comunidade de falantes capazes de interpretar esses registros. Dessa forma, analisaremos como a teoria artefactual de Amie Thomasson fornece uma metafísica que se adequa às nossas práticas literárias, fornecendo uma solução parcimoniosa para alguns dos principais problemas presentes nas teorias que tradicionalmente tratam da natureza dos objetos ficcionais.