Juan Manuel Terenzi | Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (Federal University of Santa Catarina) (original) (raw)
Artículos by Juan Manuel Terenzi
Landa, 2015
desenvolveu-se uma disputa entre as potências ibéricas nos territórios da América do Sul, e duran... more desenvolveu-se uma disputa entre as potências ibéricas nos territórios da América do Sul, e durante o século XIX entre Argentina e Brasil . Após isso, não se seguiram disputas reais por território ou por mercados entre os dois países, embora tenha permanecido uma rivalidade latente que se manifestava nas hipóteses de conflito. Isso prosseguiu até meados do século XX, quando a mudança nos poderes relativos entre Argentina e Brasil contribuíram para diluir as rivalidades. A partir de 1951,houve uma significativa tentativa de aproximação durante os mandatos de Juan D. Perón na Argentina, Getúlio Vargas no Brasil e Carlos Ibáñez no Chile. Sob um novo mandato de Vargas no Brasil, considerou-se que estavam dadas as condições políticas "para restabelecer o eixo Argentina-Brasil-Chile, como ponto de partida para uma futura união aduaneira na América Latina" (Rapoport e Madrid, 2011). A proposta de complementação econômica e solidariedade política entre os três países (ABC) -possível de ser ampliada para o resto da América do Sul-foi freada por não contar com o apoio do presidente brasileiro, perseguido pela oposição e pelos interesses dos Estados Unidos, concluindo definitivamente após a derrocada do Presidente Perón na Argentina em 1955, por meio de um golpe militar. Durante as ditaduras militares na Região, a relação entre Argentina e Brasil foi principalmente de conflito, chegando a "seu ponto histórico mais baixo na década de 1970 por conta dos programas incipientes de armas nucleares e da usina hidrelétrica de Itaipu no rio Paraná" (Bethel, 2012). O retorno à democracia na Argentina e no Brasil, em meados da década de 1980, foi o cenário propício para uma reorientação da relação: "a empatia política, revelada pelos regimes democráticos, colocou também em evidência a profundidade das afinidades culturais e a pujança da convergência de países que compartilham um espaço gigantesco,
Landa, 2017
En noviembre de 2016, Noé Jitrik estuvo en la Universidad Federal de Santa Catarina invitado a la... more En noviembre de 2016, Noé Jitrik estuvo en la Universidad Federal de Santa Catarina invitado a las jornadas en homenaje a Jorge Luis Borges tituladas Literatura argentina: ¿30 años sin Borges?, organizadas por el Núcleo Juan Carlos Onetti de Estudios Literarios Latinoamericanos. En la ocasión, el escritor y crítico argentino le concedió una larga entrevista a la Revista Landa que, también, le acercó preguntas preparadas por los alumnos del curso sobre Literatura Argentina dictado por Liliana Reales durante el segundo semestre de 2016 en el Programa de Posgrado en Literatura de la UFSC.
Anuário de Literatura, 2016
Resumo: Este artigo propõe discutir, de maneira sucinta, acerca do nada, do fogo, das cinzas e do... more Resumo: Este artigo propõe discutir, de maneira sucinta, acerca do nada, do fogo, das cinzas e do poder de criação que deles deriva. Para levar a cabo esta discussão, inicialmente nos valeremos de alguns conceitos filosóficos abordados por Martin Heidegger. Em seguida, discutiremos a leitura efetuada por Jacques Derrida sobre o conceito de Geist (Espírito) em Heidegger. Derrida irá investigar o uso desta palavra e suas variantes ao longo da obra filosófica de Heidegger, identificando possíveis leituras que estariam ocultas e que descortinariam um teatro heideggeriano em torno desta palavra. A leitura do filósofo da desconstrução tece importantes considerações e permite ao leitor novas aproximações à obra heideggeriana. Com estes dois eixos definidos, elaboramos uma leitura que põe de manifesto a relação entre os seguintes conceitos: o nada, o fogo e as cinzas, relacionados com o ato de criação. Ao longo do artigo destacamos outros escritores e filósofos, tais como Heráclito, Habermas, Wittgenstein e Beckett. Palavras-chave: Heidegger. Derrida. Fogo. Nada. Criação. Le soleil brillait, n'ayant pas d'alternative, sur le rien de neuf. Samuel Beckett ὁ ἥλιος οὐ µόνον, καθάπερ ὁ Ἡ. φησι, νέος ἐφ' ἡµέρῃ ἐστίν, ἀλλ' ἀεὶ νέος συνεχῶς. [O Sol não apenas é novo a cada dia, mas sempre e continuamente.] Heráclito Diante de todos os acontecimentos que abalam o mundo atual, parece inevitável o caráter de destruição-entendida em sua gama plural de significados-que configura este cenário e se apodera do cotidiano. Destruição não apenas física dos entes que habitam o mundo, mas igualmente destruição da relação moral, da comunidade, dos vínculos entre os seres humanos, e destes para com o seu entorno, seja este humano ou não (vide os recursos naturais, por exemplo). Portanto, estamos diante de um novo questionamento, que nunca deixou de estar presente nas especulações filosóficas, literárias e científicas dos homens de
DAPesquisa, 2014
RESUMO O presente trabalho busca confluir algumas ideias apresentadas por Hegel na sua Estética, ... more RESUMO O presente trabalho busca confluir algumas ideias apresentadas por Hegel na sua Estética, principalmente o que ele denominara como a "bela alma", com outros pensadores que se debruçaram sobre esta questão, como, por exemplo, Schiller e Heidegger. Além disso, apresentaremos brevemente alguns exemplos literários que vem ao encontro do que se discute aqui, de forma a ilustrar aquilo que Hegel já antecipara no início do século XIX. Para melhor efetuar esta aborda-gem, recorre-se, inicialmente, a análise de alguns parágrafos da Fenomenologia do Espírito, a fim de compreender o funcionamento do pensamento filosófico de Hegel, e, posteriormente, adentrar no trajeto entediante da "bela alma". Palavras-chaves: Hegel, estética, "bela alma". ABSTRACT This article intends to connect some notions discussed at Hegel's Aesthetics, mainly what he denoted as being the "beautiful soul", with others authors who also paid attention to this question, e.g. Schiller and Hedeigger. There will also be presented, although briefly, some writers, whose literary work are very close to the notion of the "beautiful soul" discussed by Hegel. To reach a better comprehension to this discussion and establish a thorough analysis, some specific paragraphs of the Introduction of The phenomenology of Spirit were selected. This allowed us to have access to the boring path of the "beautiful soul".
Landa, 2018
1 Anthony Cordingley 2 Beckett considerou apenas um de seus textos como sendo "intraduzível". Wor... more 1 Anthony Cordingley 2 Beckett considerou apenas um de seus textos como sendo "intraduzível". Worstward Ho, seu penúltimo livro em prosa escrito em inglês e publicado em 1983, resistiu-é o que se acredita-a todas as tentativas de produzir uma versão em francês. Após décadas autotraduzindo-se de maneira infatigável, algo sem precedentes nas literaturas inglesa e francesa, na tentativa de criar uma oeuvre abrangendo toda uma carreira literária, só esse texto frustrou o mais obstinado dos autotradutores. Sacralizado por seu autor, Worstward Ho possui como que uma aura mística. Esse mito foi difundido através da influente biografia de James Knowlson: "Os seus esforços em traduzir Worstward Ho para o francês logo atingiram um impasse. Ele me perguntou: "Como você traduz as primeiras palavras do livro "On. Say
DAPesquisa, 2015
Neste artigo, propomos uma leitura acerca da deusa Afrodite e de suas múltiplas análises e interp... more Neste artigo, propomos uma leitura acerca da deusa Afrodite e de suas múltiplas análises e interpretações ao longo da história. Sua potência interpretativa tem sido explorada em diversas manifestações artísticas, como na literatura, na pintura, na escultura, entre outras. Desta forma, buscamos num primeiro momento discutir sua imersão no mundo grego através da cosmogonia de Hesíodo, passando por Platão para, finalmente, expandir sua leitura até o olhar contemporâneo de Didi Huberman. Logo, a proposta deste trabalho consiste em refletir sobre a diversidade interpretativa que acompanha a presença de Afrodite na arte.
Manuscrítica, 2013
Convidados pela pesquisadora Liliana Reales, coordenadora do Núcleo Juan Carlos Onetti de estudos... more Convidados pela pesquisadora Liliana Reales, coordenadora do Núcleo Juan Carlos Onetti de estudos literários latino-americanos, o grupo composto pelos alunos Inês Skrepetz, Juan Manuel Terenzi, Mariana Martínez Stasi e Mauro Enrico Caponi desenvolveu um longo traba-lho de digitalização de os mil e setenta e sete fólios 1 do material manuscrito-em sua maior parte-e datilografado que se encontra na Biblioteca Nacional de Montevidéu arquivado em uma pasta cujo nome é "Cuando ya no importe" e que corresponde, em sua maior parte, aos últimos escritos de Juan Carlos Onetti. A proposta desta árdua tarefa consistia em verificar, após a digitalização quais fólios: 1. haviam sido publicados na versão publicada pela editorial Alfaguara de Cuando ya no importe, que tomamos como referência; 2. não haviam sido incluídos; 3. haviam sido modificados (seja por simples alteração de palavras, ou mesmo alterações sintáticas significativas) na versão da Alfaguara; 4. não pertenciam à história que se narra no livro; 5. foram editados em outras publicações; 6. aparentemente permanecem inéditos. Estes fólios foram divididos igualmente entre os quatro integrantes a fim de agilizar o trabalho. Contudo, o processo de digitalização foi realizado por um movimento duplo, pois inicialmente havíamos discutido e posto em prática uma metodologia de transcrição dos manuscritos, elaborando um código particular para poder abarcar as distintas marcas presen-tes no texto. Este código, embora não representasse com total fidelidade o conteúdo visível dos manuscritos, como por exemplo, as anotações à margem da folha, rasuras, etc., já se aproximava bastante da transcrição diplomática adotada posteriormente, além de mostrar-se bastante relevante para identificar as diferentes etapas de um processo criativo, como é o caso da elaboração e redação de um material que seria publicado em livro. Até chegarmos a uma definição para a aplicação deste código foram discutidas várias possibilidades, todas elas refletindo as diversas nuances do texto de Onetti. Finalmente, adotou-se a transcrição diplo-mática. Certamente o trabalho do grupo aproximava-se do ofício desenvolvido pelo próprio escritor, transformando-nos em testemunhas do processo criativo de um texto literário. Antes de avançarmos a pesquisa, foi sugerida por Liliana a ideia de nos reunirmos com o grupo de crítica genética (NUPROC) coordenado pelo professor Sergio Romanelli, Presi-dente da Associação Brasileira de Crítica Genética, para compreender melhor as diferentes transcrições adotadas e as suas respectivas funções no âmbito da pesquisa acadêmica com manuscritos. O professor Romanelli e sua equipe nos deram todas as orientações necessárias para a transcrição diplomática.
Landa, 2017
Desde o ensaio seminal de 1967 de John Barth, "A literatura do esgotamento", Samuel Beckett e Jor... more Desde o ensaio seminal de 1967 de John Barth, "A literatura do esgotamento", Samuel Beckett e Jorge Luis Borges têm sido frequentemente considerados modelos e pioneiros da ficção pósmoderna. Ambos compartilharam o prêmio Formentor em 1961 3 , o que além de aumentar o interesse internacional tanto em Beckett quanto em Borges, suscitou um reconhecimento mútuo entre os dois escritores. Porém, parece que ao longo de suas carreiras, nenhum dos escritores tinha nada a dizer do outro. Enquanto a reticência de Beckett não se encontra fora de contexto, dada a enorme produção crítica referente a Borges, seus comentários sobre a literatura contemporânea, seus livros em inglês e suas traduções da literatura inglesa e norte-americana, o silêncio de Borges em relação a Beckett é notável. Essa elipse se 1 Tradução de Juan Manuel Terenzi (doutorando CNPq/UFSC, membro do núcleo Onetti e orientando da professora Dra. Liliana Reales) do original: CORDINGLEY, Anthony. "Keeping
Landa, 2018
Uma das ideias centrais do pensamento de Hugh J. Silverman é a de between. Ela não só constitui u... more Uma das ideias centrais do pensamento de Hugh J. Silverman é a de between. Ela não só constitui uma das principais apostas do livro Inscriptions (1987), mas se impõe como uma noção chave na obra Textualities (1994), que representa o fruto mais maduro de sua reflexão filosófica. Silverman, além de abordar esse conceito, o aplica em toda uma série de argumentos que vão da teoria da literatura à autobiografia filosófica, da representação do corpo à legitimação do saber universitário.
Manuscrítica, 2019
AO LONGO DA ÚLTIMA DÉCADA, SURGIU UM NOVO CAMPO DE PESQUISA QUE PODE SER denominado “estudos gené... more AO LONGO DA ÚLTIMA DÉCADA, SURGIU UM NOVO CAMPO DE PESQUISA QUE PODE SER denominado “estudos genéticos de tradução”, em que se analisam as práticas de trabalho do tradutor e a evolução, ou gênese, do texto traduzido a partir do estudo dos manuscritos do tradutor, rascunhos e outros documentos de trabalho. Os estudos genéticos de tradução se concentram, portanto, nas transformações do texto traduzido durante o processo de sua composição. Pode também, como os estudos cognitivos da tradução, tentar inferir as estratégias e as operações mentais do trabalho do tradutor. Contudo, a sua metodologia se diferencia da abordagem cognitiva porque o seu objeto é a evidência textual da atividade tradutória mais do que o conteúdo do que se traduz. Mais especificamente, os estudos genéticos de tradução se desenvolveram dentro dos estudos de tradução literária através da aplicação da metodologia da crítica genética francesa (critique génétique) – conhecida em inglês como crítica genética (genetic criticism) ou genética de manuscritos (manuscript genetics) – para textos traduzidos. Aqui, os estudiosos são atraídos para a gênese de certas traduções, pelo seu valor estético ou literário, muito depois que as energias criativas que flamejaram durante o processo de composição tenham se apagado.
Landa, 2017
Resumo: O presente artigo procura relacionar o livro Transatlântico (1953) do escritor polonês Wi... more Resumo: O presente artigo procura relacionar o livro Transatlântico (1953) do escritor polonês Witold Gombrowicz com algumas questões que ocorriam não apenas Europa, mas também na América do Sul, durante a segunda guerra mundial. Tal relação torna-se viável, pois Gombrowicz viveu muitos anos na capital argentina. Para isto, iremos ler conjuntamente o discurso da posse da reitoria de Heidegger, a leitura que Derrida efetua deste discurso, bem como algumas passagens do livro de Evita, La razón de mi vida. Palavras-chaves: Gombrowicz. Literatura. Filosofia. Abstract: This article intends to relate the novel Trans-Atlantyk (1953) from the Polish writer Witold Gombrowicz, with some questions that occurred not only in Europe, but also in South America, during the Second World War. This relationship becomes feasible, because Gombrowicz lived during many years in the Argentinian capital. To achieve this, we are going to read also the Rector's address from Heidegger, the reading that Derrida does of this address, as well as some passages of Evita's book, The reason of my life.
Outra Travessia, 2017
O presente artigo parte de um inusitado encontro (1940) entre o artista francês Marcel Duchamp e ... more O presente artigo parte de um inusitado encontro (1940) entre o artista
francês Marcel Duchamp e o escritor irlandês Samuel Beckett na cidade de Arcachon, no sudoeste da França. Tal encontro é ocasionado em virtude do desencadeamento da invasão nazista a Paris, bem como pelo interesse que ambos manifestavam pelo jogo de xadrez. Primeiramente, aludimos brevemente a relação do jogo com a literatura e com a filosofia, para depois efetuarmos a leitura de Fim de Jogo de Beckett, peça fundamental dentro da poética beckettiana – levando em conta que ela foi escrita e encenada após a segunda guerra – a partir de alguns pressupostos enxadrísticos referentes à terceira fase do jogo de xadrez (denominada justamente de fim de jogo) por parte de Duchamp.
Palavras-chave: Beckett; Duchamp; Literatura; Xadrez.
Resumo: Este artigo aborda o percurso de três fábulas atribuídas a Esopo, e que foram traduzidas ... more Resumo: Este artigo aborda o percurso de três fábulas atribuídas a Esopo, e que foram traduzidas ao latim por Fedro e ao francês por La Fontaine. Inicialmente, efetuamos um breve percurso histórico a fim de acompanhar o nascimento desse gênero já na Antiguidade. Em seguida, nos dedicamos à análise das fábulas "A raposa e as uvas", "O cão e o pedaço de carne" e "A raposa e a máscara" nas três línguas, com o intuito de verificar possí-veis continuidades e mudanças que renovam a persistência do gênero nas diversas temporalidades. Abstract: This article accompanies the path of three fables credited to Aesop that were translated to Latin by Phaedrus and to French by La Fontaine. First, we make a brief historical course to accompany the birth of this genre in Antiquity. Then, we analyze all the chosen fables: "The fox and the grapes", "The dog and the shadow", "The fox and the masque" in all three languages, in order to identify possible continuities and changes that renew the persistency of this genre at different times.
ODISSEIA, 2019
Com qualquer palavra que digas aprovas a Decadência Paul Celan A palavra 'poesia' tem como origem... more Com qualquer palavra que digas aprovas a Decadência Paul Celan A palavra 'poesia' tem como origem o vocábulo grego ποιέω, que significa primeiramente 'fazer' e 'produzir', mas que também pode ser traduzido, de acordo com uma segunda acepção, como 'conceber'. A partir dessas definições já é possível estabelecer uma relação entre o fazer e a realidade poética. De algum modo, se o poeta é esse 'eu' que concebe o texto, se trata de uma 'voz' que, na realidade, se apresentará, se ocultará ou se enfraquecerá entre as palavras. Nesse sentido, será Ezra Pound quem irá provocar uma das maiores inflexões. O artigo foi autorizado para ser traduzido tanto pelo autor quanto pelo editor da revista em que foi publicado originalmente (Función Lenguaje-Madrid)
Papers by Juan Manuel Terenzi
Revista de Italianística, Dec 21, 2023
Landa, 2015
desenvolveu-se uma disputa entre as potências ibéricas nos territórios da América do Sul, e duran... more desenvolveu-se uma disputa entre as potências ibéricas nos territórios da América do Sul, e durante o século XIX entre Argentina e Brasil . Após isso, não se seguiram disputas reais por território ou por mercados entre os dois países, embora tenha permanecido uma rivalidade latente que se manifestava nas hipóteses de conflito. Isso prosseguiu até meados do século XX, quando a mudança nos poderes relativos entre Argentina e Brasil contribuíram para diluir as rivalidades. A partir de 1951,houve uma significativa tentativa de aproximação durante os mandatos de Juan D. Perón na Argentina, Getúlio Vargas no Brasil e Carlos Ibáñez no Chile. Sob um novo mandato de Vargas no Brasil, considerou-se que estavam dadas as condições políticas "para restabelecer o eixo Argentina-Brasil-Chile, como ponto de partida para uma futura união aduaneira na América Latina" (Rapoport e Madrid, 2011). A proposta de complementação econômica e solidariedade política entre os três países (ABC) -possível de ser ampliada para o resto da América do Sul-foi freada por não contar com o apoio do presidente brasileiro, perseguido pela oposição e pelos interesses dos Estados Unidos, concluindo definitivamente após a derrocada do Presidente Perón na Argentina em 1955, por meio de um golpe militar. Durante as ditaduras militares na Região, a relação entre Argentina e Brasil foi principalmente de conflito, chegando a "seu ponto histórico mais baixo na década de 1970 por conta dos programas incipientes de armas nucleares e da usina hidrelétrica de Itaipu no rio Paraná" (Bethel, 2012). O retorno à democracia na Argentina e no Brasil, em meados da década de 1980, foi o cenário propício para uma reorientação da relação: "a empatia política, revelada pelos regimes democráticos, colocou também em evidência a profundidade das afinidades culturais e a pujança da convergência de países que compartilham um espaço gigantesco,
Landa, 2017
En noviembre de 2016, Noé Jitrik estuvo en la Universidad Federal de Santa Catarina invitado a la... more En noviembre de 2016, Noé Jitrik estuvo en la Universidad Federal de Santa Catarina invitado a las jornadas en homenaje a Jorge Luis Borges tituladas Literatura argentina: ¿30 años sin Borges?, organizadas por el Núcleo Juan Carlos Onetti de Estudios Literarios Latinoamericanos. En la ocasión, el escritor y crítico argentino le concedió una larga entrevista a la Revista Landa que, también, le acercó preguntas preparadas por los alumnos del curso sobre Literatura Argentina dictado por Liliana Reales durante el segundo semestre de 2016 en el Programa de Posgrado en Literatura de la UFSC.
Anuário de Literatura, 2016
Resumo: Este artigo propõe discutir, de maneira sucinta, acerca do nada, do fogo, das cinzas e do... more Resumo: Este artigo propõe discutir, de maneira sucinta, acerca do nada, do fogo, das cinzas e do poder de criação que deles deriva. Para levar a cabo esta discussão, inicialmente nos valeremos de alguns conceitos filosóficos abordados por Martin Heidegger. Em seguida, discutiremos a leitura efetuada por Jacques Derrida sobre o conceito de Geist (Espírito) em Heidegger. Derrida irá investigar o uso desta palavra e suas variantes ao longo da obra filosófica de Heidegger, identificando possíveis leituras que estariam ocultas e que descortinariam um teatro heideggeriano em torno desta palavra. A leitura do filósofo da desconstrução tece importantes considerações e permite ao leitor novas aproximações à obra heideggeriana. Com estes dois eixos definidos, elaboramos uma leitura que põe de manifesto a relação entre os seguintes conceitos: o nada, o fogo e as cinzas, relacionados com o ato de criação. Ao longo do artigo destacamos outros escritores e filósofos, tais como Heráclito, Habermas, Wittgenstein e Beckett. Palavras-chave: Heidegger. Derrida. Fogo. Nada. Criação. Le soleil brillait, n'ayant pas d'alternative, sur le rien de neuf. Samuel Beckett ὁ ἥλιος οὐ µόνον, καθάπερ ὁ Ἡ. φησι, νέος ἐφ' ἡµέρῃ ἐστίν, ἀλλ' ἀεὶ νέος συνεχῶς. [O Sol não apenas é novo a cada dia, mas sempre e continuamente.] Heráclito Diante de todos os acontecimentos que abalam o mundo atual, parece inevitável o caráter de destruição-entendida em sua gama plural de significados-que configura este cenário e se apodera do cotidiano. Destruição não apenas física dos entes que habitam o mundo, mas igualmente destruição da relação moral, da comunidade, dos vínculos entre os seres humanos, e destes para com o seu entorno, seja este humano ou não (vide os recursos naturais, por exemplo). Portanto, estamos diante de um novo questionamento, que nunca deixou de estar presente nas especulações filosóficas, literárias e científicas dos homens de
DAPesquisa, 2014
RESUMO O presente trabalho busca confluir algumas ideias apresentadas por Hegel na sua Estética, ... more RESUMO O presente trabalho busca confluir algumas ideias apresentadas por Hegel na sua Estética, principalmente o que ele denominara como a "bela alma", com outros pensadores que se debruçaram sobre esta questão, como, por exemplo, Schiller e Heidegger. Além disso, apresentaremos brevemente alguns exemplos literários que vem ao encontro do que se discute aqui, de forma a ilustrar aquilo que Hegel já antecipara no início do século XIX. Para melhor efetuar esta aborda-gem, recorre-se, inicialmente, a análise de alguns parágrafos da Fenomenologia do Espírito, a fim de compreender o funcionamento do pensamento filosófico de Hegel, e, posteriormente, adentrar no trajeto entediante da "bela alma". Palavras-chaves: Hegel, estética, "bela alma". ABSTRACT This article intends to connect some notions discussed at Hegel's Aesthetics, mainly what he denoted as being the "beautiful soul", with others authors who also paid attention to this question, e.g. Schiller and Hedeigger. There will also be presented, although briefly, some writers, whose literary work are very close to the notion of the "beautiful soul" discussed by Hegel. To reach a better comprehension to this discussion and establish a thorough analysis, some specific paragraphs of the Introduction of The phenomenology of Spirit were selected. This allowed us to have access to the boring path of the "beautiful soul".
Landa, 2018
1 Anthony Cordingley 2 Beckett considerou apenas um de seus textos como sendo "intraduzível". Wor... more 1 Anthony Cordingley 2 Beckett considerou apenas um de seus textos como sendo "intraduzível". Worstward Ho, seu penúltimo livro em prosa escrito em inglês e publicado em 1983, resistiu-é o que se acredita-a todas as tentativas de produzir uma versão em francês. Após décadas autotraduzindo-se de maneira infatigável, algo sem precedentes nas literaturas inglesa e francesa, na tentativa de criar uma oeuvre abrangendo toda uma carreira literária, só esse texto frustrou o mais obstinado dos autotradutores. Sacralizado por seu autor, Worstward Ho possui como que uma aura mística. Esse mito foi difundido através da influente biografia de James Knowlson: "Os seus esforços em traduzir Worstward Ho para o francês logo atingiram um impasse. Ele me perguntou: "Como você traduz as primeiras palavras do livro "On. Say
DAPesquisa, 2015
Neste artigo, propomos uma leitura acerca da deusa Afrodite e de suas múltiplas análises e interp... more Neste artigo, propomos uma leitura acerca da deusa Afrodite e de suas múltiplas análises e interpretações ao longo da história. Sua potência interpretativa tem sido explorada em diversas manifestações artísticas, como na literatura, na pintura, na escultura, entre outras. Desta forma, buscamos num primeiro momento discutir sua imersão no mundo grego através da cosmogonia de Hesíodo, passando por Platão para, finalmente, expandir sua leitura até o olhar contemporâneo de Didi Huberman. Logo, a proposta deste trabalho consiste em refletir sobre a diversidade interpretativa que acompanha a presença de Afrodite na arte.
Manuscrítica, 2013
Convidados pela pesquisadora Liliana Reales, coordenadora do Núcleo Juan Carlos Onetti de estudos... more Convidados pela pesquisadora Liliana Reales, coordenadora do Núcleo Juan Carlos Onetti de estudos literários latino-americanos, o grupo composto pelos alunos Inês Skrepetz, Juan Manuel Terenzi, Mariana Martínez Stasi e Mauro Enrico Caponi desenvolveu um longo traba-lho de digitalização de os mil e setenta e sete fólios 1 do material manuscrito-em sua maior parte-e datilografado que se encontra na Biblioteca Nacional de Montevidéu arquivado em uma pasta cujo nome é "Cuando ya no importe" e que corresponde, em sua maior parte, aos últimos escritos de Juan Carlos Onetti. A proposta desta árdua tarefa consistia em verificar, após a digitalização quais fólios: 1. haviam sido publicados na versão publicada pela editorial Alfaguara de Cuando ya no importe, que tomamos como referência; 2. não haviam sido incluídos; 3. haviam sido modificados (seja por simples alteração de palavras, ou mesmo alterações sintáticas significativas) na versão da Alfaguara; 4. não pertenciam à história que se narra no livro; 5. foram editados em outras publicações; 6. aparentemente permanecem inéditos. Estes fólios foram divididos igualmente entre os quatro integrantes a fim de agilizar o trabalho. Contudo, o processo de digitalização foi realizado por um movimento duplo, pois inicialmente havíamos discutido e posto em prática uma metodologia de transcrição dos manuscritos, elaborando um código particular para poder abarcar as distintas marcas presen-tes no texto. Este código, embora não representasse com total fidelidade o conteúdo visível dos manuscritos, como por exemplo, as anotações à margem da folha, rasuras, etc., já se aproximava bastante da transcrição diplomática adotada posteriormente, além de mostrar-se bastante relevante para identificar as diferentes etapas de um processo criativo, como é o caso da elaboração e redação de um material que seria publicado em livro. Até chegarmos a uma definição para a aplicação deste código foram discutidas várias possibilidades, todas elas refletindo as diversas nuances do texto de Onetti. Finalmente, adotou-se a transcrição diplo-mática. Certamente o trabalho do grupo aproximava-se do ofício desenvolvido pelo próprio escritor, transformando-nos em testemunhas do processo criativo de um texto literário. Antes de avançarmos a pesquisa, foi sugerida por Liliana a ideia de nos reunirmos com o grupo de crítica genética (NUPROC) coordenado pelo professor Sergio Romanelli, Presi-dente da Associação Brasileira de Crítica Genética, para compreender melhor as diferentes transcrições adotadas e as suas respectivas funções no âmbito da pesquisa acadêmica com manuscritos. O professor Romanelli e sua equipe nos deram todas as orientações necessárias para a transcrição diplomática.
Landa, 2017
Desde o ensaio seminal de 1967 de John Barth, "A literatura do esgotamento", Samuel Beckett e Jor... more Desde o ensaio seminal de 1967 de John Barth, "A literatura do esgotamento", Samuel Beckett e Jorge Luis Borges têm sido frequentemente considerados modelos e pioneiros da ficção pósmoderna. Ambos compartilharam o prêmio Formentor em 1961 3 , o que além de aumentar o interesse internacional tanto em Beckett quanto em Borges, suscitou um reconhecimento mútuo entre os dois escritores. Porém, parece que ao longo de suas carreiras, nenhum dos escritores tinha nada a dizer do outro. Enquanto a reticência de Beckett não se encontra fora de contexto, dada a enorme produção crítica referente a Borges, seus comentários sobre a literatura contemporânea, seus livros em inglês e suas traduções da literatura inglesa e norte-americana, o silêncio de Borges em relação a Beckett é notável. Essa elipse se 1 Tradução de Juan Manuel Terenzi (doutorando CNPq/UFSC, membro do núcleo Onetti e orientando da professora Dra. Liliana Reales) do original: CORDINGLEY, Anthony. "Keeping
Landa, 2018
Uma das ideias centrais do pensamento de Hugh J. Silverman é a de between. Ela não só constitui u... more Uma das ideias centrais do pensamento de Hugh J. Silverman é a de between. Ela não só constitui uma das principais apostas do livro Inscriptions (1987), mas se impõe como uma noção chave na obra Textualities (1994), que representa o fruto mais maduro de sua reflexão filosófica. Silverman, além de abordar esse conceito, o aplica em toda uma série de argumentos que vão da teoria da literatura à autobiografia filosófica, da representação do corpo à legitimação do saber universitário.
Manuscrítica, 2019
AO LONGO DA ÚLTIMA DÉCADA, SURGIU UM NOVO CAMPO DE PESQUISA QUE PODE SER denominado “estudos gené... more AO LONGO DA ÚLTIMA DÉCADA, SURGIU UM NOVO CAMPO DE PESQUISA QUE PODE SER denominado “estudos genéticos de tradução”, em que se analisam as práticas de trabalho do tradutor e a evolução, ou gênese, do texto traduzido a partir do estudo dos manuscritos do tradutor, rascunhos e outros documentos de trabalho. Os estudos genéticos de tradução se concentram, portanto, nas transformações do texto traduzido durante o processo de sua composição. Pode também, como os estudos cognitivos da tradução, tentar inferir as estratégias e as operações mentais do trabalho do tradutor. Contudo, a sua metodologia se diferencia da abordagem cognitiva porque o seu objeto é a evidência textual da atividade tradutória mais do que o conteúdo do que se traduz. Mais especificamente, os estudos genéticos de tradução se desenvolveram dentro dos estudos de tradução literária através da aplicação da metodologia da crítica genética francesa (critique génétique) – conhecida em inglês como crítica genética (genetic criticism) ou genética de manuscritos (manuscript genetics) – para textos traduzidos. Aqui, os estudiosos são atraídos para a gênese de certas traduções, pelo seu valor estético ou literário, muito depois que as energias criativas que flamejaram durante o processo de composição tenham se apagado.
Landa, 2017
Resumo: O presente artigo procura relacionar o livro Transatlântico (1953) do escritor polonês Wi... more Resumo: O presente artigo procura relacionar o livro Transatlântico (1953) do escritor polonês Witold Gombrowicz com algumas questões que ocorriam não apenas Europa, mas também na América do Sul, durante a segunda guerra mundial. Tal relação torna-se viável, pois Gombrowicz viveu muitos anos na capital argentina. Para isto, iremos ler conjuntamente o discurso da posse da reitoria de Heidegger, a leitura que Derrida efetua deste discurso, bem como algumas passagens do livro de Evita, La razón de mi vida. Palavras-chaves: Gombrowicz. Literatura. Filosofia. Abstract: This article intends to relate the novel Trans-Atlantyk (1953) from the Polish writer Witold Gombrowicz, with some questions that occurred not only in Europe, but also in South America, during the Second World War. This relationship becomes feasible, because Gombrowicz lived during many years in the Argentinian capital. To achieve this, we are going to read also the Rector's address from Heidegger, the reading that Derrida does of this address, as well as some passages of Evita's book, The reason of my life.
Outra Travessia, 2017
O presente artigo parte de um inusitado encontro (1940) entre o artista francês Marcel Duchamp e ... more O presente artigo parte de um inusitado encontro (1940) entre o artista
francês Marcel Duchamp e o escritor irlandês Samuel Beckett na cidade de Arcachon, no sudoeste da França. Tal encontro é ocasionado em virtude do desencadeamento da invasão nazista a Paris, bem como pelo interesse que ambos manifestavam pelo jogo de xadrez. Primeiramente, aludimos brevemente a relação do jogo com a literatura e com a filosofia, para depois efetuarmos a leitura de Fim de Jogo de Beckett, peça fundamental dentro da poética beckettiana – levando em conta que ela foi escrita e encenada após a segunda guerra – a partir de alguns pressupostos enxadrísticos referentes à terceira fase do jogo de xadrez (denominada justamente de fim de jogo) por parte de Duchamp.
Palavras-chave: Beckett; Duchamp; Literatura; Xadrez.
Resumo: Este artigo aborda o percurso de três fábulas atribuídas a Esopo, e que foram traduzidas ... more Resumo: Este artigo aborda o percurso de três fábulas atribuídas a Esopo, e que foram traduzidas ao latim por Fedro e ao francês por La Fontaine. Inicialmente, efetuamos um breve percurso histórico a fim de acompanhar o nascimento desse gênero já na Antiguidade. Em seguida, nos dedicamos à análise das fábulas "A raposa e as uvas", "O cão e o pedaço de carne" e "A raposa e a máscara" nas três línguas, com o intuito de verificar possí-veis continuidades e mudanças que renovam a persistência do gênero nas diversas temporalidades. Abstract: This article accompanies the path of three fables credited to Aesop that were translated to Latin by Phaedrus and to French by La Fontaine. First, we make a brief historical course to accompany the birth of this genre in Antiquity. Then, we analyze all the chosen fables: "The fox and the grapes", "The dog and the shadow", "The fox and the masque" in all three languages, in order to identify possible continuities and changes that renew the persistency of this genre at different times.
ODISSEIA, 2019
Com qualquer palavra que digas aprovas a Decadência Paul Celan A palavra 'poesia' tem como origem... more Com qualquer palavra que digas aprovas a Decadência Paul Celan A palavra 'poesia' tem como origem o vocábulo grego ποιέω, que significa primeiramente 'fazer' e 'produzir', mas que também pode ser traduzido, de acordo com uma segunda acepção, como 'conceber'. A partir dessas definições já é possível estabelecer uma relação entre o fazer e a realidade poética. De algum modo, se o poeta é esse 'eu' que concebe o texto, se trata de uma 'voz' que, na realidade, se apresentará, se ocultará ou se enfraquecerá entre as palavras. Nesse sentido, será Ezra Pound quem irá provocar uma das maiores inflexões. O artigo foi autorizado para ser traduzido tanto pelo autor quanto pelo editor da revista em que foi publicado originalmente (Función Lenguaje-Madrid)
Revista de Italianística, Dec 21, 2023
Manuscrítica: Revista de Crítica Genética, 2021
Manuscrítica, 2013
Convidados pela pesquisadora Liliana Reales, coordenadora do Núcleo Juan Carlos Onetti de estudos... more Convidados pela pesquisadora Liliana Reales, coordenadora do Núcleo Juan Carlos Onetti de estudos literários latino-americanos, o grupo composto pelos alunos Inês Skrepetz, Juan Manuel Terenzi, Mariana Martínez Stasi e Mauro Enrico Caponi desenvolveu um longo trabalho de digitalização de os mil e setenta e sete fólios do material manuscrito - em sua maior parte - e datilografado que se encontra na Biblioteca Nacional de Montevidéu arquivado em uma pasta cujo nome é "Cuando ya no importe" e que corresponde, em sua maior parte, aos últimos escritos de Juan Carlos Onetti.
Cadernos de Tradução, May 11, 2018
Resumo: Este artigo aborda o percurso de três fábulas atribuídas a Esopo, e que foram traduzidas ... more Resumo: Este artigo aborda o percurso de três fábulas atribuídas a Esopo, e que foram traduzidas ao latim por Fedro e ao francês por La Fontaine. Inicialmente, efetuamos um breve percurso histórico a fim de acompanhar o nascimento desse gênero já na Antiguidade. Em seguida, nos dedicamos à análise das fábulas "A raposa e as uvas", "O cão e o pedaço de carne" e "A raposa e a máscara" nas três línguas, com o intuito de verificar possíveis continuidades e mudanças que renovam a persistência do gênero nas diversas temporalidades.
outra travessia, 2018
O presente artigo parte de um inusitado encontro (1940) entre o artistafrancês Marcel Duchamp e o... more O presente artigo parte de um inusitado encontro (1940) entre o artistafrancês Marcel Duchamp e o escritor irlandês Samuel Beckett na cidade deArcachon, no sudoeste da França. Tal encontro é ocasionado em virtude dodesencadeamento da invasão nazista a Paris, bem como pelo interesse que ambosmanifestavam pelo jogo de xadrez. Primeiramente, aludimos brevementea relação do jogo com a literatura e com a filosofia, para depois efetuarmos aleitura de Fim de Jogo de Beckett, peça fundamental dentro da poética beckettiana– levando em conta que ela foi escrita e encenada após a segunda guerra– a partir de alguns pressupostos enxadrísticos referentes à terceira fase dojogo de xadrez (denominada justamente de fim de jogo) por parte de Duchamp.
Manuscritica Revista De Critica Genetica, Oct 30, 2013
Convidados pela pesquisadora Liliana Reales, coordenadora do Nucleo Juan Carlos Onetti de estudos... more Convidados pela pesquisadora Liliana Reales, coordenadora do Nucleo Juan Carlos Onetti de estudos literarios latino-americanos, o grupo composto pelos alunos Ines Skrepetz, Juan Manuel Terenzi, Mariana Martinez Stasi e Mauro Enrico Caponi desenvolveu um longo trabalho de digitalizacao de os mil e setenta e sete folios do material manuscrito - em sua maior parte - e datilografado que se encontra na Biblioteca Nacional de Montevideu arquivado em uma pasta cujo nome e “ Cuando ya no importe ” e que corresponde, em sua maior parte, aos ultimos escritos de Juan Carlos Onetti.
Anuário de Literatura, 2016
http://dx.doi.org/10.5007/2175-7917.2016v21n1p114Este artigo propõe discutir, de maneira sucinta,... more http://dx.doi.org/10.5007/2175-7917.2016v21n1p114Este artigo propõe discutir, de maneira sucinta, acerca do nada, do fogo, das cinzas e do poder de criação que deles deriva. Para levar a cabo esta discussão, inicialmente nos valeremos de alguns conceitos filosóficos abordados por Martin Heidegger. Em seguida, discutiremos a leitura efetuada por Jacques Derrida sobre o conceito de Geist (Espírito) em Heidegger. Derrida irá investigar o uso desta palavra e suas variantes ao longo da obra filosófica de Heidegger, identificando possíveis leituras que estariam ocultas e que descortinariam um teatro heideggeriano em torno desta palavra. A leitura do filósofo da desconstrução tece importantes considerações e permite ao leitor novas aproximações à obra heideggeriana. Com estes dois eixos definidos, elaboramos uma leitura que põe de manifesto a relação entre os seguintes conceitos: o nada, o fogo e as cinzas, relacionados com o ato de criação. Ao longo do artigo destacamos outros escritores...
Resumo: Este artigo mapeia o surgimento de uma nova forma de pesquisa tradutoria que nos chamamos... more Resumo: Este artigo mapeia o surgimento de uma nova forma de pesquisa tradutoria que nos chamamos de estudos geneticos de traducao. Ela explora as bases desta abordagem na escola francesa da critique genetique que desenvolveu uma metodologia para estudar os rascunhos, manuscritos e outros documentos de trabalho ( avant-textes ) de obras literarias modernas, com o objetivo de revelar a complexidade dos processos criativos envolvidos em sua producao. Esta metodologia se baseia em diferentes abordagens teoricas e interdisciplinares (poetica, linguistica, filosofica, psicanalitica, fenomenologica, etc.) e desde entao foi adaptada para o estudo de outras midias, incluindo musica, cinema, fotografia, pintura, arquitetura, e o texto traduzido. Este artigo analisa como as abordagens geneticas foram aplicadas aos textos traduzidos tanto por criticos geneticos como por estudiosos da traducao. Alem disso, se destacam as oportunidades, bem como os desafios, para a pesquisa de traducao literaria...
e colabora com o jornal italiano La Repubblica. Seus temas mais trabalhados se detêm no niilismo ... more e colabora com o jornal italiano La Repubblica. Seus temas mais trabalhados se detêm no niilismo e no pensamento trágico, abordando desde a literatura russa-Dostoiévski especialmente-até a filosofia de Martin Heidegger, por exemplo. Possui vários livros em torno dessas temáticas, e em 2018 publica Sull'infinito [Sobre o infinito], ensaio composto de um prefácio e sete capítulos. Desde o prefácio 1 , Givone nos convida a uma viagem filosófica, literária e artística, pois proporciona um diálogo, tendo como mote o quadro Caminhante sobre um mar de névoa (1818) de Caspar David Friedrich (1774-1840), com teorias filosóficas apresentadas por Kant e Hegel sobre o infinito, ou seja, pensadores contemporâneos ao pintor. Participam do debate ao longo do livro, os escritores e filósofos Platão, Aristóteles, Pascal, Nietzsche, Leopardi e Goethe, bem como os pré-socráticos Heráclito e Anaximandro e o artista Giorgio de Chirico. A menção a este último ocorre, sobretudo, nos dois últimos capítulos. Mas antes de qualquer abordagem à luz filosófica, Givone reflete sobre os elementos estéticos representados (ou não) no quadro: a vestimenta do Caminhante, seu rosto oculto, a paisagem. Todos eles serão fundamentais para proporcionarem uma prazerosa incursão pelo pensamento No primeiro capítulo, "De onde e para onde?", Givone propõe que a viagem levada a cabo pelo Caminhante não se daria dentro de um panorama do puro deleite recreacional. Trata-se, na verdade, de uma viagem do conhecimento, ou melhor, de uma viagem iniciática. Nesses primeiros passos que Givone percorre ao lado do Caminhante de Caspar David Friedrich, também empreenderemos uma viagem pelo próprio pensamento do filósofo italiano. O caráter enigmático do quadro-o rosto do Caminhante oculto e a sua posição ereta, sem demonstrar cansaço; o que ele observa e o que ele procura; qual infinito se lhe apresenta, entre outros-será 1 Ao final do arquivo, incluo o prefácio em italiano e a minha tradução, cedida gentilmente por Sergio Givone para que compusesse a resenha.
Beckettiana, 2020
"El fango filosófico en Comment C'est" Hurgar en los archivos de un autor como Samuel Bec-kett es... more "El fango filosófico en Comment C'est" Hurgar en los archivos de un autor como Samuel Bec-kett es seguramente un placer para cualquiera que se dedique al oficio literario, aunque este viaje por los manuscritos pueda ser caótico y tal vez largo para que se extraiga algún resultado para traerlo a debate. Dicho esto, podemos deleitarnos-como lectores de Beckett-con el libro de Anthony Cordingley, Samuel Beckett's How It Is. Philosophy in Translation (2018). Como punto de partida, Cordingley se refiere a Comment c' est como un enigma, no sólo porque lo considera como uno de los textos más difíciles y desa-fiantes que Beckett haya escrito, sino también porque ha recibido muy poca atención por parte de los crí-ticos, y muchas veces la lectura crítica no consigue captar de una manera amplia lo que se desarrolla en la narrativa de este libro-y esto se debe a que se trata de un texto demasiado elíptico y fragmentario. Y lo es. Sin dudas se trata de uno de los textos más exigentes de Samuel Beckett. Para poder dar cuenta de ese hueco en la exégesis beckettiana, Cordingley nos brinda este libro, que además de la excelente introducción-que pauta cuáles son sus presupuestos teóricos-contiene siete capítulos que abordan desde la antigüedad clásica griega hasta los filósofos más contemporáneos, rela-cionándose cada capítulo con un determinado campo dentro de la historia de la filosofía. Tal cual afirma el subtítulo del libro, se trata de la filosofía traducida al campo literario de Beckett. Los presupuestos teóricos que Cordingley elige pro-vienen básicamente de la filosofía francesa de la segunda mitad del siglo XX, particularmente Maurice Blanchot y Jacques Derrida, sobre todo La conversa-ción infinita y El paso (no) más allá de Blanchot, cuan-do aproxima lo que Beckett (des)opera en Cómo es a lo que Blanchot define como lo neutro en estos dos libros. Por el lado de Derrida, se destaca la idea de archivo como un lugar donde se distorsiona y se olvi-da, desarrollado en el libro Mal d'archive-en el que se define la función nomológica del archivo como la casa del poder y del comando. Pero el espectro crítico de Cordingley es mucho más amplio que estos dos pensadores, y su camino se encuentra con muchas más sendas, como las de Badiou, Wittgenstein, Hei-degger, entre otros. Las más de trescientas páginas del libro nos invitan a leer a Beckett a través de este viaje filosófico. Antes de ingresar en el mundo antiguo griego, Cor-dingley nos lleva a pensar en el capítulo 1 el rol que Dante posee, una vez que él mismo afirma que es imposible leer Comment C' est sin tener en cuenta la Divina Comedia de Dante. Sin embargo, si al empezar el libro descendemos directamente al infierno dan-tesco, al terminarlo no tendremos ninguna garantía de ascender hacia el paraíso. La idea central de este capítulo es pensar el personaje bajo la influencia de una dialéctica no resuelta, es decir, entre el uno y los muchos, o mejor, entre ese "yo" solitario cuya narrativa "debe o no debe ser cómo es" (p.16) y los demás que lo circundan y coliden con él, como una suerte de purgatorio. Pero la clave dantesca no debe ser la única, nos advierte el autor, porque por un lado obviamente sirve como proto-texto (ur-text), pero por otro, las referencias dantescas se mezclan creando la potencia bilingüe de Beckett, y acá donde nos encon-tramos con otras referencias en Comment C' est/How It Is, en la auto-traducción de Beckett muchas cosas se desplazan: "El texto bilingüe de Beckett genera una compleja reverberación entre su 'Dante' y otras fuentes de origen francés e inglés" (p.17). Los capítulos 2, 3 y 4 se dedican a analizar desde la influencia de Pitágoras hasta la emblemática caver-na platónica de la República. O sea, retrocedemos 18 siglos, y estamos metidos de lleno en ese mundo griego que produjo una compleja reflexión acerca del mundo, y que Beckett supo amalgamar fusionando los más variados filósofos en su labor literaria. Y es justamente eso lo que nos hace pensar Cordingley, mostrándonos cómo ideas tan dispares pueden per-mitir que la literatura se haga más potente. El autor nos recuerda que Beckett hizo su formación filosó-fica de manera auto-didacta, como lo atestiguan las