Silvana Gili | Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (Federal University of Santa Catarina) (original) (raw)

Papers by Silvana Gili

Research paper thumbnail of FIEL, DE JESSÉ ANDARILHO: UM EXERCÍCIO PARA PENSAR A LITERATURA MARGINAL

A partir da leitura do romance Fiel, de Jessé Andarilho, e de entrevistas e depoimentos concedid... more A partir da leitura do romance Fiel, de Jessé Andarilho, e de entrevistas e depoimentos concedidos pelo autor, buscarei problematizar a presença (ou ausência) no mercado literário atual de autores advindos de classes socioeconômicas mais baixas, propondo uma reflexão sobre os espaços de criação literárias instituídos por iniciativas de órgãos não-governamentais como são os cursos oferecidos pela Central Única das Favelas – CUFA – e os encontros com autores organizados pela Festa Literária das Periferias – FLUPP. Interessa-nos considerar, para este trabalho, além dos aspectos narrativos do romance, algumas das condições que determinaram o aparecimento dessa obra no mercado, a saber, as condições em que foi escrita e o percurso traçado pelo autor desde a concepção da ideia para o romance até o momento da sua publicação. Dessa forma, busca-se investigar a reciprocidade entre arte e sociedade ao tentar determinar como essa obra se inscreve no contexto sóciocultural em que se situa, nesse momento em que a chamada literatura marginal parece encontrar espaço no mercado literário atual.

Research paper thumbnail of INVISÍVEIS NA CIDADE: INVISIBILIDADE SOCIAL NOS LIVROS ILUSTRADOS CONTEMPORÂNEOS

RESUMO: A questão a ser explorada neste trabalho relaciona-se às formas de representação verbo-vi... more RESUMO: A questão a ser explorada neste trabalho relaciona-se às formas de representação verbo-visual das relações entre personagens nos espaços urbanos retratados nas produções literárias atuais. Este artigo é desenvolvido no intuito de analisar os contatos entre personagens que representam facetas opostas/distintas dessas relações sociais. O objetivo é avaliar a perspectiva desde a qual essas relações são apresentadas ao leitor e qual discurso reforçam e/ou questionam. Quais espaços para o diálogo abrem (ou não)? Que novas analogias e trajetos do pensamento permitem? Desse modo, busco entender como a literatura reage às relações de indivíduos que vivenciam extremas desigualdades sociais, explorando imagens literárias que constroem a maneira como enxergamos os lugares, os personagens da cidade, e a forma como se relacionam. Para desenvolver essa ideia, farei a análise de dois livros ilustrados publicados recentemente, Os Invisíveis (Ed. Casa da Palavra, 2012), de Tino Freitas e Renato Moriconi e Fábula Urbana (Edições de Janeiro, 2014) de José Rezende Jr. e Rogério Coelho, concentrando-me em três aspectos, quais sejam, os personagens, os espaços por onde circulam, e as interações que se dão entre eles nesses espaços. Palavras-chave: invisibilidade social; livros ilustrados; espaços urbanos. ABSTRACT: The main issue to be discussed in this article relates to the forms of verbal-visual representation of urban character relations depicted in contemporary literary media. The purpose of this article is to analyze the perspective from which various social relations, especially those that illustrate characters from opposite sides of these relations, are presented to the readers and which kind of discourse they reinforce and/or question. What kind of space for dialogue do they open (or not)? What new analogies and thought trajectories do they allow? This article is an intent to understand how literature reacts to the relationship of individuals that live in extreme social inequality realities, by exploring 69 Doutoranda em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC.

Research paper thumbnail of Molduras de Angela-Lago: poesia e intertexto nos livros ilustrados contemporâneos

Nas molduras de Ângela-Lago o leitor encontra a margem, a beira, a borda. O espaço que circunda ... more Nas molduras de Ângela-Lago o leitor encontra a margem, a beira, a borda. O espaço que circunda o texto ou a ilustração em um livro impõe limites, estabelece diferenças. A margem da página é uma linha divisória que traça a fronteira entre o que é e o que não é parte do texto. Mas essa linha é também limiar, fronteira que pode, e deve, ser cruzada. É uma franja permeada de possibilidades de encontro. O branco que comumente se encontra nas margens dos livros não necessariamente marca o silêncio. O branco é ... e é também extrema luminosidade. As margens, no entanto, podem também ser ornadas com o colorido que, muitas vezes, evoca a iluminação de manuscritos medievais. Entre o branco e o iluminado, toda sorte de margens pode ser encontrada nos livros de literatura. Desde os anos 1970, Angela-Lago joga com esse espaço do livro, esse espaço que é, ao mesmo tempo, fronteira e encontro, limiar e possibilidade. Sua obra transforma as margens que circundam as páginas em molduras eloquentes. Mais do que marcar os limites da página, são elementos paratextuais que participam da própria construção do texto. Este trabalho tem por objetivo determinar o papel que essas molduras exercem em algumas obras da autora mineira, a saber Dois Irmãos, conto de Wander Piroli, Cântico dos Cânticos, Cena de Rua e a coleção Livros Iluminados, no que diz respeito à sua poeticidade e intertextualidade.

Livros by Silvana Gili

Research paper thumbnail of Identidade e diferença: territórios culturais na contemporaneidade.

Livro digital que reúne os trabalhos apresentados no simpósio "Identidade e diferença: território... more Livro digital que reúne os trabalhos apresentados no simpósio "Identidade e diferença: territórios culturais na contemporaneidade" realizado no Congresso da ABRALIC.

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A partir da leitura do romance Fiel, de Jessé Andarilho, e de entrevistas e depoimentos concedid... more A partir da leitura do romance Fiel, de Jessé Andarilho, e de entrevistas e depoimentos concedidos pelo autor, buscarei problematizar a presença (ou ausência) no mercado literário atual de autores advindos de classes socioeconômicas mais baixas, propondo uma reflexão sobre os espaços de criação literárias instituídos por iniciativas de órgãos não-governamentais como são os cursos oferecidos pela Central Única das Favelas – CUFA – e os encontros com autores organizados pela Festa Literária das Periferias – FLUPP. Interessa-nos considerar, para este trabalho, além dos aspectos narrativos do romance, algumas das condições que determinaram o aparecimento dessa obra no mercado, a saber, as condições em que foi escrita e o percurso traçado pelo autor desde a concepção da ideia para o romance até o momento da sua publicação. Dessa forma, busca-se investigar a reciprocidade entre arte e sociedade ao tentar determinar como essa obra se inscreve no contexto sóciocultural em que se situa, nesse momento em que a chamada literatura marginal parece encontrar espaço no mercado literário atual.

Research paper thumbnail of INVISÍVEIS NA CIDADE: INVISIBILIDADE SOCIAL NOS LIVROS ILUSTRADOS CONTEMPORÂNEOS

RESUMO: A questão a ser explorada neste trabalho relaciona-se às formas de representação verbo-vi... more RESUMO: A questão a ser explorada neste trabalho relaciona-se às formas de representação verbo-visual das relações entre personagens nos espaços urbanos retratados nas produções literárias atuais. Este artigo é desenvolvido no intuito de analisar os contatos entre personagens que representam facetas opostas/distintas dessas relações sociais. O objetivo é avaliar a perspectiva desde a qual essas relações são apresentadas ao leitor e qual discurso reforçam e/ou questionam. Quais espaços para o diálogo abrem (ou não)? Que novas analogias e trajetos do pensamento permitem? Desse modo, busco entender como a literatura reage às relações de indivíduos que vivenciam extremas desigualdades sociais, explorando imagens literárias que constroem a maneira como enxergamos os lugares, os personagens da cidade, e a forma como se relacionam. Para desenvolver essa ideia, farei a análise de dois livros ilustrados publicados recentemente, Os Invisíveis (Ed. Casa da Palavra, 2012), de Tino Freitas e Renato Moriconi e Fábula Urbana (Edições de Janeiro, 2014) de José Rezende Jr. e Rogério Coelho, concentrando-me em três aspectos, quais sejam, os personagens, os espaços por onde circulam, e as interações que se dão entre eles nesses espaços. Palavras-chave: invisibilidade social; livros ilustrados; espaços urbanos. ABSTRACT: The main issue to be discussed in this article relates to the forms of verbal-visual representation of urban character relations depicted in contemporary literary media. The purpose of this article is to analyze the perspective from which various social relations, especially those that illustrate characters from opposite sides of these relations, are presented to the readers and which kind of discourse they reinforce and/or question. What kind of space for dialogue do they open (or not)? What new analogies and thought trajectories do they allow? This article is an intent to understand how literature reacts to the relationship of individuals that live in extreme social inequality realities, by exploring 69 Doutoranda em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC.

Research paper thumbnail of Molduras de Angela-Lago: poesia e intertexto nos livros ilustrados contemporâneos

Nas molduras de Ângela-Lago o leitor encontra a margem, a beira, a borda. O espaço que circunda ... more Nas molduras de Ângela-Lago o leitor encontra a margem, a beira, a borda. O espaço que circunda o texto ou a ilustração em um livro impõe limites, estabelece diferenças. A margem da página é uma linha divisória que traça a fronteira entre o que é e o que não é parte do texto. Mas essa linha é também limiar, fronteira que pode, e deve, ser cruzada. É uma franja permeada de possibilidades de encontro. O branco que comumente se encontra nas margens dos livros não necessariamente marca o silêncio. O branco é ... e é também extrema luminosidade. As margens, no entanto, podem também ser ornadas com o colorido que, muitas vezes, evoca a iluminação de manuscritos medievais. Entre o branco e o iluminado, toda sorte de margens pode ser encontrada nos livros de literatura. Desde os anos 1970, Angela-Lago joga com esse espaço do livro, esse espaço que é, ao mesmo tempo, fronteira e encontro, limiar e possibilidade. Sua obra transforma as margens que circundam as páginas em molduras eloquentes. Mais do que marcar os limites da página, são elementos paratextuais que participam da própria construção do texto. Este trabalho tem por objetivo determinar o papel que essas molduras exercem em algumas obras da autora mineira, a saber Dois Irmãos, conto de Wander Piroli, Cântico dos Cânticos, Cena de Rua e a coleção Livros Iluminados, no que diz respeito à sua poeticidade e intertextualidade.

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Livro digital que reúne os trabalhos apresentados no simpósio "Identidade e diferença: território... more Livro digital que reúne os trabalhos apresentados no simpósio "Identidade e diferença: territórios culturais na contemporaneidade" realizado no Congresso da ABRALIC.