Murilo Tavares Modesto | UFSM - Universidade Federal de Santa Maria (original) (raw)

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Papers by Murilo Tavares Modesto

Research paper thumbnail of Verbete: Hipsípile - Compêndio Histórico de Mulheres da Antiguidade

Research paper thumbnail of O lamento em luto nos poemas consolatórios latinos: o caso das Siluae de Estácio

O presente artigo tem por objetivo compreender como as representações do lamento em luto na poesi... more O presente artigo tem por objetivo compreender como as representações do lamento em luto na poesia das Siluae de Estácio (c. 45 – 96 EC) estavam de acordo com a tradição consolatória da poesia latina e com os interesses de seu grupo de leitores. Para tanto, selecionamos quatro poemas como fontes principais: as Siluae 2.1, 2.6, 3.3 e 5.1. Apresentamos, primeiro, alguns poemas consolatórios da literatura latina e a retórica poética por uma livre expressão do luto, também comparando essa tradição com a abordagem filosófica sobre a restrição do lamento. Em seguida, analisamos a representação de lamentos nos poemas selecionados das Siluae e propomos uma investigação sobre como Estácio buscava atender possíveis interesses dos destinatários com essas representações. Por fim, indicamos que, na luta de representações da literatura latina em torno do lamento em luto, as consolações de Estácio abordaram a retórica poética sobre a livre expressão do luto como uma forma de destacar e elogiar seus destinatários interessados em literatura.

Research paper thumbnail of As práticas funerárias para Gláucias representadas na Siluae 2.1 de Estácio

Na sociedade imperial romana, um funeral era uma cerimônia para celebrar o falecido e garantir su... more Na sociedade imperial romana, um funeral era uma cerimônia para celebrar o falecido e garantir sua passagem para a vida após a morte. Na narrativa poética da Siluae 2.1, uma consolação composta pelo poeta latino Estácio (45-96 EC) para seu patrono Atédio Mélior, há descrições de alguns elementos que envolveram o funeral luxuoso dedicado a Gláucias, um jovem possivelmente libertus. Analisando com conceitos do estudo sobre a morte e de representação, nossa comunicação objetiva investigar as práticas fúnebres representadas pelo poeta para honrar o falecido e o enlutado. Como considerações finais, refletimos sobre os interesses de Estácio em representar o funeral de um libertus como um evento luxuoso.

Research paper thumbnail of O TRAJETO NO MUNDO DOS MORTOS NA SILUAE 2.1 DE ESTÁCIO

Revista Gaîa e Murilo Tavares Modesto, 2020

Resumo: Na Siluae 2.1, Estácio escreve sobre a jornada no mundo dos mortos romano percorrida pela... more Resumo: Na Siluae 2.1, Estácio escreve sobre a jornada no mundo dos mortos romano percorrida pela da sombra de Gláucias, um jovem libertus, até chegar ao Elísio, local para onde iam as sombras dos indivíduos que foram bem-aventurados em vida. Esta narrativa faz parte do discurso consolatório do poema, composto para o enlutado patrono Atédio Mélior, um aristocrata que nutria afetividade pelo falecido e organi-zou seu funeral. Para compreendermos o discurso da Siluae 2.1, contextualizamos a poética de Estácio relacionado ao seu diálogo com a tradição literária, as características de sua poesia e estrutura das consolações. Tendo em perspectiva este contexto do autor, o objetivo do artigo é analisar como as divindades, os seres e os cenários do submundo são representados no poema e qual é a intenção consolatória do poeta ao retratar tais elementos. Palavras-chave Mundo dos mortos; Elísio, Consolação; Siluae 2.1; Estácio.
Abstract: In the Siluae 2.1, Statius writes about the journey to the roman's underworld trave-led by the shadow of Glaucias, a young libertus, until he reached the Elysium, where the shadows of the individuals blessed in life went. This narrative is part of the po-em's consolatory discourse, composed for the bereaved patron Atedius Melior, an aristocrat which nurtured affectivity for the deceased and organized his funeral. To understand the Siluae 2.1's discourse, we contextualized Statius' poetic related to his dialogue with the literary tradition, the characteristics of his poetry and the structure of consolations. With the author's context in perspective, the aim of this research is to analyze how underworld's deities, beings e scenarios are represented in the poem and what is the poet's consolatory intention in portraying such elements.

Thesis Chapters by Murilo Tavares Modesto

Research paper thumbnail of Morte e Poesia na Roma Antiga: Luto, lamento e consolação nas Siluae de Estácio (Século I EC)

O presente trabalho é um estudo sobre as representações do lamento em seis poemas consolatórios e... more O presente trabalho é um estudo sobre as representações do lamento em seis poemas consolatórios escritos por Públio Papínio Estácio (c. 45 – 96 EC), as Siluae 2.1, 2.6, 3.3, 5.1, 5.3, e 5.1. Cada um desses poemas foi inicialmente destinado para um homem específico, enlutado pela morte de alguém, e, posteriormente, publicado ao longo da coletânea de cinco livros das Siluae. Nossos objetivos nesta dissertação são analisar como as representações do lamento masculino nas consolações de Estácio atendiam a possíveis interesses de seus destinatários aristocratas acerca de questões em torno da morte e indicar em que medida as descrições poéticas de intensa lamentação estavam de acordo com as expectativas dos círculos de leitores das Siluae. Partimos da hipótese que as representações de Estácio acerca dos lamentos dos homens aristocratas seguiam o padrão tradicional da retórica poética latina para lidar com o luto e, por isso, respondiam ao que seus leitores esperavam. A partir das propostas teórico-metodológicas da História Cultural do livro e da leitura, investigamos as condições de produção e de circulação desses textos, delimitando o contexto da pesquisa nos grupos de leitores das altas camadas sociais de Roma, de Nápoles e de seus arredores aos finais do primeiro século da Era Comum. Abordamos a formação social de Estácio, as características poéticas das Siluae e a relação do poeta com seus destinatários enlutados e com seus círculos de leitores. Apresentamos, também, um panorama geral sobre as práticas dos romanos em torno da morte, destacando os eventos das cerimônias fúnebres e a importância dada à memória dos falecidos, e discorremos sobre as expectativas dos antigos em torno do luto e da literatura consolatória, avaliando as abordagens acerca do lamento por parte dos filósofos, dos retóricos e dos poetas latinos. Explicadas estas questões, analisamos a retórica consolatória de Estácio em torno do lamento de seus endereçados em luto. Ainda examinamos a relação desses poemas com o contexto de escravidão e de patronato, pois entre os falecidos homenageados havia dois meninos libertos e um rapaz escravizado, enquanto um dos destinatários e outro finado eram libertos imperiais. Nesse sentido, comentamos sobre as expectativas mortuárias para os escravos e libertos romanos, especialmente no contexto de ascensão dos libertos imperiais. Nossas reflexões, portanto, analisam as representações do lamento nas consolações das Siluae a partir das prováveis expectativas dos endereçados e de seus leitores.

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Research paper thumbnail of O lamento em luto nos poemas consolatórios latinos: o caso das Siluae de Estácio

O presente artigo tem por objetivo compreender como as representações do lamento em luto na poesi... more O presente artigo tem por objetivo compreender como as representações do lamento em luto na poesia das Siluae de Estácio (c. 45 – 96 EC) estavam de acordo com a tradição consolatória da poesia latina e com os interesses de seu grupo de leitores. Para tanto, selecionamos quatro poemas como fontes principais: as Siluae 2.1, 2.6, 3.3 e 5.1. Apresentamos, primeiro, alguns poemas consolatórios da literatura latina e a retórica poética por uma livre expressão do luto, também comparando essa tradição com a abordagem filosófica sobre a restrição do lamento. Em seguida, analisamos a representação de lamentos nos poemas selecionados das Siluae e propomos uma investigação sobre como Estácio buscava atender possíveis interesses dos destinatários com essas representações. Por fim, indicamos que, na luta de representações da literatura latina em torno do lamento em luto, as consolações de Estácio abordaram a retórica poética sobre a livre expressão do luto como uma forma de destacar e elogiar seus destinatários interessados em literatura.

Research paper thumbnail of As práticas funerárias para Gláucias representadas na Siluae 2.1 de Estácio

Na sociedade imperial romana, um funeral era uma cerimônia para celebrar o falecido e garantir su... more Na sociedade imperial romana, um funeral era uma cerimônia para celebrar o falecido e garantir sua passagem para a vida após a morte. Na narrativa poética da Siluae 2.1, uma consolação composta pelo poeta latino Estácio (45-96 EC) para seu patrono Atédio Mélior, há descrições de alguns elementos que envolveram o funeral luxuoso dedicado a Gláucias, um jovem possivelmente libertus. Analisando com conceitos do estudo sobre a morte e de representação, nossa comunicação objetiva investigar as práticas fúnebres representadas pelo poeta para honrar o falecido e o enlutado. Como considerações finais, refletimos sobre os interesses de Estácio em representar o funeral de um libertus como um evento luxuoso.

Research paper thumbnail of O TRAJETO NO MUNDO DOS MORTOS NA SILUAE 2.1 DE ESTÁCIO

Revista Gaîa e Murilo Tavares Modesto, 2020

Resumo: Na Siluae 2.1, Estácio escreve sobre a jornada no mundo dos mortos romano percorrida pela... more Resumo: Na Siluae 2.1, Estácio escreve sobre a jornada no mundo dos mortos romano percorrida pela da sombra de Gláucias, um jovem libertus, até chegar ao Elísio, local para onde iam as sombras dos indivíduos que foram bem-aventurados em vida. Esta narrativa faz parte do discurso consolatório do poema, composto para o enlutado patrono Atédio Mélior, um aristocrata que nutria afetividade pelo falecido e organi-zou seu funeral. Para compreendermos o discurso da Siluae 2.1, contextualizamos a poética de Estácio relacionado ao seu diálogo com a tradição literária, as características de sua poesia e estrutura das consolações. Tendo em perspectiva este contexto do autor, o objetivo do artigo é analisar como as divindades, os seres e os cenários do submundo são representados no poema e qual é a intenção consolatória do poeta ao retratar tais elementos. Palavras-chave Mundo dos mortos; Elísio, Consolação; Siluae 2.1; Estácio.
Abstract: In the Siluae 2.1, Statius writes about the journey to the roman's underworld trave-led by the shadow of Glaucias, a young libertus, until he reached the Elysium, where the shadows of the individuals blessed in life went. This narrative is part of the po-em's consolatory discourse, composed for the bereaved patron Atedius Melior, an aristocrat which nurtured affectivity for the deceased and organized his funeral. To understand the Siluae 2.1's discourse, we contextualized Statius' poetic related to his dialogue with the literary tradition, the characteristics of his poetry and the structure of consolations. With the author's context in perspective, the aim of this research is to analyze how underworld's deities, beings e scenarios are represented in the poem and what is the poet's consolatory intention in portraying such elements.

Research paper thumbnail of Morte e Poesia na Roma Antiga: Luto, lamento e consolação nas Siluae de Estácio (Século I EC)

O presente trabalho é um estudo sobre as representações do lamento em seis poemas consolatórios e... more O presente trabalho é um estudo sobre as representações do lamento em seis poemas consolatórios escritos por Públio Papínio Estácio (c. 45 – 96 EC), as Siluae 2.1, 2.6, 3.3, 5.1, 5.3, e 5.1. Cada um desses poemas foi inicialmente destinado para um homem específico, enlutado pela morte de alguém, e, posteriormente, publicado ao longo da coletânea de cinco livros das Siluae. Nossos objetivos nesta dissertação são analisar como as representações do lamento masculino nas consolações de Estácio atendiam a possíveis interesses de seus destinatários aristocratas acerca de questões em torno da morte e indicar em que medida as descrições poéticas de intensa lamentação estavam de acordo com as expectativas dos círculos de leitores das Siluae. Partimos da hipótese que as representações de Estácio acerca dos lamentos dos homens aristocratas seguiam o padrão tradicional da retórica poética latina para lidar com o luto e, por isso, respondiam ao que seus leitores esperavam. A partir das propostas teórico-metodológicas da História Cultural do livro e da leitura, investigamos as condições de produção e de circulação desses textos, delimitando o contexto da pesquisa nos grupos de leitores das altas camadas sociais de Roma, de Nápoles e de seus arredores aos finais do primeiro século da Era Comum. Abordamos a formação social de Estácio, as características poéticas das Siluae e a relação do poeta com seus destinatários enlutados e com seus círculos de leitores. Apresentamos, também, um panorama geral sobre as práticas dos romanos em torno da morte, destacando os eventos das cerimônias fúnebres e a importância dada à memória dos falecidos, e discorremos sobre as expectativas dos antigos em torno do luto e da literatura consolatória, avaliando as abordagens acerca do lamento por parte dos filósofos, dos retóricos e dos poetas latinos. Explicadas estas questões, analisamos a retórica consolatória de Estácio em torno do lamento de seus endereçados em luto. Ainda examinamos a relação desses poemas com o contexto de escravidão e de patronato, pois entre os falecidos homenageados havia dois meninos libertos e um rapaz escravizado, enquanto um dos destinatários e outro finado eram libertos imperiais. Nesse sentido, comentamos sobre as expectativas mortuárias para os escravos e libertos romanos, especialmente no contexto de ascensão dos libertos imperiais. Nossas reflexões, portanto, analisam as representações do lamento nas consolações das Siluae a partir das prováveis expectativas dos endereçados e de seus leitores.