Luis Filipe Marques de Sousa | University of Lisbon (original) (raw)
Papers by Luis Filipe Marques de Sousa
A 3 de Novembro de 1615, o capitão-mor Alexandre de Moura concluía a rendição dos franceses que o... more A 3 de Novembro de 1615, o capitão-mor Alexandre de Moura concluía a rendição dos franceses que ocupavam desde 1612 a região da ilha do Maranhão e forte de S. Luís. A partir daqui estava aberta a fixação dos portugueses no Nordeste e norte do Brasil até à bacia do Amazonas. O papel do capitão-mor, dos soldados portugueses foi secundado e acompanhado pelos religiosos de diferentes ordens, a saber franciscanos capuchos, jesuítas e carmelitas. Todos, a principio, regiam-se pelo caracter missionário e de evangelização e do auxilio junto dos portugueses enquanto capelães. O caso dos carmelitas, pelo que a escassa documentação, nos parece, não deixará antever uma participação de pouco significado, não é exemplo disso. Os carmelitas desempenharam a mesma função que as restantes ordens. Estes estabeleceram-se em finais de Janeiro de 1580 na Paraíba, Olinda, e daí prosperaram fundando conventos, recebendo terras em sesmarias e ganhando para si novos religiosos da terra e outros vindos de Portugal. Com a progressão da conquista e afirmação portuguesa sobre os territórios do nordeste e norte do Brasil, estes passaram a acompanhar as expedições e campanhas como capelães, confessores e até interlocutores entre os diferentes beligerantes (índios e europeus). Os carmelitas granjearam o apreço dos capitães-mores que os fizeram mencionar em seus regimentos. A conquista do Maranhão e Pará (1612-1618) enquadra-se neste movimento de ocupação portuguesa do espaço mais a norte do Brasil. Os carmelitas estabeleciam-se no Maranhão criando o vicariato com o convento em S. Luís, abrangendo Tapuitapera (Alcântara) e Belém. Nesta conquista salientaram-se as figuras de Frei Honorato (de origem francesa), de Frei Cosme da Anunciação, que acompanharam Alexandre de Moura, e de Frei André da Natividade.
A 3 de Novembro de 1615, o capitão-mor Alexandre de Moura concluía a rendição dos franceses que o... more A 3 de Novembro de 1615, o capitão-mor Alexandre de Moura concluía a rendição dos franceses que ocupavam desde 1612 a região da ilha do Maranhão e forte de S. Luís. A partir daqui estava aberta a fixação dos portugueses no Nordeste e norte do Brasil até à bacia do Amazonas. O papel do capitão-mor, dos soldados portugueses foi secundado e acompanhado pelos religiosos de diferentes ordens, a saber franciscanos capuchos, jesuítas e carmelitas. Todos, a principio, regiam-se pelo caracter missionário e de evangelização e do auxilio junto dos portugueses enquanto capelães. O caso dos carmelitas, pelo que a escassa documentação, nos parece, não deixará antever uma participação de pouco significado, não é exemplo disso. Os carmelitas desempenharam a mesma função que as restantes ordens. Estes estabeleceram-se em finais de Janeiro de 1580 na Paraíba, Olinda, e daí prosperaram fundando conventos, recebendo terras em sesmarias e ganhando para si novos religiosos da terra e outros vindos de Portugal. Com a progressão da conquista e afirmação portuguesa sobre os territórios do nordeste e norte do Brasil, estes passaram a acompanhar as expedições e campanhas como capelães, confessores e até interlocutores entre os diferentes beligerantes (índios e europeus). Os carmelitas granjearam o apreço dos capitães-mores que os fizeram mencionar em seus regimentos. A conquista do Maranhão e Pará (1612-1618) enquadra-se neste movimento de ocupação portuguesa do espaço mais a norte do Brasil. Os carmelitas estabeleciam-se no Maranhão criando o vicariato com o convento em S. Luís, abrangendo Tapuitapera (Alcântara) e Belém. Nesta conquista salientaram-se as figuras de Frei Honorato (de origem francesa), de Frei Cosme da Anunciação, que acompanharam Alexandre de Moura, e de Frei André da Natividade.
Chegados entre 1639 ou 1640 sob pedido de Pe-dro Teixeira que havido subido o Amazonas até Quito,... more Chegados entre 1639 ou 1640 sob pedido de Pe-dro Teixeira que havido subido o Amazonas até Quito, os frades mercederários estabeleceram-se em Belém do Pará. Daqui em diante perante o patrocínio missionário de Capuchos de Santo António, Jesuítas, Carmelitas juntavam-se-lhes, menos numerosos, os padres de Nossa Senhora das Mercês. Estes últimos de origem es-panhola o que suscitou ao recém rei de Portugal D. João IV o pedido para que estes lhes prestassem homenagem. No entanto, após a " partilha " das áreas de mis-são tudo se poderia ter alterado e é no processo de resis-tência aos jesuítas no Maranhão e Pará, que os Merce-dários serão chamados a depor. Tudo estaria na origem de uma consulta sobre a forma e casos em que se devem cativar os índios, documento oriundo da " junta " que pôs em causa a actuação dos jesuítas e do Pe. António Vieira. Os Mercedários continuariam a sua evangeli-zação junto de populações indígenas e junto dos " bran-cos " da terra, sobretudo em Belém do Pará e Maracanã. Abstract Arrived between 1639 and 1640 on request of Pedro
Resumo Chegados entre 1639 ou 1640 sob pedido de Pe-dro Teixeira que havido subido o Amazonas até... more Resumo Chegados entre 1639 ou 1640 sob pedido de Pe-dro Teixeira que havido subido o Amazonas até Quito, os frades mercederários estabeleceram-se em Belém do Pará. Daqui em diante perante o patrocínio missionário de Capuchos de Santo António, Jesuítas, Carmelitas juntavam-se-lhes, menos numerosos, os padres de Nossa Senhora das Mercês. Estes últimos de origem es-panhola o que suscitou ao recém rei de Portugal D. João IV o pedido para que estes lhes prestassem homenagem. No entanto, após a " partilha " das áreas de mis-são tudo se poderia ter alterado e é no processo de resis-tência aos jesuítas no Maranhão e Pará, que os Merce-dários serão chamados a depor. Tudo estaria na origem de uma consulta sobre a forma e casos em que se devem cativar os índios, documento oriundo da " junta " que pôs em causa a actuação dos jesuítas e do Pe. António Vieira. Os Mercedários continuariam a sua evangeli-zação junto de populações indígenas e junto dos " bran-cos " da terra, sobretudo em Belém do Pará e Maracanã. Abstract Arrived between 1639 and 1640 on request of Pedro
Em 1531 assistíamos à morte de Heitor da Silveira, herói e amigo de Luís de Camões, que ficaria e... more Em 1531 assistíamos à morte de Heitor da Silveira, herói e amigo de Luís de Camões, que ficaria eternizado nas estrofes impressas nos Colóquio dos Simples de Garcia da Orta. Não só a poesia e o conhecimento médico o quis eternizar, Francisco Anes, fundidor de canhões em Goa faria inscrever no reforço de uma das suas obras a inscrição "Eu Etor Forte a Moros Darei Morte". O cerco de Diu de 1531, levado a cabo pelo governador Nuno da Cunha, veria o nobre Heitor da Silveira perder a vida. Esta perda fez com que os portugueses da Índia repensassem a sua presença militar e beligerância no espaço geo-estratégico do Índico. A morte de Heitor da Silveira, herói acarinhado pelo poeta maior da lusitanidade e por todos quanto com ele conviveram tornou-se bandeira da emergência e propaganda do Estado Português da Índia. O estabelecimento deste nada valeria se os navios portugueses não impusessem o seu mando no mar e na costa onde se fundaram inúmeras fortalezas. Apetrechados com a artilharia de bronze, feita localmente por fundidores trazidos das Tercenas de Lisboa, foram decisivos para o enfrentar do turco e do indiano mais decidido na sua luta.
Os primeiros anos do regime republicano em Portugal caracterizaram-se paulatinamente pelo seu ant... more Os primeiros anos do regime republicano em Portugal caracterizaram-se paulatinamente pelo seu anti-clericalismo e agnosticismo militante. Daí que a questão da Lei da Separação do Estado das Igrejas não pode ser só visto como ponto de chegada do crescente movimento republicano, mas também é ponto de partida para uma Igreja que vê definir o seu campo de acção. A identificação da Igreja com o regime político esboroa-se e cada vez mais fica confinada ao domínio do espiritual. Na diocese do Algarve, tal como em todo o país, a reacção ao novo regime político nascido a 5 de Outubro de 1910 surge associada a órgãos de informação e propaganda religiosa e política. O Boletim do Algarve, órgão de imprensa católica regional, era distribuído, quase, senão mesmo secretamente, entre a hierarquia eclesiástica e um ou outro fiel mais militante. A divulgação das "noticias" perpassavam a dimensão diocesana para a dimensão nacional. Era importante manter acesa a chama do combate espiritual dos fiéis da Diocese algarvia contra as afrontas mentais, ideológicas e espirituais do republicanismo. Era necessário alertar as consciências católicas das inconsiderações e agravos que se acometiam, nas paróquias da diocese, e no país, à Igreja e à Fé Católica. O Boletim do Algarve tornava-se o arauto, o defensor do catolicismo, mais integrista, na diocese contra os avanços do laicismo e do anticlericalismo, protagonizado por republicanos mais radicais. Com a publicação da Lei da Separação do Estado das Igrejas, aos poucos a Igreja Católica, diocesana e nacional, acomodava-se, encontrando, mais ou menos conformadamente, um modus vivendi de coexistência pacifica com o novo regime e com os novos agentes do poder. 1 Mestre em História e Cultura do Brasil (FLUL) -2 --UM PROBLEMA DE MENTALIDADES A 5 de Outubro de 1910 iniciava-se na sociedade portuguesa um processo de laicização crescente, que pretendia desde já uma ruptura com a mentalidade até agora vigente. Era por isso necessário fazer apelo a um novo ideário ideológico e político, digamos, uma mentalidade a que muitos apelidariam de contemporânea. Uma mentalidade contemporânea cujas suas influências e idiossincrasias vêm sendo apostoladas e manifestadas desde o iluminismo francês e por uma certa elite intelectual ligada ao meio maçónico. Um novo olhar sobre a vida, o quotidiano, a sociedade, partindo do pressuposto de que o Homem faz o seu destino e nasce livre da acção e da predestinação imposta por um ser sobrenatural e transcendente a si 2 . Um novo olhar sobre as instituições, sobretudo sobre o Estado, começa-se a debuxar no horizonte político e institucional o princípio da supremacia do Estado sobre a Igreja. A velha aliança entre o trono e o altar era posta em causa, a sociedade passa a ser encarada de uma forma positiva e laica, procedendo-se à sua dessacralização progressiva e sucessiva laicização. Incutese na sociedade a noção de consciência do progresso. Perante o avanço de tais forças e propósitos a Igreja, arauto e garante da tradição e da estabilidade social opõe-se com veemência intensificando uma contra-revolução e dando guarida a um movimento de restauração. A Igreja respondia aos ataques ao princípio divino da sua origem e do poder. O catolicismo algarvio não fora marginal nem espectador desta contenda. O laicismo e o catolicismo digladiam-se no aparato dos documentos legais e na propaganda feita através da imprensa católica e dos periódicos republicanos. A elite católica e eclesiástica algarvia iria (subterraneamente) responder a este confronto e dar eco da sua vitimização perante os arremedos da jovem República. Lei da Separação do Estado das Igrejas (1911), caricatura da época O Presidente da República optava por governos de coalização moderada, onde os democráticos (facção radical) eram em menor representação. Tentava desta forma realizar a unificação e a reconciliação nacional. Em Janeiro de 1913, o presidente Manuel de Arriaga, defrontado com a demissão de Duarte Leite, foi obrigado a chamar Afonso Costa para organizar o Governo. Foi o primeiro governo constituído integralmente por adeptos democráticos. A jovem República entrava numa nova fase da sua ainda curta vida. 8 A sociedade portuguesa, nesta altura, era constantemente assombrada pela psicose e receio de uma contra-revolução. A maioria da população vivia no campo ocupando-se das tarefas do amanho da terra, o trabalhador rural, na figura exagerada do buçal Zé-povinho de Rafael Bordalo Pinheiro, era menosprezado pelas elites políticas, republicanas e citadinas que o considerava, devido ao seu analfabetismo, como um estrato facilmente manobrável pelas forças conservadoras e opositoras do regime, entre elas os sectores monárquicos e clericais. Afirma-nos Vasco Pulido Valente: 9 "A libertação do "povo" dos padres e dos caciques dependia da sua conversão ao republicanismo." Como já referimos implantada a República, os sectores mais comprometidos promoveriam uma intensa propaganda a favor da laicização da sociedade que permitisse a libertação imediata da nação da pesada influência e intromissão da Igreja Católica no Estado e na vida dos 8 Idem, ibidem, p.109. 9 Vasco Pulido Valente, ibidem, p.130. "-A Igreja Católica -solenemente o afirmamos perante o governo e perante o paíspode ser oprimida, pode ser perseguida, pode ser calcada pela força material: mas jamais abdicará da sua divina missão, jamais pode prescindir dos seus sagrados e inauferíveis direitos espirituais: é uma sociedade perfeita, independente, fundada pelo Filho de Deus feito Homem; e enquanto houver homens no mundo, a Igreja reivindicará para si o direito de ensinar, de os reger, de os santificar, de os guiar à pátria celeste, cumprindo o mandato, que seu Divino Mestre Fundador lhe confiou." 23 A acção social, a missão da Igreja na comunidade era-lhe necessária, quer por definição quer por dogma, não lhe bastava, a proposta da propaganda republicana, de encontrar pacificamente o seu modus vivendi, como definia a estrutura do novo poder. Deste modo a Lei da Separação surgiu como ruptura e como nova maneira de encarar a missão e a mensagem cristã no seio de uma sociedade laica e secularizada. A Igreja perderia quantitativamente importância, mas por sua vez ganhava substância, qualidade, era capaz de se adaptar aos novos tempos definindo-se cada vez melhor no campo espiritual. 24 "Os bens e os rendimentos da Igreja ficam sacrilagamente confiscados: foi-lhe radicalmente tirada a faculdade de para o futuro adquirir novos bens e chegou-se ao ponto da Igreja não poder angariar nada do que é necessário para provar à decência da casa de Deus, ao sustento dos seus ministros, ao cumprimento dos seus múltiplos deveres de caridade e piedade, (…)." 25 O laicismo preconizava expurgar da sociedade todo e qualquer resquício do clericalismo propondo resocializar a sociedade em moldes positivos e científicos. Recordemos que o republicanismo português bebera no final do século XIX as influências do cientismo positivista de A. Comte e do socialismo de Proudhon. Era correntemente defendido pelos republicanos o princípio categórico de que o Homem é dono do seu destino. Daqui resultaria a concepção e a clivagem ideológica entre a religião e a sociedade. 26 Esta cisão seria mais notória a nível das mentalidades. A Igreja reagiu sempre com oposição e desconfiança apelando à perseverança e coerência dos fiéis, mesmo que para isso os ameaçasse as almas mais tíbias com a excomunhão e com a predestinação ao Inferno. Afirmava assim D. António Barbosa do Leão: 23 "O Episcopado Português ao Presidente da República", Boletim do Algarve, Ano II, nº23, Faro, 15/XII/1911, p. 269. 24 António Matos Ferreira, ibidem,p. 208. 25 "Carta do Episcopado Português a SS. Pio X", ibidem, p.214. 26 Fernando Catroga, ibidem, p. 255.
António de Albuquerque, capitão da Paraíba, e a sua acção contra os holandeses. A Relação Breve d... more António de Albuquerque, capitão da Paraíba, e a sua acção contra os holandeses. A Relação Breve de Frei Paulo do Rosário (1632). LISBOA 2000 Comunicação ao X Colóquio de História Militar "Brasil -Portugal, História das Relações Militares", CPHM, Lisboa, 13 a 15 de Novembro de 2000. 2 António de Albuquerque, capitão da Paraíba, e a sua acção contra os holandeses.
Comunicação ao Congresso Internacional sobre os Franciscanos em Portugal e no Mundo , 27 a 29 Jul... more Comunicação ao Congresso Internacional sobre os Franciscanos em Portugal e no Mundo , 27 a 29 Julho de 2011, SGL (Lisboa)
Trata-se do texto integral da tese de mestrado apresentada em Dezembro de 2007 à Faculdade de Le... more Trata-se do texto integral da tese de mestrado apresentada em Dezembro de 2007 à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Versa sobre a missionação no Nordeste brasileiro em geral, e em particular no Estado do Maranhão (1614-1652). Focando a figura do Custódio Fr. Cristóvão de Lisboa(ofm) antecessor do Pe. António Vieira(SJ) em muitos dos casos, sobretudo na liberdade do gentio. Saliente-se o seu contributo para o conhecimento de fauna e flora maranhaense e da sua aplicação à medicina.
A 3 de Novembro de 1615, o capitão-mor Alexandre de Moura concluía a rendição dos franceses que o... more A 3 de Novembro de 1615, o capitão-mor Alexandre de Moura concluía a rendição dos franceses que ocupavam desde 1612 a região da ilha do Maranhão e forte de S. Luís. A partir daqui estava aberta a fixação dos portugueses no Nordeste e norte do Brasil até à bacia do Amazonas. O papel do capitão-mor, dos soldados portugueses foi secundado e acompanhado pelos religiosos de diferentes ordens, a saber franciscanos capuchos, jesuítas e carmelitas. Todos, a principio, regiam-se pelo caracter missionário e de evangelização e do auxilio junto dos portugueses enquanto capelães. O caso dos carmelitas, pelo que a escassa documentação, nos parece, não deixará antever uma participação de pouco significado, não é exemplo disso. Os carmelitas desempenharam a mesma função que as restantes ordens. Estes estabeleceram-se em finais de Janeiro de 1580 na Paraíba, Olinda, e daí prosperaram fundando conventos, recebendo terras em sesmarias e ganhando para si novos religiosos da terra e outros vindos de Portugal. Com a progressão da conquista e afirmação portuguesa sobre os territórios do nordeste e norte do Brasil, estes passaram a acompanhar as expedições e campanhas como capelães, confessores e até interlocutores entre os diferentes beligerantes (índios e europeus). Os carmelitas granjearam o apreço dos capitães-mores que os fizeram mencionar em seus regimentos. A conquista do Maranhão e Pará (1612-1618) enquadra-se neste movimento de ocupação portuguesa do espaço mais a norte do Brasil. Os carmelitas estabeleciam-se no Maranhão criando o vicariato com o convento em S. Luís, abrangendo Tapuitapera (Alcântara) e Belém. Nesta conquista salientaram-se as figuras de Frei Honorato (de origem francesa), de Frei Cosme da Anunciação, que acompanharam Alexandre de Moura, e de Frei André da Natividade.
A 3 de Novembro de 1615, o capitão-mor Alexandre de Moura concluía a rendição dos franceses que o... more A 3 de Novembro de 1615, o capitão-mor Alexandre de Moura concluía a rendição dos franceses que ocupavam desde 1612 a região da ilha do Maranhão e forte de S. Luís. A partir daqui estava aberta a fixação dos portugueses no Nordeste e norte do Brasil até à bacia do Amazonas. O papel do capitão-mor, dos soldados portugueses foi secundado e acompanhado pelos religiosos de diferentes ordens, a saber franciscanos capuchos, jesuítas e carmelitas. Todos, a principio, regiam-se pelo caracter missionário e de evangelização e do auxilio junto dos portugueses enquanto capelães. O caso dos carmelitas, pelo que a escassa documentação, nos parece, não deixará antever uma participação de pouco significado, não é exemplo disso. Os carmelitas desempenharam a mesma função que as restantes ordens. Estes estabeleceram-se em finais de Janeiro de 1580 na Paraíba, Olinda, e daí prosperaram fundando conventos, recebendo terras em sesmarias e ganhando para si novos religiosos da terra e outros vindos de Portugal. Com a progressão da conquista e afirmação portuguesa sobre os territórios do nordeste e norte do Brasil, estes passaram a acompanhar as expedições e campanhas como capelães, confessores e até interlocutores entre os diferentes beligerantes (índios e europeus). Os carmelitas granjearam o apreço dos capitães-mores que os fizeram mencionar em seus regimentos. A conquista do Maranhão e Pará (1612-1618) enquadra-se neste movimento de ocupação portuguesa do espaço mais a norte do Brasil. Os carmelitas estabeleciam-se no Maranhão criando o vicariato com o convento em S. Luís, abrangendo Tapuitapera (Alcântara) e Belém. Nesta conquista salientaram-se as figuras de Frei Honorato (de origem francesa), de Frei Cosme da Anunciação, que acompanharam Alexandre de Moura, e de Frei André da Natividade.
Chegados entre 1639 ou 1640 sob pedido de Pe-dro Teixeira que havido subido o Amazonas até Quito,... more Chegados entre 1639 ou 1640 sob pedido de Pe-dro Teixeira que havido subido o Amazonas até Quito, os frades mercederários estabeleceram-se em Belém do Pará. Daqui em diante perante o patrocínio missionário de Capuchos de Santo António, Jesuítas, Carmelitas juntavam-se-lhes, menos numerosos, os padres de Nossa Senhora das Mercês. Estes últimos de origem es-panhola o que suscitou ao recém rei de Portugal D. João IV o pedido para que estes lhes prestassem homenagem. No entanto, após a " partilha " das áreas de mis-são tudo se poderia ter alterado e é no processo de resis-tência aos jesuítas no Maranhão e Pará, que os Merce-dários serão chamados a depor. Tudo estaria na origem de uma consulta sobre a forma e casos em que se devem cativar os índios, documento oriundo da " junta " que pôs em causa a actuação dos jesuítas e do Pe. António Vieira. Os Mercedários continuariam a sua evangeli-zação junto de populações indígenas e junto dos " bran-cos " da terra, sobretudo em Belém do Pará e Maracanã. Abstract Arrived between 1639 and 1640 on request of Pedro
Resumo Chegados entre 1639 ou 1640 sob pedido de Pe-dro Teixeira que havido subido o Amazonas até... more Resumo Chegados entre 1639 ou 1640 sob pedido de Pe-dro Teixeira que havido subido o Amazonas até Quito, os frades mercederários estabeleceram-se em Belém do Pará. Daqui em diante perante o patrocínio missionário de Capuchos de Santo António, Jesuítas, Carmelitas juntavam-se-lhes, menos numerosos, os padres de Nossa Senhora das Mercês. Estes últimos de origem es-panhola o que suscitou ao recém rei de Portugal D. João IV o pedido para que estes lhes prestassem homenagem. No entanto, após a " partilha " das áreas de mis-são tudo se poderia ter alterado e é no processo de resis-tência aos jesuítas no Maranhão e Pará, que os Merce-dários serão chamados a depor. Tudo estaria na origem de uma consulta sobre a forma e casos em que se devem cativar os índios, documento oriundo da " junta " que pôs em causa a actuação dos jesuítas e do Pe. António Vieira. Os Mercedários continuariam a sua evangeli-zação junto de populações indígenas e junto dos " bran-cos " da terra, sobretudo em Belém do Pará e Maracanã. Abstract Arrived between 1639 and 1640 on request of Pedro
Em 1531 assistíamos à morte de Heitor da Silveira, herói e amigo de Luís de Camões, que ficaria e... more Em 1531 assistíamos à morte de Heitor da Silveira, herói e amigo de Luís de Camões, que ficaria eternizado nas estrofes impressas nos Colóquio dos Simples de Garcia da Orta. Não só a poesia e o conhecimento médico o quis eternizar, Francisco Anes, fundidor de canhões em Goa faria inscrever no reforço de uma das suas obras a inscrição "Eu Etor Forte a Moros Darei Morte". O cerco de Diu de 1531, levado a cabo pelo governador Nuno da Cunha, veria o nobre Heitor da Silveira perder a vida. Esta perda fez com que os portugueses da Índia repensassem a sua presença militar e beligerância no espaço geo-estratégico do Índico. A morte de Heitor da Silveira, herói acarinhado pelo poeta maior da lusitanidade e por todos quanto com ele conviveram tornou-se bandeira da emergência e propaganda do Estado Português da Índia. O estabelecimento deste nada valeria se os navios portugueses não impusessem o seu mando no mar e na costa onde se fundaram inúmeras fortalezas. Apetrechados com a artilharia de bronze, feita localmente por fundidores trazidos das Tercenas de Lisboa, foram decisivos para o enfrentar do turco e do indiano mais decidido na sua luta.
Os primeiros anos do regime republicano em Portugal caracterizaram-se paulatinamente pelo seu ant... more Os primeiros anos do regime republicano em Portugal caracterizaram-se paulatinamente pelo seu anti-clericalismo e agnosticismo militante. Daí que a questão da Lei da Separação do Estado das Igrejas não pode ser só visto como ponto de chegada do crescente movimento republicano, mas também é ponto de partida para uma Igreja que vê definir o seu campo de acção. A identificação da Igreja com o regime político esboroa-se e cada vez mais fica confinada ao domínio do espiritual. Na diocese do Algarve, tal como em todo o país, a reacção ao novo regime político nascido a 5 de Outubro de 1910 surge associada a órgãos de informação e propaganda religiosa e política. O Boletim do Algarve, órgão de imprensa católica regional, era distribuído, quase, senão mesmo secretamente, entre a hierarquia eclesiástica e um ou outro fiel mais militante. A divulgação das "noticias" perpassavam a dimensão diocesana para a dimensão nacional. Era importante manter acesa a chama do combate espiritual dos fiéis da Diocese algarvia contra as afrontas mentais, ideológicas e espirituais do republicanismo. Era necessário alertar as consciências católicas das inconsiderações e agravos que se acometiam, nas paróquias da diocese, e no país, à Igreja e à Fé Católica. O Boletim do Algarve tornava-se o arauto, o defensor do catolicismo, mais integrista, na diocese contra os avanços do laicismo e do anticlericalismo, protagonizado por republicanos mais radicais. Com a publicação da Lei da Separação do Estado das Igrejas, aos poucos a Igreja Católica, diocesana e nacional, acomodava-se, encontrando, mais ou menos conformadamente, um modus vivendi de coexistência pacifica com o novo regime e com os novos agentes do poder. 1 Mestre em História e Cultura do Brasil (FLUL) -2 --UM PROBLEMA DE MENTALIDADES A 5 de Outubro de 1910 iniciava-se na sociedade portuguesa um processo de laicização crescente, que pretendia desde já uma ruptura com a mentalidade até agora vigente. Era por isso necessário fazer apelo a um novo ideário ideológico e político, digamos, uma mentalidade a que muitos apelidariam de contemporânea. Uma mentalidade contemporânea cujas suas influências e idiossincrasias vêm sendo apostoladas e manifestadas desde o iluminismo francês e por uma certa elite intelectual ligada ao meio maçónico. Um novo olhar sobre a vida, o quotidiano, a sociedade, partindo do pressuposto de que o Homem faz o seu destino e nasce livre da acção e da predestinação imposta por um ser sobrenatural e transcendente a si 2 . Um novo olhar sobre as instituições, sobretudo sobre o Estado, começa-se a debuxar no horizonte político e institucional o princípio da supremacia do Estado sobre a Igreja. A velha aliança entre o trono e o altar era posta em causa, a sociedade passa a ser encarada de uma forma positiva e laica, procedendo-se à sua dessacralização progressiva e sucessiva laicização. Incutese na sociedade a noção de consciência do progresso. Perante o avanço de tais forças e propósitos a Igreja, arauto e garante da tradição e da estabilidade social opõe-se com veemência intensificando uma contra-revolução e dando guarida a um movimento de restauração. A Igreja respondia aos ataques ao princípio divino da sua origem e do poder. O catolicismo algarvio não fora marginal nem espectador desta contenda. O laicismo e o catolicismo digladiam-se no aparato dos documentos legais e na propaganda feita através da imprensa católica e dos periódicos republicanos. A elite católica e eclesiástica algarvia iria (subterraneamente) responder a este confronto e dar eco da sua vitimização perante os arremedos da jovem República. Lei da Separação do Estado das Igrejas (1911), caricatura da época O Presidente da República optava por governos de coalização moderada, onde os democráticos (facção radical) eram em menor representação. Tentava desta forma realizar a unificação e a reconciliação nacional. Em Janeiro de 1913, o presidente Manuel de Arriaga, defrontado com a demissão de Duarte Leite, foi obrigado a chamar Afonso Costa para organizar o Governo. Foi o primeiro governo constituído integralmente por adeptos democráticos. A jovem República entrava numa nova fase da sua ainda curta vida. 8 A sociedade portuguesa, nesta altura, era constantemente assombrada pela psicose e receio de uma contra-revolução. A maioria da população vivia no campo ocupando-se das tarefas do amanho da terra, o trabalhador rural, na figura exagerada do buçal Zé-povinho de Rafael Bordalo Pinheiro, era menosprezado pelas elites políticas, republicanas e citadinas que o considerava, devido ao seu analfabetismo, como um estrato facilmente manobrável pelas forças conservadoras e opositoras do regime, entre elas os sectores monárquicos e clericais. Afirma-nos Vasco Pulido Valente: 9 "A libertação do "povo" dos padres e dos caciques dependia da sua conversão ao republicanismo." Como já referimos implantada a República, os sectores mais comprometidos promoveriam uma intensa propaganda a favor da laicização da sociedade que permitisse a libertação imediata da nação da pesada influência e intromissão da Igreja Católica no Estado e na vida dos 8 Idem, ibidem, p.109. 9 Vasco Pulido Valente, ibidem, p.130. "-A Igreja Católica -solenemente o afirmamos perante o governo e perante o paíspode ser oprimida, pode ser perseguida, pode ser calcada pela força material: mas jamais abdicará da sua divina missão, jamais pode prescindir dos seus sagrados e inauferíveis direitos espirituais: é uma sociedade perfeita, independente, fundada pelo Filho de Deus feito Homem; e enquanto houver homens no mundo, a Igreja reivindicará para si o direito de ensinar, de os reger, de os santificar, de os guiar à pátria celeste, cumprindo o mandato, que seu Divino Mestre Fundador lhe confiou." 23 A acção social, a missão da Igreja na comunidade era-lhe necessária, quer por definição quer por dogma, não lhe bastava, a proposta da propaganda republicana, de encontrar pacificamente o seu modus vivendi, como definia a estrutura do novo poder. Deste modo a Lei da Separação surgiu como ruptura e como nova maneira de encarar a missão e a mensagem cristã no seio de uma sociedade laica e secularizada. A Igreja perderia quantitativamente importância, mas por sua vez ganhava substância, qualidade, era capaz de se adaptar aos novos tempos definindo-se cada vez melhor no campo espiritual. 24 "Os bens e os rendimentos da Igreja ficam sacrilagamente confiscados: foi-lhe radicalmente tirada a faculdade de para o futuro adquirir novos bens e chegou-se ao ponto da Igreja não poder angariar nada do que é necessário para provar à decência da casa de Deus, ao sustento dos seus ministros, ao cumprimento dos seus múltiplos deveres de caridade e piedade, (…)." 25 O laicismo preconizava expurgar da sociedade todo e qualquer resquício do clericalismo propondo resocializar a sociedade em moldes positivos e científicos. Recordemos que o republicanismo português bebera no final do século XIX as influências do cientismo positivista de A. Comte e do socialismo de Proudhon. Era correntemente defendido pelos republicanos o princípio categórico de que o Homem é dono do seu destino. Daqui resultaria a concepção e a clivagem ideológica entre a religião e a sociedade. 26 Esta cisão seria mais notória a nível das mentalidades. A Igreja reagiu sempre com oposição e desconfiança apelando à perseverança e coerência dos fiéis, mesmo que para isso os ameaçasse as almas mais tíbias com a excomunhão e com a predestinação ao Inferno. Afirmava assim D. António Barbosa do Leão: 23 "O Episcopado Português ao Presidente da República", Boletim do Algarve, Ano II, nº23, Faro, 15/XII/1911, p. 269. 24 António Matos Ferreira, ibidem,p. 208. 25 "Carta do Episcopado Português a SS. Pio X", ibidem, p.214. 26 Fernando Catroga, ibidem, p. 255.
António de Albuquerque, capitão da Paraíba, e a sua acção contra os holandeses. A Relação Breve d... more António de Albuquerque, capitão da Paraíba, e a sua acção contra os holandeses. A Relação Breve de Frei Paulo do Rosário (1632). LISBOA 2000 Comunicação ao X Colóquio de História Militar "Brasil -Portugal, História das Relações Militares", CPHM, Lisboa, 13 a 15 de Novembro de 2000. 2 António de Albuquerque, capitão da Paraíba, e a sua acção contra os holandeses.
Comunicação ao Congresso Internacional sobre os Franciscanos em Portugal e no Mundo , 27 a 29 Jul... more Comunicação ao Congresso Internacional sobre os Franciscanos em Portugal e no Mundo , 27 a 29 Julho de 2011, SGL (Lisboa)
Trata-se do texto integral da tese de mestrado apresentada em Dezembro de 2007 à Faculdade de Le... more Trata-se do texto integral da tese de mestrado apresentada em Dezembro de 2007 à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Versa sobre a missionação no Nordeste brasileiro em geral, e em particular no Estado do Maranhão (1614-1652). Focando a figura do Custódio Fr. Cristóvão de Lisboa(ofm) antecessor do Pe. António Vieira(SJ) em muitos dos casos, sobretudo na liberdade do gentio. Saliente-se o seu contributo para o conhecimento de fauna e flora maranhaense e da sua aplicação à medicina.