Ana Filipa Oliveira | Universidade do Minho (original) (raw)

Papers by Ana Filipa Oliveira

Research paper thumbnail of Apresentação Young.Tellers (Projeto com jovens sobre a construção da memória identitária)

Young.Tellers , 2020

Apresentação Young.Tellers (Projeto com jovens sobre a construção da memória identitária)

Research paper thumbnail of A literacia mediática e a sua dimensão criativa na documentação nacional e internacional (1982-2017): um estudo Palavras-chave

Comunidades, participação e regulação. VI Jornadas Doutorais, Comunicação & Estudos Culturais, 2019

Resumo Partindo da importância das recomendações, diretivas e legislação produzidas ao longo dos ... more Resumo Partindo da importância das recomendações, diretivas e legislação produzidas ao longo dos últimos 30 anos para a evolução do campo da Literacia Mediática (LM), esta investigação propõe uma reflexão sobre três questões. Considera-se, em primeiro lugar, a forma como a LM é apresentada nas recomendações, diretivas e legislação internacional e nacional; em segundo, o destaque dado à dimensão criativa da LM nestes documentos; e por último, o modo como é espelhado o papel dos agentes educativos na documentação. Através de um método de análise documental que associou etapas da técnica de análise de conteúdo (Bardin, 2010) com ciclos de codificação (Saldaña, 2016), foi analisado um corpus de 25 documentos de âmbito internacional, europeu e nacional, produzidos entre 1982 e 2017. Os resultados obtidos apontam para: 1) uma compreensão generalizada da LM como elemento de caráter transcurricular; 2) a persistência da dificuldade de estabilização clara das competências associadas ao campo da LM; 3) um entendimento da avaliação (das competências) como elemento essencial, mas a existência de carência no que refere à uniformização de ferramentas; 4) a indefinição da criatividade no contexto da LM; 5) uma tendência para remeter esta dimensão criativa para terceiro plano e 6) a importância do papel, da formação e motivação do professor para promover o ensino da LM. A investigação apresentada realça, por fim, a importância de aprofundar as reflexões sobre a área da LM tomando em consideração os ambientes educativos específicos em que é trabalhada, bem como a urgência de promover, analisar e acompanhar a introdução de práticas de Educação para os media através da modernização dos currículos escolares.

Research paper thumbnail of Produção mediática em sala de aula -desafio ou oportunidade pedagógica

Revista Vista, 2019

Resumo: Os impactos da revolução digital têm afetado as mais diversas áreas e práticas sociais. N... more Resumo: Os impactos da revolução digital têm afetado as mais diversas áreas e práticas sociais. Não só as formas como trabalhamos e comunicamos, mas também as formas como aprendemos e ensinamos têm vindo a ser confrontadas com a importância de se modernizarem e de usufruírem do potencial dos meios de comunicação. Principalmente daqueles que se encontram mais acessíveis no quotidiano. A crescente familiaridade com os media e a liberalização do seu acesso poderão, assim, ser compreendidas como oportunidades para a escola gozar das aprendizagens e práticas informais de professores e alunos para tornar o ensino mais próximo e para promover a aquisição e desenvolvimento de novas competências. Foi adotada uma metodologia de análise mista que contemplou a aplicação de questionários a professores e alunos e a realização de entrevistas com professores. Partindo da análise dos hábitos e práticas criativas com os media de professores e alunos, decorridos no quotidiano e em contexto educativo, procurou-se refletir sobre as condições e predisposições para a introdução dos media em sala de aula, como ferramentas de trabalho que preparam os jovens para participar na sociedade e nas suas comunidades. Os resultados obtidos evidenciam que, apesar da existência de uma correlação positiva entre aqueles que usam os media mais frequentemente no quotidiano e aqueles que os utilizam mais frequentemente em contexto educativo, os usos nos dois contextos são ainda muito díspares. A par disso, professores e alunos reportam hábitos de criação, produção e participação reduzidos, percebendo-se que estes não são os principais intuitos da utilização dos meios no dia-a-dia. Palavras-chave: produção mediática criativa; hábitos mediáticos; educação para os media.

Research paper thumbnail of O espaço da criação e produção mediática no ensino secundário: análise dos currículos de Português, Filosofia e Inglês Palavras-chave

Literacia, Media e Cidadania – Livro de Atas do 5.º congresso, 2019

A formação do indivíduo-cidadão do século XXI impõe novos desafios à instituição escolar. Por um ... more A formação do indivíduo-cidadão do século XXI impõe novos desafios à instituição escolar. Por um lado, a escola depara-se com uma necessidade de adaptação aos contextos sociais contemporâneos; por outro, encara a obrigação de abrir portas às tecnologias de comunicação e informação digitais e de educar os jovens para desempenhar o papel de consumidores, produtores e reprodutores de conteúdo mediático, de forma responsável e consciente. Um olhar sobre a legislação e documentação produzidas nos últimos 30 anos deixa clara a importância de integrar a literacia mediática (LM) na es-cola enquanto elemento transdisciplinar e transcurricular (Oliveira, 2019), sendo esta considerada uma competência essencial a ser desenvolvida em ambiente escolar, numa lógica de formação ao longo da vida. No entanto, e embora se registem experiências que procuram levar os media para a escola e promover o contacto e o desenvolvimento de produtos mediáticos pelas mãos dos jovens, em sala de aula, trabalhos desenvolvidos na última década têm vindo a alertar para um desfasamento entre a teoria e a prática-um afastamento dos currículos face aos objetivos de uma educação para os media (Opertti, 2009; Pessôa, 2017; Soares, 2011). Partindo de uma análise do conteúdo dos programas curriculares do ano letivo vigente, de três disciplinas transversais aos cursos científico-humanísticos do ensino secundário nacional-Português, Filosofia e Inglês-, reflete-se sobre a forma como a LM, e em particular a sua dimensão criativa, é contemplada nestes documentos. Complementarmente, realizaram-se entrevistas semiestruturadas com docentes de cada disciplina, por forma a aprofundar os resultados da análise de conteúdo. Apresenta-se uma apreciação crítica que, realizada com recurso a um conjunto de descritores de desempenho, toma em consideração a integração de aprendizagens de LM e as oportunidades existentes para o desenvolvimento de atividades de criação e produção mediática, no âmbito das disciplinas referidas.

Research paper thumbnail of Literacia Mediática – Um projeto em curso. O desenho de um caminho para refletir sobre a Literacia Mediática e a sua dimensão criativa

Revista Comunicando, 2019

Conceito marcado pela volatilidade, a literacia mediática tem vindo a ser apontada como um "proje... more Conceito marcado pela volatilidade, a literacia mediática tem vindo a ser apontada como um "projeto incompleto" (McDougall, 2014). No entanto, uma revisão de literatura deixa emergir aspetos que permitem construir um caminho na direção do consenso: a sua caraterização através das duas funções sociais; a reflexão a partir das novas competências, das quais dependerá a real capacidade de o indivíduo ser (ou não) um cidadão efetivo; e a consideração da importância da avaliação a partir do contexto educativo, são alguns dos aspetos. A par disso, outros sinais surgem. A concretização das condições necessárias ao ensino pleno da literacia mediática, o impulso do digital e da Internet para a promoção de uma participação mais ativa e responsável (Flanagin e Metzger, 2010), e para a adoção de uma postura de leitor, produtor e reprodutor de conteúdo mediático pelas novas gerações, são alguns deles. Simultaneamente, a dimensão criativa da literacia mediática tem ganho peso nos discursos socioeconómicos e educativos, tornando-se crucial compreendê-la, para que o indivíduo seja capaz de responder às exigências impostas pela atualidade (Kirsch, Jungeblut & Kalstad, 1993). Assim, a uniformização de uma conceção de literacia mediática carece de um entendimento da sua dimensão criativa e da sua relevância no século XXI. Esta revisão de literatura traça uma perspetiva transversal da literacia Mediática, considerando a importância de estabilizar o conceito de base, definir as competências que a compõem e que devem ser adquiridas e trabalhadas, e promover o desenvolvimento de instrumentos de avaliação uniformizados no contexto educativo.

Research paper thumbnail of European creativity and urban regeneration

Since the end of the 1980s, in the light of research conducted by Charles Landry that theorized a... more Since the end of the 1980s, in the light of research conducted by Charles Landry that theorized and formalized the concept of the Creative City, Creativity, along with other economic activities, has been considered as something that marks the life of cities. Under its sign, a large part of post-industrial societies found the necessary momentum for urban and economic revitalisation, responding to the stagnation resulting from the collapse of industrial society (Albuquerque, 2006). Through the production of art and the strengthening of its cultural fabric, through the support of artists and infrastructures, Creative Industries grew and developed. Cities like Manchester, London and Liverpool saw their economy grow, the latter becoming a major cultural hub in the UK, incorporating music, performing arts, museums and art galleries, as well as an active and attractive nightlife. Through a literature review focused on the key concepts and studies relating to the economic potential of Creativity, we seek to understand Creativity's state, its impact and economic impulse and the importance of cultural policies, with the ultimate objective of understanding Creative and Cultural Industries as a secure source of sustainability for the future.

Research paper thumbnail of Identidade, memória e a ecranização. O indivíduo e a experiência na era hipermoderna

Resumo: Enquanto aspetos indissociáveis, a identidade e a memória do indivíduo congregam uma imp... more Resumo:
Enquanto aspetos indissociáveis, a identidade e a memória do indivíduo congregam uma importância social de grande relevo – enquanto molda o indivíduo, a memória é também moldada por ele e pela sua experiência. É através desta ligação e da dialética por elas produzida, que memória e identidade conduzem a trajetória da história do indivíduo e produzem a narrativa que traduz a sua essência.
A par disso, a crescente preponderância do ecrã no dia-a-dia tem vindo a ditar alterações profundas na vida socioeconómica e no próprio comportamento dos cidadãos. Nos ecrãs tudo flui, neles tudo ganha sentido – o real, o discurso e a imagem ganham forma. O poder decorrente e produzido pelo ecrã ultrapassa já, nos dias de hoje, o domínio da Comunicação – ocupa o lugar de centro de ação, de vida, centro performativo – lugar bem patente na máxima “se não passou na televisão, não aconteceu”.
Acreditando que a leitura feita dos acontecimentos e o modo como a experiência é vivida através do ecrã moldam a forma como o indivíduo constrói as suas memórias e a sua própria identidade, este artigo procura compreender a Comunicação como processo de construção de sentido para o Indivíduo, a construção da identidade do Eu através da ecranização da experiência e a influência do ecrã na construção da memória. Tomando como base os estudos da recepção (codificação/ descodificação), da memória e construção da memória, da identidade e reconhecimento, o intuito último deste trabalho é delinear pontos de cruzamento e alterações nas ligações existentes entre quatro aspetos-chave da investigação em Ciências da Comunicação – identidade, memória, ecranização e experiência.

Research paper thumbnail of European Creativity and Urban Regeneration

International Conference on Art, Architecture and Urban Design, In Past present and future of public space, Bologna., 2014

Drafts by Ana Filipa Oliveira

Research paper thumbnail of YoungTellers -Narrativas Digitais das Memórias Comunitárias

Young Tellers: Narrativas Digitais das Memórias Comunitárias, 2020

Projeto: Os jovens como co-autores do futuro, tendo por base o conhecimento da história e a memór... more Projeto: Os jovens como co-autores do futuro, tendo por base o conhecimento da história e a memória comunitária.

Research paper thumbnail of A Criatividade na Era da Aceleração Considerações sobre a Hipermodernidade

A aceleração da vida moderna é um dos fenómenos mais marcantes da nossa atualidade. A alteração d... more A aceleração da vida moderna é um dos fenómenos mais marcantes da nossa
atualidade. A alteração das realidades quotidianas (temporais e espaciais) apontam-nos
para uma época onde o Indivíduo vive governado pelo ponteiro do relógio,
condicionando toda a sua vida e experiência pelo tempo acelerado hipermoderno.
Em detrimento da pós-Modernidade, a nova era em que o Indivíduo encontra
agora o seu espaço e tempo de ação, carateriza-se por uma Hipermodernidade – uma
cultura do excesso, da intensidade, da urgência, da efemeridade, onde o movimento e
as mudanças constantes decorrem a um ritmo esquizofrénico, onde tudo é elevado à
potência do extremo. Do consumo, do texto e do corpo passamos a conhecer e a viver
dimensões exacerbadas – o hiperconsumo, hipertexto, hipercorpo.
Esta Hipermodernidade traduz-se, assim, numa ” sociedade liberal, caracterizada
pelo movimento, pela fluidez, pela flexibilidade; indiferente como nunca antes se foi aos
grandes princípios estruturantes da modernidade, que precisaram adaptar-se ao ritmo
hipermoderno para não desaparecer” (Lipovetsky, 2004).
Surgida da obsessão moderna com o tempo e a forma como esta afeta todos os
aspetos da vida, esta nova era congrega, assim, uma sociedade na qual o tempo é vivido
com uma preocupação extrema – o Indivíduo não se encontra preso ao passado que o
moldou, nem ao futuro que o aguarda. O passado não existe mais e o romantismo do
futuro desapareceu. O presente é, assim, o tempo do agora e da ação. Paralelamente à
aceleração da vida, o passado é redescoberto e a valorização da memória, das tradições
e das identidades adquire um novo valor e dignidade sociais (Lipovestky, 2004).

Research paper thumbnail of A CONSTRUÇÃO SOCIAL DO EU ATRAVÉS DA EXPERIÊNCIA NAS REDES SOCIAIS

Tendo por base uma linha de pensamento próxima do individualismo metodológico de Max Weber, este ... more Tendo por base uma linha de pensamento próxima do individualismo metodológico de Max Weber, este artigo procura explorar o fenómeno da Construção Social e da Identidade, num cruzamento com a Hipermodernidade e a Leveza, teorizadas por Lipovetsky. A partir de um trabalho de campo exploratório desenvolvido com um grupo de 24 adolescentes, esta reflexão procurou explorar conceitos – Construção da Identidade, Redes Sociais, Ecranização, Experiência Digital – e apontar caminhos para futuras investigações, no sentido da compreensão da transposição da Experiência e da Construção Social para os Meios (Mundos) Digitais da atualidade. Para tal, assumimos a crença de que a reflexão sobre as formas de Ser e Estar dos Adolescentes passa quase obrigatoriamente pela observação dos seus comportamentos no Digital, que existe uma diferença latente entre a Identidade Real e a Identidade que estes constroem nas Redes, e que a leitura que fazem das informações e acontecimentos presentes no Mundo Digital comanda a sua postura nas Redes.
Assim, assumindo que nos dias que correm os adolescentes constroem, mais do que a sua Identidade, uma imagem projetada através da sua experiência nas Redes Sociais, procedemos neste artigo a uma análise dos resultados obtidos no decorrer de um projeto de campo. Acreditamos que mais do que refletir sobre a temática e sobre os dados que têm vindo a ser trabalhados nos últimos anos dentro deste tema, a análise de comportamentos nas redes permite descortinar o novo paradigma da estrutura social moderna, uma vez que a compreensão dos comportamentos e ideias dos indivíduos depende essencialmente da estrutura social onde se encontram inseridos e das relações que estabelecem entre si. Logo, “uma rede não se reduz a uma simples soma de relações”, uma vez que “a sua forma exerce uma influência sobre cada relação” (Marteleto, 2001 cit. Degenne & Forse, 1994).

Conference Presentations by Ana Filipa Oliveira

Research paper thumbnail of A LITERACIA MEDIÁTICA E A SUA DIMENSÃO CRIATIVA NA DOCUMENTAÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL ESTUDO DAS RECOMENDAÇÕES, DIRETIVAS E LEGISLAÇÃO PRODUZIDAS ENTRE 1982 E 2017

Ao longo de mais de três décadas, a produção documental sobre a temática da Literacia Mediática e... more Ao longo de mais de três décadas, a produção documental sobre a temática da Literacia Mediática e da Educação para os Media tem vindo a desenvolver-se pari passu da evolução da realidade socio-comunicacional. Num ambiente sujeito a mudanças estruturais profundas, entidades internacionais como a Unesco, a Comissão Europeia e o Conselho Europeu têm vindo a apresentar recomendações, diretivas e propostas legislativas que visam criar uma visão sustentada sobre a área, definir políticas e delinear estratégias para o seu desenvolvimento. Também a nível nacional tem havido vários esforços para a definição de uma política que sustente a Educação para os Media em diversos contextos, nomeadamente no contexto educativo. As pistas deixadas por estes documentos apontam para linhas que destacam a importância da Literacia Mediática no âmbito educativo e social do século XXI e para a (re)definição das competências a ela associadas. Aspetos outrora compreendidos como complementares às capacidades básicas de literacia, são-nos gradualmente apresentados como cruciais à sobrevivência do indivíduo e ao exercício de uma cidadania plena (Grizzle, 2016; World Economic Forum, 2015; Center for Media Literacy 2003). Neste sentido, a dimensão criativa da literacia mediática tem adquirido especial relevância, sendo uma questão de inclusão na sociedade moderna (Comissão Europeia, 2009a) e um elemento essencial para potenciar a produção e a distribuição de mensagens com recurso aos diferentes media existentes (Comissão Europeia, 2009b)

Tendo presente a importância deste tipo de documentação para o desenvolvimento da Literacia para os Media, este trabalho analisa um corpus de 25 documentos de âmbito internacional (UNESCO), europeu (Comissão Europeia e Conselho da Europa) e nacional (proveniente ou desenvolvida com o apoio do Ministério da Educação Português), relativos a esta área, produzidos entre 1982 e 2017, procurando perceber a) Como é apresentada a Literacia Mediática nas recomendações, diretivas e legislação internacional e nacional; b) Qual o destaque dado à dimensão criativa da Literacia Mediática nestes documentos; c) Como é compreendido o papel dos agentes educativos na documentação.

Através de um método de análise documental, que associou etapas da técnica de análise de conteúdo (Bardin, 2010) com ciclos de codificação (Saldaña, 2016), foi adotada uma perspetiva interpretativa e holística (Creswell, 2013) que resultou numa análise crítica das questões de pesquisa determinadas. A codificação foi desenvolvida de acordo com uma abordagem dedutiva (aplicação de categorias dedutivas), sendo delineada pelas questões em que esta reflexão se baseia (Mayring, 2000).

Os resultados obtidos apontam para: 1) a predominância da Literacia Mediática como elemento de caráter transcurricular; 2) a persistência da dificuldade de estabilização clara das competências; 3) um entendimento da avaliação (das competências de Literacia Mediática) como elemento essencial, mas com carência de ferramentas uniformizadas; 4) a indefinição da criatividade no contexto da Literacia Mediática 5) uma tendência para remeter esta dimensão criativa para terceiro plano e 6) a importância do papel, da formação e motivação do professor para promover o ensino da Literacia Mediática.

Referências bibliográficas

Bardin, L. (2010). Análise de conteúdo. (L. A. Reto & A. Pinheiro, Trad.). Lisboa: Edições 70

Center for Media Literacy (2003) Literacy for the 21st Century. An overview & orientation guide to Media Literacy Education

Comissão Europeia (2009a) Recomendação da Comissão, de 20 de Agosto de 2009, sobre literacia mediática no ambiente digital para uma indústria audiovisual e de conteúdos mais competitiva e uma sociedade do conhecimento inclusiva. Jornal Oficial da Comissão Europeia

Comissão Europeia (2009b) Study on the current trends and approaches to media literacy in europe.

Creswell, J. W. (2013) Qualitative Inquiry and Research Design: Choosing Among Five Approaches. Los Angeles, CA: SAGE Publications, Inc

Grizzle, A. (2016). Alfabetização midiática e informacional: diretrizes para a formulação de políticas e estratégias. Alton Grizzle, Penny Moore, Michael Dezuanni e outros. Brasília: UNESCO, Cetic.br

Mayring, P. (2000). Qualitative content analysis. Forum: Qualitative Social Research, 1(2)

Saldaña, J. (2016). The coding manual for qualitative researchers. London: Sage

World Economic Forum. (2015). The 10 skills you need to thrive in the Fourth Industrial Revolution

Research paper thumbnail of LITERACIA MEDIÁTICA – UM PROJETO EM CURSO

Literacia Mediática – um projeto em curso O desenho de um caminho para refletir sobre a Literacia... more Literacia Mediática – um projeto em curso
O desenho de um caminho para refletir sobre a Literacia Mediática e a sua dimensão criativa
Área temática: Comunicação e educação

Desde a sua conceptualização, a Literacia Mediática tem vindo a apresentar-se como um conceito marcado pela volatilidade. A sua definição, amplitude e inclusão nos diversos contextos sociais são aspetos que têm marcado as reflexões da área, apontando-a, alguns autores, como um “projeto incompleto” (McDougall, 2014). No entanto, vários aspetos têm vindo a ajudar a traçar um caminho na direção do consenso: a) a sua caraterização como um aspeto cultural, crítico e criativo (Brun e Durran, 2007); b) a consideração da importância de reflexão sobre o domínio a partir do contexto educativo, e c) a reflexão com base nas novas competências, das quais dependerá a real capacidade de o indivíduo ser (ou não) um cidadão efetivo (Hobbs & Moore, 2013). Juntamente com estes aspetos, as condições para o ensino pleno da Literacia Mediática têm vindo a ser reunidas, impulsionando o digital e a Internet oportunidades para a promoção de uma participação mais responsável (Flanagin & Metzger, 2010) e para que a nova geração de indivíduos adote uma tripla personalidade: leitor, produtor e reprodutor de conteúdo mediático.
Não fechando os olhos ao digital divide, novas práticas de produção e socialização (Grizzle, 2016; World Economic Forum, 2015; Center for Media Literacy 2003) integram, gradualmente, o quotidiano, impactando desde as formas como o trabalhamos, às formas como exercemos o nosso direito (e dever) de cidadãos. Percebida enquanto resultado (UNESCO, 2007), o conhecimento e competências de Literacia Mediática formarão a base que irá permitir ao indivíduo responder às exigências impostas pela sociedade e pela atualidade (Kirsch, Jungeblut, Kalstad, 1993). Assim, compreender ‘o que’ e ‘quais são’ é, também, urgente para uniformizar uma conceção de Literacia Mediática no século XXI.
Parte integrante de uma tese de doutoramento focada na dimensão criativa da Literacia Mediática, esta revisão de literatura traça uma perspetiva transversal do conceito de Literacia Mediática, considerando a importância de estabilizar o conceito e as competências a adquirir, trabalhar e avaliar no âmbito da Educação para os Media.

Palavras-chave: Literacia Mediática; Competências; Educação para os Media

Bibliografia
Brun, A., Durran, J. (2007). Media Literacy in Schools - Practice, Production and Progression. Londres: Paul Chapman Publishing
Buckingham, D. (2010). The future of media literacy in the digital age: Same challenges for policy and practice in Media Education Journal, 47, 3-10
Center for Media Literacy (2003) Literacy for the 21st Century. An overview & orientation guide to Media Literacy Education
Flanagin, A.J., Metzger, MJ., (2010) Kids and credibility: An empirical examination of youth, digimedia use, and information credibility. Cambridge, MA: MIT Press
Grizzle, A. (2016). Alfabetização midiática e informacional: diretrizes para a formulação de políticas e estratégias. Alton Grizzle, Penny Moore, Michael Dezuanni e outros. Brasília: UNESCO, Cetic.br
Hobbs, R., Cooper More, D. (2013). Discovering Media Literacy – Teaching Digital Media and Popular Culture in Elementary School. Sage Publications
Kirsch, I., A. Jungeblut, L. Jenkins e A. Kolstad (1993), Adult Literacy in America: A First Look at the Results of the National Adult Literacy Survey, Washington, National Center for Education Statistics
McDougall, J. (2014). Media Literacy - An incomplete project in Abreu, B., Mihailidis, P. Media Literacy Education in Action - Theoritical and Pedagogical Perspectives. Nova Iorque: Routledge
UNESCO (2007). Paris Agenda – Twelve Recommendations for Media Education, Paris (Disponível online em: http://en.unesco.org/)
World Economic Forum. (2015). The 10 skills you need to thrive in the Fourth Industrial Revolution

Research paper thumbnail of MEDIA LITERACY'S CREATIVE DIMENSION Teachers' experiences, motivations and perceptions

According to Hobbs (2013), it is critical for educators and teachers to be able to empower young ... more According to Hobbs (2013), it is critical for educators and teachers to be able to empower young people with self-expression, reasoning, critical thinking, communication, and skills that help them meet the challenges posed by the implementation of digital information and communication technologies. In fact, education towards empowerment in the face of new media will only bear fruit if teachers have the knowledge and skills to educate young people in this direction. More than the proposals and references that are the basis for the development of these capacities, a change of teacher’s spirit and posture in the presence of media in the classroom is essential for the promotion of Media Literacy practices. Based on a work developed with a group of secondary school teachers, this reflection seeks to explore the notions, knowledge, skills and pre-disposition of teachers for the teaching of Media Literacy.

Research paper thumbnail of HÁBITOS DE CONSUMO MEDIÁTICO E NOVOS LÍDERES DE OPINIÃO AS REDES SOCIAIS E A REDEFINIÇÃO DE PAPÉIS

Fase marcada por transições profundas de foro físico e emocional, a adolescência confronta os jov... more Fase marcada por transições profundas de foro físico e emocional, a adolescência confronta os jovens com a necessidade de valorizar as suas crenças, de estabelecer critérios que validem a sua individualidade e que justifiquem as suas opiniões. A par da influência dos pais e dos seus pares, também os Media assumem grande importância na procura e partilha de informações de interesse para o público jovem, influenciando o desenvolvimento dos indivíduos (Rahim & Pavanteh, 2009). Ensinando-os como ser e agir, do que gostar e o que consumir, o que pesquisar e onde estar, os meios de comunicação atingem a cada dia uma nova dimensão – a presença crescente dos dispositivos na vida do público jovem torna a informação cada vez mais acessível e mais presente no quotidiano.
Em 2009, os dados do relatório How Teens Use Media (Nielsen) apontavam para o facto de o consumo de informação mediática do grupo estar a aumentar. A multiplicidade de meios era apontada como crucial para este aumento, sendo as redes sociais e os telemóveis os principais responsáveis. Estudos mais recentes continuam a apontar os ecrãs dos telemóveis, dos tablets e computadores como as principais fontes de informação mediática para os jovens - o Reuters Digital News Report de 2015 concluiu que 47,5% dos indivíduos com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos consomem informação noticiosa através do computador portátil ou de secretária, 23,2% através do telemóvel e 7,1% através do tablet. E é, principalmente, nas Redes Sociais que, hoje, a maioria dos jovens encontra e se confronta com informação mediática. A televisão parece estar a dar, gradualmente, lugar a redes sociais como o Facebook e o YouTube para práticas de pesquisa e partilha de informação noticiosa (Obercom, 2016).
Promovendo uma comunicação mais dinâmica, interativa, que permite não só receber informação, mas em simultâneo emitir opiniões, comentários, criar discussões e procurar informação complementar, as Redes Sociais estão a dar lugar a novas vozes. Hoje, o conceito de Líder de Opinião estabelecido na década de 1940 por Lazarsfeld, tem vindo a ser desafiado pelo entrelaçamento dos velhos e dos novos Meios de Comunicação. Falamos, hoje, de 'influenciadores' - mais do que membros de destaque de uma comunidade, grupo ou sociedade cujas opiniões adquirem peso e relevância na construção de opiniões, estamos perante membros que o digital projetou para a esfera de influência do ciberespaço e cujas opiniões ditam tendências, crenças e atitudes (Dellarocas, 2003). Instagramers, YouTubers, Bloguers emanam um poder de influência crescente face aos restantes Líderes de Opinião provenientes e divulgados pelos meios de comunicação tradicionais.
A aura promovida pelo digital e que
A proximidade, a genuinidade, a subtileza subjacente às
técnicas de influência utilizadas fazem com que as personagens por estes encarnadas
sejam mais educadoras, divertidas e próximas.
[1]surge em torno destes personagens faz com que a sua influência não seja compreendida pelo público jovem como algo imposto, mas sim como um conjunto de conselhos e dicas partilhadas com a comunidade que os leva a moldar as suas atitudes e perceções (McLeod, 2016).
O presente estudo decorre de um questionário e de uma escala de atitudes e opiniões apresentados a um grupo de 100 jovens, a frequentar cursos científico-humanísticos do ensino secundário, com idades compreendidas entre os 15 e os 16 anos de idade, e procura compreender as alterações de consumo mediático na esfera das redes sociais, bem com as perceções dos jovens face ao conceito e entendimento de Líder de Opinião.
Como objetivo final deste estudo, pretendemos responder a três questões principais: Quais as principais alterações nos padrões de consumo mediático dos jovens, decorrentes da crescente penetração das redes sociais? Quem são os Líderes de Opinião que definem e moldam as posturas e opiniões dos jovens de hoje? Qual a esfera de influência destes Líderes de Opinião?

Research paper thumbnail of Marcas-cidade -Marca, Memória e Narrativa na era das novas Plataformas

Desde o final dos anos ’80, com a investigação de Landry no sentido de formalizar o conceito de C... more Desde o final dos anos ’80, com a investigação de Landry no sentido de formalizar o conceito de Cidade Criativa, a Criatividade tem vindo a marcar, a par de outras atividades económicas, a vida das cidades. Sob este signo, foram várias as que responderam à estagnação resultante da derrocada da sociedade industrial (Albuquerque, 2006), encontrando o impulso necessário à revitalização urbana e económica. Assim, nas últimas décadas, o investimento das cidades, países e regiões no desenvolvimento de marcas que congreguem identidades e que captem, de forma estratégica, a atenção de investidores, turistas e trabalhadores especializados, tem vindo a assumir-se como uma tendência.
No entanto, numa época em que o digital assume uma postura cada vez mais relevante, fatores que vão além das campanhas de branding que promovam a compreensão da identidade de um lugar influenciam esta dinâmica. Mais do que simples ferramentas de partilha, as plataformas são ferramentas, quer para a inovação, quer para a descoberta cultural (Gaffney, B., 2012). Numa era comandada pela Transmedia e pelos ecrãs, compreendemos que estas novas plataformas tecnológicas são muito mais poderosas do que a maioria consegue compreender (Schimdt & Cohen, 2014) e que, neste contexto, as marcas devem ter a capacidade de se adaptar e funcionar através de várias plataformas - porque as grandes ideias necessitam de cruzar múltiplos media, em especial os digitais (Young, 2010).
Através deste artigo exploratório procuramos dissecar questões relacionadas com o papel desempenhado pelas novas plataformas na promoção das marcas-cidade e na construção da sua memória e narrativas.

Research paper thumbnail of Habitosde Consumoe Novos Lideresde Opiniao artigo academia

Durante a fase da adolescência, os jovens são confrontados com a necessidade de valorização das s... more Durante a fase da adolescência, os jovens são confrontados com a necessidade de valorização das suas crenças e da sua individualidade. A par da influência dos pais e dos seus pares, os Media têm vindo a ser apontados como um dos fatores de maior importância nos contextos da procura e partilha de informações de interesse pelo público jovem, influenciando o seu desenvolvimento (Rahim & Pavanteh, 2009). Promovendo uma comunicação mais dinâmica e interativa, as Redes Sociais têm vindo a dar lugar a vozes cada vez mais fortes e próximas do público adolescente. Os Líderes de Opinião de ontem, teorizados por Lazarsfeld, são os Influenciadores de hoje e o seu poder, mais do que opiniões, dita tendências, crenças e atitudes no seio do público jovem (Dellarocas, 2003).
O estudo apresentado neste artigo decorre de uma atividade de campo realizada em duas escolas de ensino secundário do concelho de Vila Nova de Gaia, com 6 turmas do 10º ano, desenvolvida com o objetivo de compreender que perfis os jovens associam ao conceito de Líder de Opinião, bem como as suas dinâmicas de consumo mediático, tomando como base a crescente penetração das Redes Sociais no seu quotidiano. Numa perspetiva de esclarecimento de comportamentos, atitudes e perceções, este estudo permitiu, em traços gerais, entender que os jovens são capazes de associar uma definição-base ao conceito de Líder de Opinião, não existindo uma correspondência entre os Líderes de Opinião que os jovens indicam como relevantes para si (em termos individuais) e os que identificam como relevantes no seu contexto familiar.

Research paper thumbnail of Apresentação Young.Tellers (Projeto com jovens sobre a construção da memória identitária)

Young.Tellers , 2020

Apresentação Young.Tellers (Projeto com jovens sobre a construção da memória identitária)

Research paper thumbnail of A literacia mediática e a sua dimensão criativa na documentação nacional e internacional (1982-2017): um estudo Palavras-chave

Comunidades, participação e regulação. VI Jornadas Doutorais, Comunicação & Estudos Culturais, 2019

Resumo Partindo da importância das recomendações, diretivas e legislação produzidas ao longo dos ... more Resumo Partindo da importância das recomendações, diretivas e legislação produzidas ao longo dos últimos 30 anos para a evolução do campo da Literacia Mediática (LM), esta investigação propõe uma reflexão sobre três questões. Considera-se, em primeiro lugar, a forma como a LM é apresentada nas recomendações, diretivas e legislação internacional e nacional; em segundo, o destaque dado à dimensão criativa da LM nestes documentos; e por último, o modo como é espelhado o papel dos agentes educativos na documentação. Através de um método de análise documental que associou etapas da técnica de análise de conteúdo (Bardin, 2010) com ciclos de codificação (Saldaña, 2016), foi analisado um corpus de 25 documentos de âmbito internacional, europeu e nacional, produzidos entre 1982 e 2017. Os resultados obtidos apontam para: 1) uma compreensão generalizada da LM como elemento de caráter transcurricular; 2) a persistência da dificuldade de estabilização clara das competências associadas ao campo da LM; 3) um entendimento da avaliação (das competências) como elemento essencial, mas a existência de carência no que refere à uniformização de ferramentas; 4) a indefinição da criatividade no contexto da LM; 5) uma tendência para remeter esta dimensão criativa para terceiro plano e 6) a importância do papel, da formação e motivação do professor para promover o ensino da LM. A investigação apresentada realça, por fim, a importância de aprofundar as reflexões sobre a área da LM tomando em consideração os ambientes educativos específicos em que é trabalhada, bem como a urgência de promover, analisar e acompanhar a introdução de práticas de Educação para os media através da modernização dos currículos escolares.

Research paper thumbnail of Produção mediática em sala de aula -desafio ou oportunidade pedagógica

Revista Vista, 2019

Resumo: Os impactos da revolução digital têm afetado as mais diversas áreas e práticas sociais. N... more Resumo: Os impactos da revolução digital têm afetado as mais diversas áreas e práticas sociais. Não só as formas como trabalhamos e comunicamos, mas também as formas como aprendemos e ensinamos têm vindo a ser confrontadas com a importância de se modernizarem e de usufruírem do potencial dos meios de comunicação. Principalmente daqueles que se encontram mais acessíveis no quotidiano. A crescente familiaridade com os media e a liberalização do seu acesso poderão, assim, ser compreendidas como oportunidades para a escola gozar das aprendizagens e práticas informais de professores e alunos para tornar o ensino mais próximo e para promover a aquisição e desenvolvimento de novas competências. Foi adotada uma metodologia de análise mista que contemplou a aplicação de questionários a professores e alunos e a realização de entrevistas com professores. Partindo da análise dos hábitos e práticas criativas com os media de professores e alunos, decorridos no quotidiano e em contexto educativo, procurou-se refletir sobre as condições e predisposições para a introdução dos media em sala de aula, como ferramentas de trabalho que preparam os jovens para participar na sociedade e nas suas comunidades. Os resultados obtidos evidenciam que, apesar da existência de uma correlação positiva entre aqueles que usam os media mais frequentemente no quotidiano e aqueles que os utilizam mais frequentemente em contexto educativo, os usos nos dois contextos são ainda muito díspares. A par disso, professores e alunos reportam hábitos de criação, produção e participação reduzidos, percebendo-se que estes não são os principais intuitos da utilização dos meios no dia-a-dia. Palavras-chave: produção mediática criativa; hábitos mediáticos; educação para os media.

Research paper thumbnail of O espaço da criação e produção mediática no ensino secundário: análise dos currículos de Português, Filosofia e Inglês Palavras-chave

Literacia, Media e Cidadania – Livro de Atas do 5.º congresso, 2019

A formação do indivíduo-cidadão do século XXI impõe novos desafios à instituição escolar. Por um ... more A formação do indivíduo-cidadão do século XXI impõe novos desafios à instituição escolar. Por um lado, a escola depara-se com uma necessidade de adaptação aos contextos sociais contemporâneos; por outro, encara a obrigação de abrir portas às tecnologias de comunicação e informação digitais e de educar os jovens para desempenhar o papel de consumidores, produtores e reprodutores de conteúdo mediático, de forma responsável e consciente. Um olhar sobre a legislação e documentação produzidas nos últimos 30 anos deixa clara a importância de integrar a literacia mediática (LM) na es-cola enquanto elemento transdisciplinar e transcurricular (Oliveira, 2019), sendo esta considerada uma competência essencial a ser desenvolvida em ambiente escolar, numa lógica de formação ao longo da vida. No entanto, e embora se registem experiências que procuram levar os media para a escola e promover o contacto e o desenvolvimento de produtos mediáticos pelas mãos dos jovens, em sala de aula, trabalhos desenvolvidos na última década têm vindo a alertar para um desfasamento entre a teoria e a prática-um afastamento dos currículos face aos objetivos de uma educação para os media (Opertti, 2009; Pessôa, 2017; Soares, 2011). Partindo de uma análise do conteúdo dos programas curriculares do ano letivo vigente, de três disciplinas transversais aos cursos científico-humanísticos do ensino secundário nacional-Português, Filosofia e Inglês-, reflete-se sobre a forma como a LM, e em particular a sua dimensão criativa, é contemplada nestes documentos. Complementarmente, realizaram-se entrevistas semiestruturadas com docentes de cada disciplina, por forma a aprofundar os resultados da análise de conteúdo. Apresenta-se uma apreciação crítica que, realizada com recurso a um conjunto de descritores de desempenho, toma em consideração a integração de aprendizagens de LM e as oportunidades existentes para o desenvolvimento de atividades de criação e produção mediática, no âmbito das disciplinas referidas.

Research paper thumbnail of Literacia Mediática – Um projeto em curso. O desenho de um caminho para refletir sobre a Literacia Mediática e a sua dimensão criativa

Revista Comunicando, 2019

Conceito marcado pela volatilidade, a literacia mediática tem vindo a ser apontada como um "proje... more Conceito marcado pela volatilidade, a literacia mediática tem vindo a ser apontada como um "projeto incompleto" (McDougall, 2014). No entanto, uma revisão de literatura deixa emergir aspetos que permitem construir um caminho na direção do consenso: a sua caraterização através das duas funções sociais; a reflexão a partir das novas competências, das quais dependerá a real capacidade de o indivíduo ser (ou não) um cidadão efetivo; e a consideração da importância da avaliação a partir do contexto educativo, são alguns dos aspetos. A par disso, outros sinais surgem. A concretização das condições necessárias ao ensino pleno da literacia mediática, o impulso do digital e da Internet para a promoção de uma participação mais ativa e responsável (Flanagin e Metzger, 2010), e para a adoção de uma postura de leitor, produtor e reprodutor de conteúdo mediático pelas novas gerações, são alguns deles. Simultaneamente, a dimensão criativa da literacia mediática tem ganho peso nos discursos socioeconómicos e educativos, tornando-se crucial compreendê-la, para que o indivíduo seja capaz de responder às exigências impostas pela atualidade (Kirsch, Jungeblut & Kalstad, 1993). Assim, a uniformização de uma conceção de literacia mediática carece de um entendimento da sua dimensão criativa e da sua relevância no século XXI. Esta revisão de literatura traça uma perspetiva transversal da literacia Mediática, considerando a importância de estabilizar o conceito de base, definir as competências que a compõem e que devem ser adquiridas e trabalhadas, e promover o desenvolvimento de instrumentos de avaliação uniformizados no contexto educativo.

Research paper thumbnail of European creativity and urban regeneration

Since the end of the 1980s, in the light of research conducted by Charles Landry that theorized a... more Since the end of the 1980s, in the light of research conducted by Charles Landry that theorized and formalized the concept of the Creative City, Creativity, along with other economic activities, has been considered as something that marks the life of cities. Under its sign, a large part of post-industrial societies found the necessary momentum for urban and economic revitalisation, responding to the stagnation resulting from the collapse of industrial society (Albuquerque, 2006). Through the production of art and the strengthening of its cultural fabric, through the support of artists and infrastructures, Creative Industries grew and developed. Cities like Manchester, London and Liverpool saw their economy grow, the latter becoming a major cultural hub in the UK, incorporating music, performing arts, museums and art galleries, as well as an active and attractive nightlife. Through a literature review focused on the key concepts and studies relating to the economic potential of Creativity, we seek to understand Creativity's state, its impact and economic impulse and the importance of cultural policies, with the ultimate objective of understanding Creative and Cultural Industries as a secure source of sustainability for the future.

Research paper thumbnail of Identidade, memória e a ecranização. O indivíduo e a experiência na era hipermoderna

Resumo: Enquanto aspetos indissociáveis, a identidade e a memória do indivíduo congregam uma imp... more Resumo:
Enquanto aspetos indissociáveis, a identidade e a memória do indivíduo congregam uma importância social de grande relevo – enquanto molda o indivíduo, a memória é também moldada por ele e pela sua experiência. É através desta ligação e da dialética por elas produzida, que memória e identidade conduzem a trajetória da história do indivíduo e produzem a narrativa que traduz a sua essência.
A par disso, a crescente preponderância do ecrã no dia-a-dia tem vindo a ditar alterações profundas na vida socioeconómica e no próprio comportamento dos cidadãos. Nos ecrãs tudo flui, neles tudo ganha sentido – o real, o discurso e a imagem ganham forma. O poder decorrente e produzido pelo ecrã ultrapassa já, nos dias de hoje, o domínio da Comunicação – ocupa o lugar de centro de ação, de vida, centro performativo – lugar bem patente na máxima “se não passou na televisão, não aconteceu”.
Acreditando que a leitura feita dos acontecimentos e o modo como a experiência é vivida através do ecrã moldam a forma como o indivíduo constrói as suas memórias e a sua própria identidade, este artigo procura compreender a Comunicação como processo de construção de sentido para o Indivíduo, a construção da identidade do Eu através da ecranização da experiência e a influência do ecrã na construção da memória. Tomando como base os estudos da recepção (codificação/ descodificação), da memória e construção da memória, da identidade e reconhecimento, o intuito último deste trabalho é delinear pontos de cruzamento e alterações nas ligações existentes entre quatro aspetos-chave da investigação em Ciências da Comunicação – identidade, memória, ecranização e experiência.

Research paper thumbnail of European Creativity and Urban Regeneration

International Conference on Art, Architecture and Urban Design, In Past present and future of public space, Bologna., 2014

Research paper thumbnail of YoungTellers -Narrativas Digitais das Memórias Comunitárias

Young Tellers: Narrativas Digitais das Memórias Comunitárias, 2020

Projeto: Os jovens como co-autores do futuro, tendo por base o conhecimento da história e a memór... more Projeto: Os jovens como co-autores do futuro, tendo por base o conhecimento da história e a memória comunitária.

Research paper thumbnail of A Criatividade na Era da Aceleração Considerações sobre a Hipermodernidade

A aceleração da vida moderna é um dos fenómenos mais marcantes da nossa atualidade. A alteração d... more A aceleração da vida moderna é um dos fenómenos mais marcantes da nossa
atualidade. A alteração das realidades quotidianas (temporais e espaciais) apontam-nos
para uma época onde o Indivíduo vive governado pelo ponteiro do relógio,
condicionando toda a sua vida e experiência pelo tempo acelerado hipermoderno.
Em detrimento da pós-Modernidade, a nova era em que o Indivíduo encontra
agora o seu espaço e tempo de ação, carateriza-se por uma Hipermodernidade – uma
cultura do excesso, da intensidade, da urgência, da efemeridade, onde o movimento e
as mudanças constantes decorrem a um ritmo esquizofrénico, onde tudo é elevado à
potência do extremo. Do consumo, do texto e do corpo passamos a conhecer e a viver
dimensões exacerbadas – o hiperconsumo, hipertexto, hipercorpo.
Esta Hipermodernidade traduz-se, assim, numa ” sociedade liberal, caracterizada
pelo movimento, pela fluidez, pela flexibilidade; indiferente como nunca antes se foi aos
grandes princípios estruturantes da modernidade, que precisaram adaptar-se ao ritmo
hipermoderno para não desaparecer” (Lipovetsky, 2004).
Surgida da obsessão moderna com o tempo e a forma como esta afeta todos os
aspetos da vida, esta nova era congrega, assim, uma sociedade na qual o tempo é vivido
com uma preocupação extrema – o Indivíduo não se encontra preso ao passado que o
moldou, nem ao futuro que o aguarda. O passado não existe mais e o romantismo do
futuro desapareceu. O presente é, assim, o tempo do agora e da ação. Paralelamente à
aceleração da vida, o passado é redescoberto e a valorização da memória, das tradições
e das identidades adquire um novo valor e dignidade sociais (Lipovestky, 2004).

Research paper thumbnail of A CONSTRUÇÃO SOCIAL DO EU ATRAVÉS DA EXPERIÊNCIA NAS REDES SOCIAIS

Tendo por base uma linha de pensamento próxima do individualismo metodológico de Max Weber, este ... more Tendo por base uma linha de pensamento próxima do individualismo metodológico de Max Weber, este artigo procura explorar o fenómeno da Construção Social e da Identidade, num cruzamento com a Hipermodernidade e a Leveza, teorizadas por Lipovetsky. A partir de um trabalho de campo exploratório desenvolvido com um grupo de 24 adolescentes, esta reflexão procurou explorar conceitos – Construção da Identidade, Redes Sociais, Ecranização, Experiência Digital – e apontar caminhos para futuras investigações, no sentido da compreensão da transposição da Experiência e da Construção Social para os Meios (Mundos) Digitais da atualidade. Para tal, assumimos a crença de que a reflexão sobre as formas de Ser e Estar dos Adolescentes passa quase obrigatoriamente pela observação dos seus comportamentos no Digital, que existe uma diferença latente entre a Identidade Real e a Identidade que estes constroem nas Redes, e que a leitura que fazem das informações e acontecimentos presentes no Mundo Digital comanda a sua postura nas Redes.
Assim, assumindo que nos dias que correm os adolescentes constroem, mais do que a sua Identidade, uma imagem projetada através da sua experiência nas Redes Sociais, procedemos neste artigo a uma análise dos resultados obtidos no decorrer de um projeto de campo. Acreditamos que mais do que refletir sobre a temática e sobre os dados que têm vindo a ser trabalhados nos últimos anos dentro deste tema, a análise de comportamentos nas redes permite descortinar o novo paradigma da estrutura social moderna, uma vez que a compreensão dos comportamentos e ideias dos indivíduos depende essencialmente da estrutura social onde se encontram inseridos e das relações que estabelecem entre si. Logo, “uma rede não se reduz a uma simples soma de relações”, uma vez que “a sua forma exerce uma influência sobre cada relação” (Marteleto, 2001 cit. Degenne & Forse, 1994).

Research paper thumbnail of A LITERACIA MEDIÁTICA E A SUA DIMENSÃO CRIATIVA NA DOCUMENTAÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL ESTUDO DAS RECOMENDAÇÕES, DIRETIVAS E LEGISLAÇÃO PRODUZIDAS ENTRE 1982 E 2017

Ao longo de mais de três décadas, a produção documental sobre a temática da Literacia Mediática e... more Ao longo de mais de três décadas, a produção documental sobre a temática da Literacia Mediática e da Educação para os Media tem vindo a desenvolver-se pari passu da evolução da realidade socio-comunicacional. Num ambiente sujeito a mudanças estruturais profundas, entidades internacionais como a Unesco, a Comissão Europeia e o Conselho Europeu têm vindo a apresentar recomendações, diretivas e propostas legislativas que visam criar uma visão sustentada sobre a área, definir políticas e delinear estratégias para o seu desenvolvimento. Também a nível nacional tem havido vários esforços para a definição de uma política que sustente a Educação para os Media em diversos contextos, nomeadamente no contexto educativo. As pistas deixadas por estes documentos apontam para linhas que destacam a importância da Literacia Mediática no âmbito educativo e social do século XXI e para a (re)definição das competências a ela associadas. Aspetos outrora compreendidos como complementares às capacidades básicas de literacia, são-nos gradualmente apresentados como cruciais à sobrevivência do indivíduo e ao exercício de uma cidadania plena (Grizzle, 2016; World Economic Forum, 2015; Center for Media Literacy 2003). Neste sentido, a dimensão criativa da literacia mediática tem adquirido especial relevância, sendo uma questão de inclusão na sociedade moderna (Comissão Europeia, 2009a) e um elemento essencial para potenciar a produção e a distribuição de mensagens com recurso aos diferentes media existentes (Comissão Europeia, 2009b)

Tendo presente a importância deste tipo de documentação para o desenvolvimento da Literacia para os Media, este trabalho analisa um corpus de 25 documentos de âmbito internacional (UNESCO), europeu (Comissão Europeia e Conselho da Europa) e nacional (proveniente ou desenvolvida com o apoio do Ministério da Educação Português), relativos a esta área, produzidos entre 1982 e 2017, procurando perceber a) Como é apresentada a Literacia Mediática nas recomendações, diretivas e legislação internacional e nacional; b) Qual o destaque dado à dimensão criativa da Literacia Mediática nestes documentos; c) Como é compreendido o papel dos agentes educativos na documentação.

Através de um método de análise documental, que associou etapas da técnica de análise de conteúdo (Bardin, 2010) com ciclos de codificação (Saldaña, 2016), foi adotada uma perspetiva interpretativa e holística (Creswell, 2013) que resultou numa análise crítica das questões de pesquisa determinadas. A codificação foi desenvolvida de acordo com uma abordagem dedutiva (aplicação de categorias dedutivas), sendo delineada pelas questões em que esta reflexão se baseia (Mayring, 2000).

Os resultados obtidos apontam para: 1) a predominância da Literacia Mediática como elemento de caráter transcurricular; 2) a persistência da dificuldade de estabilização clara das competências; 3) um entendimento da avaliação (das competências de Literacia Mediática) como elemento essencial, mas com carência de ferramentas uniformizadas; 4) a indefinição da criatividade no contexto da Literacia Mediática 5) uma tendência para remeter esta dimensão criativa para terceiro plano e 6) a importância do papel, da formação e motivação do professor para promover o ensino da Literacia Mediática.

Referências bibliográficas

Bardin, L. (2010). Análise de conteúdo. (L. A. Reto & A. Pinheiro, Trad.). Lisboa: Edições 70

Center for Media Literacy (2003) Literacy for the 21st Century. An overview & orientation guide to Media Literacy Education

Comissão Europeia (2009a) Recomendação da Comissão, de 20 de Agosto de 2009, sobre literacia mediática no ambiente digital para uma indústria audiovisual e de conteúdos mais competitiva e uma sociedade do conhecimento inclusiva. Jornal Oficial da Comissão Europeia

Comissão Europeia (2009b) Study on the current trends and approaches to media literacy in europe.

Creswell, J. W. (2013) Qualitative Inquiry and Research Design: Choosing Among Five Approaches. Los Angeles, CA: SAGE Publications, Inc

Grizzle, A. (2016). Alfabetização midiática e informacional: diretrizes para a formulação de políticas e estratégias. Alton Grizzle, Penny Moore, Michael Dezuanni e outros. Brasília: UNESCO, Cetic.br

Mayring, P. (2000). Qualitative content analysis. Forum: Qualitative Social Research, 1(2)

Saldaña, J. (2016). The coding manual for qualitative researchers. London: Sage

World Economic Forum. (2015). The 10 skills you need to thrive in the Fourth Industrial Revolution

Research paper thumbnail of LITERACIA MEDIÁTICA – UM PROJETO EM CURSO

Literacia Mediática – um projeto em curso O desenho de um caminho para refletir sobre a Literacia... more Literacia Mediática – um projeto em curso
O desenho de um caminho para refletir sobre a Literacia Mediática e a sua dimensão criativa
Área temática: Comunicação e educação

Desde a sua conceptualização, a Literacia Mediática tem vindo a apresentar-se como um conceito marcado pela volatilidade. A sua definição, amplitude e inclusão nos diversos contextos sociais são aspetos que têm marcado as reflexões da área, apontando-a, alguns autores, como um “projeto incompleto” (McDougall, 2014). No entanto, vários aspetos têm vindo a ajudar a traçar um caminho na direção do consenso: a) a sua caraterização como um aspeto cultural, crítico e criativo (Brun e Durran, 2007); b) a consideração da importância de reflexão sobre o domínio a partir do contexto educativo, e c) a reflexão com base nas novas competências, das quais dependerá a real capacidade de o indivíduo ser (ou não) um cidadão efetivo (Hobbs & Moore, 2013). Juntamente com estes aspetos, as condições para o ensino pleno da Literacia Mediática têm vindo a ser reunidas, impulsionando o digital e a Internet oportunidades para a promoção de uma participação mais responsável (Flanagin & Metzger, 2010) e para que a nova geração de indivíduos adote uma tripla personalidade: leitor, produtor e reprodutor de conteúdo mediático.
Não fechando os olhos ao digital divide, novas práticas de produção e socialização (Grizzle, 2016; World Economic Forum, 2015; Center for Media Literacy 2003) integram, gradualmente, o quotidiano, impactando desde as formas como o trabalhamos, às formas como exercemos o nosso direito (e dever) de cidadãos. Percebida enquanto resultado (UNESCO, 2007), o conhecimento e competências de Literacia Mediática formarão a base que irá permitir ao indivíduo responder às exigências impostas pela sociedade e pela atualidade (Kirsch, Jungeblut, Kalstad, 1993). Assim, compreender ‘o que’ e ‘quais são’ é, também, urgente para uniformizar uma conceção de Literacia Mediática no século XXI.
Parte integrante de uma tese de doutoramento focada na dimensão criativa da Literacia Mediática, esta revisão de literatura traça uma perspetiva transversal do conceito de Literacia Mediática, considerando a importância de estabilizar o conceito e as competências a adquirir, trabalhar e avaliar no âmbito da Educação para os Media.

Palavras-chave: Literacia Mediática; Competências; Educação para os Media

Bibliografia
Brun, A., Durran, J. (2007). Media Literacy in Schools - Practice, Production and Progression. Londres: Paul Chapman Publishing
Buckingham, D. (2010). The future of media literacy in the digital age: Same challenges for policy and practice in Media Education Journal, 47, 3-10
Center for Media Literacy (2003) Literacy for the 21st Century. An overview & orientation guide to Media Literacy Education
Flanagin, A.J., Metzger, MJ., (2010) Kids and credibility: An empirical examination of youth, digimedia use, and information credibility. Cambridge, MA: MIT Press
Grizzle, A. (2016). Alfabetização midiática e informacional: diretrizes para a formulação de políticas e estratégias. Alton Grizzle, Penny Moore, Michael Dezuanni e outros. Brasília: UNESCO, Cetic.br
Hobbs, R., Cooper More, D. (2013). Discovering Media Literacy – Teaching Digital Media and Popular Culture in Elementary School. Sage Publications
Kirsch, I., A. Jungeblut, L. Jenkins e A. Kolstad (1993), Adult Literacy in America: A First Look at the Results of the National Adult Literacy Survey, Washington, National Center for Education Statistics
McDougall, J. (2014). Media Literacy - An incomplete project in Abreu, B., Mihailidis, P. Media Literacy Education in Action - Theoritical and Pedagogical Perspectives. Nova Iorque: Routledge
UNESCO (2007). Paris Agenda – Twelve Recommendations for Media Education, Paris (Disponível online em: http://en.unesco.org/)
World Economic Forum. (2015). The 10 skills you need to thrive in the Fourth Industrial Revolution

Research paper thumbnail of MEDIA LITERACY'S CREATIVE DIMENSION Teachers' experiences, motivations and perceptions

According to Hobbs (2013), it is critical for educators and teachers to be able to empower young ... more According to Hobbs (2013), it is critical for educators and teachers to be able to empower young people with self-expression, reasoning, critical thinking, communication, and skills that help them meet the challenges posed by the implementation of digital information and communication technologies. In fact, education towards empowerment in the face of new media will only bear fruit if teachers have the knowledge and skills to educate young people in this direction. More than the proposals and references that are the basis for the development of these capacities, a change of teacher’s spirit and posture in the presence of media in the classroom is essential for the promotion of Media Literacy practices. Based on a work developed with a group of secondary school teachers, this reflection seeks to explore the notions, knowledge, skills and pre-disposition of teachers for the teaching of Media Literacy.

Research paper thumbnail of HÁBITOS DE CONSUMO MEDIÁTICO E NOVOS LÍDERES DE OPINIÃO AS REDES SOCIAIS E A REDEFINIÇÃO DE PAPÉIS

Fase marcada por transições profundas de foro físico e emocional, a adolescência confronta os jov... more Fase marcada por transições profundas de foro físico e emocional, a adolescência confronta os jovens com a necessidade de valorizar as suas crenças, de estabelecer critérios que validem a sua individualidade e que justifiquem as suas opiniões. A par da influência dos pais e dos seus pares, também os Media assumem grande importância na procura e partilha de informações de interesse para o público jovem, influenciando o desenvolvimento dos indivíduos (Rahim & Pavanteh, 2009). Ensinando-os como ser e agir, do que gostar e o que consumir, o que pesquisar e onde estar, os meios de comunicação atingem a cada dia uma nova dimensão – a presença crescente dos dispositivos na vida do público jovem torna a informação cada vez mais acessível e mais presente no quotidiano.
Em 2009, os dados do relatório How Teens Use Media (Nielsen) apontavam para o facto de o consumo de informação mediática do grupo estar a aumentar. A multiplicidade de meios era apontada como crucial para este aumento, sendo as redes sociais e os telemóveis os principais responsáveis. Estudos mais recentes continuam a apontar os ecrãs dos telemóveis, dos tablets e computadores como as principais fontes de informação mediática para os jovens - o Reuters Digital News Report de 2015 concluiu que 47,5% dos indivíduos com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos consomem informação noticiosa através do computador portátil ou de secretária, 23,2% através do telemóvel e 7,1% através do tablet. E é, principalmente, nas Redes Sociais que, hoje, a maioria dos jovens encontra e se confronta com informação mediática. A televisão parece estar a dar, gradualmente, lugar a redes sociais como o Facebook e o YouTube para práticas de pesquisa e partilha de informação noticiosa (Obercom, 2016).
Promovendo uma comunicação mais dinâmica, interativa, que permite não só receber informação, mas em simultâneo emitir opiniões, comentários, criar discussões e procurar informação complementar, as Redes Sociais estão a dar lugar a novas vozes. Hoje, o conceito de Líder de Opinião estabelecido na década de 1940 por Lazarsfeld, tem vindo a ser desafiado pelo entrelaçamento dos velhos e dos novos Meios de Comunicação. Falamos, hoje, de 'influenciadores' - mais do que membros de destaque de uma comunidade, grupo ou sociedade cujas opiniões adquirem peso e relevância na construção de opiniões, estamos perante membros que o digital projetou para a esfera de influência do ciberespaço e cujas opiniões ditam tendências, crenças e atitudes (Dellarocas, 2003). Instagramers, YouTubers, Bloguers emanam um poder de influência crescente face aos restantes Líderes de Opinião provenientes e divulgados pelos meios de comunicação tradicionais.
A aura promovida pelo digital e que
A proximidade, a genuinidade, a subtileza subjacente às
técnicas de influência utilizadas fazem com que as personagens por estes encarnadas
sejam mais educadoras, divertidas e próximas.
[1]surge em torno destes personagens faz com que a sua influência não seja compreendida pelo público jovem como algo imposto, mas sim como um conjunto de conselhos e dicas partilhadas com a comunidade que os leva a moldar as suas atitudes e perceções (McLeod, 2016).
O presente estudo decorre de um questionário e de uma escala de atitudes e opiniões apresentados a um grupo de 100 jovens, a frequentar cursos científico-humanísticos do ensino secundário, com idades compreendidas entre os 15 e os 16 anos de idade, e procura compreender as alterações de consumo mediático na esfera das redes sociais, bem com as perceções dos jovens face ao conceito e entendimento de Líder de Opinião.
Como objetivo final deste estudo, pretendemos responder a três questões principais: Quais as principais alterações nos padrões de consumo mediático dos jovens, decorrentes da crescente penetração das redes sociais? Quem são os Líderes de Opinião que definem e moldam as posturas e opiniões dos jovens de hoje? Qual a esfera de influência destes Líderes de Opinião?

Research paper thumbnail of Marcas-cidade -Marca, Memória e Narrativa na era das novas Plataformas

Desde o final dos anos ’80, com a investigação de Landry no sentido de formalizar o conceito de C... more Desde o final dos anos ’80, com a investigação de Landry no sentido de formalizar o conceito de Cidade Criativa, a Criatividade tem vindo a marcar, a par de outras atividades económicas, a vida das cidades. Sob este signo, foram várias as que responderam à estagnação resultante da derrocada da sociedade industrial (Albuquerque, 2006), encontrando o impulso necessário à revitalização urbana e económica. Assim, nas últimas décadas, o investimento das cidades, países e regiões no desenvolvimento de marcas que congreguem identidades e que captem, de forma estratégica, a atenção de investidores, turistas e trabalhadores especializados, tem vindo a assumir-se como uma tendência.
No entanto, numa época em que o digital assume uma postura cada vez mais relevante, fatores que vão além das campanhas de branding que promovam a compreensão da identidade de um lugar influenciam esta dinâmica. Mais do que simples ferramentas de partilha, as plataformas são ferramentas, quer para a inovação, quer para a descoberta cultural (Gaffney, B., 2012). Numa era comandada pela Transmedia e pelos ecrãs, compreendemos que estas novas plataformas tecnológicas são muito mais poderosas do que a maioria consegue compreender (Schimdt & Cohen, 2014) e que, neste contexto, as marcas devem ter a capacidade de se adaptar e funcionar através de várias plataformas - porque as grandes ideias necessitam de cruzar múltiplos media, em especial os digitais (Young, 2010).
Através deste artigo exploratório procuramos dissecar questões relacionadas com o papel desempenhado pelas novas plataformas na promoção das marcas-cidade e na construção da sua memória e narrativas.

Research paper thumbnail of Habitosde Consumoe Novos Lideresde Opiniao artigo academia

Durante a fase da adolescência, os jovens são confrontados com a necessidade de valorização das s... more Durante a fase da adolescência, os jovens são confrontados com a necessidade de valorização das suas crenças e da sua individualidade. A par da influência dos pais e dos seus pares, os Media têm vindo a ser apontados como um dos fatores de maior importância nos contextos da procura e partilha de informações de interesse pelo público jovem, influenciando o seu desenvolvimento (Rahim & Pavanteh, 2009). Promovendo uma comunicação mais dinâmica e interativa, as Redes Sociais têm vindo a dar lugar a vozes cada vez mais fortes e próximas do público adolescente. Os Líderes de Opinião de ontem, teorizados por Lazarsfeld, são os Influenciadores de hoje e o seu poder, mais do que opiniões, dita tendências, crenças e atitudes no seio do público jovem (Dellarocas, 2003).
O estudo apresentado neste artigo decorre de uma atividade de campo realizada em duas escolas de ensino secundário do concelho de Vila Nova de Gaia, com 6 turmas do 10º ano, desenvolvida com o objetivo de compreender que perfis os jovens associam ao conceito de Líder de Opinião, bem como as suas dinâmicas de consumo mediático, tomando como base a crescente penetração das Redes Sociais no seu quotidiano. Numa perspetiva de esclarecimento de comportamentos, atitudes e perceções, este estudo permitiu, em traços gerais, entender que os jovens são capazes de associar uma definição-base ao conceito de Líder de Opinião, não existindo uma correspondência entre os Líderes de Opinião que os jovens indicam como relevantes para si (em termos individuais) e os que identificam como relevantes no seu contexto familiar.