Miguel Cardoso | Universidade do Minho (original) (raw)

Papers by Miguel Cardoso

Research paper thumbnail of George Sand, Alfred de Musset e Joana Baillie

Estudaremos nas seguintes páginas os casos de George Sand e Joana Baillie (passando ainda por Alf... more Estudaremos nas seguintes páginas os casos de George Sand e Joana Baillie (passando ainda por Alfred de Musset) como casos paradigmáticos, ainda que bastante diferentes da época romântica, em França e na Inglaterra. George Sand teve uma vida digna de ser escrita, uma vida de heroína romântica, com os seus casos, viagens, amores, escândalos, paixões e atuações públicas que a tornaram uma das mais reputadas autoras francesas do século XIX. O seu romance com Alfred de Musset ficou conhecido como o dos "Amantes de Veneza" e foi fabulado e reescrito inúmeras vezes, por ambos e por outros autores posteriores, dando asas à imaginação romântica, a disputas e escolhas de lados entre ela e ele, mas apesar disso, mostrando na prática das suas vidas o que a era romântica imaginava, fantasiava nas suas histórias e fabulações. Em certas ocasiões e ações revolucionária, George Sand tornou-se um mito, e fez da sua vida uma história, vivendo num século conturbado e acompanhando todos os acontecimentos da época com grande atenção e fervor. Musset, outro dramaturgo da época, também um escritor aclamado, foi amante de Sand, e viveu com ela muitos momentos, durante os dois anos que durou a sua relação. Através de Musset conhecemos Sand melhor, encontramos outras vivências e características da época.

Research paper thumbnail of O Quixotismo de ler Quixote

Tendo por base a obra O ENGENHOSO FIDALGO DOM QUIXOTE DA MANCHA, escrito em 1605 por Miguel de Ce... more Tendo por base a obra O ENGENHOSO FIDALGO DOM QUIXOTE
DA MANCHA, escrito em 1605 por Miguel de Cervantes, procuramos
realizar uma análise textual e literária da obra através de um estudo
comparativo entre a época do autor e a contemporaneidade. Com
este procuramos encontrar pontos de ligação entre as personagens
e acontecimentos da obra com a perspectiva contemporânea,
atualizando assim a possibilidade de leitura do Quixote, assim como
perspectivando a criação de novas linguagens artísticas, como o
Teatro, inspiradas pelo mesmo.

Research paper thumbnail of Performance: Teorias e Práticas poéticas

Performance: Teorias e Práticas poéticas, 2020

A performance, é algo que atravessa significados, ativa e desativa sensores e dispositivos à medi... more A performance, é algo que atravessa significados, ativa e desativa sensores e dispositivos à medida que atravessa a experiência do presente, recuperando retroativamente ações passadas e recrutando novos atos para as suas frentes. A performance tomou lugar central na atividade económica, empresarial, estatal, escolar, social, amorosa e artística, não sem ajuda da espectacularização da sociedade, como apontada por Guy Debord. Hoje tudo parece ser uma questão de performance. Desempenho ou performance, num mundo economizado, com metas e expectativas a cumprir e desempenhar (to perform), porque pré-formadas (pre-formed). Durante, antes de mais ou entretanto?

Research paper thumbnail of PELE e BFT - Encenações Críticas / Espaco e Performance

a critical study on the space of performance in 'Meto a Colher' (PELE) and 'Time of Women' (BFT)

Research paper thumbnail of Entrevista com Maria Joao Mota

Esta instalação/ performance foi apresentada a 25 Novembro (Dia Internacional pela Eliminação da ... more Esta instalação/ performance foi apresentada a 25 Novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher) em Santa Maria da Feira. Surgiu da ideia da Violência Doméstica como crime público e da necessidade de levar a violência doméstica para o espaço público. A instalação foi concebida como uma "casa destruída", um corpo físico presente na praça. Com uma longa duração, de cerca de 7 horas, a performance alterna entre diferentes quadros. O cenário é real, uma casa completamente funcional, a cozinha funciona, a sala de estar, o sofá… As relações no interior são tensas, desenvolvem-se a diferentes níveis (embora não cheguem a haver agressões literais entre atorxs), são relações de violência familiar, de poder entre as pessoas. Com um núcleo base de atorxs profissionais e comunitários, realizaram-se oficinas e residências prévias, com pessoas das comunidades e membros da PELE para preparar a performance. Os atores alternavam entre si a cada 40-50 minutos, para fazer as pausas necessárias. Há um voz off que acompanha toda a peça, que tinha frases muito fortes, o que era desconfortável para quem estava lá durante tantas horas. Havia também música a vivo no exterior que cria um abiente mais intenso e complexo. Havia um público espontâneo que se cruzava com a instalação bem como instituições convidadas a participar. As colheres eram distribuídas do lado de fora, para que as pessoas, ao espreitar, tornassem o ato de 'meter a colher' num ato literal e efetivo e havia agentes de autoridade a assistir, que trazem outra relevância e impacto à performance A peça foi levada também à Tunísia, onde o público achou que as colheres eram algum objeto para apontar aos autores da violência. Esta foi das peças da PELE que mais circulou devido à sua estrutura dramatúrgica e cenográfica, de fácil transladação, em oposição a outras peças da PELE que são site-specific, e feitas com certas comunidades e elementos particulares. Havia pessoas que ficavam horas a assistir, que se identificavam muito com a peça, e outras, que rejeitavam imediatamente, dado o cenário muito realista e impactante. Participar na peça, para Maria João Mota, foi extremamente intenso. Os quadros eram de improviso, a dinâmica era improvisada entre os atores, sendo que era representada a violência, não só contra as mulheres, mas também, familiar. A peça representa assim uma tensão. Uma experiencia catárquica para quem nela participou. Numa das performances, acabaram com o chão cheio de colheres, que apanharam no final, um momento muito intenso, em que cada colher que estava ali, representa cada pessoa que sofre com a violência, cada mulher, cada criança. Maria João Mota é co-fundadora da PELE_Espaço de Contacto Social e Cultural e participou como atriz na instalação/performance "Meto a Colher".

Research paper thumbnail of Crises Humanitárias? Reflexões sobre Violência

Crises Humanitárias? Reflexões sobre Violência, 2019

Numa sociedade onde as pessoas tendem a ser submissas, subordinadas, sem questionar a autoridade;... more Numa sociedade onde as pessoas tendem a ser submissas, subordinadas, sem questionar a autoridade; se levam a cabo algo chamado de revolução, é muito provável que acabem por criar uma outra versão da mesma sociedade com líderes diferentes. Se haverá uma revolução verdadeira nas instituições sociais que tenha um significado, esta será baseada numa concepção diferente de como as pessoas se relacionam, o que significa ser Livre. É o que Rosa Luxemburgo chama de uma revolução espiritual.

Drafts by Miguel Cardoso

Research paper thumbnail of Ecodramaturgia

Ecodramaturgia: Consciência, Cuidado e Sympoiesis no drama ecológico

Research paper thumbnail of Que aborrecimento! A (re)apresentação da vida

A (re)apresentação da vida: Angela Schanelec, Teatro Pós-Dramático e Aformatividade

Research paper thumbnail of A Savannah em Portugal ou o Gato faz-se às Filhoses

João Pedro Matos Fernandes (Ministro do Ambiente e da Ação Climática) Elon Musk Senhora do Prós e... more João Pedro Matos Fernandes (Ministro do Ambiente e da Ação Climática) Elon Musk Senhora do Prós e Contras Nelson Gomes (da Associação Unidos em defesa das Covas do Barroso)-. "Poder-se-ia dizer que é nesta altura que o público é chamado a entrar. Mas seria ligeiramente incorrecto dizê-lo, uma vez que, apesar de lhe ser permitida a entrada, o público, na sua imensa maioria, não sabe sequer que tal show vai ser levado a cena" 1

Research paper thumbnail of Os protocolos brutais da realidade vivida

És bué chata. Devias ser internada. Cala-te. Não leves a mal. Ninguém levou nada a mal aqui. Entã... more És bué chata. Devias ser internada. Cala-te. Não leves a mal. Ninguém levou nada a mal aqui. Então para que é que estás para aí a falar? Para ti.

Research paper thumbnail of George Sand, Alfred de Musset e Joana Baillie

Estudaremos nas seguintes páginas os casos de George Sand e Joana Baillie (passando ainda por Alf... more Estudaremos nas seguintes páginas os casos de George Sand e Joana Baillie (passando ainda por Alfred de Musset) como casos paradigmáticos, ainda que bastante diferentes da época romântica, em França e na Inglaterra. George Sand teve uma vida digna de ser escrita, uma vida de heroína romântica, com os seus casos, viagens, amores, escândalos, paixões e atuações públicas que a tornaram uma das mais reputadas autoras francesas do século XIX. O seu romance com Alfred de Musset ficou conhecido como o dos "Amantes de Veneza" e foi fabulado e reescrito inúmeras vezes, por ambos e por outros autores posteriores, dando asas à imaginação romântica, a disputas e escolhas de lados entre ela e ele, mas apesar disso, mostrando na prática das suas vidas o que a era romântica imaginava, fantasiava nas suas histórias e fabulações. Em certas ocasiões e ações revolucionária, George Sand tornou-se um mito, e fez da sua vida uma história, vivendo num século conturbado e acompanhando todos os acontecimentos da época com grande atenção e fervor. Musset, outro dramaturgo da época, também um escritor aclamado, foi amante de Sand, e viveu com ela muitos momentos, durante os dois anos que durou a sua relação. Através de Musset conhecemos Sand melhor, encontramos outras vivências e características da época.

Research paper thumbnail of O Quixotismo de ler Quixote

Tendo por base a obra O ENGENHOSO FIDALGO DOM QUIXOTE DA MANCHA, escrito em 1605 por Miguel de Ce... more Tendo por base a obra O ENGENHOSO FIDALGO DOM QUIXOTE
DA MANCHA, escrito em 1605 por Miguel de Cervantes, procuramos
realizar uma análise textual e literária da obra através de um estudo
comparativo entre a época do autor e a contemporaneidade. Com
este procuramos encontrar pontos de ligação entre as personagens
e acontecimentos da obra com a perspectiva contemporânea,
atualizando assim a possibilidade de leitura do Quixote, assim como
perspectivando a criação de novas linguagens artísticas, como o
Teatro, inspiradas pelo mesmo.

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Performance: Teorias e Práticas poéticas, 2020

A performance, é algo que atravessa significados, ativa e desativa sensores e dispositivos à medi... more A performance, é algo que atravessa significados, ativa e desativa sensores e dispositivos à medida que atravessa a experiência do presente, recuperando retroativamente ações passadas e recrutando novos atos para as suas frentes. A performance tomou lugar central na atividade económica, empresarial, estatal, escolar, social, amorosa e artística, não sem ajuda da espectacularização da sociedade, como apontada por Guy Debord. Hoje tudo parece ser uma questão de performance. Desempenho ou performance, num mundo economizado, com metas e expectativas a cumprir e desempenhar (to perform), porque pré-formadas (pre-formed). Durante, antes de mais ou entretanto?

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Esta instalação/ performance foi apresentada a 25 Novembro (Dia Internacional pela Eliminação da ... more Esta instalação/ performance foi apresentada a 25 Novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher) em Santa Maria da Feira. Surgiu da ideia da Violência Doméstica como crime público e da necessidade de levar a violência doméstica para o espaço público. A instalação foi concebida como uma "casa destruída", um corpo físico presente na praça. Com uma longa duração, de cerca de 7 horas, a performance alterna entre diferentes quadros. O cenário é real, uma casa completamente funcional, a cozinha funciona, a sala de estar, o sofá… As relações no interior são tensas, desenvolvem-se a diferentes níveis (embora não cheguem a haver agressões literais entre atorxs), são relações de violência familiar, de poder entre as pessoas. Com um núcleo base de atorxs profissionais e comunitários, realizaram-se oficinas e residências prévias, com pessoas das comunidades e membros da PELE para preparar a performance. Os atores alternavam entre si a cada 40-50 minutos, para fazer as pausas necessárias. Há um voz off que acompanha toda a peça, que tinha frases muito fortes, o que era desconfortável para quem estava lá durante tantas horas. Havia também música a vivo no exterior que cria um abiente mais intenso e complexo. Havia um público espontâneo que se cruzava com a instalação bem como instituições convidadas a participar. As colheres eram distribuídas do lado de fora, para que as pessoas, ao espreitar, tornassem o ato de 'meter a colher' num ato literal e efetivo e havia agentes de autoridade a assistir, que trazem outra relevância e impacto à performance A peça foi levada também à Tunísia, onde o público achou que as colheres eram algum objeto para apontar aos autores da violência. Esta foi das peças da PELE que mais circulou devido à sua estrutura dramatúrgica e cenográfica, de fácil transladação, em oposição a outras peças da PELE que são site-specific, e feitas com certas comunidades e elementos particulares. Havia pessoas que ficavam horas a assistir, que se identificavam muito com a peça, e outras, que rejeitavam imediatamente, dado o cenário muito realista e impactante. Participar na peça, para Maria João Mota, foi extremamente intenso. Os quadros eram de improviso, a dinâmica era improvisada entre os atores, sendo que era representada a violência, não só contra as mulheres, mas também, familiar. A peça representa assim uma tensão. Uma experiencia catárquica para quem nela participou. Numa das performances, acabaram com o chão cheio de colheres, que apanharam no final, um momento muito intenso, em que cada colher que estava ali, representa cada pessoa que sofre com a violência, cada mulher, cada criança. Maria João Mota é co-fundadora da PELE_Espaço de Contacto Social e Cultural e participou como atriz na instalação/performance "Meto a Colher".

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Crises Humanitárias? Reflexões sobre Violência, 2019

Numa sociedade onde as pessoas tendem a ser submissas, subordinadas, sem questionar a autoridade;... more Numa sociedade onde as pessoas tendem a ser submissas, subordinadas, sem questionar a autoridade; se levam a cabo algo chamado de revolução, é muito provável que acabem por criar uma outra versão da mesma sociedade com líderes diferentes. Se haverá uma revolução verdadeira nas instituições sociais que tenha um significado, esta será baseada numa concepção diferente de como as pessoas se relacionam, o que significa ser Livre. É o que Rosa Luxemburgo chama de uma revolução espiritual.

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Ecodramaturgia: Consciência, Cuidado e Sympoiesis no drama ecológico

Research paper thumbnail of Que aborrecimento! A (re)apresentação da vida

A (re)apresentação da vida: Angela Schanelec, Teatro Pós-Dramático e Aformatividade

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João Pedro Matos Fernandes (Ministro do Ambiente e da Ação Climática) Elon Musk Senhora do Prós e... more João Pedro Matos Fernandes (Ministro do Ambiente e da Ação Climática) Elon Musk Senhora do Prós e Contras Nelson Gomes (da Associação Unidos em defesa das Covas do Barroso)-. "Poder-se-ia dizer que é nesta altura que o público é chamado a entrar. Mas seria ligeiramente incorrecto dizê-lo, uma vez que, apesar de lhe ser permitida a entrada, o público, na sua imensa maioria, não sabe sequer que tal show vai ser levado a cena" 1

Research paper thumbnail of Os protocolos brutais da realidade vivida

És bué chata. Devias ser internada. Cala-te. Não leves a mal. Ninguém levou nada a mal aqui. Entã... more És bué chata. Devias ser internada. Cala-te. Não leves a mal. Ninguém levou nada a mal aqui. Então para que é que estás para aí a falar? Para ti.