Bernardo M Fernandes | Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (original) (raw)
Papers by Bernardo M Fernandes
Agriculture, Environment and Development
O objetivo principal deste artigo e debatermos sobre o avanco do capital no campo e acerca da des... more O objetivo principal deste artigo e debatermos sobre o avanco do capital no campo e acerca da descontinuidade da reforma agraria no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro (Sem Partido), inserindo na discussao a analise das ocupacoes de terra, manifestacoes, assentamentos de reforma agraria, estrangeirizacao da terra e de Projetos de Leis e Decretos que permitem a expansao do agronegocio no Brasil. Para atingir este objetivo e pautar a nossa discussao utilizamos dados do Banco de Dados da Luta pela Terra (DATALUTA) e do Centro de Documentacao Dom Tomas Balduino, da Comissao Pastoral da Terra (CEDOC/CPT). Concluimos que o primeiro ano do governo Bolsonaro foi caracterizado pela promocao de uma politica ultra neoliberal com alguns elementos proximos do pos-fascismo, onde o latifundio tem a total liberdade para praticar a violencia.
Retratos de Assentamentos, 2018
O Paraguai possuí a maior concentração fundiária do mundo, com o índice de Gini de 0,93. Concomit... more O Paraguai possuí a maior concentração fundiária do mundo, com o índice de Gini de 0,93. Concomitantemente, 19% do território paraguaio estava (2008) em posse de estrangeiros (CAN, 2008) e está classificado como terceiro maior exportador e sexto maior produtor de soja do globo (CAPECO, 2018). Apesar desta conjuntura atual, a concentração e estrangeirização da terra no Paraguai se configuram como processos históricos, desde o final da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870) e que com o passar do tempo tornam-se mais complexos, interagindo ainda mais com processos econômicos e políticos globais (ARRIGHI, 2008). Neste cenário, o objetivo deste trabalho é debater acerca do processo histórico de apropriação do território paraguaio por estrangeiros desde 1870 até o período atual, evidenciando as estratégias, papel do Estado, relações geopolíticas e impactos na estrutura fundiária do país. Entender este processo histórico é essencial para compreender as raízes da atual concentração da terra...
Dans le Brésil de Lula, deux modèles de développement agricole-l'agrobusiness et l'agriculture pa... more Dans le Brésil de Lula, deux modèles de développement agricole-l'agrobusiness et l'agriculture paysanne-se disputent inégalement le territoire et défendent « leur » réforme agraire. L'extension en Amazonie limite encore l'intensité des conflits qui opposent transnationales et mouvements paysans, mais la fermeture prochaine de la frontière agricole et la pression des agrocarburants laissent entrevoir une exacerbation des tensions. La réforme agraire peut être considérée comme une politique territoriale destinée à apporter une réponse à la question agraire. Dans cet article, nous envisagerons cette dernière comme une problématique structurelle inhérente à la logique de développement du capitalisme (Fernandez, 2001). En excluant, en soumettant, en détruisant ou en recomposant la paysannerie, cette logique est à l'origine des processus de différenciation et de répartition inégale, d'expulsion de populations et d'expropriation de terres. Ceci explique que les rapports entre paysannerie et capital sont depuis toujours des rapports conflictuels. D'un côté, le capital cherche à soumettre la paysannerie, quitte à la détruire et à la recomposer en fonction d'intérêts propres. De l'autre, cette dernière lui oppose une résistance farouche et tente de se recomposer via des stratégies d'occupation de terre (Fernandez, 2008a). Au coeur de cette conflictualité, on trouve donc principalement des disputes 1. Géographe, professeur à l'Universidade Estadual Paulista (UNESP) et coordinateur de la Chaire Unesco de développement territorial et d'éducation pour le monde rural.
Agrária (São Paulo. Online), 2008
Resumo Este artigo analisa a luta pela terra e a sua conquista no Brasil. A ocupação de terra é p... more Resumo Este artigo analisa a luta pela terra e a sua conquista no Brasil. A ocupação de terra é principal forma de luta dos camponeses organizados em movimentos socioterritoriais no Brasil e o Estado, em resposta a essas ações, cria os assentamentos rurais. Consideramos inicialmente as contradições do campo brasileiro e, a partir de algumas premissas, analisamos a política de assentamentos rurais como uma estratégia para não realizar uma reforma agrária ampla no país. A política de assentamentos rurais caracteriza, por seu alcance reduzido, a reforma agrária conservadora executada no Brasil. Essa política não consegue desconcentrar a terra, diminuir as desigualdades sociais ou impedir o êxodo rural, além de ter a Amazônia como válvula de escape para não reformar as regiões de ocupação consolidada no centro-sul e no Nordeste. As análises deste artigo fazem parte do Atlas da Questão Agrária Brasileira 1 (www.fct.unesp.br/nera/atlas). Palavras-chave: ocupações de terra; assentamentos rurais; reforma agrária conservadora; Amazônia. Resumen Este artículo analiza la lucha por la tierra y su conquista en Brasil. La ocupación de tierra es la principal forma de lucha de campesinos organizados en movimientos socioterritoriales en Brasil y el Estado, en respuesta a esas acciones, crea los 1 Este artigo foi elaborado a partir de extratos da tese: "GIRARDI, Eduardo Paulon. Proposição teóricometodológica de uma Cartografia Geográfica Crítica e sua aplicação no desenvolvimento do Atlas da Questão Agrária Brasileira. 2008. Tese (Doutorado
Encontro Nacional de Geografia …, 2004
Journal of Peasant Studies, 2010
Full terms and conditions of use: http://www.informaworld.com/terms-and-conditions-of-access.pdf ... more Full terms and conditions of use: http://www.informaworld.com/terms-and-conditions-of-access.pdf This article may be used for research, teaching and private study purposes. Any substantial or systematic reproduction, redistribution , reselling , loan or sub-licensing, systematic supply or distribution in any form to anyone is expressly forbidden. The publisher does not give any warranty express or implied or make any representation that the contents will be complete or accurate or up to date. The accuracy of any instructions, formulae and drug doses should be independently verified with primary sources. The publisher shall not be liable for any loss, actions, claims, proceedings, demand or costs or damages whatsoever or howsoever caused arising directly or indirectly in connection with or arising out of the use of this material.
Revista NERA, May 29, 2012
Revista NERA, Apr 18, 2012
Este artigo é resultado da Conferência proferida no I Encontro de Educação para o campesinato do ... more Este artigo é resultado da Conferência proferida no I Encontro de Educação para o campesinato do município de Goiás no ano de 2010. Apresento uma reflexão das experiências de Educação do Campo com que tenho convivido e as perspectivas de se construir caminhos para continuar a caminhada da construção desta política pública, cujo nome foi cunhado pelos movimentos camponeses na construção de seu projeto de educação. Palavras-chave: Educação do campo, campesinato, território, luta pela terra, política pública. Resumen Educación del campo y desarrollo territorial rural Este artículo es el resultado de una conferencia pronunciada en la Primera Reunión de la Educación para el campesinado de la ciudad de Goiás en 2010. Presento una reflexión de las experiencias de la Educación del Campo con la que he vivido y las perspectivas de la construcción de caminos para seguir caminando en la construcción de esta política pública, cuyo nombre fue acuñado por los movimientos campesinos en la construcción de su proceso educativo. Palabras claves: Educación del campo, campesinado, territorio, lucha por la tierra, política publica.
REVISTA NERA
Analisamos, neste trabalho, o caráter concentrador do agronegócio como produto das diretrizes neo... more Analisamos, neste trabalho, o caráter concentrador do agronegócio como produto das diretrizes neoliberais. Para isso, tratamos sobre os mecanismos de apropriação de territórios no campo brasileiro como uma relação sincrônica com a conjuntura internacional. Com o desenvolvimento de nossas pesquisas, entendemos que o agronegócio é um fenômeno insustentável devido aos processos de concentração e exclusão que lhe são inerentes. Como referencial teórico, fundamentamos-nos nos esforços de abstração da realidade desenvolvidos no Nera (Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária) e em autores como Perry Anderson, Milton Santos, Gilberto Dupas, John Fraser Hart, Roger Burbach & Patricia Flynn e John H. Davis & Ray A. Goldberg. O desenvolvimento do trabalho conta com análise de um banco de dados próprio (Dataluta – Estrutura Fundiária), trabalhos de campo e uma ampla pesquisa em documentos históricos, jornais e trabalhos científicos. Esta pesquisa está vinculada ao projeto “Mud...
REVISTA NERA
Este dossiê traz um registro histórico do I Encontro Latino-americano de Movimentos Socioespaciai... more Este dossiê traz um registro histórico do I Encontro Latino-americano de Movimentos Socioespaciais e Movimentos Socioterritoriais (I ELAMSS). Além de apresentar alguns dos trabalhos apresentados no evento e os aprovados no processo seletivo do edital da Revista NERA, incluímos um breve histórico deste evento científico e da construção dos conceitos aqui estudados. Esta publicação possibilita ao leitor conhecer temas debatidos no I ELAMSS, sua história e os debates teóricos. Há mais de vinte anos os estudos sobre movimentos na geografia mudaram, com a construção de um método autônomo que criou conceitos originais e dialogou com os conceitos da sociologia, destacando as diferenças de análises com a geografia. A construção de um pensamento original tem sido a marca das pesquisadoras e dos pesquisadores que formam a REDE DATALUTA e a rede de pesquisa internacional que estudam as ações dos movimentos socioespaciais e socioterritoriais na América Latina e em outros continentes. Além das e...
Educação & Sociedade, 2017
Por que o espaço e o território são importantes para os movimentos sociais e como eles os produze... more Por que o espaço e o território são importantes para os movimentos sociais e como eles os produzem? Apesar da sempre aparente centralidade do espaço e do território, mediado e apropriado pelos movimentos sociais em todo o mundo (por exemplo: acampamentos, protestos, ocupações de terra, resistências indígenas, ocupações de terrenos e edifícios em áreas urbanas, organização de bairro e lutas por questões ambientais, pela educação, saúde, alimentos e outras políticas públicas, ativismos de mulheres, LGBTQIA+, feministas, estudantes, etc.), tem havido uma surpreendente falta de atenção a esta questão por estudiosos e estudiosas de várias áreas do conhecimento, por exemplo, geógrafos anglófonos. Este artigo avança na reflexão sobre as ações dos movimentos socioterritoriais como uma categoria analítica que tem como objetivo central analisar a mediação do espaço e apropriação do território. Contrastamos os conceitos de movimento socioterritorial, movimento social e movimento socioespacial ...
Scripta Nova-revista Electronica De Geografia Y Ciencias Sociales, 2002
Para entender la cuestion agraria en el inicio del siglo XXI es necesario discutir los nuevos ele... more Para entender la cuestion agraria en el inicio del siglo XXI es necesario discutir los nuevos elementos que aparecieron en la decada de 1990. En este sentido, realizamos una reflexion sobre las principales teorias de la cuestion agraria y analizamos el embate entre el "Movimiento Sin Tierra"- MST y el gobierno de Fernando Henrique Cardoso, en la disputa de proyectos de desarrollo y de la apropiacion de los espacios politicos. Presentamos una lectura de la representatividad de la agricultura familiar como elemento nuevo de la cuestion agraria, asi como la importancia de las ocupaciones como forma de asegurar su fijacion en la tierra. Enfatizamos las diferencias de los conceptos de lucha por la tierra y de reforma agraria, asi como destacamos la banalizacion que la nocion de reforma agraria viene sofriendo. Al final, se defiende como una posibilidad de dialogo la participacion de los trabajadores en la politica de implantacion de asentamientos rurales
REVISTA NERA
Building territorial policies to free lands for national and international corporations to produc... more Building territorial policies to free lands for national and international corporations to produce large-scale commodities for export, called agro-extractivism is one of the components of the neoliberal agrarian question. In Brazil, in the last thirty years, the agrarian question had two phases: the Neoliberal and the post-neoliberal. These policies intensified the territorial disputes between the agribusiness corporations and the peasant, indigenous and quilombola movements. To better understand these disputes we analyze the new conflicts from the reading of Brazil agrarian and rural Brazil. Through the method of paradigmatic debate, we analyze theoretical and political references for territorial development. Conflictuality is analyzed on a national scale with emphasis on new territory: MATOPIBA, created exclusively for agribusiness, is territorialized and attracts interest from several companies and international financial capital. Another case that we analyze is the conflict betw...
REVISTA NERA
No início do século XXI, novos elementos modificaram a questão agrária, mantendo as formas de con... more No início do século XXI, novos elementos modificaram a questão agrária, mantendo as formas de concentração da terra e da renda da terra na produção de commodities, a partir da convergência de múltiplas crises: financeira, alimentar, energética, ambiental e climática. A apropriação da terra e da renda foi intensificada pelas estratégias do capital financeiro no processo de land grabbing. Utilizamos a teoria da renda da terra para analisar as formas essenciais de apropriação dos diferentes tipos de renda por empresas controladas pelo capital financeiro em áreas de expansão da fronteira agrícola moderna no Brasil, gerando conflitos territoriais com comunidades camponesas, quilombolas e indígenas. Diferentes corporações constituem relações com capital financeiro na fronteira agrícola moderna, denominada região MATOPIBA para a territorialização do agronegócio com a presença de uma agricultura intensiva em capital e tecnologia em grandes propriedades - intensificando a exploração da rend...
REVISTA NERA
O Brasil conheceu uma intensa transformação em sua agricultura no período de 1965 a 1985. Nessas ... more O Brasil conheceu uma intensa transformação em sua agricultura no período de 1965 a 1985. Nessas décadas de ditadura, os governos militares implantaram uma política de desenvolvimento agropecuário para a modernização do campo. Esse modelo causou transformações profundas, privilegiando a agricultura capitalista em detrimento da agricultura camponesa. Essas transformações geraram, de um lado, a modernização tecnológica financiada pelo Sistema Nacional de Crédito Rural, de modo que a agricultura passou a depender menos dos recursos naturais e cada vez mais da indústria produtora de insumos, consolidando o processo de industrialização da agricultura e promovendo o crescimento das relações de trabalho assalariado. Por outro lado, o campo brasileiro foi transformado em espaços de conflitos intensivos, pelo crescimento das desigualdades socioeconômicas. Esse modelo de modernização conservou a secular concentração da estrutura fundiária, intensificando a histórica luta pela terra e criou um...
OKARA: Geografia em debate, Aug 12, 2018
Annals of the American Association of Geographers
Why does territory matter to social movements and what does it allow them to achieve? Despite the... more Why does territory matter to social movements and what does it allow them to achieve? Despite the ever-apparent centrality of territory—the appropriation and control of space through forms of power—to social movements worldwide (e.g., protest camps, land occupations, indigenous activism, squatting, neighborhood organizing), there has been a surprising lack of attention to this question by Anglophone geographers. This article develops Brazilian geographer Fernandes’s notion of “socioterritorial movements” as an analytical category for social movements that have as their central objective the appropriation of space in pursuit of their political project. It does so by contrasting the concept of socioterritorial movement to those of social movement and sociospatial movement and proposing four axes of analysis for socioterritorial movements. First, territory is mobilized as the central strategy for realizing a movement’s aims. Second, territory informs the identity of socioterritorial movements, generating new political subjectivities. Third, territory is a site of political socialization that produces new encounters and values. Fourth, through processes of territorialization, deterritorialization, and reterritorialization, socioterritorial movements create new institutions. These axes are further elaborated through the comparative analysis of two case studies: the Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, a large peasant movement in Brazil, and the Tupac Amaru Neighborhood Organization, an urban social movement from northwest Argentina. Comparison is deployed as an expansive mode of analysis to open up the concept of socioterritorial movement and indicate potential lines of enquiry for further study. Key Words: Argentina, MST, social movements, socioterritorial movements, territory.
Agriculture, Environment and Development
O objetivo principal deste artigo e debatermos sobre o avanco do capital no campo e acerca da des... more O objetivo principal deste artigo e debatermos sobre o avanco do capital no campo e acerca da descontinuidade da reforma agraria no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro (Sem Partido), inserindo na discussao a analise das ocupacoes de terra, manifestacoes, assentamentos de reforma agraria, estrangeirizacao da terra e de Projetos de Leis e Decretos que permitem a expansao do agronegocio no Brasil. Para atingir este objetivo e pautar a nossa discussao utilizamos dados do Banco de Dados da Luta pela Terra (DATALUTA) e do Centro de Documentacao Dom Tomas Balduino, da Comissao Pastoral da Terra (CEDOC/CPT). Concluimos que o primeiro ano do governo Bolsonaro foi caracterizado pela promocao de uma politica ultra neoliberal com alguns elementos proximos do pos-fascismo, onde o latifundio tem a total liberdade para praticar a violencia.
Retratos de Assentamentos, 2018
O Paraguai possuí a maior concentração fundiária do mundo, com o índice de Gini de 0,93. Concomit... more O Paraguai possuí a maior concentração fundiária do mundo, com o índice de Gini de 0,93. Concomitantemente, 19% do território paraguaio estava (2008) em posse de estrangeiros (CAN, 2008) e está classificado como terceiro maior exportador e sexto maior produtor de soja do globo (CAPECO, 2018). Apesar desta conjuntura atual, a concentração e estrangeirização da terra no Paraguai se configuram como processos históricos, desde o final da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870) e que com o passar do tempo tornam-se mais complexos, interagindo ainda mais com processos econômicos e políticos globais (ARRIGHI, 2008). Neste cenário, o objetivo deste trabalho é debater acerca do processo histórico de apropriação do território paraguaio por estrangeiros desde 1870 até o período atual, evidenciando as estratégias, papel do Estado, relações geopolíticas e impactos na estrutura fundiária do país. Entender este processo histórico é essencial para compreender as raízes da atual concentração da terra...
Dans le Brésil de Lula, deux modèles de développement agricole-l'agrobusiness et l'agriculture pa... more Dans le Brésil de Lula, deux modèles de développement agricole-l'agrobusiness et l'agriculture paysanne-se disputent inégalement le territoire et défendent « leur » réforme agraire. L'extension en Amazonie limite encore l'intensité des conflits qui opposent transnationales et mouvements paysans, mais la fermeture prochaine de la frontière agricole et la pression des agrocarburants laissent entrevoir une exacerbation des tensions. La réforme agraire peut être considérée comme une politique territoriale destinée à apporter une réponse à la question agraire. Dans cet article, nous envisagerons cette dernière comme une problématique structurelle inhérente à la logique de développement du capitalisme (Fernandez, 2001). En excluant, en soumettant, en détruisant ou en recomposant la paysannerie, cette logique est à l'origine des processus de différenciation et de répartition inégale, d'expulsion de populations et d'expropriation de terres. Ceci explique que les rapports entre paysannerie et capital sont depuis toujours des rapports conflictuels. D'un côté, le capital cherche à soumettre la paysannerie, quitte à la détruire et à la recomposer en fonction d'intérêts propres. De l'autre, cette dernière lui oppose une résistance farouche et tente de se recomposer via des stratégies d'occupation de terre (Fernandez, 2008a). Au coeur de cette conflictualité, on trouve donc principalement des disputes 1. Géographe, professeur à l'Universidade Estadual Paulista (UNESP) et coordinateur de la Chaire Unesco de développement territorial et d'éducation pour le monde rural.
Agrária (São Paulo. Online), 2008
Resumo Este artigo analisa a luta pela terra e a sua conquista no Brasil. A ocupação de terra é p... more Resumo Este artigo analisa a luta pela terra e a sua conquista no Brasil. A ocupação de terra é principal forma de luta dos camponeses organizados em movimentos socioterritoriais no Brasil e o Estado, em resposta a essas ações, cria os assentamentos rurais. Consideramos inicialmente as contradições do campo brasileiro e, a partir de algumas premissas, analisamos a política de assentamentos rurais como uma estratégia para não realizar uma reforma agrária ampla no país. A política de assentamentos rurais caracteriza, por seu alcance reduzido, a reforma agrária conservadora executada no Brasil. Essa política não consegue desconcentrar a terra, diminuir as desigualdades sociais ou impedir o êxodo rural, além de ter a Amazônia como válvula de escape para não reformar as regiões de ocupação consolidada no centro-sul e no Nordeste. As análises deste artigo fazem parte do Atlas da Questão Agrária Brasileira 1 (www.fct.unesp.br/nera/atlas). Palavras-chave: ocupações de terra; assentamentos rurais; reforma agrária conservadora; Amazônia. Resumen Este artículo analiza la lucha por la tierra y su conquista en Brasil. La ocupación de tierra es la principal forma de lucha de campesinos organizados en movimientos socioterritoriales en Brasil y el Estado, en respuesta a esas acciones, crea los 1 Este artigo foi elaborado a partir de extratos da tese: "GIRARDI, Eduardo Paulon. Proposição teóricometodológica de uma Cartografia Geográfica Crítica e sua aplicação no desenvolvimento do Atlas da Questão Agrária Brasileira. 2008. Tese (Doutorado
Encontro Nacional de Geografia …, 2004
Journal of Peasant Studies, 2010
Full terms and conditions of use: http://www.informaworld.com/terms-and-conditions-of-access.pdf ... more Full terms and conditions of use: http://www.informaworld.com/terms-and-conditions-of-access.pdf This article may be used for research, teaching and private study purposes. Any substantial or systematic reproduction, redistribution , reselling , loan or sub-licensing, systematic supply or distribution in any form to anyone is expressly forbidden. The publisher does not give any warranty express or implied or make any representation that the contents will be complete or accurate or up to date. The accuracy of any instructions, formulae and drug doses should be independently verified with primary sources. The publisher shall not be liable for any loss, actions, claims, proceedings, demand or costs or damages whatsoever or howsoever caused arising directly or indirectly in connection with or arising out of the use of this material.
Revista NERA, May 29, 2012
Revista NERA, Apr 18, 2012
Este artigo é resultado da Conferência proferida no I Encontro de Educação para o campesinato do ... more Este artigo é resultado da Conferência proferida no I Encontro de Educação para o campesinato do município de Goiás no ano de 2010. Apresento uma reflexão das experiências de Educação do Campo com que tenho convivido e as perspectivas de se construir caminhos para continuar a caminhada da construção desta política pública, cujo nome foi cunhado pelos movimentos camponeses na construção de seu projeto de educação. Palavras-chave: Educação do campo, campesinato, território, luta pela terra, política pública. Resumen Educación del campo y desarrollo territorial rural Este artículo es el resultado de una conferencia pronunciada en la Primera Reunión de la Educación para el campesinado de la ciudad de Goiás en 2010. Presento una reflexión de las experiencias de la Educación del Campo con la que he vivido y las perspectivas de la construcción de caminos para seguir caminando en la construcción de esta política pública, cuyo nombre fue acuñado por los movimientos campesinos en la construcción de su proceso educativo. Palabras claves: Educación del campo, campesinado, territorio, lucha por la tierra, política publica.
REVISTA NERA
Analisamos, neste trabalho, o caráter concentrador do agronegócio como produto das diretrizes neo... more Analisamos, neste trabalho, o caráter concentrador do agronegócio como produto das diretrizes neoliberais. Para isso, tratamos sobre os mecanismos de apropriação de territórios no campo brasileiro como uma relação sincrônica com a conjuntura internacional. Com o desenvolvimento de nossas pesquisas, entendemos que o agronegócio é um fenômeno insustentável devido aos processos de concentração e exclusão que lhe são inerentes. Como referencial teórico, fundamentamos-nos nos esforços de abstração da realidade desenvolvidos no Nera (Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária) e em autores como Perry Anderson, Milton Santos, Gilberto Dupas, John Fraser Hart, Roger Burbach & Patricia Flynn e John H. Davis & Ray A. Goldberg. O desenvolvimento do trabalho conta com análise de um banco de dados próprio (Dataluta – Estrutura Fundiária), trabalhos de campo e uma ampla pesquisa em documentos históricos, jornais e trabalhos científicos. Esta pesquisa está vinculada ao projeto “Mud...
REVISTA NERA
Este dossiê traz um registro histórico do I Encontro Latino-americano de Movimentos Socioespaciai... more Este dossiê traz um registro histórico do I Encontro Latino-americano de Movimentos Socioespaciais e Movimentos Socioterritoriais (I ELAMSS). Além de apresentar alguns dos trabalhos apresentados no evento e os aprovados no processo seletivo do edital da Revista NERA, incluímos um breve histórico deste evento científico e da construção dos conceitos aqui estudados. Esta publicação possibilita ao leitor conhecer temas debatidos no I ELAMSS, sua história e os debates teóricos. Há mais de vinte anos os estudos sobre movimentos na geografia mudaram, com a construção de um método autônomo que criou conceitos originais e dialogou com os conceitos da sociologia, destacando as diferenças de análises com a geografia. A construção de um pensamento original tem sido a marca das pesquisadoras e dos pesquisadores que formam a REDE DATALUTA e a rede de pesquisa internacional que estudam as ações dos movimentos socioespaciais e socioterritoriais na América Latina e em outros continentes. Além das e...
Educação & Sociedade, 2017
Por que o espaço e o território são importantes para os movimentos sociais e como eles os produze... more Por que o espaço e o território são importantes para os movimentos sociais e como eles os produzem? Apesar da sempre aparente centralidade do espaço e do território, mediado e apropriado pelos movimentos sociais em todo o mundo (por exemplo: acampamentos, protestos, ocupações de terra, resistências indígenas, ocupações de terrenos e edifícios em áreas urbanas, organização de bairro e lutas por questões ambientais, pela educação, saúde, alimentos e outras políticas públicas, ativismos de mulheres, LGBTQIA+, feministas, estudantes, etc.), tem havido uma surpreendente falta de atenção a esta questão por estudiosos e estudiosas de várias áreas do conhecimento, por exemplo, geógrafos anglófonos. Este artigo avança na reflexão sobre as ações dos movimentos socioterritoriais como uma categoria analítica que tem como objetivo central analisar a mediação do espaço e apropriação do território. Contrastamos os conceitos de movimento socioterritorial, movimento social e movimento socioespacial ...
Scripta Nova-revista Electronica De Geografia Y Ciencias Sociales, 2002
Para entender la cuestion agraria en el inicio del siglo XXI es necesario discutir los nuevos ele... more Para entender la cuestion agraria en el inicio del siglo XXI es necesario discutir los nuevos elementos que aparecieron en la decada de 1990. En este sentido, realizamos una reflexion sobre las principales teorias de la cuestion agraria y analizamos el embate entre el "Movimiento Sin Tierra"- MST y el gobierno de Fernando Henrique Cardoso, en la disputa de proyectos de desarrollo y de la apropiacion de los espacios politicos. Presentamos una lectura de la representatividad de la agricultura familiar como elemento nuevo de la cuestion agraria, asi como la importancia de las ocupaciones como forma de asegurar su fijacion en la tierra. Enfatizamos las diferencias de los conceptos de lucha por la tierra y de reforma agraria, asi como destacamos la banalizacion que la nocion de reforma agraria viene sofriendo. Al final, se defiende como una posibilidad de dialogo la participacion de los trabajadores en la politica de implantacion de asentamientos rurales
REVISTA NERA
Building territorial policies to free lands for national and international corporations to produc... more Building territorial policies to free lands for national and international corporations to produce large-scale commodities for export, called agro-extractivism is one of the components of the neoliberal agrarian question. In Brazil, in the last thirty years, the agrarian question had two phases: the Neoliberal and the post-neoliberal. These policies intensified the territorial disputes between the agribusiness corporations and the peasant, indigenous and quilombola movements. To better understand these disputes we analyze the new conflicts from the reading of Brazil agrarian and rural Brazil. Through the method of paradigmatic debate, we analyze theoretical and political references for territorial development. Conflictuality is analyzed on a national scale with emphasis on new territory: MATOPIBA, created exclusively for agribusiness, is territorialized and attracts interest from several companies and international financial capital. Another case that we analyze is the conflict betw...
REVISTA NERA
No início do século XXI, novos elementos modificaram a questão agrária, mantendo as formas de con... more No início do século XXI, novos elementos modificaram a questão agrária, mantendo as formas de concentração da terra e da renda da terra na produção de commodities, a partir da convergência de múltiplas crises: financeira, alimentar, energética, ambiental e climática. A apropriação da terra e da renda foi intensificada pelas estratégias do capital financeiro no processo de land grabbing. Utilizamos a teoria da renda da terra para analisar as formas essenciais de apropriação dos diferentes tipos de renda por empresas controladas pelo capital financeiro em áreas de expansão da fronteira agrícola moderna no Brasil, gerando conflitos territoriais com comunidades camponesas, quilombolas e indígenas. Diferentes corporações constituem relações com capital financeiro na fronteira agrícola moderna, denominada região MATOPIBA para a territorialização do agronegócio com a presença de uma agricultura intensiva em capital e tecnologia em grandes propriedades - intensificando a exploração da rend...
REVISTA NERA
O Brasil conheceu uma intensa transformação em sua agricultura no período de 1965 a 1985. Nessas ... more O Brasil conheceu uma intensa transformação em sua agricultura no período de 1965 a 1985. Nessas décadas de ditadura, os governos militares implantaram uma política de desenvolvimento agropecuário para a modernização do campo. Esse modelo causou transformações profundas, privilegiando a agricultura capitalista em detrimento da agricultura camponesa. Essas transformações geraram, de um lado, a modernização tecnológica financiada pelo Sistema Nacional de Crédito Rural, de modo que a agricultura passou a depender menos dos recursos naturais e cada vez mais da indústria produtora de insumos, consolidando o processo de industrialização da agricultura e promovendo o crescimento das relações de trabalho assalariado. Por outro lado, o campo brasileiro foi transformado em espaços de conflitos intensivos, pelo crescimento das desigualdades socioeconômicas. Esse modelo de modernização conservou a secular concentração da estrutura fundiária, intensificando a histórica luta pela terra e criou um...
OKARA: Geografia em debate, Aug 12, 2018
Annals of the American Association of Geographers
Why does territory matter to social movements and what does it allow them to achieve? Despite the... more Why does territory matter to social movements and what does it allow them to achieve? Despite the ever-apparent centrality of territory—the appropriation and control of space through forms of power—to social movements worldwide (e.g., protest camps, land occupations, indigenous activism, squatting, neighborhood organizing), there has been a surprising lack of attention to this question by Anglophone geographers. This article develops Brazilian geographer Fernandes’s notion of “socioterritorial movements” as an analytical category for social movements that have as their central objective the appropriation of space in pursuit of their political project. It does so by contrasting the concept of socioterritorial movement to those of social movement and sociospatial movement and proposing four axes of analysis for socioterritorial movements. First, territory is mobilized as the central strategy for realizing a movement’s aims. Second, territory informs the identity of socioterritorial movements, generating new political subjectivities. Third, territory is a site of political socialization that produces new encounters and values. Fourth, through processes of territorialization, deterritorialization, and reterritorialization, socioterritorial movements create new institutions. These axes are further elaborated through the comparative analysis of two case studies: the Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, a large peasant movement in Brazil, and the Tupac Amaru Neighborhood Organization, an urban social movement from northwest Argentina. Comparison is deployed as an expansive mode of analysis to open up the concept of socioterritorial movement and indicate potential lines of enquiry for further study. Key Words: Argentina, MST, social movements, socioterritorial movements, territory.
La lucha por la democracia no ha dejado de ser constante y de extrema actualidad en Brasil. En el... more La lucha por la democracia no ha dejado de ser constante y de extrema actualidad en Brasil.
En el año 2016 asistimos a un avance del neoliberalismo y de nuevas fuerzas conservadoras que
se materializaron en el golpe multidimensional, logrando desbancar de manera tramposa de la
Presidencia de la República a la primera mujer electa democráticamente para asumir el máximo
cargo del país. La nueva pauta de lucha en Brasil consiste en la recuperación de los derechos
históricamente conquistados.
Los movimientos socioterritoriales y pueblos del campo conocen bien esta realidad.
Históricamente fueron y son marginalizados, perseguidos, criminalizados y asesinados. La lucha
por mantener derechos es una etapa en esta trayectoria de luchas. Lo específico es que, en el
contexto actual, asistimos a un endurecimiento de la ofensiva contra la Reforma Agraria y a una
disputa por todo el aparato que la complementa. En un breve lapso de tiempo, hemos presenciado
la eliminación del Ministerio de Desarrollo Agrario y la formulación de propuestas de ley y medidas
provisorias como PVL 12/2007 e MPV 759/2016 —que proponen la regularización de las áreas de
reforma agraria, entregando cerca de 750 mil «nuevos» títulos de propiedad hasta 2018 a todos los
asentados y asentadas—, y también la eliminación de informaciones fundamentales del Censo
Agropecuario 2017 como los datos de producción y trabajo familiar. Además se han debilitado las
garantías constitucionales de los territorios indígenas y quilombolas, entre otros ataques sufridos.
Esas acciones son el reflejo y, a su vez, reflejan los datos presentados en el presente Informe
DATALUTA 2015. Se comprueba una caída constante en el número de nuevos asentamientos y de
familias asentadas en Brasil. En 2014 se crearon 114 proyectos de nuevos asentamientos, y para
el año 2015 su número cayó a 81. En familias asentadas, se pasó de 10.850 a 5.490 en un año para
todo el territorio brasileño, a pesar de que aumentó el número de familias que participan en
ocupaciones de tierra, alcanzando las 38 mil. De hecho, el Informe muestra que, por primera vez
desde 2008, el número de familias que participan en ocupaciones está incrementándose, lo que es
una señal de la lenta recuperación de las ocupaciones de tierra.
Cuando la ofensiva contra la Reforma Agraria se recrudece, la contrapartida es una mayor apuesta
por el proyecto del agronegocio latifundista. En esta coyuntura de golpe multidimensional, se
refuerzan las relaciones capitalistas en el campo brasileño. Por ejemplo, en este contexto
verificamos las alteraciones del «nuevo» Código Forestal, que permite la liberalización de tierras
para su explotación intensiva por parte de la agricultura y los organismos genéticamente
modificados, así como facilidades para la adquisición de tierras por extranjeros.
A este respecto, el Informe DATALUTA presenta datos actuales sobre el proceso de
extranjerización de tierras. Podemos verificar la compra de tierras por capital internacional
(principalmente de Finlandia, Suecia, EE.UU. y Japón), como parte de una intensificación del
proceso de comoditización de granos, caña de azúcar, plantaciones forestales, que se territorializan
a lo largo de varios estados brasileños, entre los que destacan Bahía, Minas Gerais, Mato Grosso
do Sul, Mato Grosso, y la actual área de interés del agronegocio latifundista: la región de MATOPIBA
(que comprende parte de los estados de Maranhão, Tocantins, Piauí y Bahia). El Informe
DATALUTA es un documento que no debería existir si Brasil hubiera optado por otro modelo de
desarrollo para el campo. Sólo en el año 2015, no hubiera tenido más de 38 mil familias luchando
por la tierra y organizadas en 21 movimientos socioterritoriales. En ese otro Brasil, las más de un
millón y cien mil familias asentadas estarían tranquilas sin la amenaza de ser expropiadas y perder
nuevamente sus tierras para el capital. Pero ese no es el Brasil que tenemos. El que tenemos es el
Brasil de la conquista de derechos a través de la lucha. Por eso necesitamos de rebeldía.
Prof. Dr. Carlos Alberto Feliciano
Coordinador de la RED DATALUTA
Este livro é resultado do projeto “Extraterritorialidades, entrecruzamento de soberanias e fontes... more Este livro é resultado do projeto “Extraterritorialidades, entrecruzamento de soberanias e fontes de conflito na América Latina”, coordenado pelo Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais da UNESP (IEEI-UNESP).
Nos seus onze capítulos e no apêndice estatístico são abordadas problemáticas emergentes associadas à governabilidade e ao conflito, tomando como referência processos de desterritorialização e reterritorialização que resultam de políticas estatais, ação de movimentos sociais, organizações armadas, redes de crime organizado, grupos étnicos, empresas e potências regionais.
Livro paradidático para o Ensino Fundamental e Médio
A trajetória do MST e a luta pela terra no Brasil B r a v a g e n t e João Pedro Stedile Bernardo... more A trajetória do MST e a luta pela terra no Brasil B r a v a g e n t e João Pedro Stedile Bernardo Mançano Fernandes " Para mim, o Movimento dos Sem Terra é um dos únicos movimentos – senão o único – que reúne em sua ação as lutas pela dignidade e pela cidadania no Brasil. Sua ação é toda centrada em uma só preocupação, um só eixo: promover a real e justa divisão de renda no país que tem o sistema de distribuição mais injusto do mundo. Acompanho sua luta com atenção, desde o início. Creio também que sua maior importância está no fato de incorporar e materializar todas as experiências anteriores, e que este sistema injusto que domina nosso país vem tentando, ao longo dos anos, apagar da nossa memória. Vejo no Movimento dos Sem Terra as experiências acumuladas pelas Ligas Camponesas, pelas federações dos trabalhadores agrários – as Fetags –, pelas comunidades eclesiais de base. É um movimento cívico sério, que merece o respeito de todos os brasileiros e uma atenção real e corajosa por parte das autoridades. Qualquer brasileiro que tenha um mínimo de responsabilidade, que tenha consciência da situação social real do nosso país, tem o dever de acompanhar e apoiar o trabalho e a luta do MST. A história nos trouxe até um ponto em que foi preciso duvidar de todas as certezas. A esta altura, depois de ter passado por esse processo árduo, sinto-me no direito de expressar, com serenidade, que se poucas certezas sobrevivem em mim, uma delas é o valor e a dignidade do Movimento dos Sem Terra. Apoiar o MST é preservar meu direito a continuar confiando na história, a despeito de tudo que o sistema vem fazendo no Brasil ao longo dos tempos. "
Estudo da Formação do MST 1979-1999
O golpe neoliberal e a questão agrária Neste relatório compartilhamos dados da questão agrária p... more O golpe neoliberal e a questão agrária
Neste relatório compartilhamos dados da questão agrária para análises da atual conjuntura agrária na segunda fase neoliberal, que iniciou com o golpe de 2016. Alguns dados estão sistematizados até o ano de 2016 e outros até 2017. A luta pela terra no neoliberalismo é vista com preconceitos nos atos fascistas que têm assassinado dezenas de pessoas, multiplicando a violência contra os povos tradicionais. A intolerância dos ruralistas representados pela aliança latifúndio – agronegócio é uma estratégia de desespero para garantir a concentração da estrutura fundiária e a hegemonia do modelo do agronegócio. É neste cenário de acirramento das conflitualidades que devemos compreender a luta pela terra no neoliberalismo, com aumento da violência e minimização das políticas de desenvolvimento da agricultura camponesa, como por exemplo o fechamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA, os cortes da quase totalidade das políticas públicas como o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA ou o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária – PRONERA. A luta pela terra no pós-neoliberalismo (governos Lula e Dilma) revelou o fracasso da convivência entre classes que estes governos tentaram construir. O mesmo ministro da agricultura do governo Lula tornou-se ministro da agricultura do governo golpista, demonstrando o caráter hegemônico do capitalismo agrário.
A leitura deste relatório revela um refluxo da luta pela terra, com a diminuição das ocupações e do número de movimentos socioterritoriais que estão próximos aos anos 2001 e 2002 no final da primeira fase neoliberal, quando o governo Fernando Henrique Cardoso criou a medida provisória que criminalizou as ocupações de terra. Este refluxo não significa o fim da luta pela terra e tampouco comprova que a reforma agrária não é mais necessária, significa sim que em tempos de atos fascistas apoiados por um governo golpista neoliberal, que aumentaram a violência no campo, com chacinas e mortes seletivas, a luta refluiu para salvaguardar a vida, mas está crescendo por dentro e pode se manifestar a qualquer momento. Essa compreensão só é possível com uma visão histórica e esta é a importância do relatório DATALUTA, que completa vinte anos em 2018. O refluxo da luta é uma evidência da violência e a diminuição dos assentamentos é uma evidência da política neoliberal do capitalismo agrário. Em 2016, tivemos o menor número de assentamentos criados desde o governo Collor. Em 2017 não foi criado nenhum assentamento. A manutenção da concentração fortalece a aliança latifúndio – agronegócio com o arrendamento e venda de terras para a produção de commodities.
Para nós da REDE DATALUTA que pesquisamos a questão agrária todos os dias está evidente o refluxo da luta, a diminuição de assentamentos, de políticas públicas e o aumento da violência e assassinatos de trabalhadoras e trabalhadores. Esta é a marca do golpe neoliberal e a questão agrária. O refluxo da luta contrasta com a territorialização do capital internacional no processo de estrangeirização da terra como produto da financeirização que assumiu papel determinante do modelo hegemônico com a participação de fundos soberanos e fundos de pensões. Análises mais amplas da questão agrária na segunda fase neoliberal estão no Boletim DATALUTA, publicado mensalmente. Por fim e reafirmando, este relatório é resultado de uma pesquisa de dezenas de pesquisadores de todo o Brasil que fornece ao leitor referências para uma análise da questão agrária no neoliberalismo. Boa leitura e envie sua análise para debater conosco.
Bernardo Mançano Fernandes
Pesquisador da REDE DATALUTA
El DATALUTA - Banco de Datos de la Lucha por la Tierra - es un proyecto de extensión e investigac... more El DATALUTA - Banco de Datos de la Lucha por la Tierra - es un proyecto de extensión e investigación creado en 1998 por el Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária – NERA – vinculado al Departamento de Geografía de la Facultad de Ciencias y Tecnología de la Universidad Estatal Paulista - UNESP, campus de Presidente Prudente. La elaboración del primer Informe DATALUTA en 1999 con los datos de 1998 fue el inicio de esta publicación de categorías esenciales para la comprensión cuestión agraria brasileña, superando la dificultad de acceder a datos sistematizados sobre ocupaciones y asentamientos. En 2004 incorporamos la categoría “movimientos socioterritoriales”, en 2010 la de “estructura de la propiedad de la tierra” y la categoría “manifestaciones del campo”, y en este año de 2015 presentamos la categoría “extranjerización de la tierra” con datos de 2014. Los informes se componen de gráficos, tablas, cuadros y mapas sobre parte de la realidad agraria brasileña.
Con el objetivo de propiciar lecturas diversas de la realidad agraria brasileña nos reunimos en un colectivo de pensamiento y creamos la RED DATALUTA, sumando los esfuerzos, concentración y disciplina de nueve grupos de investigación de las siguientes universidades: Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária – NERA, vinculado al Departamento de Geografía de Facultad de Ciencias y Tecnología de la UNESP, campus de Presidente Prudente; el Laboratório de Geografia Agrária – LAGEA, de la Universidad Federal de Uberlândia; el Laboratório de Geografia das Lutas no Campo e na Cidade – GEOLUTAS, del Departamento de Geografía de la Universidad Estatal del Oeste de Paraná – campus de Marechal Rondon; el Núcleo de Estudos Agrários – NEAG, del Departamento de Geografía de la Universidad Federal de Rio Grande do Sul; el Grupo de Pesquisas em Geografia Agrária e Conservação da Biodiversidade do Pantanal – GECA, de la Universidad Federal de Mato Grosso; el Laboratório de Estudos Rurais e Urbanos – LABERUR, del Departamento de Geografía de la Universidad Federal de Sergipe; el Observatório dos Conflitos do Campo – OCCA, de la Universidad Federal de Espírito Santo; el Grupo de Estudos sobre Trabalho, Espaço e Campesinato – GETEC, de la Universidad Federal de Paraíba y el Laboratório de Estudos Territoriais – LABET, del campus de Três Lagoas de la Universidad Federal de Mato Grosso do Sul.
Esa articulación de grupos de investigación está contribuyendo a la espacialización del DATALUTA, creando las condiciones para establecer una red nacional y obtener datos más ajustados, para aportar a una mejor cualificación del conocimiento y del desarrollo de temas vinculados a la cuestión agraria. Hoy el DATALUTA se ha convertido en una referencia nacional e internacional para los estudiosos de la cuestión agraria, lo que ha posibilitado intercambios de investigación con países como Canadá, Estados Unidos, Cuba, España, Bolivia, Colombia, Ecuador, Chile, Argentina, Uruguay y Francia.
Investigadores, movimientos socioterritoriales, instituciones públicas y privadas y la prensa nacional e internacional son usuarios de los datos proporcionados por el DATALUTA para que efectúen sus respectivas interpretaciones sobre la cuestión agraria brasileña. Algunos ejemplos son los artículos publicados en periódicos como: Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo, Jornal do Brasil, O Dia de Goiânia, Jornal de Fato do Rio Grande do Norte, Correio Brasiliense, Correio da Bahia, Diário do Nordeste, Jornal do Commercio, Gazeta do Povo, Revistas Veja, Isto É, Carta Capital, revista ADUSP y revista Terra Livre de la Asociación de los Geógrafos Brasileños – AGB do Brasil, además de los periódicos internacionales como el argentino Serie Ensayos & Investigaciones Nº 28 de Buenos Aires, la española Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales de la Universidad de Barcelona y el alemán Brasilen Nachrichten, entre otros. En 2006, la Enciclopédia Latino Americana (Editora Boitempo), organizada por Emir Sader y, en 2007, el Geoatlas (Editora Ática), escrito por Maria Elena Simielli, también utilizaron nuestros datos. En el año 2011, los datos referentes al informe de 2009 fueron utilizados en la edición revisada y actualizada del libro Questão Agrária no Brasil, de João Pedro Stédile. Algunos ejemplos de utilización de los datos del DATALUTA en 2012 son los portales Brasil de Fato, el del MST, el de la Rectoría de la UNESP y el del Estadão. Los datos también fueron utilizados en materiales del Jornal Gazeta do Povo y Folha de São Paulo. Hasta el momento, los exámenes de acceso a tres universidades han utilizado el DATALUTA para la elaboración de preguntas: Universidad Estatal de Londrina – UEL, Universidad Federal de São Carlos – UFSCar, Universidad de Campinas y la Pontificia Universidad Católica de São Paulo – PUC/SP. Estudiantes de pregrado, posgrado y otros investigadores de instituciones como la USP (Universidad de São Paulo), UEM (Universidad Estatal de Maringá), UNICAMP (Ceres), FURG (Programa da Pos-Graduación en Modelaje Computacional), UFSC (Universidad Federal de Santa Catarina), UFBA (Universidad Federal da Bahia), UFF (Universidad Federal Fluminense), UFRJ (Universidad Federal de Rio de Janeiro), FATEC (Presidente Prudente y Sorocaba), Universidad París-Sorbonne, Universidad de California en Berkeley, Universidad de Manitoba, Universidad de Saint Mary, Universidad de Harwick, entre otras, son algunos ejemplos de estudiosos que utilizan los mapas, tablas, cuadros y gráficos en proyectos, trabajos e investigaciones académicas.
Los informes anuales del DATALUTA son entregados al Archivo Documental del Movimiento de Trabajadores Rurales Sin Tierra - MST, establecido en el Centro de Memoria y Documentación de la UNESP - CEDEM, creado a partir del convenio celebrado entre la UNESP y la Asociación Nacional de Cooperación Agrícola - ANCA. También se encuentra disponible en las páginas web del NERA: www.fct.unesp.br/nera, del LAGEA: www.igu.ufu.br/lagea e de la Cátedra UNESCO de Educación del Campo y Desarrollo Territorial: www.unesp.br/educampo. A partir de 2009, el DATALUTA se convirtió en un proyecto de la Cátedra UNESCO de Educación del Campo y Desarrollo Territorial.
Para la divulgación más rápida de los datos del DATALUTA creamos en enero de 2008 el Boletín DATALUTA. Con este periódico estamos difundiendo nuestros análisis sobre las sistematizaciones y contrastaciones, así como lecturas de otros investigadores que divulgamos en una publicación que denominamos "artículo del mes". Visite www.fct.unesp.br/nera. Para recibir mensualmente el Boletín envíe un e mail a boletimdataluta@fct.unesp.br.
Nuestros agradecimientos van para todos los investigadores que trabajaron intensamente en la elaboración de este informe así como en el desarrollo de otras actividades, siempre comprometidos con la investigación de la cuestión agraria. Igualmente agradecemos el apoyo de las Pro-Rectorías de Extensión Universitaria de la UNESP, UFES, UFMS y UFU, del Programa UNESP de Divulgación Permanente de la Ciencia - Ciencia en la UNESP, de Consejo Nacional de Desarrollo Científico y Tecnológico - CNPq, a los Fondos de Amparo para la Investigación de los estados de Sao Paulo (FAPESP), Minas Gerais (FAPEMIG), Mato Grosso (FAPEMAT) y Sergipe (FAPITEC), al Ministerio de Desarrollo Agrario y a la Cátedra UNESCO de Educación del Campo y Desarrollo Territorial que posibilitaron la continuidad y desarrollo de nuestros estudios.
Solicitamos a los usuarios de estos datos que tengan la gentileza de enviarnos un ejemplar del resultado de su trabajo por vía electrónica o por correo convencional para que haga parte de nuestros archivos.
The Land Struggle Database (DATALUTA) is a community service research project created in 1998 by... more The Land Struggle Database (DATALUTA) is a community service research project created in 1998 by the Agrarian Reform Study, Research and Project Centre (NERA), linked to the Geography Department of the Science and Technology Faculty of São Paulo State University (UNESP), Presidente Prudente campus. The first of an annual series of DATALUTA reports came out in 1999, using 1998 data on land occupations and settlement creation. Its publication of these key categories of Brazil's contemporary land struggle was motivated by difficulties of access to systematized data about the country's contentious agrarian question. In 2004, we incorporated the socio-territorial movements category. In 2010, land tenure and protest categories were added and in 2015, we presented another new category, land grabbing. The reports are graphs of composite data, tables, charts and maps on part Brazilian agrarian reality.
In 2006, NERA began to reach out to similar research groups in order to aggregate different perspectives of Brazilian agrarian reality in a network (rede, in Portuguese). REDE DATALUTA became a thought collective that worked together rigorously to generate data from diverse sources and produce a national report. The network eventually grew to include NERA and the following eight research groups: the Agrarian Geography Laboratory (LAGEA) of Uberlândia Federal University (UFU); Rural and Urban Struggles Geography Laboratory (GEOLUTAS) of Western Paraná State University (UNIOESTE); the Agrarian Studies Center (NEAG) of the Rio Grande do Sul Federal University; the Agrarian Geography and Wetland Biodiversity Conservation group (GECA) of Mato Grosso Federal University; the Rural and Urban Studies Laboratory (LABERUR) of Sergipe Federal University; Countryside Conflicts Observatory (OCCA) of Espírito Santo Federal University (UFES); the Labor, Space and Peasantry Study Group (GETEC) of Paraíba Federal University, and the Territorial Studies Laboratory (LABET) of Mato Grosso do Sul Federal University (UFMT).
This collective of research groups contributes to the spatial distribution of DATALUTA, creating conditions to establish an ever more far-reaching national network, improving the quality of data gathering, organization and analysis, attuning the reports better to local development and land issues. Today DATALUTA has become a national and international reference for agrarian question scholars, enabling research exchanges with countries such as Argentina, Bolivia, Canada, Chile, Colombia, Cuba, Ecuador, France, Spain, United States and Uruguay.
Users of DATALUTA network data include researchers, socio-territorial movements, public and private institutions, and the Brazilian and international press. In Brazil, articles using DATALUTA information have been published in periodicals such as O Estado de S. Paulo, A Folha de S. Paulo, O Globo, Jornal do Brasil, Dia de Goiania, Jornal de Fato do Rio Grande do Norte, Correio Brasiliense, Correio da Bahia, Diário do Northeast, Jornal do Commercio, Gazeta do Povo, and the magazines Veja, Isto é, Carta Capital, and Terra Livre, official journal of the Brazilian Geographers Association. Internationally, DATALUTA has been utilized by journals in Argentine, German, the United States, Canada and many other countries.
All DATALUTA annual reports are available on the websites of NERA, at www.fct.unesp.br/nera, LAGEA at www.ig.ufu.br/lagea and the UNESCO Territorial Development and Education for the Countryside Chair, at www.unesp.br/educampo.
In fact, from 2009, the REDE DATALUTA became a project of the UNESCO Territorial Development and Education for the Countryside Chair.
As the report is published only once a year, NERA began to publish a monthly bulletin in January, 2008 to enhance the dissemination of DATALUTA data. The bulletin, Boletim DATALUTA, is circulated to nearly 5,000 individual and institutional e-mail addresses around the world. The newsletter emphasized the publication of analyzes of relevant land struggle events and questions by affiliated researchers who use DATALUTA data. It also features announcements of related publications and events. Visit www.fct.unesp.br/nera To join the e-mail list send a message to boletimdataluta@fct.unesp.br
Our sincerest thanks to all the researchers who have contributed to this report, demonstrating their intense commitment to investigating the agrarian question. We also appreciate the support of extension services at UNESP, UFES, UFMS and UFU. The report series also depends on support from UNESP's Program for Scientific Communication, the National Council for Scientific and Technological Development (CNPq), São Paulo State Research Foundation (FAPESP), Minas Gerais State Research Foundation (FAPEMIG), Mato Grosso State Research Foundation (FAPEMAT) and the Sergipe State Research and Technological Innovation Foundation (FAPITEC). We are also grateful to Brazil's Agrarian Development Ministry and the UNESCO Territorial Development and Education for the Countryside Chair for facilitating our studies continued viability and development.
We ask users of our data to kindly send us a copy of resulting work result by electronic or conventional mail so that it can be added to the REDE DATALUTA archives.
Este livro foi escrito para as pessoas interessadas em conhecer o Brasil agrário de fato. A forte... more Este livro foi escrito para as pessoas interessadas em conhecer o Brasil agrário de fato. A forte propaganda do agronegócio que se apresenta como modelo absoluto ignora ou descaracteriza o outro modelo agrícola, formado pelo trabalho familiar, de produção em pequena escala e responsável pela segurança alimentar de nosso país. Esses modelos são discutidos no livro.
Agribusiness versus peasants? Obvious or illogical? Two visions: agrarian ques6on paradigm or agr... more Agribusiness versus peasants? Obvious or illogical?
Two visions: agrarian ques6on paradigm or agrarian capitalism paradigm
Agribusiness is the hegemonic model – The peasant is secondary, residual
Peasantry is strategic model – The agribusiness is not “the center of the universe”
- Agroecology and food sovereignty
Dispu6ng neoliberal and in post-neoliberal governments
both defend agrarian capitalism paradigm
with a difference:
post-neoliberal government create public policies from agrarian ques6on
paradigm
A geografia do Pará em múltiplas perspectivas: políticas públicas, gestão e desenvolvimento territorial , 2017