Bernadete Abaurre | Universidade Estadual de Campinas (original) (raw)
Papers by Bernadete Abaurre
Boletim da ABRALIN7, 1986
Estilo e gênero na aquisição da escrita, 2003
Revista da ABRALIN, 2015
Neste trabalho apresenta-se uma análise que estabelece uma relação entre as proibições conso... more Neste trabalho apresenta-se uma análise que estabelece uma relação entre as proibições consonantais em onset e os ditongos crescentes no português. O objetivo é compreender a proibição do tepe /ɾ/ e das soantes palatais /ʎ, ɲ/ em posição inicial absoluta e dos glides [j,w] em onset em qualquer posição da palavra. O problema analisado refere-se à restrição fonotática que proíbe um grupo de segmentos que não forma uma classe natural, como é o caso de /ɾ, ʎ, ɲ/. Analisam-se também os ditongos crescentes e seus desdobramentos nos segmentos [kw, gw] e em monotongação. Defende-se que as formas monotongadas são motivadas pela qualidade da vogal nuclear e pelas consoantes precedentes, obedecendo a uma tipologia restritiva. Propõe-se também que os ditongos são monotongados por motivação consonantal quando as consoantes africadas precedem sequências [jV]. Entende-se ainda que a proibição de ditongos crescentes no português pode ser mais bem compreendida conceb...
Journal of Portuguese Linguistics, 2020
This paper addresses the acoustic realisations of the pretonic vowels /e, o/ that have been previ... more This paper addresses the acoustic realisations of the pretonic vowels /e, o/ that have been previously reported to undergo regressive vowel harmony in Brazilian Portuguese. It examines how the height of pretonic /e, o/ is affected by the phonological and phonetic height of the adjacent stressed vowel in three dialects: Northeastern (Bahia), Northern (Amazonas) and Southern (Rio Grande do Sul). A pseudoword reading task was performed with two speakers each of the three different dialects. The findings suggest that there is some kind of low harmony, in that /e, o/ are realized with markedly higher F1 before the stressed low vowels /ɛ, a, ɔ/ than before the stressed non-low vowels /i, e, o, u/. This effect was found for all dialects, but appears to be categorical (and thus phonological) for the Northern and Northeastern speakers, while gradient for the Southern speakers, where it is likely due to phonetic V-to-V coarticulation. More importantly, no effect of height harmony was found in any of the dialects: pretonic /e, o/ were not produced significantly higher before a stressed /i, u/. In addition, Northern and Southern speakers showed V-to-V coarticulation for the non-high pretonic vowels, illustrating with Northern speakers that a categorical harmony process can co-occur together with a gradient vowel assimilation in the same dialect.
Cognition, 2021
This work aims to investigate French children's ability to use phrasal boundaries for disambi... more This work aims to investigate French children's ability to use phrasal boundaries for disambiguation of a type of ambiguity not yet studied, namely stripping sentences versus simple transitive sentences. We used stripping sentences such as "[Le tigre tape]! [Le canard aussi]!" ("[The tiger is hitting]! [The duck too]!", in which both the tiger and the duck are hitting), which, without the prosodic information, would be ambiguous with a transitive sentence such as "[Le tigre] [tape le canard aussi]!" ("[The tiger] [is hitting the duck too]!", in which the tiger is hitting the duck). We presented 3-to-4-year-olds and 28-month-olds with one of the two types of sentence above, while they watched two videos side-by-side on a screen: one depicting the transitive interpretation of the sentences, and another depicting the stripping interpretation. The stripping interpretation video showed the two characters as agents of the named action (e.g. a duck and a tiger hitting a bunny), and the transitive interpretation video showed only the first character as an agent, and the second character as a patient of the action (e.g. the tiger hitting the duck and the bunny). The results showed that 3-to-4-year-olds use prosodic information to correctly distinguish stripping sentences from transitive sentences, as they looked significantly more at the appropriate video, while 28-month-olds show only a trend in the same direction. While recent studies demonstrated that from 18 months of age, infants are able to use phrasal prosody to guide the syntactic analysis of ambiguous sentences, our results show that only 3-to-4-year-olds were able to reliably use phrasal prosody to constrain the parsing of stripping sentences. We discuss several factors that can explain this delay, such as differences in the frequency of these structures in child-directed speech, as well as in the complexity of the sentences and of the experimental task. Our findings add to the growing body of evidence on the role of prosody in constraining parsing in young children.
Revista da ABRALIN, 2015
Neste trabalho apresenta-se uma análise que estabelece uma relação entre as proibições conso... more Neste trabalho apresenta-se uma análise que estabelece uma relação entre as proibições consonantais em onset e os ditongos crescentes no português. O objetivo é compreender a proibição do tepe /ɾ/ e das soantes palatais /ʎ, ɲ/ em posição inicial absoluta e dos glides [j,w] em onset em qualquer posição da palavra. O problema analisado refere-se à restrição fonotática que proíbe um grupo de segmentos que não forma uma classe natural, como é o caso de /ɾ, ʎ, ɲ/. Analisam-se também os ditongos crescentes e seus desdobramentos nos segmentos [kw, gw] e em monotongação. Defende-se que as formas monotongadas são motivadas pela qualidade da vogal nuclear e pelas consoantes precedentes, obedecendo a uma tipologia restritiva. Propõe-se também que os ditongos são monotongados por motivação consonantal quando as consoantes africadas precedem sequências [jV]. Entende-se ainda que a proibição de ditongos crescentes no português pode ser mais bem compreendida conceb...
… Estadual de Campinas, …, 2001
Typical postlexical interface phenomena, like secondary (rhythmic) stress, can be succesfully mod... more Typical postlexical interface phenomena, like secondary (rhythmic) stress, can be succesfully modeled by OT analyses, which predict optimally stressed outputs from a set of possible inputs and a hierarchically ranked set of constraints. This paper presents an OT analysis for ...
Organon
Resumo: Neste artigo, buscamos evidência acústica para a harmonia vocá-lica com base na existênci... more Resumo: Neste artigo, buscamos evidência acústica para a harmonia vocá-lica com base na existência de correlação entre os valores de F1 das vogais pretônicas e tônicas. Abaurre & Sandalo (2009) mostram que um /a/ tôni-co não desencadeia harmonia vocálica em dados de Minas Gerais, Espírito Santo e Goiás. Dados de Kentowicz & Sandalo (2011), no entanto, sugerem que /a/ desencadeia harmonia em dados de Pernambuco. Neste trabalho, apresentamos uma hipótese preliminar, baseada na dispersão vocálica, acer-ca do comportamento de vogais tônicas baixas como gatilhos de harmonia pretônica. Nossa análise baseia-se na comparação feita entre dados de Salva-dor e Porto Alegre e os dados de São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco de Kenstowicz & Sandalo. Abstract: In this paper, we look for acoustic evidence for vowel harmony based on the existence of a correlation between F1 values of pretonic and tonic vowels. Abaurre & Sandalo (2009) show that a tonic /a/ does not trig-ger vowel harmony in data fr...
DELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada, 2014
As aplicações de modelos estatísticos em fonologia de laboratório têm se mostrado produtivas na a... more As aplicações de modelos estatísticos em fonologia de laboratório têm se mostrado produtivas na avaliações do poder de predição de hipóteses. Neste trabalho, a força da restrição FootBin foi testada estatisticamente, no português brasileiro e no português europeu, a partir de preditivas Bayesianas. Partimos do pressuposto de que, se a restrição FootBin for ativa, há uma preferência, na língua observada, por palavras com um número par de sílabas. Com base neste pressuposto, o estudo foi realizado a partir de dados experimentais (apagamento/redução vocálica) analisados acusticamente e tratados estatisticamente. Nossos resultados estatísticos apontam para o fato de FootBin estar ativa nas duas variedades de português, embora a força para binariedade se manifeste de maneira mais forte em PB. O fato de FootBin estar ativa nas duas variedades da língua com forças diferentes suporta uma análise otimalista baseada em restrições.
Journal of Portuguese Linguistics, 2020
This paper addresses the acoustic realisations of the pretonic vowels /e, o/ that have been previ... more This paper addresses the acoustic realisations of the pretonic vowels /e, o/ that have been previously reported to undergo regressive vowel harmony in Brazilian Portuguese. It examines how the height of pretonic /e, o/ is affected by the phonological and phonetic height of the adjacent stressed vowel in three dialects: Northeastern (Bahia), Northern (Amazonas) and Southern (Rio Grande do Sul). A pseudoword reading task was performed with two speakers each of the three different dialects. The findings suggest that there is some kind of low harmony, in that /e, o/ are realized with markedly higher F1 before the stressed low vowels /ɛ, a, ɔ/ than before the stressed non-low vowels /i, e, o, u/. This effect was found for all dialects, but appears to be categorical (and thus phonological) for the Northern and Northeastern speakers, while gradient for the Southern speakers, where it is likely due to phonetic V-to-V coarticulation. More importantly, no effect of height harmony was found in...
LIAMES-Línguas Indígenas Americanas, Jul 10, 2010
In this paper we discuss orality and nasality in some Brazilian Indian languages.
Boletim da ABRALIN7, 1986
Estilo e gênero na aquisição da escrita, 2003
Revista da ABRALIN, 2015
Neste trabalho apresenta-se uma análise que estabelece uma relação entre as proibições conso... more Neste trabalho apresenta-se uma análise que estabelece uma relação entre as proibições consonantais em onset e os ditongos crescentes no português. O objetivo é compreender a proibição do tepe /ɾ/ e das soantes palatais /ʎ, ɲ/ em posição inicial absoluta e dos glides [j,w] em onset em qualquer posição da palavra. O problema analisado refere-se à restrição fonotática que proíbe um grupo de segmentos que não forma uma classe natural, como é o caso de /ɾ, ʎ, ɲ/. Analisam-se também os ditongos crescentes e seus desdobramentos nos segmentos [kw, gw] e em monotongação. Defende-se que as formas monotongadas são motivadas pela qualidade da vogal nuclear e pelas consoantes precedentes, obedecendo a uma tipologia restritiva. Propõe-se também que os ditongos são monotongados por motivação consonantal quando as consoantes africadas precedem sequências [jV]. Entende-se ainda que a proibição de ditongos crescentes no português pode ser mais bem compreendida conceb...
Journal of Portuguese Linguistics, 2020
This paper addresses the acoustic realisations of the pretonic vowels /e, o/ that have been previ... more This paper addresses the acoustic realisations of the pretonic vowels /e, o/ that have been previously reported to undergo regressive vowel harmony in Brazilian Portuguese. It examines how the height of pretonic /e, o/ is affected by the phonological and phonetic height of the adjacent stressed vowel in three dialects: Northeastern (Bahia), Northern (Amazonas) and Southern (Rio Grande do Sul). A pseudoword reading task was performed with two speakers each of the three different dialects. The findings suggest that there is some kind of low harmony, in that /e, o/ are realized with markedly higher F1 before the stressed low vowels /ɛ, a, ɔ/ than before the stressed non-low vowels /i, e, o, u/. This effect was found for all dialects, but appears to be categorical (and thus phonological) for the Northern and Northeastern speakers, while gradient for the Southern speakers, where it is likely due to phonetic V-to-V coarticulation. More importantly, no effect of height harmony was found in any of the dialects: pretonic /e, o/ were not produced significantly higher before a stressed /i, u/. In addition, Northern and Southern speakers showed V-to-V coarticulation for the non-high pretonic vowels, illustrating with Northern speakers that a categorical harmony process can co-occur together with a gradient vowel assimilation in the same dialect.
Cognition, 2021
This work aims to investigate French children's ability to use phrasal boundaries for disambi... more This work aims to investigate French children's ability to use phrasal boundaries for disambiguation of a type of ambiguity not yet studied, namely stripping sentences versus simple transitive sentences. We used stripping sentences such as "[Le tigre tape]! [Le canard aussi]!" ("[The tiger is hitting]! [The duck too]!", in which both the tiger and the duck are hitting), which, without the prosodic information, would be ambiguous with a transitive sentence such as "[Le tigre] [tape le canard aussi]!" ("[The tiger] [is hitting the duck too]!", in which the tiger is hitting the duck). We presented 3-to-4-year-olds and 28-month-olds with one of the two types of sentence above, while they watched two videos side-by-side on a screen: one depicting the transitive interpretation of the sentences, and another depicting the stripping interpretation. The stripping interpretation video showed the two characters as agents of the named action (e.g. a duck and a tiger hitting a bunny), and the transitive interpretation video showed only the first character as an agent, and the second character as a patient of the action (e.g. the tiger hitting the duck and the bunny). The results showed that 3-to-4-year-olds use prosodic information to correctly distinguish stripping sentences from transitive sentences, as they looked significantly more at the appropriate video, while 28-month-olds show only a trend in the same direction. While recent studies demonstrated that from 18 months of age, infants are able to use phrasal prosody to guide the syntactic analysis of ambiguous sentences, our results show that only 3-to-4-year-olds were able to reliably use phrasal prosody to constrain the parsing of stripping sentences. We discuss several factors that can explain this delay, such as differences in the frequency of these structures in child-directed speech, as well as in the complexity of the sentences and of the experimental task. Our findings add to the growing body of evidence on the role of prosody in constraining parsing in young children.
Revista da ABRALIN, 2015
Neste trabalho apresenta-se uma análise que estabelece uma relação entre as proibições conso... more Neste trabalho apresenta-se uma análise que estabelece uma relação entre as proibições consonantais em onset e os ditongos crescentes no português. O objetivo é compreender a proibição do tepe /ɾ/ e das soantes palatais /ʎ, ɲ/ em posição inicial absoluta e dos glides [j,w] em onset em qualquer posição da palavra. O problema analisado refere-se à restrição fonotática que proíbe um grupo de segmentos que não forma uma classe natural, como é o caso de /ɾ, ʎ, ɲ/. Analisam-se também os ditongos crescentes e seus desdobramentos nos segmentos [kw, gw] e em monotongação. Defende-se que as formas monotongadas são motivadas pela qualidade da vogal nuclear e pelas consoantes precedentes, obedecendo a uma tipologia restritiva. Propõe-se também que os ditongos são monotongados por motivação consonantal quando as consoantes africadas precedem sequências [jV]. Entende-se ainda que a proibição de ditongos crescentes no português pode ser mais bem compreendida conceb...
… Estadual de Campinas, …, 2001
Typical postlexical interface phenomena, like secondary (rhythmic) stress, can be succesfully mod... more Typical postlexical interface phenomena, like secondary (rhythmic) stress, can be succesfully modeled by OT analyses, which predict optimally stressed outputs from a set of possible inputs and a hierarchically ranked set of constraints. This paper presents an OT analysis for ...
Organon
Resumo: Neste artigo, buscamos evidência acústica para a harmonia vocá-lica com base na existênci... more Resumo: Neste artigo, buscamos evidência acústica para a harmonia vocá-lica com base na existência de correlação entre os valores de F1 das vogais pretônicas e tônicas. Abaurre & Sandalo (2009) mostram que um /a/ tôni-co não desencadeia harmonia vocálica em dados de Minas Gerais, Espírito Santo e Goiás. Dados de Kentowicz & Sandalo (2011), no entanto, sugerem que /a/ desencadeia harmonia em dados de Pernambuco. Neste trabalho, apresentamos uma hipótese preliminar, baseada na dispersão vocálica, acer-ca do comportamento de vogais tônicas baixas como gatilhos de harmonia pretônica. Nossa análise baseia-se na comparação feita entre dados de Salva-dor e Porto Alegre e os dados de São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco de Kenstowicz & Sandalo. Abstract: In this paper, we look for acoustic evidence for vowel harmony based on the existence of a correlation between F1 values of pretonic and tonic vowels. Abaurre & Sandalo (2009) show that a tonic /a/ does not trig-ger vowel harmony in data fr...
DELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada, 2014
As aplicações de modelos estatísticos em fonologia de laboratório têm se mostrado produtivas na a... more As aplicações de modelos estatísticos em fonologia de laboratório têm se mostrado produtivas na avaliações do poder de predição de hipóteses. Neste trabalho, a força da restrição FootBin foi testada estatisticamente, no português brasileiro e no português europeu, a partir de preditivas Bayesianas. Partimos do pressuposto de que, se a restrição FootBin for ativa, há uma preferência, na língua observada, por palavras com um número par de sílabas. Com base neste pressuposto, o estudo foi realizado a partir de dados experimentais (apagamento/redução vocálica) analisados acusticamente e tratados estatisticamente. Nossos resultados estatísticos apontam para o fato de FootBin estar ativa nas duas variedades de português, embora a força para binariedade se manifeste de maneira mais forte em PB. O fato de FootBin estar ativa nas duas variedades da língua com forças diferentes suporta uma análise otimalista baseada em restrições.
Journal of Portuguese Linguistics, 2020
This paper addresses the acoustic realisations of the pretonic vowels /e, o/ that have been previ... more This paper addresses the acoustic realisations of the pretonic vowels /e, o/ that have been previously reported to undergo regressive vowel harmony in Brazilian Portuguese. It examines how the height of pretonic /e, o/ is affected by the phonological and phonetic height of the adjacent stressed vowel in three dialects: Northeastern (Bahia), Northern (Amazonas) and Southern (Rio Grande do Sul). A pseudoword reading task was performed with two speakers each of the three different dialects. The findings suggest that there is some kind of low harmony, in that /e, o/ are realized with markedly higher F1 before the stressed low vowels /ɛ, a, ɔ/ than before the stressed non-low vowels /i, e, o, u/. This effect was found for all dialects, but appears to be categorical (and thus phonological) for the Northern and Northeastern speakers, while gradient for the Southern speakers, where it is likely due to phonetic V-to-V coarticulation. More importantly, no effect of height harmony was found in...
LIAMES-Línguas Indígenas Americanas, Jul 10, 2010
In this paper we discuss orality and nasality in some Brazilian Indian languages.