Camila Vedovello | Universidade Estadual de Campinas (original) (raw)

Papers by Camila Vedovello

Research paper thumbnail of Chacinas urbanas na cidade e na Região Metropolitana de São Paulo (2009-2020)

Cadernos Metrópole, 2024

Artigo publicado em Open Acess Creative Commons Atribution Artigo original Chacinas urbanas na ci... more Artigo publicado em Open Acess Creative Commons Atribution Artigo original Chacinas urbanas na cidade e na Região Metropolitana de São Paulo (2009-2020) Urban slaughters in the city and Metropolitan Region of São Paulo (2009-2020) Camila de Lima Vedovello [I] Resumo Este artigo analisa as chacinas ocorridas em São Paulo e Região Metropolitana entre 2009 e 2020. Utilizando dados de notícias e entrevistas com jornalistas e agentes de segurança pública, o artigo proporciona uma análise socioespacial, destacando características das vitimizações, dos executores e do modus operandi dessa forma de extermínio. As mortes resultantes das chacinas revelam uma polissemia de conflitos urbanos, predominantemente ligados a disputas de poder, "mercadorias políticas" (Misse, 2014) e vinganças entre grupos criminais, ou entre agentes de segurança pública e esses grupos. As populações periféricas são as principais vítimas das chacinas, que ocorrem em seus locais de moradia e socialização, evidenciando relações de poder nesses territórios.

Research paper thumbnail of Quem sangra na fábrica de cadáveres?: as chacinas em São Paulo e RMSP e a Chacina da Torcida Organizada Pavilhão Nove

Tese (Doutorado em Sociologia) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, 2022

Esta tese analisa chacinas na cidade de São Paulo e Região Metropolitana, no período de 1980 a 20... more Esta tese analisa chacinas na cidade de São Paulo e Região Metropolitana, no período de 1980 a 2020, discutindo como se dá a construção social dos chamados homicídios múltiplos e as mobilizações de familiares de vítimas, jornalistas, agentes de segurança pública e movimentos de familiares sobre os sentidos atribuídos ao que se considera ou não enquanto chacina. Analiso a Chacina da Torcida Organizada Pavilhão Nove, ocorrida em 2015, época das grandes chacinas, e que deixou oito torcedores mortos e tendo dois policiais militares e um ex – policial apontados pelas investigações como executores. A partir dessa análise debato os entremeios de como o Massacre do Carandiru influiu não somente nas políticas de segurança pública e no mundo do crime paulista, mas também em modos de sociabilidade, tendo em vista que a Torcida homenageia o raio prisional que sofreu o massacre em 1992. Assim, há uma sujeição criminal que incidiu sobre essa agremiação pela homenagem e símbolos prisionais que trazem. Discuto as chacinas nesta tese a partir da chave de uma urbanização militarizada em que execuções, chacinas e massacres são ferramentas do genocídio da juventude negra, a partir da produção de vidas matáveis. A partir dos dados sobre esses eventos, construí os modi operandi das chacinas, assim como as características das vitimizações e dos executores, além de realizar uma análise socioespacial das chacinas, observando como essas ocorrem em sua maioria em territórios periféricos. O estudo demonstrou como as chacinas perfazem a exceção permanente da nossa segurança pública. Em minhas análises também se encontram a produção das memórias e das organizações para as lutas por justiça dos familiares, amigos e integrantes da Torcida e a produção jurídica e jornalística dessa chacina, demonstrando os modos de sujeição criminal e as disputas em torno da responsabilização pelas execuções.

Research paper thumbnail of Os Vários Cotidianos Cortados Pelas Grades Uma Análise Sobre as Vivências No Centro De Ressocialização

Revista Aurora, 2008

O presente artigo é um desdobramento da dissertação de mestrado “Novas formas de encarceramento? ... more O presente artigo é um desdobramento da dissertação de mestrado “Novas formas de encarceramento? Os jovens e o Centro de Ressocialização”, onde foram discutidas questões como o crime cometido e seu caminho, o perfil dos presos, as percepções dos funcionários sobre a entrada no crime, o trabalho carcerário, além de uma análise sobre essa instituição prisional que vêm sendo amplamente instalada no Estado de São Paulo nos últimos anos. Nesse estudo aqui apresentado travaremos uma análise sobre a rotina dos diversos sujeitos que cotidianamente estão dentro do Centro de Ressoacialização estudado, seja para cumprirem ou esperarem suas penas, seja para trabalharem para o funcionamento dessa prisão.

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Revista de Estudos Empíricos em Direito, 2020

O presente texto trata de uma análise sobre as chacinas e como elas se inserem na dinâmica dos co... more O presente texto trata de uma análise sobre as chacinas e como elas se inserem na dinâmica dos conflitos em São Paulo e Região Metropolitana. Para tanto, nos atentamos a entender a historicidade dessa forma de conflitualidade, os modus operandi, a vitimização e os agentes executores, compreendendo o período entre 1980 e 2018. Além de traçarmos essa historicidade e, como forma de compreendermos de modo mais aprofundado as inter-relações que operam uma chacina, nos debruçamos, também, na análise de uma chacina específica, a Chacina da Torcida Pavilhão 9 (que em seu nome homenageia o raio Pavilhão 9 do Carandiru, palco de um massacre em 1992), ocorrida em 18 de abril de 2015, na quadra dessa torcida organizada do Sport Club Corinthians Paulista. A chacina contra essa torcida organizada vitimou 8 torcedores e foi efetuada por policiais militares e um ex policial militar, sendo que, o referido ex policial foi levado à júri popular, sendo condenado a cento e quarenta e nove anos de prisão...

Research paper thumbnail of Novas formas de encarceramento?: os jovens e o centro de ressocialização

NOVAS FORMAS DE ENCARCERAMENTO? OS JOVENS E O CENTRO DE RESSOCIALIZAÇÃO. (Dissertação de Mestrado... more NOVAS FORMAS DE ENCARCERAMENTO? OS JOVENS E O CENTRO DE RESSOCIALIZAÇÃO. (Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais- Unesp/Marília. 2008) RESUMO A prisão enquanto principal forma de punição aparece nas sociedades num período recente. Ela surge como a forma de punição por excelência a partir do século XIX com a sociedade industrial. No Brasil e no Estado de São Paulo, é com o advento da República e as idéias de progresso advindas com ela que se começa a pensar a prisão com uma maior acuidade; pois existia um forte pressuposto de que o desenvolvimento estava acoplado ao controle da criminalidade por meio da punição prisional. Nos últimos anos, o Governo do Estado de São Paulo vem implantando uma política de descentralização e de ampliação do número das unidades prisionais, acompanhando a política de mais encarceramento implementada em diversos países do ocidente. Uma das formas de descentralização ocorreu através da implantação dos chamados Centros de Ressocialização (CR), sendo que cada unidade abriga poucos detentos, com baixo grau de periculosidade. Nesse sentido, o trabalho aqui exposto aborda os jovens encarcerados em uma das unidades do CR no interior do Estado de São Paulo, onde entrevistamos doze detentos - com idades entre 18 e 21 anos -, além de funcionários da instituição. Com isso descortinamos as práticas institucionais, assim como as vivências desses detentos, relacionando essas questões ao modelo prisional no qual estão inseridos, ao controle social dos pobres conjugados com a política de mais encarceramento, para entendermos quem são esses presos e se existem diferenças desse modelo prisional frente aos presídios comuns e se o discurso da ressocialização se efetiva na prática. Palavras-chave: prisões, jovens, Centro de Ressocialização, política de mais encarceramento, controle social da pobreza.

Research paper thumbnail of BIONDI, Karina. Proibido roubar na quebrada

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Revista de Estudos Empíricos em Direito

O presente texto trata de uma análise sobre as chacinas e como elas se inserem na dinâmica dos co... more O presente texto trata de uma análise sobre as chacinas e como elas se inserem na dinâmica dos conflitos em São Paulo e Região Metropolitana. Para tanto, nos atentamos a entender a historicidade dessa forma de conflitualidade, os modus operandi, a vitimização e os agentes executores, compreendendo o período entre 1980 e 2018. Além de traçarmos essa historicidade e, como forma de compreendermos de modo mais aprofundado as inter-relações que operam uma chacina, nos debruçamos, também, na análise de uma chacina específica, a Chacina da Torcida Pavilhão 9 (que em seu nome homenageia o raio Pavilhão 9 do Carandiru, palco de um massacre em 1992), ocorrida em 18 de abril de 2015, na quadra dessa torcida organizada do Sport Club Corinthians Paulista. A chacina contra essa torcida organizada vitimou 8 torcedores e foi efetuada por policiais militares e um ex policial militar, sendo que, o referido ex policial foi levado à júri popular, sendo condenado a cento e quarenta e nove anos de prisão...

Research paper thumbnail of As chacinas em São Paulo da historicidade à Chacina da Pavilhão

Revista de Estudos Empíricos em Direito, 2020

O presente texto trata de uma análise sobre as chacinas e como elas se inserem na dinâmica dos ... more O presente texto trata de uma análise sobre as chacinas e como elas se inserem na dinâmica dos conflitos em São Paulo e Região Metropolitana. Para tanto, nos atentamos a entender a historicidade dessa forma de conflitualidade, os modi operandi, a vitimização e os agentes executores, compreendendo o período entre 1980 e 2018. Além de traçarmos essa historicidade e, como forma de compreendermos de modo mais aprofundado as inter-relações que operam uma chacina, nos debruçamos, também, na análise de uma chacina específica, a Chacina da Torcida Pavilhão 9 (que em seu nome homenageia o raio Pavilhão 9 do Carandiru, palco de um massacre em 1992), ocorrida em 18 de abril de 2015, na quadra dessa torcida organizada. A chacina contra essa torcida organizada vitimou 8 torcedores e foi efetuada por policiais militares e um ex policial militar, sendo que, o referido ex policial foi levado à júri popular, sendo condenado a cento e quarenta e nove anos de prisão. É, nos entremeios do que foi e como se construiu essa chacina inter-relacionada com a historicidade das chacinas em São Paulo e RMSP, suas similaridades e dessemelhanças, que esse artigo se desenha.

Research paper thumbnail of Vedovello, Camila de Lima. Resenha E Proibido Roubar na Quebrada de Karina Biondi Revista Cadernos de Campo. Usp

Research paper thumbnail of Vedovello, Camila de Lima. O Estado contra as mães_ relato de um júri de chacina_Le Monde Diplomatique Br.pdf

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Resumo : As chacinas se tornaram constantes em São Paulo a partir da década de 1990, coincidindo ... more Resumo : As chacinas se tornaram constantes em São Paulo a partir da década de 1990, coincidindo com a reabertura democrática. O espaço principal são os bairros periféricos, e os alvos tendem a ser os jovens, pardos ou negros, moradores desses bairros. Nessa perspectiva, analisamos como as chacinas inserem ­se em uma lógica de atingir sujeitos considerados " perigosos " partindo de um viés permeado pelo preconceito de classe e de cor. Observamos também os possíveis agentes dessas ações violentas, buscando na historicidade a formação e o crescimento de grupos de extermínio, que têm sua gênese – como hoje conhecemos – nos chamados " Esquadrões da Morte " , surgidos durante o período da Ditadura Civil­Militar brasileira. Assim, buscamos entender o processo que levou as chacinas se tornarem, em São Paulo, uma das causas da morte violenta e como agem os grupos de extermínio nessa prática, tentando desvendar quem são os vitimados e quem são os agentes das chacinas. Para tanto, debatemos os chamados Crimes de Maio de 2006, enveredando pelas execuções ocorridas na época e pelas análises sobre essas execuções, além de debater a importância do movimento social Mães de Maio pela busca por justiça e pela punição dos executores de seus filhos e entes.

Palavras­ chave: Chacinas; periferia; grupos de extermínio; crimes de Maio de 2006; Mães de Maio.

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A sociedade entre muros Uma reflexão sobre o aumento do encarceramento de jovens, as instituições... more A sociedade entre muros Uma reflexão sobre o aumento do encarceramento de jovens, as instituições penitenciárias e a sociabilidade dos reclusos por CAMILA DE LIMA VEDOVELLO Uma pessoa recomendou isso. Seja o primeiro entre seus amigos. Recomendar Tweet 0

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Esse artigo busca desvelar como a política de mais encarceramento vem paulatinamente se dando no ... more Esse artigo busca desvelar como a política de mais encarceramento vem paulatinamente se dando no Estado de São Paulo. Não pretendemos esgotar o assunto, mas sim refletir sobre o que há por trás do aumento do número de estabelecimentos prisionais no Estado de São Paulo. Relacionamos esse crescimento do número de prisões com uma política maior, de mais encarceramento no Brasil, e em várias outras partes do globo, tendo como propósito um controle sobre a população pobre.

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Resumo: O presente artigo é um desdobramento da dissertação de mestrado " Novas formas de encarce... more Resumo: O presente artigo é um desdobramento da dissertação de mestrado " Novas formas de encarceramento? Os jovens e o Centro de Ressocialização " , onde foram discutidas questões como o crime cometido e seu caminho, o perfil dos presos, as percepções dos funcionários sobre a entrada no crime, o trabalho carcerário, além de uma análise sobre essa instituição prisional que vêm sendo amplamente instalada no Estado de São Paulo nos últimos anos. Nesse estudo aqui apresentado travaremos uma análise sobre a rotina dos diversos sujeitos que cotidianamente estão dentro do Centro de Ressocialização estudado, seja para cumprirem ou esperarem suas penas, seja para trabalharem para o funcionamento dessa prisão.

Palavras-chave: Prisão, Centro de Ressocialização, cotidiano.

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NOVAS FORMAS DE ENCARCERAMENTO? OS JOVENS E O CENTRO DE RESSOCIALIZAÇÃO. (Dissertação de Mestrad... more NOVAS FORMAS DE ENCARCERAMENTO? OS JOVENS E O CENTRO DE RESSOCIALIZAÇÃO. (Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais- Unesp/Marília. 2008)

RESUMO
A prisão enquanto principal forma de punição aparece nas sociedades num período recente. Ela surge como a forma de punição por excelência a partir do século XIX com a sociedade industrial. No Brasil e no Estado de São Paulo, é com o advento da República e as idéias de progresso advindas com ela que se começa a pensar a prisão com uma maior acuidade; pois existia um forte pressuposto de que o desenvolvimento
estava acoplado ao controle da criminalidade por meio da punição prisional. Nos últimos anos, o Governo do Estado de São Paulo vem implantando uma política de descentralização e de ampliação do número das unidades prisionais, acompanhando a política de mais encarceramento implementada em diversos países do ocidente. Uma
das formas de descentralização ocorreu através da implantação dos chamados Centros de Ressocialização (CR), sendo que cada unidade abriga poucos detentos, com baixo grau de periculosidade. Nesse sentido, o trabalho aqui exposto aborda os jovens encarcerados em uma das unidades do CR no interior do Estado de São Paulo, onde entrevistamos doze detentos - com idades entre 18 e 21 anos -, além de funcionários da instituição. Com isso descortinamos as práticas institucionais, assim como as vivências desses detentos, relacionando essas questões ao modelo prisional no qual estão inseridos, ao controle social dos pobres conjugados com a política de mais encarceramento, para entendermos quem são esses presos e se existem diferenças desse modelo prisional frente aos presídios comuns e se o discurso da ressocialização se efetiva na prática.

Palavras-chave: prisões, jovens, Centro de Ressocialização, política de mais encarceramento, controle social da pobreza.

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Cadernos Metrópole, 2024

Artigo publicado em Open Acess Creative Commons Atribution Artigo original Chacinas urbanas na ci... more Artigo publicado em Open Acess Creative Commons Atribution Artigo original Chacinas urbanas na cidade e na Região Metropolitana de São Paulo (2009-2020) Urban slaughters in the city and Metropolitan Region of São Paulo (2009-2020) Camila de Lima Vedovello [I] Resumo Este artigo analisa as chacinas ocorridas em São Paulo e Região Metropolitana entre 2009 e 2020. Utilizando dados de notícias e entrevistas com jornalistas e agentes de segurança pública, o artigo proporciona uma análise socioespacial, destacando características das vitimizações, dos executores e do modus operandi dessa forma de extermínio. As mortes resultantes das chacinas revelam uma polissemia de conflitos urbanos, predominantemente ligados a disputas de poder, "mercadorias políticas" (Misse, 2014) e vinganças entre grupos criminais, ou entre agentes de segurança pública e esses grupos. As populações periféricas são as principais vítimas das chacinas, que ocorrem em seus locais de moradia e socialização, evidenciando relações de poder nesses territórios.

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Tese (Doutorado em Sociologia) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, 2022

Esta tese analisa chacinas na cidade de São Paulo e Região Metropolitana, no período de 1980 a 20... more Esta tese analisa chacinas na cidade de São Paulo e Região Metropolitana, no período de 1980 a 2020, discutindo como se dá a construção social dos chamados homicídios múltiplos e as mobilizações de familiares de vítimas, jornalistas, agentes de segurança pública e movimentos de familiares sobre os sentidos atribuídos ao que se considera ou não enquanto chacina. Analiso a Chacina da Torcida Organizada Pavilhão Nove, ocorrida em 2015, época das grandes chacinas, e que deixou oito torcedores mortos e tendo dois policiais militares e um ex – policial apontados pelas investigações como executores. A partir dessa análise debato os entremeios de como o Massacre do Carandiru influiu não somente nas políticas de segurança pública e no mundo do crime paulista, mas também em modos de sociabilidade, tendo em vista que a Torcida homenageia o raio prisional que sofreu o massacre em 1992. Assim, há uma sujeição criminal que incidiu sobre essa agremiação pela homenagem e símbolos prisionais que trazem. Discuto as chacinas nesta tese a partir da chave de uma urbanização militarizada em que execuções, chacinas e massacres são ferramentas do genocídio da juventude negra, a partir da produção de vidas matáveis. A partir dos dados sobre esses eventos, construí os modi operandi das chacinas, assim como as características das vitimizações e dos executores, além de realizar uma análise socioespacial das chacinas, observando como essas ocorrem em sua maioria em territórios periféricos. O estudo demonstrou como as chacinas perfazem a exceção permanente da nossa segurança pública. Em minhas análises também se encontram a produção das memórias e das organizações para as lutas por justiça dos familiares, amigos e integrantes da Torcida e a produção jurídica e jornalística dessa chacina, demonstrando os modos de sujeição criminal e as disputas em torno da responsabilização pelas execuções.

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Revista Aurora, 2008

O presente artigo é um desdobramento da dissertação de mestrado “Novas formas de encarceramento? ... more O presente artigo é um desdobramento da dissertação de mestrado “Novas formas de encarceramento? Os jovens e o Centro de Ressocialização”, onde foram discutidas questões como o crime cometido e seu caminho, o perfil dos presos, as percepções dos funcionários sobre a entrada no crime, o trabalho carcerário, além de uma análise sobre essa instituição prisional que vêm sendo amplamente instalada no Estado de São Paulo nos últimos anos. Nesse estudo aqui apresentado travaremos uma análise sobre a rotina dos diversos sujeitos que cotidianamente estão dentro do Centro de Ressoacialização estudado, seja para cumprirem ou esperarem suas penas, seja para trabalharem para o funcionamento dessa prisão.

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Revista de Estudos Empíricos em Direito, 2020

O presente texto trata de uma análise sobre as chacinas e como elas se inserem na dinâmica dos co... more O presente texto trata de uma análise sobre as chacinas e como elas se inserem na dinâmica dos conflitos em São Paulo e Região Metropolitana. Para tanto, nos atentamos a entender a historicidade dessa forma de conflitualidade, os modus operandi, a vitimização e os agentes executores, compreendendo o período entre 1980 e 2018. Além de traçarmos essa historicidade e, como forma de compreendermos de modo mais aprofundado as inter-relações que operam uma chacina, nos debruçamos, também, na análise de uma chacina específica, a Chacina da Torcida Pavilhão 9 (que em seu nome homenageia o raio Pavilhão 9 do Carandiru, palco de um massacre em 1992), ocorrida em 18 de abril de 2015, na quadra dessa torcida organizada do Sport Club Corinthians Paulista. A chacina contra essa torcida organizada vitimou 8 torcedores e foi efetuada por policiais militares e um ex policial militar, sendo que, o referido ex policial foi levado à júri popular, sendo condenado a cento e quarenta e nove anos de prisão...

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NOVAS FORMAS DE ENCARCERAMENTO? OS JOVENS E O CENTRO DE RESSOCIALIZAÇÃO. (Dissertação de Mestrado... more NOVAS FORMAS DE ENCARCERAMENTO? OS JOVENS E O CENTRO DE RESSOCIALIZAÇÃO. (Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais- Unesp/Marília. 2008) RESUMO A prisão enquanto principal forma de punição aparece nas sociedades num período recente. Ela surge como a forma de punição por excelência a partir do século XIX com a sociedade industrial. No Brasil e no Estado de São Paulo, é com o advento da República e as idéias de progresso advindas com ela que se começa a pensar a prisão com uma maior acuidade; pois existia um forte pressuposto de que o desenvolvimento estava acoplado ao controle da criminalidade por meio da punição prisional. Nos últimos anos, o Governo do Estado de São Paulo vem implantando uma política de descentralização e de ampliação do número das unidades prisionais, acompanhando a política de mais encarceramento implementada em diversos países do ocidente. Uma das formas de descentralização ocorreu através da implantação dos chamados Centros de Ressocialização (CR), sendo que cada unidade abriga poucos detentos, com baixo grau de periculosidade. Nesse sentido, o trabalho aqui exposto aborda os jovens encarcerados em uma das unidades do CR no interior do Estado de São Paulo, onde entrevistamos doze detentos - com idades entre 18 e 21 anos -, além de funcionários da instituição. Com isso descortinamos as práticas institucionais, assim como as vivências desses detentos, relacionando essas questões ao modelo prisional no qual estão inseridos, ao controle social dos pobres conjugados com a política de mais encarceramento, para entendermos quem são esses presos e se existem diferenças desse modelo prisional frente aos presídios comuns e se o discurso da ressocialização se efetiva na prática. Palavras-chave: prisões, jovens, Centro de Ressocialização, política de mais encarceramento, controle social da pobreza.

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Revista de Estudos Empíricos em Direito

O presente texto trata de uma análise sobre as chacinas e como elas se inserem na dinâmica dos co... more O presente texto trata de uma análise sobre as chacinas e como elas se inserem na dinâmica dos conflitos em São Paulo e Região Metropolitana. Para tanto, nos atentamos a entender a historicidade dessa forma de conflitualidade, os modus operandi, a vitimização e os agentes executores, compreendendo o período entre 1980 e 2018. Além de traçarmos essa historicidade e, como forma de compreendermos de modo mais aprofundado as inter-relações que operam uma chacina, nos debruçamos, também, na análise de uma chacina específica, a Chacina da Torcida Pavilhão 9 (que em seu nome homenageia o raio Pavilhão 9 do Carandiru, palco de um massacre em 1992), ocorrida em 18 de abril de 2015, na quadra dessa torcida organizada do Sport Club Corinthians Paulista. A chacina contra essa torcida organizada vitimou 8 torcedores e foi efetuada por policiais militares e um ex policial militar, sendo que, o referido ex policial foi levado à júri popular, sendo condenado a cento e quarenta e nove anos de prisão...

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Revista de Estudos Empíricos em Direito, 2020

O presente texto trata de uma análise sobre as chacinas e como elas se inserem na dinâmica dos ... more O presente texto trata de uma análise sobre as chacinas e como elas se inserem na dinâmica dos conflitos em São Paulo e Região Metropolitana. Para tanto, nos atentamos a entender a historicidade dessa forma de conflitualidade, os modi operandi, a vitimização e os agentes executores, compreendendo o período entre 1980 e 2018. Além de traçarmos essa historicidade e, como forma de compreendermos de modo mais aprofundado as inter-relações que operam uma chacina, nos debruçamos, também, na análise de uma chacina específica, a Chacina da Torcida Pavilhão 9 (que em seu nome homenageia o raio Pavilhão 9 do Carandiru, palco de um massacre em 1992), ocorrida em 18 de abril de 2015, na quadra dessa torcida organizada. A chacina contra essa torcida organizada vitimou 8 torcedores e foi efetuada por policiais militares e um ex policial militar, sendo que, o referido ex policial foi levado à júri popular, sendo condenado a cento e quarenta e nove anos de prisão. É, nos entremeios do que foi e como se construiu essa chacina inter-relacionada com a historicidade das chacinas em São Paulo e RMSP, suas similaridades e dessemelhanças, que esse artigo se desenha.

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Resumo : As chacinas se tornaram constantes em São Paulo a partir da década de 1990, coincidindo ... more Resumo : As chacinas se tornaram constantes em São Paulo a partir da década de 1990, coincidindo com a reabertura democrática. O espaço principal são os bairros periféricos, e os alvos tendem a ser os jovens, pardos ou negros, moradores desses bairros. Nessa perspectiva, analisamos como as chacinas inserem ­se em uma lógica de atingir sujeitos considerados " perigosos " partindo de um viés permeado pelo preconceito de classe e de cor. Observamos também os possíveis agentes dessas ações violentas, buscando na historicidade a formação e o crescimento de grupos de extermínio, que têm sua gênese – como hoje conhecemos – nos chamados " Esquadrões da Morte " , surgidos durante o período da Ditadura Civil­Militar brasileira. Assim, buscamos entender o processo que levou as chacinas se tornarem, em São Paulo, uma das causas da morte violenta e como agem os grupos de extermínio nessa prática, tentando desvendar quem são os vitimados e quem são os agentes das chacinas. Para tanto, debatemos os chamados Crimes de Maio de 2006, enveredando pelas execuções ocorridas na época e pelas análises sobre essas execuções, além de debater a importância do movimento social Mães de Maio pela busca por justiça e pela punição dos executores de seus filhos e entes.

Palavras­ chave: Chacinas; periferia; grupos de extermínio; crimes de Maio de 2006; Mães de Maio.

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A sociedade entre muros Uma reflexão sobre o aumento do encarceramento de jovens, as instituições... more A sociedade entre muros Uma reflexão sobre o aumento do encarceramento de jovens, as instituições penitenciárias e a sociabilidade dos reclusos por CAMILA DE LIMA VEDOVELLO Uma pessoa recomendou isso. Seja o primeiro entre seus amigos. Recomendar Tweet 0

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Esse artigo busca desvelar como a política de mais encarceramento vem paulatinamente se dando no ... more Esse artigo busca desvelar como a política de mais encarceramento vem paulatinamente se dando no Estado de São Paulo. Não pretendemos esgotar o assunto, mas sim refletir sobre o que há por trás do aumento do número de estabelecimentos prisionais no Estado de São Paulo. Relacionamos esse crescimento do número de prisões com uma política maior, de mais encarceramento no Brasil, e em várias outras partes do globo, tendo como propósito um controle sobre a população pobre.

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Resumo: O presente artigo é um desdobramento da dissertação de mestrado " Novas formas de encarce... more Resumo: O presente artigo é um desdobramento da dissertação de mestrado " Novas formas de encarceramento? Os jovens e o Centro de Ressocialização " , onde foram discutidas questões como o crime cometido e seu caminho, o perfil dos presos, as percepções dos funcionários sobre a entrada no crime, o trabalho carcerário, além de uma análise sobre essa instituição prisional que vêm sendo amplamente instalada no Estado de São Paulo nos últimos anos. Nesse estudo aqui apresentado travaremos uma análise sobre a rotina dos diversos sujeitos que cotidianamente estão dentro do Centro de Ressocialização estudado, seja para cumprirem ou esperarem suas penas, seja para trabalharem para o funcionamento dessa prisão.

Palavras-chave: Prisão, Centro de Ressocialização, cotidiano.

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NOVAS FORMAS DE ENCARCERAMENTO? OS JOVENS E O CENTRO DE RESSOCIALIZAÇÃO. (Dissertação de Mestrad... more NOVAS FORMAS DE ENCARCERAMENTO? OS JOVENS E O CENTRO DE RESSOCIALIZAÇÃO. (Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais- Unesp/Marília. 2008)

RESUMO
A prisão enquanto principal forma de punição aparece nas sociedades num período recente. Ela surge como a forma de punição por excelência a partir do século XIX com a sociedade industrial. No Brasil e no Estado de São Paulo, é com o advento da República e as idéias de progresso advindas com ela que se começa a pensar a prisão com uma maior acuidade; pois existia um forte pressuposto de que o desenvolvimento
estava acoplado ao controle da criminalidade por meio da punição prisional. Nos últimos anos, o Governo do Estado de São Paulo vem implantando uma política de descentralização e de ampliação do número das unidades prisionais, acompanhando a política de mais encarceramento implementada em diversos países do ocidente. Uma
das formas de descentralização ocorreu através da implantação dos chamados Centros de Ressocialização (CR), sendo que cada unidade abriga poucos detentos, com baixo grau de periculosidade. Nesse sentido, o trabalho aqui exposto aborda os jovens encarcerados em uma das unidades do CR no interior do Estado de São Paulo, onde entrevistamos doze detentos - com idades entre 18 e 21 anos -, além de funcionários da instituição. Com isso descortinamos as práticas institucionais, assim como as vivências desses detentos, relacionando essas questões ao modelo prisional no qual estão inseridos, ao controle social dos pobres conjugados com a política de mais encarceramento, para entendermos quem são esses presos e se existem diferenças desse modelo prisional frente aos presídios comuns e se o discurso da ressocialização se efetiva na prática.

Palavras-chave: prisões, jovens, Centro de Ressocialização, política de mais encarceramento, controle social da pobreza.