Luana Espig Regiani | Universidade Estadual de Campinas (original) (raw)
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Papers by Luana Espig Regiani
Orientador: Rafael Augusto Urano de Carvalho FrajndlichDissertação (mestrado) - Universidade Esta... more Orientador: Rafael Augusto Urano de Carvalho FrajndlichDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e UrbanismoResumo: Diamantina faz parte da origem e afirmação da história da arquitetura moderna brasileira. Isso se deve ao elo que consolida entre as pretensões de um ideal nativo e de um progresso latente no país, sobretudo pelos discursos de Juscelino Kubitschek e Lucio Costa. O ex-presidente tem o antigo Arraial do Tijuco como berço familiar e de formação pessoal, enquanto o arquiteto, na viagem que realiza em 1924, descobre ali o que considerava ser o autêntico passado colonial. De modos distintos, ambos remontam à materialidade e à narrativa de Diamantina nas justificativas de suas decisões e formas de engendrar a construção cultural do Brasil. Ao elaborar essa ideologia vinculada à cidade, valem-se também de ações executivas concretas através do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e das esferas de poder...
XXIV Congresso de Iniciação Científica da Unicamp, 2016
3º Congresso Internacional de História da Construção Luso-Brasileira, 2019
RESUMO Durante os anos 1920, a cidade de Diamantina foi destino de viagens de dois personagens ce... more RESUMO Durante os anos 1920, a cidade de Diamantina foi destino de viagens de dois personagens centrais para a valorização da arquitetura colonial brasileira: Lucio Costa e José Wasth Rodrigues. O intuito era criar uma documentação visual que colaborasse com o desenvolvimento de um estilo nacional ligado aos círculos revivalistas do neocolonial. Costa, jovem arquiteto carioca, foi enviado por José Mariano Filho, enquanto Wasth Rodrigues, pintor experiente residente em São Paulo, foi patrocinado por Ricardo Severo. As excursões resultaram em desenhos da cidade e das suas construções típicas, além de distintas interpretações do que seria a relação entre o passado colonial e a modernidade perseguida pelos artistas da época. A viagem de Diamantina feita por Costa é reconhecida como um dos fatores que lhe inspira a abraçar as teses das vanguardas européias, mas pouco se cotejam os aspectos dessa excursão com viajantes contemporâneos do arquiteto. Também como Costa, Wasth Rodrigues tinha pretensões modernizantes e atribuía aos vilarejos visitados no período papel fulcral na formulação de sua carreira. Nesse sentido, parece pertinente perfazer os registros escritos e ilustrados existentes dos dois autores como modo de compreender melhor questões ainda em aberto na historiografia, como a importância de Diamantina para a conversão de Costa, a visão construída da cidade por diferentes viajantes e seus desdobramentos na construção de uma premissa de recuperação do passado no presente do país. Serão analisados desenhos elaborados pelo arquiteto e pelo pintor e os jornais da época com as entrevistas, cotejados pelos textos escritos a posteriori e pela documentação primária dos arquivos visitados em Diamantina e no Rio de Janeiro. Pretende-se evidenciar não apenas os detalhes da arquitetura colonial diamantinense, mas também quais eram os motivos que chamavam a atenção desses intelectuais e como cada um pôde interpretar a cidade.
ABSTRACT During the 1920s, the city of Diamantina was visited by two important artists engaged on the discovery of Brailian Colonial Architecture: Lucio Costa and José Wasth Rodrigues. The aim was to create a visual inventory that would help on the development of a national style by the neocolonialists revivalists. Costa was a young carioca architect, sent by José Mariano Filho, while Wasth Rodrigues was a seasoned painter living in São Paulo and sponsored by Ricardo Severo. The trips have resulted in drawings of the city and its typical buildings, resulting however in different understandings on what were the possible connections between colonial past and modernity. Costa's excursion is known as one of the events that have helped him to subscribe to the thesis of the european avant-gardes, but few studies compare the journey to those made by others travellers at the same decade. Just like Costa, Wasth Rodrigues had modernizing pretensions and likewise saw the colonial villages as an important missing link. Therefore, it's convenient to study the written and drawn documents of both authors in order to better understand questions still important in the Brazilian Historiography of Architecture, such as the role of Diamantina in Costa's notion of Brazilian Modernism. Their different views of the city and the overall legacy their visits had in their further work reveal distinct-altough eventually similar-theoretical ideas of present and past. On analyzing their drawings and writings and the documents now available in the archives of these authors in Diamantina and Rio de Janeiro, it is intended to shed light not only on the details of Diamantina's particular Colonial architecture, but moreover on which were the reasons that made this city important, and how different views resulted in different approaches on the city's legacy.
A cidade de Diamantina tem papel central nos discursos de dois personagens do Brasil: Juscelino K... more A cidade de Diamantina tem papel central nos discursos de dois personagens do Brasil: Juscelino Kubitschek e Lucio Costa. Político e arquiteto veem em Diamantina elementos que justificam diversas interpretações sobre as tradições, necessários para a modernização em meio a um cenário de intensa busca por uma identidade nacional tanto política quanto arquitetônica. Tal fato se mantém porque há uma base genuína que persiste nas memórias e atitudes das figuras que a ela se referem. O ex‐presidente tem o antigo Arraial do Tijuco como berço familiar e de formação pessoal. O arquiteto, na conhecida viagem de estudos que realiza em 1924 para a cidade mineira, redescobre ali o passado colonial. Através da análise de textos escritos pelos autores, depoimentos, jornais, registros fotográficos do período e documentos o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, busca‐se perfazer os modos pelos quais a ideologia de Diamantina foi construída por Costa e Kubitschek, mostrando como, malgrado as diferenças de atuação e pensamento desses dois protagonistas da modernidade brasileira, elaborava‐se uma visão comum sobre temas que terão como reflexo a construção de Brasília.
Durante o século XX, Diamantina foi local de formação de dois protagonistas do chamado moderno br... more Durante o século XX, Diamantina foi local de formação de dois protagonistas do chamado moderno brasileiro: Juscelino Kubitschek e Lucio Costa. De modos distintos, os dois remontam à cidade colonial mineira nas justificativas de suas decisões e formas de engendrar a construção cultural do Brasil como país moderno. Esse trabalho investiga como Diamantina está presente na elaboração do discurso dos dois intelectuais, tendo como lastro projetos feitos na cidade durante os anos 1950 por Oscar Niemeyer e o percurso preservado que
parte da estação até o centro histórico. A premissa do trajeto, cara tanto a Costa quanto a Kubitscheck, permite conectar barroco e moderno em questões não só artísticas, mas políticas, passando pelas intervenções públicas de Niemeyer, e suscitando ponderações sobre episódios comumente tidos como originários da modernidade brasileira.
Conference Presentations by Luana Espig Regiani
V Enanparq, 2018
A cidade de Diamantina tem papel central nos discursos de dois personagens do Brasil: Juscelino K... more A cidade de Diamantina tem papel central nos discursos de dois personagens do Brasil: Juscelino Kubitschek e Lucio
Costa. Político e arquiteto veem em Diamantina elementos que justificam diversas interpretações sobre as tradições,
necessários para a modernização em meio a um cenário de intensa busca por uma identidade nacional tanto política
quanto arquitetônica. Tal fato se mantém porque há uma base genuína que persiste nas memórias e atitudes das figuras
que a ela se referem. O ex‐presidente tem o antigo Arraial do Tijuco como berço familiar e de formação pessoal. O
arquiteto, na conhecida viagem de estudos que realiza em 1924 para a cidade mineira, redescobre ali o passado colonial.
Através da análise de textos escritos pelos autores, depoimentos, jornais, registros fotográficos do período e
documentos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, busca‐se perfazer os modos pelos quais a
ideologia de Diamantina foi construída por Costa e Kubitschek, mostrando como, malgrado as diferenças de atuação e
pensamento desses dois protagonistas da modernidade brasileira, elaborava‐se uma visão comum sobre temas que
terão como reflexo a construção de Brasília.
Orientador: Rafael Augusto Urano de Carvalho FrajndlichDissertação (mestrado) - Universidade Esta... more Orientador: Rafael Augusto Urano de Carvalho FrajndlichDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e UrbanismoResumo: Diamantina faz parte da origem e afirmação da história da arquitetura moderna brasileira. Isso se deve ao elo que consolida entre as pretensões de um ideal nativo e de um progresso latente no país, sobretudo pelos discursos de Juscelino Kubitschek e Lucio Costa. O ex-presidente tem o antigo Arraial do Tijuco como berço familiar e de formação pessoal, enquanto o arquiteto, na viagem que realiza em 1924, descobre ali o que considerava ser o autêntico passado colonial. De modos distintos, ambos remontam à materialidade e à narrativa de Diamantina nas justificativas de suas decisões e formas de engendrar a construção cultural do Brasil. Ao elaborar essa ideologia vinculada à cidade, valem-se também de ações executivas concretas através do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e das esferas de poder...
XXIV Congresso de Iniciação Científica da Unicamp, 2016
3º Congresso Internacional de História da Construção Luso-Brasileira, 2019
RESUMO Durante os anos 1920, a cidade de Diamantina foi destino de viagens de dois personagens ce... more RESUMO Durante os anos 1920, a cidade de Diamantina foi destino de viagens de dois personagens centrais para a valorização da arquitetura colonial brasileira: Lucio Costa e José Wasth Rodrigues. O intuito era criar uma documentação visual que colaborasse com o desenvolvimento de um estilo nacional ligado aos círculos revivalistas do neocolonial. Costa, jovem arquiteto carioca, foi enviado por José Mariano Filho, enquanto Wasth Rodrigues, pintor experiente residente em São Paulo, foi patrocinado por Ricardo Severo. As excursões resultaram em desenhos da cidade e das suas construções típicas, além de distintas interpretações do que seria a relação entre o passado colonial e a modernidade perseguida pelos artistas da época. A viagem de Diamantina feita por Costa é reconhecida como um dos fatores que lhe inspira a abraçar as teses das vanguardas européias, mas pouco se cotejam os aspectos dessa excursão com viajantes contemporâneos do arquiteto. Também como Costa, Wasth Rodrigues tinha pretensões modernizantes e atribuía aos vilarejos visitados no período papel fulcral na formulação de sua carreira. Nesse sentido, parece pertinente perfazer os registros escritos e ilustrados existentes dos dois autores como modo de compreender melhor questões ainda em aberto na historiografia, como a importância de Diamantina para a conversão de Costa, a visão construída da cidade por diferentes viajantes e seus desdobramentos na construção de uma premissa de recuperação do passado no presente do país. Serão analisados desenhos elaborados pelo arquiteto e pelo pintor e os jornais da época com as entrevistas, cotejados pelos textos escritos a posteriori e pela documentação primária dos arquivos visitados em Diamantina e no Rio de Janeiro. Pretende-se evidenciar não apenas os detalhes da arquitetura colonial diamantinense, mas também quais eram os motivos que chamavam a atenção desses intelectuais e como cada um pôde interpretar a cidade.
ABSTRACT During the 1920s, the city of Diamantina was visited by two important artists engaged on the discovery of Brailian Colonial Architecture: Lucio Costa and José Wasth Rodrigues. The aim was to create a visual inventory that would help on the development of a national style by the neocolonialists revivalists. Costa was a young carioca architect, sent by José Mariano Filho, while Wasth Rodrigues was a seasoned painter living in São Paulo and sponsored by Ricardo Severo. The trips have resulted in drawings of the city and its typical buildings, resulting however in different understandings on what were the possible connections between colonial past and modernity. Costa's excursion is known as one of the events that have helped him to subscribe to the thesis of the european avant-gardes, but few studies compare the journey to those made by others travellers at the same decade. Just like Costa, Wasth Rodrigues had modernizing pretensions and likewise saw the colonial villages as an important missing link. Therefore, it's convenient to study the written and drawn documents of both authors in order to better understand questions still important in the Brazilian Historiography of Architecture, such as the role of Diamantina in Costa's notion of Brazilian Modernism. Their different views of the city and the overall legacy their visits had in their further work reveal distinct-altough eventually similar-theoretical ideas of present and past. On analyzing their drawings and writings and the documents now available in the archives of these authors in Diamantina and Rio de Janeiro, it is intended to shed light not only on the details of Diamantina's particular Colonial architecture, but moreover on which were the reasons that made this city important, and how different views resulted in different approaches on the city's legacy.
A cidade de Diamantina tem papel central nos discursos de dois personagens do Brasil: Juscelino K... more A cidade de Diamantina tem papel central nos discursos de dois personagens do Brasil: Juscelino Kubitschek e Lucio Costa. Político e arquiteto veem em Diamantina elementos que justificam diversas interpretações sobre as tradições, necessários para a modernização em meio a um cenário de intensa busca por uma identidade nacional tanto política quanto arquitetônica. Tal fato se mantém porque há uma base genuína que persiste nas memórias e atitudes das figuras que a ela se referem. O ex‐presidente tem o antigo Arraial do Tijuco como berço familiar e de formação pessoal. O arquiteto, na conhecida viagem de estudos que realiza em 1924 para a cidade mineira, redescobre ali o passado colonial. Através da análise de textos escritos pelos autores, depoimentos, jornais, registros fotográficos do período e documentos o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, busca‐se perfazer os modos pelos quais a ideologia de Diamantina foi construída por Costa e Kubitschek, mostrando como, malgrado as diferenças de atuação e pensamento desses dois protagonistas da modernidade brasileira, elaborava‐se uma visão comum sobre temas que terão como reflexo a construção de Brasília.
Durante o século XX, Diamantina foi local de formação de dois protagonistas do chamado moderno br... more Durante o século XX, Diamantina foi local de formação de dois protagonistas do chamado moderno brasileiro: Juscelino Kubitschek e Lucio Costa. De modos distintos, os dois remontam à cidade colonial mineira nas justificativas de suas decisões e formas de engendrar a construção cultural do Brasil como país moderno. Esse trabalho investiga como Diamantina está presente na elaboração do discurso dos dois intelectuais, tendo como lastro projetos feitos na cidade durante os anos 1950 por Oscar Niemeyer e o percurso preservado que
parte da estação até o centro histórico. A premissa do trajeto, cara tanto a Costa quanto a Kubitscheck, permite conectar barroco e moderno em questões não só artísticas, mas políticas, passando pelas intervenções públicas de Niemeyer, e suscitando ponderações sobre episódios comumente tidos como originários da modernidade brasileira.
V Enanparq, 2018
A cidade de Diamantina tem papel central nos discursos de dois personagens do Brasil: Juscelino K... more A cidade de Diamantina tem papel central nos discursos de dois personagens do Brasil: Juscelino Kubitschek e Lucio
Costa. Político e arquiteto veem em Diamantina elementos que justificam diversas interpretações sobre as tradições,
necessários para a modernização em meio a um cenário de intensa busca por uma identidade nacional tanto política
quanto arquitetônica. Tal fato se mantém porque há uma base genuína que persiste nas memórias e atitudes das figuras
que a ela se referem. O ex‐presidente tem o antigo Arraial do Tijuco como berço familiar e de formação pessoal. O
arquiteto, na conhecida viagem de estudos que realiza em 1924 para a cidade mineira, redescobre ali o passado colonial.
Através da análise de textos escritos pelos autores, depoimentos, jornais, registros fotográficos do período e
documentos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, busca‐se perfazer os modos pelos quais a
ideologia de Diamantina foi construída por Costa e Kubitschek, mostrando como, malgrado as diferenças de atuação e
pensamento desses dois protagonistas da modernidade brasileira, elaborava‐se uma visão comum sobre temas que
terão como reflexo a construção de Brasília.