Willians Santos | Universidade Estadual de Campinas (original) (raw)
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Papers by Willians Santos
BALEIA NA REDE (Cessada), 1969
Ao ver as fotos do avô Mótel em sua terra natal e ao calçar as luvas de pelica próprias para o fr... more Ao ver as fotos do avô Mótel em sua terra natal e ao calçar as luvas de pelica próprias para o frio, o menino Mauro, protagonista do filme, não imagina que esses objetos são acima de tudo uma memória de exílio. O garoto não consegue ver estes objetos como memória; para ele são apenas fotos e luvas, no entanto para o avô falecido de Mauro representavam muito mais: eram lembranças de sua terra natal, dos seus entes queridos, da casa onde ele morou e dos lugares por onde ele passou e que ficaram tão distantes.
Le Monde Diplomatique Brasil, 2020
Músicas de Protesto Africanas para te inspirar na luta contra o Racismo e o Fascismo Quando se fa... more Músicas de Protesto Africanas para te inspirar na luta contra o Racismo e o Fascismo Quando se fala em música política na África, o que vem a mente? Fela Kuti? Sem dúvida, e seria uma heresia tocar nesse tema e deixar o grande líder de fora, mas, seu legado merece mais do que uma menção. Do afrobeat ao punk rock, da coladera ao funaná, do rai ao gumbé, passando pelo soukous e o ragga, nesta edição a Hits Perdidos traz artistas desconhecidos do grande público brasileiro entre bandas, cantores, cantoras, compositores e compositoras em trabalho solo que lutaram e musicaram contra o racismo, e outras políticas conservadoras e segregacionistas, pra inspirar a tua moção de repúdio ou no caminho do protesto: bora ouvir, bora se organizar, Fight the Power.
Hits Perdidos, 2020
A quarentena é um momento tenso que exige isolamento. E oportuno para conhecermos novas músicas.... more A quarentena é um momento tenso que exige isolamento. E oportuno para conhecermos novas músicas. A contribuição das matrizes africanas na musicalidade brasileira é inquestionável de norte a sul vemos e ouvimos diversas manifestações que corroboram esta presença. Apesar disso, a África contemporânea apesar de desconhecida pela maioria dos brasileiros é cada vez mais viva na cultura do país, o Hits Perdidos lista nove propostas de grupos musicais e artistas em trabalho solo que viveram ou vivem no Brasil e trazem na sua bagagem outras sonoridades até o momento pouco apreciadas por nós, bora ouvir?
Hits Perdidos , 2020
Artistas da música africana que viveram ou vivem no Brasil pra ouvir durante a quarentena | Hits ... more Artistas da música africana que viveram ou vivem no Brasil pra ouvir durante a quarentena | Hits Perdidos https://hitsperdidos.com/2020/05/19/9-artistas-da-musica-africana-que-vivem-no-brasil/ 1/15 9 Artistas da música africana pra ouvir durante a quarentena A quarentena é um momento tenso que exige isolamento. E oportuno para conhecermos novas músicas. A contribuição das matrizes africanas na musicalidade brasileira é inquestionável de norte a sul vemos e ouvimos diversas manifestações que corroboram esta presença. Apesar disso, a África contemporânea apesar de desconhecida pela maioria dos brasileiros é cada vez mais viva na cultura do país, o Hits Perdidos lista nove propostas de grupos musicais e artistas em trabalho solo que viveram ou vivem no Brasil e trazem na sua bagagem outras sonoridades até o momento pouco apreciadas por nós, bora ouvir? 2 0 2 0 (H T
Johannes Gutemberg Universitat Mainz Instituto fur Ethonolgie und Afrikastudien Anthropology of Music Master Class in combination with Anthropology of Music Lecture Serie, 2018
VII Simpósio de Pesquisa sobre Migrações, 2019
Resumo: Este trabalho integra a pesquisa “A marca Africano (a) como símbolo ocupacional na trajet... more Resumo: Este trabalho integra a pesquisa “A marca Africano (a) como símbolo ocupacional na trajetória de musicos imigrantes no Brasil” desenvolvida no doutorado em Ciências Sociais no IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas) programa trabalho, política e sociedade. A tese defendida da pesquisa é haver processo de racialização no campo musical brasileiro. Delimito o campo musical à vista de três critérios: a) mercado fonográfico formado por empresas transnacionais voltadas a produção e distribuição física e virtual de musica onde a remuneração artística sobrevém devido ao contrato com uma gravadora\distribuidora e a garantia dos direitos autorais de execução; b) o financiamento público de editais em que há imbricada relação entre Estado, fundações, empresas e bancos com a contrapartida da isenção de impostos em qual lugar para o artista a remuneração é determinada pela realização de contratos de pouco tempo de duração; (c) realização de oficinas e
workshops com valores variáveis por trabalho musical onde o vínculo é a palavra. A racialização estrutura esses diferentes contextos onde os músicos buscam se inserir porque influi na seleção de pessoal e dos projetos musicais, enquanto fenômeno social indica simultaneamente a segmentação a partir de esteriótipos raciais e estratégias de resistência à segregação que organiza o campo musical.
VI Reunião Equatorial de Antropologia, 2019
Resumo A tese da pesquisa é haver processo de racialização no campo musical brasileiro demonstrad... more Resumo A tese da pesquisa é haver processo de racialização no campo musical brasileiro demonstrado pela presença das categorias música africana, negro africano, música de imigrante, música de refugiado. Estas emergem nas aproximações e as tensões entre imigrantes musicistas africanos, brasileiros e outros estrangeiros, nesse contexto. Para compreender o fenômeno é acentuado considerar tanto as narrativas críticas dos músicos e musicistas ao campo musical quanto a rede de relações de amizade e profissionais que igualmente nele se desenvolvem.
https://www.migramundo.com/artistas-imigrantes-agitam-cena-musical-em-sao-paulo-nesta-semana/, 2018
Série de atrações ajuda a dar uma ideia da diversidade de talentos e vozes que estão ajudando a e... more Série de atrações ajuda a dar uma ideia da diversidade de talentos e vozes que estão ajudando a enriquecer o cenário cultural da cidade
Toda essa violência presente nos atuais processos de deslocamento para o país tem uma base políti... more Toda essa violência presente nos atuais processos de deslocamento para o país tem uma base política, cultural e racista histórica. A estética da morenidade foi até pelo menos a década de 1930 o modelo político que pautou as imigrações.
https://diplomatique.org.br/ficar-em-casa-para-quem/, 2020
Nos últimos dias, as redes sociais foram tomadas de assalto por discursos que clamam as pessoas p... more Nos últimos dias, as redes sociais foram tomadas de assalto por discursos que clamam as pessoas para “ficarem em casa”, esta narrativa foi construída a partir das notícias da presença do Coronavírus (Covid-19) no Brasil. O Ministério da Saúde no dado mais atualizado, até a escrita deste texto, contava 234 pessoas pessoas infectadas pelo Sars-Cov 2, e 2.064 suspeitos. Estima-se que o número pode aumentar e muito. Diversos eventos artísticos foram cancelados, instituições educacionais, culturais e outras, estão cancelando suas atividades. A recomendação oficial do próprio Estado brasileiro é, também, a quarentena. Mas, de quem falamos? Qual trabalhador pode ficar em casa?
https://diplomatique.org.br/a-guerra-racial-de-alta-letalidade/, 2017
Denúncias contra o Estado brasileiro na ONU, na Organização dos Estados Americanos ou na Comissão... more Denúncias contra o Estado brasileiro na ONU, na Organização dos Estados Americanos ou na Comissão Interamericana de Direitos humanos crescem proporcionalmente ao fortalecimento do laboratório da guerra racial de alta letalidade, que significa investimento em aparatos jurídicos e armamentos sofisticados em conexão com a ideologia da crise da segurança pública e da guerra às drogas.
Books by Willians Santos
Dedico este trabalho, primeiro, a minha mãe. Rita de Jesus dos Santos Migrante da cidade de Eucli... more Dedico este trabalho, primeiro, a minha mãe. Rita de Jesus dos Santos Migrante da cidade de Euclides da Cunha para São Paulo. Mãe solteira, ensinou me o valor da humildade e da autonomia. Dedico, também, aos imigrantes bolivianos (as), em geral, e da fraternidade folclórica San Simon em especial. Por me ensinaram a valorizar a ancestralidade que compõem nosso corpo, nossa memória e a deixar-se apaixonar pelas danças. Agradecimentos Agradeço ao financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo -FAPESP -sem o qual não haveria condições para realizar a empiria e a interpretação teórica da pesquisa apresentada aqui. A orientadora Rosana Aparecida Baeninger, agradeço, a sensibilidade e profissionalismo. Foi quem acreditou no projeto deste o início; atenta ao desenvolvimento da pesquisa, lendo meus textos, orientou sabiamente o seu desenvolvimento e encerramento, estabelecendo críticas fundamentalmente necessárias. Aos amigos de infância agradeço a admiração pelo meu trabalho, lembrando-me sempre de minha trajetória, a qual recordava diante de outras alteridades. Estando todos representados na figura de Fernando Souza. Aos amigos da moradia estudantil da Unicamp, colegas de pósgraduação, professores e funcionários do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e da Universidade por me receberem, mostrarem caminhos teórico e político; ensinaram-me que fazemos parte de um projeto social e científico amplo, como este trabalho é. Muitas são as pessoas todas elas podem se sentir representadas na pessoa de No âmbito do pertencimento acadêmico e o reconhecimento fraterno devo muito a Patrícia Villen. Juntos desenvolvemos um diálogo profícuo, verdadeiro, espirituoso e permanente. Villen foi muito aberta a meus questionamentos, nunca se privou a apontar caminhos críticos acerca do tema. Sensível, como amiga, fortaleceu-me quando de dúvidas e angustias. Por fim, agradeço a todos migrantes que encontrei na caminhada da pesquisa, muitos (as) hoje amigos (as), e aos imigrantes bolivianos da Fraternidade Folclórica Caporales San Simon Bloque São Paulo Brasil participantes nos anos de 2013/14. Durante minha trajetória muitos acadêmicos perguntavam o porquê de eu ter escolhido pesquisar as danças folclóricas. Hoje posso responder que não somos nós que escolhemos, mas as pessoas que fazem cultura que desejamos conhecer é quem nos escolhem. Os migrantes foram fraternos a minha pessoa, abriram as portas para minha participação em seus espaços, onde constituíam suas relações, seus laços, identidade, aí, explicavam-me os múltiplos usos e significados de sua dança para si, os motivos de unidade para dançarem, respondendo sempre que possível as curiosidades minhas, alimentando minhas paixões. Agradeço acolhida de Reginaldo Ramalho, Carol . "[...] Saudades sempre. Muita saudade. Tanto que faço atividades com imigrantes por que isto é uma maneira de matar saudades (...) por que você perde a identidade quando você migra. Uma forma de mantener-se íntegro, acho que, é se afirmar-se na cosa cultural para manter uma identidade que te ajude a responder quem sou eu [...] " (Jobana Moyaentrevista para o Canal V). Eu sou favela negô eu fui Mandela negô. Eu sou o acorde do samba que você negô. Sou berimbaú que toco quando a chibata negô. Se levantou, recusou, menosprezou sua cor. E você negô. Negô a minha presença empurrou tua crença. Deu a sua sentença pra você nega. Vai trabalhar pra lavar, sempre limpar, cozinhar a verdadeira sinhá Ou pra você negô ou pra você nega. Estreia a hora do show inferior é o papel. Se o pó de arroz clareou, mas não vai dar Rapunzel. Se a noite o ferro alisar, torturar, oprimir massacrar. Sua raiz vai tá lá ou pra você negô ou pra você nega. Fazer o branquela sorrir entrar no carro e sumir. Fazer a curva e subir filha da puta vai rir. De cara preta vai tá. Ou pra você negô ou pra você nega. Pretim pretô pretim preta. Pretim pretô pretim. Nunca Negar. Nunca negue a raiz que sua etnia é verdadeira. É verdadeira é verdadeira. Nunca negue a raiz que sua etnia é verdadeira. É verdadeira é verdadeira. Eu sou favela negô. Ba Kimbuta.
Esta dissertação busca compreender a reconstrução de identidade sociocultural e de [re] invenção ... more Esta dissertação busca compreender a reconstrução de identidade sociocultural e de [re] invenção de tradições no convívio entre gerações de imigrantes entre espaços sociais sob o contexto da visibilidade da imigração em seus aspectos políticos e culturais. Neste sentido, procuramos dar vez para a Fraternidade Folclórica Caporales San Simón SP-Brasil destacando suas gestualidades, os seus trajes e festividades denominadas pelos imigrantes de folclore. Objetiva compreender a identidade sociocultural e o vínculo social entre gerações imigrantes em São Paulo. Em nossa hipótese a Fraternidade Folclórica Caporales San Simón exerce agencia durante o Ciclo de Festas, danças e os trajes entre a Bolívia e São Paulo, conformando no território circulatório a presença de símbolos que também circulam. Com estes sinais diacríticos - ou seja, a tradição [re] inventada – esses/essas bolivianos/bolivianas e seus descendentes (re) constroem a identidade sociocultural na sociedade de imigração, fortalecendo sua unidade e prática sociais. Este estudo investiga a partir do método reflexivo, a dança desta fraternidade folclórica, focalizando os usos do folclore e suas relações com o conjunto das relações sociais entre gerações dos imigrantes e destes com os brasileiros no contexto da imigração. Através da escrita, da fotografia e do gravador buscamos mapear as diversas narrativas acerca do que é a fraternidade e a dança folclórica caporal para seus integrantes. Neste contexto os (as) fraternos (as) são vistos como protagonistas e atores de seu processo migratório revelado na experiência de construção de vínculo social entre gerações que ocorre entre destino e origem desta imigração boliviana.
BALEIA NA REDE (Cessada), 1969
Ao ver as fotos do avô Mótel em sua terra natal e ao calçar as luvas de pelica próprias para o fr... more Ao ver as fotos do avô Mótel em sua terra natal e ao calçar as luvas de pelica próprias para o frio, o menino Mauro, protagonista do filme, não imagina que esses objetos são acima de tudo uma memória de exílio. O garoto não consegue ver estes objetos como memória; para ele são apenas fotos e luvas, no entanto para o avô falecido de Mauro representavam muito mais: eram lembranças de sua terra natal, dos seus entes queridos, da casa onde ele morou e dos lugares por onde ele passou e que ficaram tão distantes.
Le Monde Diplomatique Brasil, 2020
Músicas de Protesto Africanas para te inspirar na luta contra o Racismo e o Fascismo Quando se fa... more Músicas de Protesto Africanas para te inspirar na luta contra o Racismo e o Fascismo Quando se fala em música política na África, o que vem a mente? Fela Kuti? Sem dúvida, e seria uma heresia tocar nesse tema e deixar o grande líder de fora, mas, seu legado merece mais do que uma menção. Do afrobeat ao punk rock, da coladera ao funaná, do rai ao gumbé, passando pelo soukous e o ragga, nesta edição a Hits Perdidos traz artistas desconhecidos do grande público brasileiro entre bandas, cantores, cantoras, compositores e compositoras em trabalho solo que lutaram e musicaram contra o racismo, e outras políticas conservadoras e segregacionistas, pra inspirar a tua moção de repúdio ou no caminho do protesto: bora ouvir, bora se organizar, Fight the Power.
Hits Perdidos, 2020
A quarentena é um momento tenso que exige isolamento. E oportuno para conhecermos novas músicas.... more A quarentena é um momento tenso que exige isolamento. E oportuno para conhecermos novas músicas. A contribuição das matrizes africanas na musicalidade brasileira é inquestionável de norte a sul vemos e ouvimos diversas manifestações que corroboram esta presença. Apesar disso, a África contemporânea apesar de desconhecida pela maioria dos brasileiros é cada vez mais viva na cultura do país, o Hits Perdidos lista nove propostas de grupos musicais e artistas em trabalho solo que viveram ou vivem no Brasil e trazem na sua bagagem outras sonoridades até o momento pouco apreciadas por nós, bora ouvir?
Hits Perdidos , 2020
Artistas da música africana que viveram ou vivem no Brasil pra ouvir durante a quarentena | Hits ... more Artistas da música africana que viveram ou vivem no Brasil pra ouvir durante a quarentena | Hits Perdidos https://hitsperdidos.com/2020/05/19/9-artistas-da-musica-africana-que-vivem-no-brasil/ 1/15 9 Artistas da música africana pra ouvir durante a quarentena A quarentena é um momento tenso que exige isolamento. E oportuno para conhecermos novas músicas. A contribuição das matrizes africanas na musicalidade brasileira é inquestionável de norte a sul vemos e ouvimos diversas manifestações que corroboram esta presença. Apesar disso, a África contemporânea apesar de desconhecida pela maioria dos brasileiros é cada vez mais viva na cultura do país, o Hits Perdidos lista nove propostas de grupos musicais e artistas em trabalho solo que viveram ou vivem no Brasil e trazem na sua bagagem outras sonoridades até o momento pouco apreciadas por nós, bora ouvir? 2 0 2 0 (H T
Johannes Gutemberg Universitat Mainz Instituto fur Ethonolgie und Afrikastudien Anthropology of Music Master Class in combination with Anthropology of Music Lecture Serie, 2018
VII Simpósio de Pesquisa sobre Migrações, 2019
Resumo: Este trabalho integra a pesquisa “A marca Africano (a) como símbolo ocupacional na trajet... more Resumo: Este trabalho integra a pesquisa “A marca Africano (a) como símbolo ocupacional na trajetória de musicos imigrantes no Brasil” desenvolvida no doutorado em Ciências Sociais no IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas) programa trabalho, política e sociedade. A tese defendida da pesquisa é haver processo de racialização no campo musical brasileiro. Delimito o campo musical à vista de três critérios: a) mercado fonográfico formado por empresas transnacionais voltadas a produção e distribuição física e virtual de musica onde a remuneração artística sobrevém devido ao contrato com uma gravadora\distribuidora e a garantia dos direitos autorais de execução; b) o financiamento público de editais em que há imbricada relação entre Estado, fundações, empresas e bancos com a contrapartida da isenção de impostos em qual lugar para o artista a remuneração é determinada pela realização de contratos de pouco tempo de duração; (c) realização de oficinas e
workshops com valores variáveis por trabalho musical onde o vínculo é a palavra. A racialização estrutura esses diferentes contextos onde os músicos buscam se inserir porque influi na seleção de pessoal e dos projetos musicais, enquanto fenômeno social indica simultaneamente a segmentação a partir de esteriótipos raciais e estratégias de resistência à segregação que organiza o campo musical.
VI Reunião Equatorial de Antropologia, 2019
Resumo A tese da pesquisa é haver processo de racialização no campo musical brasileiro demonstrad... more Resumo A tese da pesquisa é haver processo de racialização no campo musical brasileiro demonstrado pela presença das categorias música africana, negro africano, música de imigrante, música de refugiado. Estas emergem nas aproximações e as tensões entre imigrantes musicistas africanos, brasileiros e outros estrangeiros, nesse contexto. Para compreender o fenômeno é acentuado considerar tanto as narrativas críticas dos músicos e musicistas ao campo musical quanto a rede de relações de amizade e profissionais que igualmente nele se desenvolvem.
https://www.migramundo.com/artistas-imigrantes-agitam-cena-musical-em-sao-paulo-nesta-semana/, 2018
Série de atrações ajuda a dar uma ideia da diversidade de talentos e vozes que estão ajudando a e... more Série de atrações ajuda a dar uma ideia da diversidade de talentos e vozes que estão ajudando a enriquecer o cenário cultural da cidade
Toda essa violência presente nos atuais processos de deslocamento para o país tem uma base políti... more Toda essa violência presente nos atuais processos de deslocamento para o país tem uma base política, cultural e racista histórica. A estética da morenidade foi até pelo menos a década de 1930 o modelo político que pautou as imigrações.
https://diplomatique.org.br/ficar-em-casa-para-quem/, 2020
Nos últimos dias, as redes sociais foram tomadas de assalto por discursos que clamam as pessoas p... more Nos últimos dias, as redes sociais foram tomadas de assalto por discursos que clamam as pessoas para “ficarem em casa”, esta narrativa foi construída a partir das notícias da presença do Coronavírus (Covid-19) no Brasil. O Ministério da Saúde no dado mais atualizado, até a escrita deste texto, contava 234 pessoas pessoas infectadas pelo Sars-Cov 2, e 2.064 suspeitos. Estima-se que o número pode aumentar e muito. Diversos eventos artísticos foram cancelados, instituições educacionais, culturais e outras, estão cancelando suas atividades. A recomendação oficial do próprio Estado brasileiro é, também, a quarentena. Mas, de quem falamos? Qual trabalhador pode ficar em casa?
https://diplomatique.org.br/a-guerra-racial-de-alta-letalidade/, 2017
Denúncias contra o Estado brasileiro na ONU, na Organização dos Estados Americanos ou na Comissão... more Denúncias contra o Estado brasileiro na ONU, na Organização dos Estados Americanos ou na Comissão Interamericana de Direitos humanos crescem proporcionalmente ao fortalecimento do laboratório da guerra racial de alta letalidade, que significa investimento em aparatos jurídicos e armamentos sofisticados em conexão com a ideologia da crise da segurança pública e da guerra às drogas.
Dedico este trabalho, primeiro, a minha mãe. Rita de Jesus dos Santos Migrante da cidade de Eucli... more Dedico este trabalho, primeiro, a minha mãe. Rita de Jesus dos Santos Migrante da cidade de Euclides da Cunha para São Paulo. Mãe solteira, ensinou me o valor da humildade e da autonomia. Dedico, também, aos imigrantes bolivianos (as), em geral, e da fraternidade folclórica San Simon em especial. Por me ensinaram a valorizar a ancestralidade que compõem nosso corpo, nossa memória e a deixar-se apaixonar pelas danças. Agradecimentos Agradeço ao financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo -FAPESP -sem o qual não haveria condições para realizar a empiria e a interpretação teórica da pesquisa apresentada aqui. A orientadora Rosana Aparecida Baeninger, agradeço, a sensibilidade e profissionalismo. Foi quem acreditou no projeto deste o início; atenta ao desenvolvimento da pesquisa, lendo meus textos, orientou sabiamente o seu desenvolvimento e encerramento, estabelecendo críticas fundamentalmente necessárias. Aos amigos de infância agradeço a admiração pelo meu trabalho, lembrando-me sempre de minha trajetória, a qual recordava diante de outras alteridades. Estando todos representados na figura de Fernando Souza. Aos amigos da moradia estudantil da Unicamp, colegas de pósgraduação, professores e funcionários do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e da Universidade por me receberem, mostrarem caminhos teórico e político; ensinaram-me que fazemos parte de um projeto social e científico amplo, como este trabalho é. Muitas são as pessoas todas elas podem se sentir representadas na pessoa de No âmbito do pertencimento acadêmico e o reconhecimento fraterno devo muito a Patrícia Villen. Juntos desenvolvemos um diálogo profícuo, verdadeiro, espirituoso e permanente. Villen foi muito aberta a meus questionamentos, nunca se privou a apontar caminhos críticos acerca do tema. Sensível, como amiga, fortaleceu-me quando de dúvidas e angustias. Por fim, agradeço a todos migrantes que encontrei na caminhada da pesquisa, muitos (as) hoje amigos (as), e aos imigrantes bolivianos da Fraternidade Folclórica Caporales San Simon Bloque São Paulo Brasil participantes nos anos de 2013/14. Durante minha trajetória muitos acadêmicos perguntavam o porquê de eu ter escolhido pesquisar as danças folclóricas. Hoje posso responder que não somos nós que escolhemos, mas as pessoas que fazem cultura que desejamos conhecer é quem nos escolhem. Os migrantes foram fraternos a minha pessoa, abriram as portas para minha participação em seus espaços, onde constituíam suas relações, seus laços, identidade, aí, explicavam-me os múltiplos usos e significados de sua dança para si, os motivos de unidade para dançarem, respondendo sempre que possível as curiosidades minhas, alimentando minhas paixões. Agradeço acolhida de Reginaldo Ramalho, Carol . "[...] Saudades sempre. Muita saudade. Tanto que faço atividades com imigrantes por que isto é uma maneira de matar saudades (...) por que você perde a identidade quando você migra. Uma forma de mantener-se íntegro, acho que, é se afirmar-se na cosa cultural para manter uma identidade que te ajude a responder quem sou eu [...] " (Jobana Moyaentrevista para o Canal V). Eu sou favela negô eu fui Mandela negô. Eu sou o acorde do samba que você negô. Sou berimbaú que toco quando a chibata negô. Se levantou, recusou, menosprezou sua cor. E você negô. Negô a minha presença empurrou tua crença. Deu a sua sentença pra você nega. Vai trabalhar pra lavar, sempre limpar, cozinhar a verdadeira sinhá Ou pra você negô ou pra você nega. Estreia a hora do show inferior é o papel. Se o pó de arroz clareou, mas não vai dar Rapunzel. Se a noite o ferro alisar, torturar, oprimir massacrar. Sua raiz vai tá lá ou pra você negô ou pra você nega. Fazer o branquela sorrir entrar no carro e sumir. Fazer a curva e subir filha da puta vai rir. De cara preta vai tá. Ou pra você negô ou pra você nega. Pretim pretô pretim preta. Pretim pretô pretim. Nunca Negar. Nunca negue a raiz que sua etnia é verdadeira. É verdadeira é verdadeira. Nunca negue a raiz que sua etnia é verdadeira. É verdadeira é verdadeira. Eu sou favela negô. Ba Kimbuta.
Esta dissertação busca compreender a reconstrução de identidade sociocultural e de [re] invenção ... more Esta dissertação busca compreender a reconstrução de identidade sociocultural e de [re] invenção de tradições no convívio entre gerações de imigrantes entre espaços sociais sob o contexto da visibilidade da imigração em seus aspectos políticos e culturais. Neste sentido, procuramos dar vez para a Fraternidade Folclórica Caporales San Simón SP-Brasil destacando suas gestualidades, os seus trajes e festividades denominadas pelos imigrantes de folclore. Objetiva compreender a identidade sociocultural e o vínculo social entre gerações imigrantes em São Paulo. Em nossa hipótese a Fraternidade Folclórica Caporales San Simón exerce agencia durante o Ciclo de Festas, danças e os trajes entre a Bolívia e São Paulo, conformando no território circulatório a presença de símbolos que também circulam. Com estes sinais diacríticos - ou seja, a tradição [re] inventada – esses/essas bolivianos/bolivianas e seus descendentes (re) constroem a identidade sociocultural na sociedade de imigração, fortalecendo sua unidade e prática sociais. Este estudo investiga a partir do método reflexivo, a dança desta fraternidade folclórica, focalizando os usos do folclore e suas relações com o conjunto das relações sociais entre gerações dos imigrantes e destes com os brasileiros no contexto da imigração. Através da escrita, da fotografia e do gravador buscamos mapear as diversas narrativas acerca do que é a fraternidade e a dança folclórica caporal para seus integrantes. Neste contexto os (as) fraternos (as) são vistos como protagonistas e atores de seu processo migratório revelado na experiência de construção de vínculo social entre gerações que ocorre entre destino e origem desta imigração boliviana.