Izilda Johanson | Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) (original) (raw)
Papers by Izilda Johanson
Revista Trans form ação, 2024
Resumo: Trata-se da investigação da relação entre produção de conhecimento e de colonialidade, te... more Resumo: Trata-se da investigação da relação entre produção de conhecimento e de colonialidade, tendo por guia a questão da alteridade no contexto epistemológico da subjetividade moderna. Buscando compreender como se dá a relação entre subjetividade e identidade (ou mesmidade), consequentemente, entre objetividade e alteridade (ou outridade) na modernidade, procurarei responder criticamente, de uma perspectiva feminista, perguntas essenciais à prática filosófica na contemporaneidade: a) em que consiste ser o "outro do eu" nessa filosofia mais consagrada entre nós e para quem o cânone é, como tal, legado máximo do legítimo e do verdadeiramente filosófico? b) quais podem ser as possibilidades desses "outros" virem a se relacionar de maneira dialógica e positiva com essa filosofia canônica? c) que consequências se pode tirar dessas respostas, do ponto de vista da constituição de uma multiplicidade integrada de saberes globais e pluriversais, dos quais todos os seres vivos do planeta Terra, e o próprio planeta, poderiam verdadeiramente se beneficiar?
Mulheres na Filosofia. Blog Unicamp, 2022
Izilda Johanson mostra como a ligação entre os temas “mulher” e “filosofia” é a questão central d... more Izilda Johanson mostra como a ligação entre os temas “mulher” e “filosofia” é a questão central da filosofia de Michèle Le Doeuff, para a qual a crítica ao sexismo e aos binarismos é essencial quando o objetivo é impedir o fortalecimento de maneiras de pensar que reiterem e auxiliem na manutenção de estruturas de poder e de opressões.
Revista Kalagatos, 2022
Neste artigo exploraremos alguns pontos nucleares da reflexão que bell hooks propõe em seu ensaio... more Neste artigo exploraremos alguns pontos nucleares da reflexão que bell hooks propõe em seu ensaio Erguer a voz: falar como feminista, falar como negra. Veremos que, segundo bell hooks, erguer a voz dirá respeito à constituição sobretudo de um lugar em que ser mulher e ser negra deverá significar o mesmo que ser sujeito do próprio pensar; e, ainda, fazer-se ouvir: ouvir a si mesma, por si mesma, e ser ouvida por outras, outros, outres também, num processo que exigirá, necessariamente, a contrapartida de uma escuta. Por fim, restará a questão do modo como esses movimentos e esses gestos que levam alguém a ser sujeito, ser voz e ser escuta podem se integrar; veremos que isto se tornará real por meio de um agir e de um pensar autenticamente feminista.
Revista Ideação - dossiê Filósofas, 2020
RESUMO: Este artigo pretende defender e explorar o sentido de se empreender abordagens de perspec... more RESUMO: Este artigo pretende defender e explorar o sentido de se empreender abordagens de perspectivas feminista em história da filosofia e defender a especificidade desta diante de práticas e empreendimentos voltados especificamente e exclusivamente ao campo onde se põe em questão e debate teorias feministas. Defendemos que fazer filosofia de perspectiva feminista não é o mesmo nem muito menos se reduz a fazer teoria feminista ou de gênero. Para essa defesa, mobilizaremos a filosofia antidogmática iluminista de Mary Wollstonecraft e a filosofia antidogmática existencialista de Simone de Beauvoir, em suas semelhanças e diferenças filosóficas. As chamadas questões de gênero estarão no centro do debate filosófico. A partir delas, buscaremos evidenciar a necessidade de historicização dos próprios termos da diferença sexual, analisar, no contexto de sua conceitualização, o modo operatório dessa oposição binária, muito frequentemente apresentada a partir da sexualização exclusiva do indivíduo do gênero feminino, pondo, por fim em xeque, certas construções hierárquicas e generificações do pensamento que dela decorrem e que não podemos, de nossa parte, considerar nem verdadeiras, nem evidentes, nem muito menos naturais.
ABSTRACT: This paper intends to defend and explore the sense of undertaking approaches from a feminist perspective in the history of philosophy and to defend its specificity in the face of practices and enterprises specifically and exclusively focused on the field where feminist theories are questioned and debated. We argue that doing philosophy from a feminist perspective is not the same nor is it reduced to doing feminist or gender theory. For this defense, we will mobilize Mary Wollstonecraft's Enlightenment anti-dogmatic philosophy and Simone de Beauvoir's existentialist anti-dogmatic philosophy, in their similarities and philosophical differences. So-called gender issues will be at the center of the philosophical debate. Putting gender issues at the center of the philosophical debate, we will seek to highlight the need for historicization of the very terms of sexual difference, analyzing, in the context of its conceptualization, the operative mode of this binary opposition, most often presented from the exclusive sexualization of a female individual, and finally checking certain hierarchical constructions and generalizations of thought that flow from them and which we cannot, for our part, regard as true, obvious, or natural.
Cadernos de Ética e Filosofia Política, 2021
Quem frequenta discussões e debates dedicados à filosofia de Simone de Beauvoir sabe que não é in... more Quem frequenta discussões e debates dedicados à filosofia de Simone de Beauvoir sabe que não é incomum surgir em algum momento a inevitável questão sobre essa grande pensadora do século XX terse considerado principalmente escritora, mas não filósofa. Nossa proposta é de enfrentar essa questão diretamente como uma questão ou um problema de filosofia, e não um problema de Simone de Beauvoir com a filosofia, como alguns autores e autoras, filósofas feministas inclusive, há algum tempo vêm insistindo em fazer. Entendemos que o engajamento intelectual e feminista de Simone de Beauvoir é não só compatível como necessário à afirmação da autenticidade e originalidade de sua filosofia.
Revista Ethic@, 2018
O presente estudo reconhece e visa destacar o lugar de Simone de Beauvoir na história da filosofi... more O presente estudo reconhece e visa destacar o lugar de Simone de Beauvoir na história da filosofia do século XX; a partir da compreensão do problema da existência entendida como liberdade, tal como ele é posto pelo existencialismo desta autora, procuraremos abordar as relações entre pensamento e ação prática, entre filosofia e engajamento feminista, as quais se desdobram, por sua vez, no que entendemos ser a abertura de um sentido possível para a constituição de uma ética em Simone de Beauvoir.
REF - Revista Estudos Feministas, 2020
Trata-se de apresentar um estudo de caso, tomado na filosofia existencialista, por meio do qual a... more Trata-se de apresentar um estudo de caso, tomado na filosofia existencialista, por meio do qual a abordagem da questão da relação entre mulher e filosofia explicita duas questões de grande relevância. Em primeiro lugar, a da pretensa universalidade do sistema conceitual cunhado pelo filósofo que, sob o crivo da existência concreta, revela uma realidade consideravelmente seletiva e parcial que, muitas vezes, em lugar de combater, reforça certos lugares comuns da opinião e pré-juízos sobre as diferenças e opressões de gênero. Em segundo, e em contrapartida, a do interesse aparentemente localizado na situação da mulher, que leva a filósofa a abrir e em alguma medida libertar o campo das investigações filosóficas, no sentido da realização de sua integração à vida humana. Este é um dos passos fundamentais dado na direção da constituição da mulher como sujeito autêntico, também do conhecimento.
From Object to Subject: A Feminist Contribution to History and to Philosophy
It is intended to present a case study, taken from the existentialist philosophy, which the women and philosophy relationship approach depicts two great relevant questions. Firstly, the alleged universality of conceptual system coined by the phylosopher that, upon the scrutiny of concrete existence, discloses a somewhat selective and partial reality that, oftenly, rather than combating, reinforces certain commonplace opinions and prejudices about the differences and gender oppression. Secondly, on the other hand, the interest apparently located in the status of the women, that drives the female phylosopher to open and, to some extent, unleash the philosophical field of the investigations, towards the achievement of their connection to human life. That is one of the key steps taken toward the constitution of women as an authentic subject, and of knowledge as well.
RESUMO O presente estudo reconhece e visa destacar o lugar de Simone de Beauvoir na história da f... more RESUMO O presente estudo reconhece e visa destacar o lugar de Simone de Beauvoir na história da filosofia do século XX; a partir da compreensão do problema da existência entendida como liberdade, tal como ele é posto pelo existencialismo desta autora, procuraremos abordar as relações entre pensamento e ação prática, entre filosofia e engajamento feminista, as quais se desdobram, por sua vez, no que entendemos ser a abertura de um sentido possível para a constituição de uma ética em Simone de Beauvoir.
Revista PHILIA | Filosofia, Literatura & Arte
As relações de poder em torno das questões de raça, classe e gênero dão lugar a uma combinação ca... more As relações de poder em torno das questões de raça, classe e gênero dão lugar a uma combinação característica de opressões que atingem, de modo particular, as mulheres negras. A fim de refletir sobre o conceito de interseccionalidade na obra Quarto de Despejo: diário de uma favelada, abordaremos a questão do contexto colonial no qual se enraízam os alicerces que têm mantido praticamente intactas as estruturas sociais das desigualdades de condições em meio à diversidade de indivíduos. Visamos a destacar no artigo como a autora Carolina Maria de Jesus dialoga com a perspectiva interseccional desenvolvida dentro do feminismo negro, expondo as diferentes opressões e resistências que a obra permite analisar.Palavras-chave: Interseccionalidade. Feminismo negro. Filosofia. Literatura.The power relations around the questions of race, class e gender cause a characteristic combination of oppressions that hits, in a particular way, the black women. In order to reflect about the concept of inte...
Revista Philia, 2020
As relações de poder em torno das questões de raça, classe e gênero dão lugar a uma combinação ca... more As relações de poder em torno das questões de raça, classe e gênero dão lugar a uma combinação característica de opressões que atingem, de modo particular, as mulheres negras. A fim de refletir sobre o conceito de interseccionalidade na obra Quarto de Despejo: diário de uma favelada, abordaremos a questão do contexto colonial no qual se enraízam os alicerces que têm mantido praticamente intactas as estruturas sociais das desigualdades de condições em meio à diversidade de indivíduos. Visamos a destacar no artigo como a autora Carolina Maria de Jesus dialoga com a perspectiva interseccional desenvolvida dentro do feminismo negro, expondo as diferentes opressões e resistências que a obra permite analisar.
The power relations around the questions of race, class e gender cause a characteristic combination of oppressions that hits, in a particular way, the black women. In order to reflect about the concept of intersectionality in the book Quarto de Despejo: diário de uma favela, we will approach the question of the colonial context in which the foundations that have maintained practically intact the social structures of inequalities of conditions among the diversity of individuals. We are looking to highlight in the article how the author Carolina Maria de Jesus dialogues with the intersectional perspective developed within black feminism, exposing the different oppressions and resistances that the book allows to analyze.
A designação ensino de filosofia para o que surge com a atividade do professor de filosofia, ou o... more A designação ensino de filosofia para o que surge com a atividade do professor de filosofia, ou o que resulta dela, compreende a necessidade de respostas a determinadas questões próprias à atividade filosófica. Ao declarar o que quer que seja sobre o ensino de filosofia, mesmo que de modo não consciente, se responde a perguntas pressupostas nessa afirmação, tais como: Por que filosofia? Em que consiste a filosofia? É possível ensiná-la efetivamente? Qual filosofia ensinar? Qual é a especificidade do filósofo? Qual é a especificidade do ensino de filosofia? E justamente porque são pressupostas, tais questões são também aquilo que sela a ligação profunda entre filosofia, filósofo, professor e aluno de filosofia e, por isso também, pode-se dizer, são anteriores, antecedem a própria atividade docente. De modo que a busca pelo lugar que o professor e a professora de filosofia ocupam numa sala de aula, em meio aos alunos e alunas, numa instituição de ensino, é também a busca pelo seu lugar em meio à própria filosofia. É também a busca pela constituição do que poderíamos chamar aqui de problema filosófico da filosofia.
Revista Limiar, Mar 24, 2019
O trabalho de organização deste quarto número da Revista Limiar tem em vista a compreensão de que... more O trabalho de organização deste quarto número da Revista Limiar tem em vista a compreensão de que apreender verdadeiramente um pensamento ou uma teoria pressupõe o entendimento de que estes, ao se constituírem, pertencem não a um mundo abstrato, isolado, cindido e exterior àquele que comumente chamamos de real e concreto, mas que, ao contrário, por serem dados pela mediação precisa de um homem ou uma mulher que necessariamente vive, sofre e age no mundo, esse pensamento e essa teoria têm movimento, são igualmente vivos: tendo sido moldados pelo mundo sob uma mediação precisa, a do pensador ou da pensadora, são a expressão singular de um esforço humano para apreender, isto é, constituir, transformar, inventar em alguma medida esse mundo no qual todos vivemos e sobre o qual todos agimos. Perceber e entender como essas diferentes instâncias, a do pensamento e a da ação, se articulam, talvez venha a ser o que de mais interessante e precioso uma investigação histórica da fi losofi a pode oferecer. Uma história da fi losofi a nesses moldes deve ultrapassar, por isso também, o movi
DoisPontos
A propósito da menção em O Totemismo Hoje, interessará aqui aprofundar, por um lado, alguns ponto... more A propósito da menção em O Totemismo Hoje, interessará aqui aprofundar, por um lado, alguns pontos a respeito da relação entre filosofia e antropologia em Bergson e, por outro, o modo pelo qual, a partir da leitura de Lévi-Strauss, e nos termos dele, poderia se dar alguma relação possível entre a metafísica bergsoniana e o próprio pensamento selvagem.
O presente artigo é dedicado à questão da relação entre a finitude e o caráter absoluto da vida n... more O presente artigo é dedicado à questão da relação entre a finitude e o caráter absoluto da vida na metafísica bergsoniana. A discussão sobre o absoluto, em Bergson, está intimamente ligada à questão da concretude e, portanto, da finitude da vida, à ação concreta e criadora que, como tal, só pode se realizar como experiência singular, de indivíduos singulares. Ou seja, como experiência de um corpo, por meio de um corpo. No caso do herói, aqui figura central, tratar-se-á da própria expressão corporificada de um impulso de criação de valores vitais, a saber, morais, no seu sentido mais propriamente metafísico. Abstract: This paper will be mainly focused on the relationship between the finitude and the absolute character of the life in Bergson's metaphysics. The issue of the Absolute one is connected to the issue of the concrete reality and, therefore, of the finitude of the life, to the concrete and creative action that, as such, just can be a singular experience, of singular individuals. In other words: the experience of a body, through a body. In the case of the hero, the main character of this paper, his body is the expression of an impulse of creation of vital values, notably, moral values, in its metaphysical direction.
Há uma célebre definição – que, com o tempo e, é bem verdade, seguindo num sentido contrário ao d... more Há uma célebre definição – que, com o tempo e, é bem verdade, seguindo num sentido contrário ao dos próprios preceitos que lhe deram origem, acabou se tornando também uma fórmula – que colocou O riso, de Henri Bergson, entre as obras de referência relacionadas ao estudo do cômico, da comédia, da comicidade em geral. Essa definição resume a ideia de que no fundo da comicidade existe e existirá sempre algo de “mecânico aplacado sobre o vivente”. Estará em questão a exploração dos pressupostos que fundamentam esse estudo bergsoniano sobre o riso, que não apenas dão sustentação à compreensão do que é e do por que é cômico, como também revelam a ligação profunda desse estudo com todo o corpo conceitual da filosofia bergsoniana. Procedendo desse modo, espero poder trazer à luz a discussão que o estudo do fenômeno do riso e do risível propõe sobre o lugar que a obra cômica ocupa em meio à arte e em meio à vida, ou, mais precisamente, o “nexo geral” que, a partir dela, vemos se constituir entre a arte e a vida.
■ RESUMO: Tendo como ponto de referência o pensamento de Henri Bergson e, a partir dele, a relaçã... more ■ RESUMO: Tendo como ponto de referência o pensamento de Henri Bergson e, a partir dele, a relação de identidade entre liberdade e criação, ação livre e ação criadora, este trabalho tem como propósito levantar algumas questões relativas à função do método em relação a uma filosofia que encara a arte, o artista e a atividade artística como exemplos de que o conhecimento acerca do real e do verdadeiro é possível e, justamente em virtude disso, os toma como paradigmas da própria filosofia. Em outros termos, interessa aqui dar alguns passos no sentido da investigação acerca do que quer e o que pode uma filosofia que guarda profundas afinidades com a arte e que, além disso, busca entendê-la em sua essência, compreendê-la em seus princípios e revelar a sua natureza. ■ PALAVRAS-CHAVE: Bergson; liberdade; criação; método; arte I E bem o que a Natureza fez de vez em quando, por distração, para alguns privilegiados, a Filosofia, em matéria parecida, não poderia tentar, num outro sentido e de uma outra maneira, para todo mundo? O papel da Filosofia não se-ria aqui o de nos levar para uma percepção mais completa da realidade por um certo deslocamento de nossa atenção? Tratar-se-ia de desviar essa atenção do lado praticamente interessante do Universo e de fazê-la voltar-se àquilo que,
Pretende-se investigar a hipótese de um imaginário que engendra a todo tempo e de variados modos ... more Pretende-se investigar a hipótese de um imaginário que engendra a todo tempo e de variados modos e intensidades o real, e que, por isso, torna possível um conhecimento que não simplesmente compreende a realidade, mas a explica. Em Evolução Criadora, Bergson apresenta e desenvolve a noção de élan vital, contudo, é possível reconhecer ao longo de toda sua obra seu esforço por responder com o rigor e a precisão necessários ao trabalho de filósofo a pergunta sobre o que é, pois, a vida. Freud, por seu turno, inaugurou uma nova perspectiva de abordagem da questão, apresentando a dimensão desconhecida e até então inexplorada do inconsciente humano. O momento é o do final do século XIX e início do XX. De lá para cá, a psicanálise vem empreendendo de maneira reveladora, levando em conta não só as grandes ações e feitos da humanidade, mas, sobretudo, as pequenas e mais cotidianas ações dos indivíduos, o estudo das patologias (das subjetividades) contrárias à vida; a filosofia, por seu turno, não teria hoje em dia nada mais a dizer sobre a realização do vital, isto é, seu efetivo desdobrar-se como vida subjetiva – a vida de alguém –, e também a vida de um coletivo, situado no mundo e na história? O presente trabalho põe-se na direção da afirmação de que pode haver, hoje em dia, no presente, algo de metafísico nessas questões a respeito de um interesse vital. Qual seria ele? A filosofia bergsoniana teria, pois, algo a dizer sobre isso. Abstract It is intended to investigate the hypothesis of an imaginary that engenders, all the time, and in various ways and degrees, the real, and therefore, it is made possible a knowledge that not only understands the reality, but explains it. In Creative Evolution, Bergson introduces and develops the notion of élan vital, however, it is possible to recognize throughout his work his effort to toughly respond, and with the accuracy needed to the philosopher's work, the question on what life is. Freud, in turn, opened a new perspective approach of the question, introducing the unknown and so far unexplored dimension of the human unconscious. The moment in time is the late XIX th and early XX th centuries. Since then, psychoanalysis has undertaken, so revealingly, taking into account not only the great acts and deeds of mankind, but especially the smaller, everyday actions of individuals, the study of pathologies (of subjectivities) contrary to life; would not philosophy, in turn, have anything to say nowadays about the realization of the vital, ie its actual unfolding as subjective life – someone's life – and also the life of a collective, situated in the world and history? This work heads towards the assertion that there may be, today, somewhat metaphysical on these issues regarding a vital interest. What would it be? Bergsonian's philosophy would, therefore, have something to say about it.
Books by Izilda Johanson
Este livro empreende, no âmbito do pensamento do filósofo francês Henri Bergson (1859-1941), a i... more Este livro empreende, no âmbito do pensamento do filósofo francês Henri Bergson (1859-1941), a investigação acerca do impulso criador a partir de sua realização como arte. E se dispõe a ir além. Na medida em que esse impulso se caracteriza como esforço de invenção, as análises abordam também os possíveis desdobramentos concernentes à vida intelectual, moral e social, procurando examinar ainda os elementos que permitam discutir o tema da invenção e da intuição a partir da relação entre percepção, esforço intelectual e criação.
Revista Trans form ação, 2024
Resumo: Trata-se da investigação da relação entre produção de conhecimento e de colonialidade, te... more Resumo: Trata-se da investigação da relação entre produção de conhecimento e de colonialidade, tendo por guia a questão da alteridade no contexto epistemológico da subjetividade moderna. Buscando compreender como se dá a relação entre subjetividade e identidade (ou mesmidade), consequentemente, entre objetividade e alteridade (ou outridade) na modernidade, procurarei responder criticamente, de uma perspectiva feminista, perguntas essenciais à prática filosófica na contemporaneidade: a) em que consiste ser o "outro do eu" nessa filosofia mais consagrada entre nós e para quem o cânone é, como tal, legado máximo do legítimo e do verdadeiramente filosófico? b) quais podem ser as possibilidades desses "outros" virem a se relacionar de maneira dialógica e positiva com essa filosofia canônica? c) que consequências se pode tirar dessas respostas, do ponto de vista da constituição de uma multiplicidade integrada de saberes globais e pluriversais, dos quais todos os seres vivos do planeta Terra, e o próprio planeta, poderiam verdadeiramente se beneficiar?
Mulheres na Filosofia. Blog Unicamp, 2022
Izilda Johanson mostra como a ligação entre os temas “mulher” e “filosofia” é a questão central d... more Izilda Johanson mostra como a ligação entre os temas “mulher” e “filosofia” é a questão central da filosofia de Michèle Le Doeuff, para a qual a crítica ao sexismo e aos binarismos é essencial quando o objetivo é impedir o fortalecimento de maneiras de pensar que reiterem e auxiliem na manutenção de estruturas de poder e de opressões.
Revista Kalagatos, 2022
Neste artigo exploraremos alguns pontos nucleares da reflexão que bell hooks propõe em seu ensaio... more Neste artigo exploraremos alguns pontos nucleares da reflexão que bell hooks propõe em seu ensaio Erguer a voz: falar como feminista, falar como negra. Veremos que, segundo bell hooks, erguer a voz dirá respeito à constituição sobretudo de um lugar em que ser mulher e ser negra deverá significar o mesmo que ser sujeito do próprio pensar; e, ainda, fazer-se ouvir: ouvir a si mesma, por si mesma, e ser ouvida por outras, outros, outres também, num processo que exigirá, necessariamente, a contrapartida de uma escuta. Por fim, restará a questão do modo como esses movimentos e esses gestos que levam alguém a ser sujeito, ser voz e ser escuta podem se integrar; veremos que isto se tornará real por meio de um agir e de um pensar autenticamente feminista.
Revista Ideação - dossiê Filósofas, 2020
RESUMO: Este artigo pretende defender e explorar o sentido de se empreender abordagens de perspec... more RESUMO: Este artigo pretende defender e explorar o sentido de se empreender abordagens de perspectivas feminista em história da filosofia e defender a especificidade desta diante de práticas e empreendimentos voltados especificamente e exclusivamente ao campo onde se põe em questão e debate teorias feministas. Defendemos que fazer filosofia de perspectiva feminista não é o mesmo nem muito menos se reduz a fazer teoria feminista ou de gênero. Para essa defesa, mobilizaremos a filosofia antidogmática iluminista de Mary Wollstonecraft e a filosofia antidogmática existencialista de Simone de Beauvoir, em suas semelhanças e diferenças filosóficas. As chamadas questões de gênero estarão no centro do debate filosófico. A partir delas, buscaremos evidenciar a necessidade de historicização dos próprios termos da diferença sexual, analisar, no contexto de sua conceitualização, o modo operatório dessa oposição binária, muito frequentemente apresentada a partir da sexualização exclusiva do indivíduo do gênero feminino, pondo, por fim em xeque, certas construções hierárquicas e generificações do pensamento que dela decorrem e que não podemos, de nossa parte, considerar nem verdadeiras, nem evidentes, nem muito menos naturais.
ABSTRACT: This paper intends to defend and explore the sense of undertaking approaches from a feminist perspective in the history of philosophy and to defend its specificity in the face of practices and enterprises specifically and exclusively focused on the field where feminist theories are questioned and debated. We argue that doing philosophy from a feminist perspective is not the same nor is it reduced to doing feminist or gender theory. For this defense, we will mobilize Mary Wollstonecraft's Enlightenment anti-dogmatic philosophy and Simone de Beauvoir's existentialist anti-dogmatic philosophy, in their similarities and philosophical differences. So-called gender issues will be at the center of the philosophical debate. Putting gender issues at the center of the philosophical debate, we will seek to highlight the need for historicization of the very terms of sexual difference, analyzing, in the context of its conceptualization, the operative mode of this binary opposition, most often presented from the exclusive sexualization of a female individual, and finally checking certain hierarchical constructions and generalizations of thought that flow from them and which we cannot, for our part, regard as true, obvious, or natural.
Cadernos de Ética e Filosofia Política, 2021
Quem frequenta discussões e debates dedicados à filosofia de Simone de Beauvoir sabe que não é in... more Quem frequenta discussões e debates dedicados à filosofia de Simone de Beauvoir sabe que não é incomum surgir em algum momento a inevitável questão sobre essa grande pensadora do século XX terse considerado principalmente escritora, mas não filósofa. Nossa proposta é de enfrentar essa questão diretamente como uma questão ou um problema de filosofia, e não um problema de Simone de Beauvoir com a filosofia, como alguns autores e autoras, filósofas feministas inclusive, há algum tempo vêm insistindo em fazer. Entendemos que o engajamento intelectual e feminista de Simone de Beauvoir é não só compatível como necessário à afirmação da autenticidade e originalidade de sua filosofia.
Revista Ethic@, 2018
O presente estudo reconhece e visa destacar o lugar de Simone de Beauvoir na história da filosofi... more O presente estudo reconhece e visa destacar o lugar de Simone de Beauvoir na história da filosofia do século XX; a partir da compreensão do problema da existência entendida como liberdade, tal como ele é posto pelo existencialismo desta autora, procuraremos abordar as relações entre pensamento e ação prática, entre filosofia e engajamento feminista, as quais se desdobram, por sua vez, no que entendemos ser a abertura de um sentido possível para a constituição de uma ética em Simone de Beauvoir.
REF - Revista Estudos Feministas, 2020
Trata-se de apresentar um estudo de caso, tomado na filosofia existencialista, por meio do qual a... more Trata-se de apresentar um estudo de caso, tomado na filosofia existencialista, por meio do qual a abordagem da questão da relação entre mulher e filosofia explicita duas questões de grande relevância. Em primeiro lugar, a da pretensa universalidade do sistema conceitual cunhado pelo filósofo que, sob o crivo da existência concreta, revela uma realidade consideravelmente seletiva e parcial que, muitas vezes, em lugar de combater, reforça certos lugares comuns da opinião e pré-juízos sobre as diferenças e opressões de gênero. Em segundo, e em contrapartida, a do interesse aparentemente localizado na situação da mulher, que leva a filósofa a abrir e em alguma medida libertar o campo das investigações filosóficas, no sentido da realização de sua integração à vida humana. Este é um dos passos fundamentais dado na direção da constituição da mulher como sujeito autêntico, também do conhecimento.
From Object to Subject: A Feminist Contribution to History and to Philosophy
It is intended to present a case study, taken from the existentialist philosophy, which the women and philosophy relationship approach depicts two great relevant questions. Firstly, the alleged universality of conceptual system coined by the phylosopher that, upon the scrutiny of concrete existence, discloses a somewhat selective and partial reality that, oftenly, rather than combating, reinforces certain commonplace opinions and prejudices about the differences and gender oppression. Secondly, on the other hand, the interest apparently located in the status of the women, that drives the female phylosopher to open and, to some extent, unleash the philosophical field of the investigations, towards the achievement of their connection to human life. That is one of the key steps taken toward the constitution of women as an authentic subject, and of knowledge as well.
RESUMO O presente estudo reconhece e visa destacar o lugar de Simone de Beauvoir na história da f... more RESUMO O presente estudo reconhece e visa destacar o lugar de Simone de Beauvoir na história da filosofia do século XX; a partir da compreensão do problema da existência entendida como liberdade, tal como ele é posto pelo existencialismo desta autora, procuraremos abordar as relações entre pensamento e ação prática, entre filosofia e engajamento feminista, as quais se desdobram, por sua vez, no que entendemos ser a abertura de um sentido possível para a constituição de uma ética em Simone de Beauvoir.
Revista PHILIA | Filosofia, Literatura & Arte
As relações de poder em torno das questões de raça, classe e gênero dão lugar a uma combinação ca... more As relações de poder em torno das questões de raça, classe e gênero dão lugar a uma combinação característica de opressões que atingem, de modo particular, as mulheres negras. A fim de refletir sobre o conceito de interseccionalidade na obra Quarto de Despejo: diário de uma favelada, abordaremos a questão do contexto colonial no qual se enraízam os alicerces que têm mantido praticamente intactas as estruturas sociais das desigualdades de condições em meio à diversidade de indivíduos. Visamos a destacar no artigo como a autora Carolina Maria de Jesus dialoga com a perspectiva interseccional desenvolvida dentro do feminismo negro, expondo as diferentes opressões e resistências que a obra permite analisar.Palavras-chave: Interseccionalidade. Feminismo negro. Filosofia. Literatura.The power relations around the questions of race, class e gender cause a characteristic combination of oppressions that hits, in a particular way, the black women. In order to reflect about the concept of inte...
Revista Philia, 2020
As relações de poder em torno das questões de raça, classe e gênero dão lugar a uma combinação ca... more As relações de poder em torno das questões de raça, classe e gênero dão lugar a uma combinação característica de opressões que atingem, de modo particular, as mulheres negras. A fim de refletir sobre o conceito de interseccionalidade na obra Quarto de Despejo: diário de uma favelada, abordaremos a questão do contexto colonial no qual se enraízam os alicerces que têm mantido praticamente intactas as estruturas sociais das desigualdades de condições em meio à diversidade de indivíduos. Visamos a destacar no artigo como a autora Carolina Maria de Jesus dialoga com a perspectiva interseccional desenvolvida dentro do feminismo negro, expondo as diferentes opressões e resistências que a obra permite analisar.
The power relations around the questions of race, class e gender cause a characteristic combination of oppressions that hits, in a particular way, the black women. In order to reflect about the concept of intersectionality in the book Quarto de Despejo: diário de uma favela, we will approach the question of the colonial context in which the foundations that have maintained practically intact the social structures of inequalities of conditions among the diversity of individuals. We are looking to highlight in the article how the author Carolina Maria de Jesus dialogues with the intersectional perspective developed within black feminism, exposing the different oppressions and resistances that the book allows to analyze.
A designação ensino de filosofia para o que surge com a atividade do professor de filosofia, ou o... more A designação ensino de filosofia para o que surge com a atividade do professor de filosofia, ou o que resulta dela, compreende a necessidade de respostas a determinadas questões próprias à atividade filosófica. Ao declarar o que quer que seja sobre o ensino de filosofia, mesmo que de modo não consciente, se responde a perguntas pressupostas nessa afirmação, tais como: Por que filosofia? Em que consiste a filosofia? É possível ensiná-la efetivamente? Qual filosofia ensinar? Qual é a especificidade do filósofo? Qual é a especificidade do ensino de filosofia? E justamente porque são pressupostas, tais questões são também aquilo que sela a ligação profunda entre filosofia, filósofo, professor e aluno de filosofia e, por isso também, pode-se dizer, são anteriores, antecedem a própria atividade docente. De modo que a busca pelo lugar que o professor e a professora de filosofia ocupam numa sala de aula, em meio aos alunos e alunas, numa instituição de ensino, é também a busca pelo seu lugar em meio à própria filosofia. É também a busca pela constituição do que poderíamos chamar aqui de problema filosófico da filosofia.
Revista Limiar, Mar 24, 2019
O trabalho de organização deste quarto número da Revista Limiar tem em vista a compreensão de que... more O trabalho de organização deste quarto número da Revista Limiar tem em vista a compreensão de que apreender verdadeiramente um pensamento ou uma teoria pressupõe o entendimento de que estes, ao se constituírem, pertencem não a um mundo abstrato, isolado, cindido e exterior àquele que comumente chamamos de real e concreto, mas que, ao contrário, por serem dados pela mediação precisa de um homem ou uma mulher que necessariamente vive, sofre e age no mundo, esse pensamento e essa teoria têm movimento, são igualmente vivos: tendo sido moldados pelo mundo sob uma mediação precisa, a do pensador ou da pensadora, são a expressão singular de um esforço humano para apreender, isto é, constituir, transformar, inventar em alguma medida esse mundo no qual todos vivemos e sobre o qual todos agimos. Perceber e entender como essas diferentes instâncias, a do pensamento e a da ação, se articulam, talvez venha a ser o que de mais interessante e precioso uma investigação histórica da fi losofi a pode oferecer. Uma história da fi losofi a nesses moldes deve ultrapassar, por isso também, o movi
DoisPontos
A propósito da menção em O Totemismo Hoje, interessará aqui aprofundar, por um lado, alguns ponto... more A propósito da menção em O Totemismo Hoje, interessará aqui aprofundar, por um lado, alguns pontos a respeito da relação entre filosofia e antropologia em Bergson e, por outro, o modo pelo qual, a partir da leitura de Lévi-Strauss, e nos termos dele, poderia se dar alguma relação possível entre a metafísica bergsoniana e o próprio pensamento selvagem.
O presente artigo é dedicado à questão da relação entre a finitude e o caráter absoluto da vida n... more O presente artigo é dedicado à questão da relação entre a finitude e o caráter absoluto da vida na metafísica bergsoniana. A discussão sobre o absoluto, em Bergson, está intimamente ligada à questão da concretude e, portanto, da finitude da vida, à ação concreta e criadora que, como tal, só pode se realizar como experiência singular, de indivíduos singulares. Ou seja, como experiência de um corpo, por meio de um corpo. No caso do herói, aqui figura central, tratar-se-á da própria expressão corporificada de um impulso de criação de valores vitais, a saber, morais, no seu sentido mais propriamente metafísico. Abstract: This paper will be mainly focused on the relationship between the finitude and the absolute character of the life in Bergson's metaphysics. The issue of the Absolute one is connected to the issue of the concrete reality and, therefore, of the finitude of the life, to the concrete and creative action that, as such, just can be a singular experience, of singular individuals. In other words: the experience of a body, through a body. In the case of the hero, the main character of this paper, his body is the expression of an impulse of creation of vital values, notably, moral values, in its metaphysical direction.
Há uma célebre definição – que, com o tempo e, é bem verdade, seguindo num sentido contrário ao d... more Há uma célebre definição – que, com o tempo e, é bem verdade, seguindo num sentido contrário ao dos próprios preceitos que lhe deram origem, acabou se tornando também uma fórmula – que colocou O riso, de Henri Bergson, entre as obras de referência relacionadas ao estudo do cômico, da comédia, da comicidade em geral. Essa definição resume a ideia de que no fundo da comicidade existe e existirá sempre algo de “mecânico aplacado sobre o vivente”. Estará em questão a exploração dos pressupostos que fundamentam esse estudo bergsoniano sobre o riso, que não apenas dão sustentação à compreensão do que é e do por que é cômico, como também revelam a ligação profunda desse estudo com todo o corpo conceitual da filosofia bergsoniana. Procedendo desse modo, espero poder trazer à luz a discussão que o estudo do fenômeno do riso e do risível propõe sobre o lugar que a obra cômica ocupa em meio à arte e em meio à vida, ou, mais precisamente, o “nexo geral” que, a partir dela, vemos se constituir entre a arte e a vida.
■ RESUMO: Tendo como ponto de referência o pensamento de Henri Bergson e, a partir dele, a relaçã... more ■ RESUMO: Tendo como ponto de referência o pensamento de Henri Bergson e, a partir dele, a relação de identidade entre liberdade e criação, ação livre e ação criadora, este trabalho tem como propósito levantar algumas questões relativas à função do método em relação a uma filosofia que encara a arte, o artista e a atividade artística como exemplos de que o conhecimento acerca do real e do verdadeiro é possível e, justamente em virtude disso, os toma como paradigmas da própria filosofia. Em outros termos, interessa aqui dar alguns passos no sentido da investigação acerca do que quer e o que pode uma filosofia que guarda profundas afinidades com a arte e que, além disso, busca entendê-la em sua essência, compreendê-la em seus princípios e revelar a sua natureza. ■ PALAVRAS-CHAVE: Bergson; liberdade; criação; método; arte I E bem o que a Natureza fez de vez em quando, por distração, para alguns privilegiados, a Filosofia, em matéria parecida, não poderia tentar, num outro sentido e de uma outra maneira, para todo mundo? O papel da Filosofia não se-ria aqui o de nos levar para uma percepção mais completa da realidade por um certo deslocamento de nossa atenção? Tratar-se-ia de desviar essa atenção do lado praticamente interessante do Universo e de fazê-la voltar-se àquilo que,
Pretende-se investigar a hipótese de um imaginário que engendra a todo tempo e de variados modos ... more Pretende-se investigar a hipótese de um imaginário que engendra a todo tempo e de variados modos e intensidades o real, e que, por isso, torna possível um conhecimento que não simplesmente compreende a realidade, mas a explica. Em Evolução Criadora, Bergson apresenta e desenvolve a noção de élan vital, contudo, é possível reconhecer ao longo de toda sua obra seu esforço por responder com o rigor e a precisão necessários ao trabalho de filósofo a pergunta sobre o que é, pois, a vida. Freud, por seu turno, inaugurou uma nova perspectiva de abordagem da questão, apresentando a dimensão desconhecida e até então inexplorada do inconsciente humano. O momento é o do final do século XIX e início do XX. De lá para cá, a psicanálise vem empreendendo de maneira reveladora, levando em conta não só as grandes ações e feitos da humanidade, mas, sobretudo, as pequenas e mais cotidianas ações dos indivíduos, o estudo das patologias (das subjetividades) contrárias à vida; a filosofia, por seu turno, não teria hoje em dia nada mais a dizer sobre a realização do vital, isto é, seu efetivo desdobrar-se como vida subjetiva – a vida de alguém –, e também a vida de um coletivo, situado no mundo e na história? O presente trabalho põe-se na direção da afirmação de que pode haver, hoje em dia, no presente, algo de metafísico nessas questões a respeito de um interesse vital. Qual seria ele? A filosofia bergsoniana teria, pois, algo a dizer sobre isso. Abstract It is intended to investigate the hypothesis of an imaginary that engenders, all the time, and in various ways and degrees, the real, and therefore, it is made possible a knowledge that not only understands the reality, but explains it. In Creative Evolution, Bergson introduces and develops the notion of élan vital, however, it is possible to recognize throughout his work his effort to toughly respond, and with the accuracy needed to the philosopher's work, the question on what life is. Freud, in turn, opened a new perspective approach of the question, introducing the unknown and so far unexplored dimension of the human unconscious. The moment in time is the late XIX th and early XX th centuries. Since then, psychoanalysis has undertaken, so revealingly, taking into account not only the great acts and deeds of mankind, but especially the smaller, everyday actions of individuals, the study of pathologies (of subjectivities) contrary to life; would not philosophy, in turn, have anything to say nowadays about the realization of the vital, ie its actual unfolding as subjective life – someone's life – and also the life of a collective, situated in the world and history? This work heads towards the assertion that there may be, today, somewhat metaphysical on these issues regarding a vital interest. What would it be? Bergsonian's philosophy would, therefore, have something to say about it.
Este livro empreende, no âmbito do pensamento do filósofo francês Henri Bergson (1859-1941), a i... more Este livro empreende, no âmbito do pensamento do filósofo francês Henri Bergson (1859-1941), a investigação acerca do impulso criador a partir de sua realização como arte. E se dispõe a ir além. Na medida em que esse impulso se caracteriza como esforço de invenção, as análises abordam também os possíveis desdobramentos concernentes à vida intelectual, moral e social, procurando examinar ainda os elementos que permitam discutir o tema da invenção e da intuição a partir da relação entre percepção, esforço intelectual e criação.
Vol. 40, 2, 2017
O não lugar como lugar Artigos / Articles O nãO lugar cOmO lugar da experiência Izilda Johanson 1... more O não lugar como lugar Artigos / Articles O nãO lugar cOmO lugar da experiência Izilda Johanson 1 resumO: Um dos principais temas postos pela filosofia bergsoniana, no âmbito da subjetividade, é o da distinção entre consciência interior e exterior, entre uma interioridade, um eu interior, profundo, e uma exterioridade, um eu superficial, periférico. Ainda que o lugar seja, em princípio, algo pertinente apenas a um dos dois polos do eu-a saber, aquele relativo à exterioridade, à extensão e ao espaço-, a discussão acerca da natureza própria da interioridade reconfigura a ideia de lugar, no pensamento bergsoniano, pois, na medida em que é duração, também o eu interior se apresenta como uma região muito particular da experiência e da vida. A amplitude e os limites da existência, posta então como efetiva experiência do indivíduo em meio a esses dois lugares extremos, irredutíveis e de naturezas absolutamente distintas, e também, por isso mesmo, a relação entre temporalidade e intencionalidade, é o que pretendemos abordar neste ensaio.