Pedro Pizzutti | Universidade Estadual de Londrina (original) (raw)
Papers by Pedro Pizzutti
Synesis (ISSN 1984-6754), Apr 20, 2021
Resumo: Neste artigo, analisamos o desenvolvimento da discussão sobre teorias da verdade no movim... more Resumo: Neste artigo, analisamos o desenvolvimento da discussão sobre teorias da verdade no movimento do Empirismo Lógico, tendo como foco o debate em torno das teorias correspondentista e coerentista da verdade no Círculo de Viena. Com este objetivo, destacamos as posições de Moritz Schlick, Otto Neurath e Rudolf Carnap. A posição de Schlick é a de defensor da teoria correspondentista e crítico da coerentista, enquanto a posição de Neurath é a de defensor da teoria coerentista e crítico da correspondentista. Já Carnap, segundo a história oficial de Alfred J. Ayer e J. Alberto Coffa, é a de que o autor começa correspondentista e termina coerentista. Contrários a esta interpretação, reconstruímos o debate histórico dos autores do Círculo de Viena destacando como Carnap nunca considerou as duas propostas como excludentes e que, diante do desenvolvimento da discussão, tornou explícita sua posição. Esta posição, de um lado, coalizava aspectos das posições de Neurath e Schlick, e, de outro, contrapunhase aos dois em pontos cruciais.
Revista DIAPHONÍA, 2019
Este trabalho tem por objetivo apresentar o método sintático de Carnap, para análise da linguagem... more Este trabalho tem por objetivo apresentar o método sintático de Carnap, para análise da linguagem científica, no The logical syntax of language e o seu possível fracasso. O método consiste na elaboração de uma teoria lógico-linguística, a sintaxe lógica, para lidar com estruturas linguísticas no nível sintático. A sintaxe lógica é a proposta de Carnap e a formulação desta é feita por meio da sintaxe de duas linguagens artificialmente construídas, as Linguagens I e II, e a tentativa de uma Sintaxe Geral aplicável a qualquer linguagem. Com a construção de L.I, Carnap mostrou ser possível formular a sintaxe lógica de uma linguagem valendo-se da própria linguagem objeto. Em L.II, introduziu regras indefinidas de transformação para elaboração de um critério completo de validade para as sentenças da Matemática. Na discussão da Sintaxe Geral, considerou regras físicas de transformação para uma linguagem sintática. Contudo, ao tentar formular a definição de analiticidade na Linguagem II, Ca...
Problemata, Dec 1, 2019
Resumo: O artigo tem por objetivo conduzir uma reavaliação do projeto construcional de Rudolf Car... more Resumo: O artigo tem por objetivo conduzir uma reavaliação do projeto construcional de Rudolf Carnap apresentado no Aufbau. Historicamente, os principais críticos e divulgadores da obra carnapiana focaram seus comentários sobre a plataforma de reconstrução racional do conhecimento científico constituída no Aufbau. Identificando Carnap e o movimento do Empirismo Lógico com uma versão ingênua do fundacionismo justificacionista, que seguia as linhas do Empirismo Moderno, criaram, assim, uma visão estereotipada da obra. Neste artigo, retomamos o Aufbau de Carnap, mostrando como a leitura clássica desses críticos, em especial a de Quine em "Epistemologia naturaliza", não faz jus ao projeto apresentado no texto do Aufbau. Partindo da questão, "o projeto construcional é lógico-linguístico ou epistemológico? ", reconsideramos os principais pontos da obra, mostrando que esta apresenta um projeto lógico-linguístico em detrimento a um projeto estritamente epistemológico, como defende a interpretação clássica.
Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia, 2019
Tendo como definição de modo especulativo de se fazer Filosofia a busca por um conhecimento a pri... more Tendo como definição de modo especulativo de se fazer Filosofia a busca por um conhecimento a priori, essencial, necessário e universal, da estrutura do mundo. O presente trabalho tem o objetivo de apresentar a ideia wittgensteiniana de arbitrariedade da gramática e conceitos relacionados, tais como: proposição gramatical e forma de representação, e a partir deles dissolver as tentativas de uma Filosofia a partir dos moldes especulativos.
Anais do XI Seminário de Pesquisa em Ciencias Humanas, 2016
E se na base do nosso sistema de crenças não estiver um princípio fundador seguro? Esta é a quest... more E se na base do nosso sistema de crenças não estiver um princípio fundador seguro? Esta é a questão por detrás do presente trabalho, que busca seu desenvolvimento através do pensamento de Wittgenstein na obra Da Certeza. Estamos persuadidos de que o que está na base do nosso sistema de crenças justificadas são crenças não justificadas, ou melhor, um modo de agir não fundamentado. Para arguir em favor de tal ideia fazemos um caminho pelo pensamento de Wittgenstein na obra acima citada, de tal forma que nos deparamos com um conceito chave para a compreensão da tese, é ele: imagem de mundo. A imagem de mundo, grosso modo, é o pano de fundo que nos foi ensinado, portanto herdado da tradição, e que está no horizonte de nosso julgar. A ideia aqui que procuraremos explorar é que simplesmente algumas crenças são firmes para nós e que elas são o eixo de rotação de todo sistema de crenças. De tal forma que tudo gira em torno, a nosso ver, de uma intersubjetividade da nossa imagem de mundo que nos permite dialogar sobre o mundo e mais importante que influencia na maneira como entendemos o próprio mundo. Palavras chave: Wittgenstein, crenças-não-justificadas, conhecimento, imagem de mundo.
Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), 2020
O presente artigo tem por objetivo analisar um importante momento de transformação na obra de Rud... more O presente artigo tem por objetivo analisar um importante momento de transformação na obra de Rudolf Carnap. Este momento diz respeito à publicação do livro The Logical Syntax of Language em 1934 e as modificações versam sobre a estrutura de análise lógica e as posições metateóricas do autor. Especificamente, no campo metodológico, Carnap desenvolve a sintaxe lógica enquanto estrutura de análise lógico-linguística e, a partir dela, elabora a Lógica da Ciência como o campo da Filosofia da Ciência e, no campo metateórico, substitui o fundacionismo metodológico do Aufbau pelo falibilismo epistemológico. Diante de tais mudanças, Coffa, uma referência fundamental do revisionismo carnapiano, alegou que o empirismo de Carnap, com a ascensão sintática e a perda do status de incorrigibilidade das sentenças protocolares, foi levado ao convencionalismo da base empírica e ao relativismo epistemológico. Deste modo, nosso objetivo neste artigo é apresentar uma interpretação consistente do Logical...
Synesis - Revista de Filosofia , 2021
Neste artigo, analisamos o desenvolvimento da discussão sobre teorias da verdade no movimento do ... more Neste artigo, analisamos o desenvolvimento da discussão sobre teorias da verdade no movimento do Empirismo Lógico, tendo como foco o debate em torno das teorias correspondentista e coerentista da verdade no Círculo de Viena. Com este objetivo, destacamos as posições de Moritz Schlick, Otto Neurath e Rudolf Carnap. A posição de Schlick é a de defensor da teoria correspondentista e crítico da coerentista, enquanto a posição de Neurath é a de defensor da teoria coerentista e crítico da correspondentista. Já Carnap, segundo a história oficial de Alfred J. Ayer e J. Alberto Coffa, é a de que o autor começa correspondentista e termina coerentista. Contrários a esta interpretação, reconstruímos o debate histórico dos autores do Círculo de Viena destacando como Carnap nunca considerou as duas propostas como excludentes e que, diante do desenvolvimento da discussão, tornou explícita sua posição. Esta posição, de um lado, coalizava aspectos das posições de Neurath e Schlick, e, de outro, contrapunha-se aos dois em pontos cruciais.
PRINCÍPIOS , 2020
O presente artigo tem por objetivo analisar um importante momento de transformação na obra de Rud... more O presente artigo tem por objetivo analisar um importante
momento de transformação na obra de Rudolf Carnap. Este momento
diz respeito à publicação do livro The Logical Syntax of Language em
1934 e as modificações versam sobre a estrutura de análise lógica e
as posições metateóricas do autor. Especificamente, no campo metodológico,
Carnap desenvolve a sintaxe lógica enquanto estrutura de
análise lógico-linguística e, a partir dela, elabora a Lógica da Ciência
como o campo da Filosofia da Ciência e, no campo metateórico, substitui
o fundacionismo metodológico do Aufbau pelo falibilismo epistemológico.
Diante de tais mudanças, Coffa, uma referência fundamental
do revisionismo carnapiano, alegou que o empirismo de Carnap,
com a ascensão sintática e a perda do status de incorrigibilidade das sentenças protocolares, foi levado ao convencionalismo da base empírica
e ao relativismo epistemológico. Deste modo, nosso objetivo
neste artigo é apresentar uma interpretação consistente do Logical
syntax, assim como avaliar e criticamente discutir a interpretação de
Coffa em The semantic tradition from Kant to Carnap.
PROBLEMATA, 2019
O artigo tem por objetivo conduzir uma reavaliação do projeto construcional de Rudolf Carnap apre... more O artigo tem por objetivo conduzir uma reavaliação do projeto construcional de Rudolf Carnap apresentado no Aufbau. Historicamente, os principais críticos e divulgadores da obra carnapiana focaram seus comentários sobre a plataforma de reconstrução racional do conhecimento científico constituída no Aufbau. Identificando Carnap e o movimento do Empirismo Lógico com uma versão ingênua do fundacionismo justificacionista, que seguia as linhas do Empirismo Moderno, criaram, assim, uma visão estereotipada da obra. Neste artigo, retomamos o Aufbau de Carnap, mostrando como a leitura clássica desses críticos, em especial a de Quine em "Epistemologia naturaliza", não faz jus ao projeto apresentado no texto do Aufbau. Partindo da questão, "o projeto construcional é lógico-linguístico ou epistemológico? ", reconsideramos os principais pontos da obra, mostrando que esta apresenta um projeto lógico-linguístico em detrimento a um projeto estritamente epistemológico, como defende a interpretação clássica.
DIAPHONÍA, 2019
Este trabalho tem por objetivo apresentar o método sintático de Carnap, para análise da linguagem... more Este trabalho tem por objetivo apresentar o método sintático de Carnap, para análise da linguagem científica, no The logical syntax of language e o seu possível fracasso. O método consiste na elaboração de uma teoria lógico-linguística, a sintaxe lógica, para lidar com estruturas linguísticas no nível sintático. A sintaxe lógica é a proposta de Carnap e a formulação desta é feita por meio da sintaxe de duas linguagens artificialmente construídas, as Linguagens I e II, e a tentativa de uma Sintaxe Geral aplicável a qualquer linguagem. Com a construção de L.I, Carnap mostrou ser possível formular a sintaxe lógica de uma linguagem valendo-se da própria linguagem objeto. Em L.II, introduziu regras indefinidas de transformação para elaboração de um critério completo de validade para as sentenças da Matemática. Na discussão da Sintaxe Geral, considerou regras físicas de transformação para uma linguagem sintática. Contudo, ao tentar formular a definição de analiticidade na Linguagem II, Carnap teve que admitir a impossibilidade de construir a definição de "analítico" com base nos recursos de L.II Contrariando os resultados obtidos com L.I, não é possível formular completamente a sintaxe de uma linguagem mais rica com base apenas nos recursos linguísticos de si mesma. Além deste problema, a construção de "analítico em II", em uma metalinguagem mais rica, utilizou um método semântico. Tanto o apelo a uma metalinguagem mais rica, quanto o recurso a um método semântico, minam o projeto puramente sintático de Carnap.
Anais Eletrônicos do XII SEPECH, 2018
O artigo tem por objetivo apresentar a received view e a sintaxe lógica, proposta por Rudolf Car... more O artigo tem por objetivo apresentar a received view e a sintaxe lógica, proposta por Rudolf Carnap, como ferramenta para análise de teorias científicas. O modo ortodoxo de interpretação vê teorias, no campo das ciências naturais, como sistemas axiomáticos, isto é, conjuntos de postulados não interpretados empiricamente. Vistos dessa forma, esses sistemas estipulam apenas redes de símbolos. Em The logical syntax of language, Carnap elabora uma teoria lógico-linguística para lidar com estruturas linguísticas no plano sintático. Essa é a sintaxe lógica da linguagem, cujo objetivo é constituir uma teoria acerca da manipulação simbólica segundo regras determinadas de símbolos arbitrários onde nada extralinguístico é assumido. Carnap pretende fornecer uma ferramenta precisa para análise lógica da linguagem científica e nosso propósito com esse artigo, portanto, é reconsiderar a ferramenta carnapiana junto ao contexto da
received view.
KÍNESIS, 2018
Tendo como definição de modo especulativo de se fazer Filosofia a busca por um conhecimento a pri... more Tendo como definição de modo especulativo de se fazer Filosofia a busca por um
conhecimento a priori, essencial, necessário e universal, da estrutura do mundo. O presente
trabalho tem o objetivo de apresentar a ideia wittgensteiniana de arbitrariedade da gramática e
conceitos relacionados, tais como: proposição gramatical e forma de representação, e a partir
deles dissolver as tentativas de uma Filosofia a partir dos moldes especulativos.
SEPECH, 2016
E se na base do nosso sistema de crenças não estiver um princípio fundador seguro? Esta é a quest... more E se na base do nosso sistema de crenças não estiver um princípio fundador seguro? Esta é a questão por detrás do presente trabalho, que busca seu desenvolvimento através do pensamento de Wittgenstein na obra Da Certeza. Estamos persuadidos de que o que está na base do nosso sistema de crenças justificadas são crenças não justificadas, ou melhor, um modo de agir não fundamentado. Para arguir em favor de tal ideia fazemos um caminho pelo pensamento de Wittgenstein na obra acima citada, de tal forma que nos deparamos com um conceito chave para a compreensão da tese, é ele: imagem de mundo. A imagem de mundo, grosso modo, é o pano de fundo que nos foi ensinado, portanto herdado da tradição, e que está no horizonte de nosso julgar. A ideia aqui que procuraremos explorar é que simplesmente algumas crenças são firmes para nós e que elas são o eixo de rotação de todo sistema de crenças. De tal forma que tudo gira em torno, a nosso ver, de uma intersubjetividade da nossa imagem de mundo que nos permite dialogar sobre o mundo e mais importante que influencia na maneira como entendemos o próprio mundo
Em Curso, 2018
O presente artigo tem como objetivo apresentar a epistemologia do filósofo empirista e idealista ... more O presente artigo tem como objetivo apresentar a epistemologia do filósofo empirista e
idealista George Berkeley (1685 – 1753). A tese central da teoria do conhecimento de Berkeley é que
todo o conhecimento humano é conhecimento de ideias e não de fatos, sendo que tais ideias têm
sua origem unicamente nos sentidos e somente podemos ater-nos a elas. Por isso o autor defende a
impossibilidade de se afirmar a existência das ideias abstratas e também da substância material como
substrato das ideias na mente. Berkeley pretendia derrubar as teses céticas e ateias do seu tempo
formulando assim um rico e penetrante sistema filosófico, com insights de psicologia da visão, filosofia
da linguagem e filosofia da ciência. Seus argumentos merecem um estudo minucioso, pois além de
seu valor histórico suas ideias influenciaram sobremaneira a filosofia posterior, como nos atesta David
Hume, que o trata como grande inspiração, além do fato de ter sido precursor de muitas ideias
que permeiam a filosofia da ciência contemporânea e, em vista disso, este artigo também aborda a
relevância de suas posições frente ao debate atual conhecido como realismo/antirrealismo científicos.
Conference Presentations by Pedro Pizzutti
Anais da XIX Semana de Filosofia e X Semana PET/Filosofia Filosofia Contemporânea em Foco, 2021
O objetivo do presente trabalho é apresentar um panorama geral da história da área da Filosofia d... more O objetivo do presente trabalho é apresentar um panorama geral da história da área da Filosofia da Ciência e discutir a evolução de seus temas, problemas e abordagens. Deste modo, analisaremos o desenvolvimento da área a partir do seu surgimento com as pesquisas lógico-fundacionais do Empirismo Lógico até pesquisas mais recentes que englobam, em somatória ao trabalho filosófico, pesquisas de cunho historiográfico e sociológico, como os trabalhos apresentados por Thomas Kuhn e Bruno Latour. Com isto em vistas, começamos apontando a confluência de elementos que levaram às investigações acerca dos fundamentos das ciências. Nas mãos de autores como Rudolf Carnap, estes elementos foram utilizados para forjar uma abordagem lógico-formal cujo objetivo era uma reconstrução racional do conhecimento científico para investigação dos seus fundamentos lógico-epistemológicos. Conhecida por Received View, a abordagem do Empirismo Lógico passou a ser duramente criticada por volta de 1960, quando a Filosofia da Ciência, rejeitando-a, traçou novos caminhos para a pesquisa filosófica da Ciência. No período posterior a 1960, surgiram pesquisas de caráter sócio-historiográfico, sobretudo através dos trabalhos de Thomas Kuhn, que buscavam oferecer estruturas capazes de explicar o desenvolvimento progressivo do conhecimento científico. Tais pesquisas também colaboraram com o ressurgimento de estudos da Sociologia da Ciência que, em correlação com a Filosofia da Ciência, passou a investigar em que medida os fatores sociais externos podem influenciar valorações epistemológicas. Paralelamente ao desenvolvimento historiográfico e sociológicos da Filosofia da Ciência, surgiu também o debate acerca do Realismo Científico, que, refletindo sobre a natureza última do conhecimento científico e a existência real de entidades inobserváveis, colaborou com o desenvolvimento dessa disciplina, perdurando até os dias atuais. Estas pesquisas, ademais, ajudam a compreender a Ciência, tão atacada atualmente.
Synesis (ISSN 1984-6754), Apr 20, 2021
Resumo: Neste artigo, analisamos o desenvolvimento da discussão sobre teorias da verdade no movim... more Resumo: Neste artigo, analisamos o desenvolvimento da discussão sobre teorias da verdade no movimento do Empirismo Lógico, tendo como foco o debate em torno das teorias correspondentista e coerentista da verdade no Círculo de Viena. Com este objetivo, destacamos as posições de Moritz Schlick, Otto Neurath e Rudolf Carnap. A posição de Schlick é a de defensor da teoria correspondentista e crítico da coerentista, enquanto a posição de Neurath é a de defensor da teoria coerentista e crítico da correspondentista. Já Carnap, segundo a história oficial de Alfred J. Ayer e J. Alberto Coffa, é a de que o autor começa correspondentista e termina coerentista. Contrários a esta interpretação, reconstruímos o debate histórico dos autores do Círculo de Viena destacando como Carnap nunca considerou as duas propostas como excludentes e que, diante do desenvolvimento da discussão, tornou explícita sua posição. Esta posição, de um lado, coalizava aspectos das posições de Neurath e Schlick, e, de outro, contrapunhase aos dois em pontos cruciais.
Revista DIAPHONÍA, 2019
Este trabalho tem por objetivo apresentar o método sintático de Carnap, para análise da linguagem... more Este trabalho tem por objetivo apresentar o método sintático de Carnap, para análise da linguagem científica, no The logical syntax of language e o seu possível fracasso. O método consiste na elaboração de uma teoria lógico-linguística, a sintaxe lógica, para lidar com estruturas linguísticas no nível sintático. A sintaxe lógica é a proposta de Carnap e a formulação desta é feita por meio da sintaxe de duas linguagens artificialmente construídas, as Linguagens I e II, e a tentativa de uma Sintaxe Geral aplicável a qualquer linguagem. Com a construção de L.I, Carnap mostrou ser possível formular a sintaxe lógica de uma linguagem valendo-se da própria linguagem objeto. Em L.II, introduziu regras indefinidas de transformação para elaboração de um critério completo de validade para as sentenças da Matemática. Na discussão da Sintaxe Geral, considerou regras físicas de transformação para uma linguagem sintática. Contudo, ao tentar formular a definição de analiticidade na Linguagem II, Ca...
Problemata, Dec 1, 2019
Resumo: O artigo tem por objetivo conduzir uma reavaliação do projeto construcional de Rudolf Car... more Resumo: O artigo tem por objetivo conduzir uma reavaliação do projeto construcional de Rudolf Carnap apresentado no Aufbau. Historicamente, os principais críticos e divulgadores da obra carnapiana focaram seus comentários sobre a plataforma de reconstrução racional do conhecimento científico constituída no Aufbau. Identificando Carnap e o movimento do Empirismo Lógico com uma versão ingênua do fundacionismo justificacionista, que seguia as linhas do Empirismo Moderno, criaram, assim, uma visão estereotipada da obra. Neste artigo, retomamos o Aufbau de Carnap, mostrando como a leitura clássica desses críticos, em especial a de Quine em "Epistemologia naturaliza", não faz jus ao projeto apresentado no texto do Aufbau. Partindo da questão, "o projeto construcional é lógico-linguístico ou epistemológico? ", reconsideramos os principais pontos da obra, mostrando que esta apresenta um projeto lógico-linguístico em detrimento a um projeto estritamente epistemológico, como defende a interpretação clássica.
Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia, 2019
Tendo como definição de modo especulativo de se fazer Filosofia a busca por um conhecimento a pri... more Tendo como definição de modo especulativo de se fazer Filosofia a busca por um conhecimento a priori, essencial, necessário e universal, da estrutura do mundo. O presente trabalho tem o objetivo de apresentar a ideia wittgensteiniana de arbitrariedade da gramática e conceitos relacionados, tais como: proposição gramatical e forma de representação, e a partir deles dissolver as tentativas de uma Filosofia a partir dos moldes especulativos.
Anais do XI Seminário de Pesquisa em Ciencias Humanas, 2016
E se na base do nosso sistema de crenças não estiver um princípio fundador seguro? Esta é a quest... more E se na base do nosso sistema de crenças não estiver um princípio fundador seguro? Esta é a questão por detrás do presente trabalho, que busca seu desenvolvimento através do pensamento de Wittgenstein na obra Da Certeza. Estamos persuadidos de que o que está na base do nosso sistema de crenças justificadas são crenças não justificadas, ou melhor, um modo de agir não fundamentado. Para arguir em favor de tal ideia fazemos um caminho pelo pensamento de Wittgenstein na obra acima citada, de tal forma que nos deparamos com um conceito chave para a compreensão da tese, é ele: imagem de mundo. A imagem de mundo, grosso modo, é o pano de fundo que nos foi ensinado, portanto herdado da tradição, e que está no horizonte de nosso julgar. A ideia aqui que procuraremos explorar é que simplesmente algumas crenças são firmes para nós e que elas são o eixo de rotação de todo sistema de crenças. De tal forma que tudo gira em torno, a nosso ver, de uma intersubjetividade da nossa imagem de mundo que nos permite dialogar sobre o mundo e mais importante que influencia na maneira como entendemos o próprio mundo. Palavras chave: Wittgenstein, crenças-não-justificadas, conhecimento, imagem de mundo.
Princípios: Revista de Filosofia (UFRN), 2020
O presente artigo tem por objetivo analisar um importante momento de transformação na obra de Rud... more O presente artigo tem por objetivo analisar um importante momento de transformação na obra de Rudolf Carnap. Este momento diz respeito à publicação do livro The Logical Syntax of Language em 1934 e as modificações versam sobre a estrutura de análise lógica e as posições metateóricas do autor. Especificamente, no campo metodológico, Carnap desenvolve a sintaxe lógica enquanto estrutura de análise lógico-linguística e, a partir dela, elabora a Lógica da Ciência como o campo da Filosofia da Ciência e, no campo metateórico, substitui o fundacionismo metodológico do Aufbau pelo falibilismo epistemológico. Diante de tais mudanças, Coffa, uma referência fundamental do revisionismo carnapiano, alegou que o empirismo de Carnap, com a ascensão sintática e a perda do status de incorrigibilidade das sentenças protocolares, foi levado ao convencionalismo da base empírica e ao relativismo epistemológico. Deste modo, nosso objetivo neste artigo é apresentar uma interpretação consistente do Logical...
Synesis - Revista de Filosofia , 2021
Neste artigo, analisamos o desenvolvimento da discussão sobre teorias da verdade no movimento do ... more Neste artigo, analisamos o desenvolvimento da discussão sobre teorias da verdade no movimento do Empirismo Lógico, tendo como foco o debate em torno das teorias correspondentista e coerentista da verdade no Círculo de Viena. Com este objetivo, destacamos as posições de Moritz Schlick, Otto Neurath e Rudolf Carnap. A posição de Schlick é a de defensor da teoria correspondentista e crítico da coerentista, enquanto a posição de Neurath é a de defensor da teoria coerentista e crítico da correspondentista. Já Carnap, segundo a história oficial de Alfred J. Ayer e J. Alberto Coffa, é a de que o autor começa correspondentista e termina coerentista. Contrários a esta interpretação, reconstruímos o debate histórico dos autores do Círculo de Viena destacando como Carnap nunca considerou as duas propostas como excludentes e que, diante do desenvolvimento da discussão, tornou explícita sua posição. Esta posição, de um lado, coalizava aspectos das posições de Neurath e Schlick, e, de outro, contrapunha-se aos dois em pontos cruciais.
PRINCÍPIOS , 2020
O presente artigo tem por objetivo analisar um importante momento de transformação na obra de Rud... more O presente artigo tem por objetivo analisar um importante
momento de transformação na obra de Rudolf Carnap. Este momento
diz respeito à publicação do livro The Logical Syntax of Language em
1934 e as modificações versam sobre a estrutura de análise lógica e
as posições metateóricas do autor. Especificamente, no campo metodológico,
Carnap desenvolve a sintaxe lógica enquanto estrutura de
análise lógico-linguística e, a partir dela, elabora a Lógica da Ciência
como o campo da Filosofia da Ciência e, no campo metateórico, substitui
o fundacionismo metodológico do Aufbau pelo falibilismo epistemológico.
Diante de tais mudanças, Coffa, uma referência fundamental
do revisionismo carnapiano, alegou que o empirismo de Carnap,
com a ascensão sintática e a perda do status de incorrigibilidade das sentenças protocolares, foi levado ao convencionalismo da base empírica
e ao relativismo epistemológico. Deste modo, nosso objetivo
neste artigo é apresentar uma interpretação consistente do Logical
syntax, assim como avaliar e criticamente discutir a interpretação de
Coffa em The semantic tradition from Kant to Carnap.
PROBLEMATA, 2019
O artigo tem por objetivo conduzir uma reavaliação do projeto construcional de Rudolf Carnap apre... more O artigo tem por objetivo conduzir uma reavaliação do projeto construcional de Rudolf Carnap apresentado no Aufbau. Historicamente, os principais críticos e divulgadores da obra carnapiana focaram seus comentários sobre a plataforma de reconstrução racional do conhecimento científico constituída no Aufbau. Identificando Carnap e o movimento do Empirismo Lógico com uma versão ingênua do fundacionismo justificacionista, que seguia as linhas do Empirismo Moderno, criaram, assim, uma visão estereotipada da obra. Neste artigo, retomamos o Aufbau de Carnap, mostrando como a leitura clássica desses críticos, em especial a de Quine em "Epistemologia naturaliza", não faz jus ao projeto apresentado no texto do Aufbau. Partindo da questão, "o projeto construcional é lógico-linguístico ou epistemológico? ", reconsideramos os principais pontos da obra, mostrando que esta apresenta um projeto lógico-linguístico em detrimento a um projeto estritamente epistemológico, como defende a interpretação clássica.
DIAPHONÍA, 2019
Este trabalho tem por objetivo apresentar o método sintático de Carnap, para análise da linguagem... more Este trabalho tem por objetivo apresentar o método sintático de Carnap, para análise da linguagem científica, no The logical syntax of language e o seu possível fracasso. O método consiste na elaboração de uma teoria lógico-linguística, a sintaxe lógica, para lidar com estruturas linguísticas no nível sintático. A sintaxe lógica é a proposta de Carnap e a formulação desta é feita por meio da sintaxe de duas linguagens artificialmente construídas, as Linguagens I e II, e a tentativa de uma Sintaxe Geral aplicável a qualquer linguagem. Com a construção de L.I, Carnap mostrou ser possível formular a sintaxe lógica de uma linguagem valendo-se da própria linguagem objeto. Em L.II, introduziu regras indefinidas de transformação para elaboração de um critério completo de validade para as sentenças da Matemática. Na discussão da Sintaxe Geral, considerou regras físicas de transformação para uma linguagem sintática. Contudo, ao tentar formular a definição de analiticidade na Linguagem II, Carnap teve que admitir a impossibilidade de construir a definição de "analítico" com base nos recursos de L.II Contrariando os resultados obtidos com L.I, não é possível formular completamente a sintaxe de uma linguagem mais rica com base apenas nos recursos linguísticos de si mesma. Além deste problema, a construção de "analítico em II", em uma metalinguagem mais rica, utilizou um método semântico. Tanto o apelo a uma metalinguagem mais rica, quanto o recurso a um método semântico, minam o projeto puramente sintático de Carnap.
Anais Eletrônicos do XII SEPECH, 2018
O artigo tem por objetivo apresentar a received view e a sintaxe lógica, proposta por Rudolf Car... more O artigo tem por objetivo apresentar a received view e a sintaxe lógica, proposta por Rudolf Carnap, como ferramenta para análise de teorias científicas. O modo ortodoxo de interpretação vê teorias, no campo das ciências naturais, como sistemas axiomáticos, isto é, conjuntos de postulados não interpretados empiricamente. Vistos dessa forma, esses sistemas estipulam apenas redes de símbolos. Em The logical syntax of language, Carnap elabora uma teoria lógico-linguística para lidar com estruturas linguísticas no plano sintático. Essa é a sintaxe lógica da linguagem, cujo objetivo é constituir uma teoria acerca da manipulação simbólica segundo regras determinadas de símbolos arbitrários onde nada extralinguístico é assumido. Carnap pretende fornecer uma ferramenta precisa para análise lógica da linguagem científica e nosso propósito com esse artigo, portanto, é reconsiderar a ferramenta carnapiana junto ao contexto da
received view.
KÍNESIS, 2018
Tendo como definição de modo especulativo de se fazer Filosofia a busca por um conhecimento a pri... more Tendo como definição de modo especulativo de se fazer Filosofia a busca por um
conhecimento a priori, essencial, necessário e universal, da estrutura do mundo. O presente
trabalho tem o objetivo de apresentar a ideia wittgensteiniana de arbitrariedade da gramática e
conceitos relacionados, tais como: proposição gramatical e forma de representação, e a partir
deles dissolver as tentativas de uma Filosofia a partir dos moldes especulativos.
SEPECH, 2016
E se na base do nosso sistema de crenças não estiver um princípio fundador seguro? Esta é a quest... more E se na base do nosso sistema de crenças não estiver um princípio fundador seguro? Esta é a questão por detrás do presente trabalho, que busca seu desenvolvimento através do pensamento de Wittgenstein na obra Da Certeza. Estamos persuadidos de que o que está na base do nosso sistema de crenças justificadas são crenças não justificadas, ou melhor, um modo de agir não fundamentado. Para arguir em favor de tal ideia fazemos um caminho pelo pensamento de Wittgenstein na obra acima citada, de tal forma que nos deparamos com um conceito chave para a compreensão da tese, é ele: imagem de mundo. A imagem de mundo, grosso modo, é o pano de fundo que nos foi ensinado, portanto herdado da tradição, e que está no horizonte de nosso julgar. A ideia aqui que procuraremos explorar é que simplesmente algumas crenças são firmes para nós e que elas são o eixo de rotação de todo sistema de crenças. De tal forma que tudo gira em torno, a nosso ver, de uma intersubjetividade da nossa imagem de mundo que nos permite dialogar sobre o mundo e mais importante que influencia na maneira como entendemos o próprio mundo
Em Curso, 2018
O presente artigo tem como objetivo apresentar a epistemologia do filósofo empirista e idealista ... more O presente artigo tem como objetivo apresentar a epistemologia do filósofo empirista e
idealista George Berkeley (1685 – 1753). A tese central da teoria do conhecimento de Berkeley é que
todo o conhecimento humano é conhecimento de ideias e não de fatos, sendo que tais ideias têm
sua origem unicamente nos sentidos e somente podemos ater-nos a elas. Por isso o autor defende a
impossibilidade de se afirmar a existência das ideias abstratas e também da substância material como
substrato das ideias na mente. Berkeley pretendia derrubar as teses céticas e ateias do seu tempo
formulando assim um rico e penetrante sistema filosófico, com insights de psicologia da visão, filosofia
da linguagem e filosofia da ciência. Seus argumentos merecem um estudo minucioso, pois além de
seu valor histórico suas ideias influenciaram sobremaneira a filosofia posterior, como nos atesta David
Hume, que o trata como grande inspiração, além do fato de ter sido precursor de muitas ideias
que permeiam a filosofia da ciência contemporânea e, em vista disso, este artigo também aborda a
relevância de suas posições frente ao debate atual conhecido como realismo/antirrealismo científicos.
Anais da XIX Semana de Filosofia e X Semana PET/Filosofia Filosofia Contemporânea em Foco, 2021
O objetivo do presente trabalho é apresentar um panorama geral da história da área da Filosofia d... more O objetivo do presente trabalho é apresentar um panorama geral da história da área da Filosofia da Ciência e discutir a evolução de seus temas, problemas e abordagens. Deste modo, analisaremos o desenvolvimento da área a partir do seu surgimento com as pesquisas lógico-fundacionais do Empirismo Lógico até pesquisas mais recentes que englobam, em somatória ao trabalho filosófico, pesquisas de cunho historiográfico e sociológico, como os trabalhos apresentados por Thomas Kuhn e Bruno Latour. Com isto em vistas, começamos apontando a confluência de elementos que levaram às investigações acerca dos fundamentos das ciências. Nas mãos de autores como Rudolf Carnap, estes elementos foram utilizados para forjar uma abordagem lógico-formal cujo objetivo era uma reconstrução racional do conhecimento científico para investigação dos seus fundamentos lógico-epistemológicos. Conhecida por Received View, a abordagem do Empirismo Lógico passou a ser duramente criticada por volta de 1960, quando a Filosofia da Ciência, rejeitando-a, traçou novos caminhos para a pesquisa filosófica da Ciência. No período posterior a 1960, surgiram pesquisas de caráter sócio-historiográfico, sobretudo através dos trabalhos de Thomas Kuhn, que buscavam oferecer estruturas capazes de explicar o desenvolvimento progressivo do conhecimento científico. Tais pesquisas também colaboraram com o ressurgimento de estudos da Sociologia da Ciência que, em correlação com a Filosofia da Ciência, passou a investigar em que medida os fatores sociais externos podem influenciar valorações epistemológicas. Paralelamente ao desenvolvimento historiográfico e sociológicos da Filosofia da Ciência, surgiu também o debate acerca do Realismo Científico, que, refletindo sobre a natureza última do conhecimento científico e a existência real de entidades inobserváveis, colaborou com o desenvolvimento dessa disciplina, perdurando até os dias atuais. Estas pesquisas, ademais, ajudam a compreender a Ciência, tão atacada atualmente.