fernando motineia | Universidade Pedagógica de Moçambique (original) (raw)
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Naturalmente que o conceito de urbanização recobre realidades distintas, mas perfeitamente assimi... more Naturalmente que o conceito de urbanização recobre realidades distintas, mas perfeitamente assimiláveis tendo em conta os respectivos contextos geográficos, económicos, sociais, políticos e culturais. Aceder ao estádio de urbanismo significa sempre uma alteração de modo de vida, através de um processo complexo, que implica a assunção de valores, de comportamentos decorrentes de novas formas de produção e de consumo, que vão originar novas formas de habitar, com mudanças nos padrões de uso do tempo e do espaço. A estas transformações corresponde sempre uma concentração da população, embora os valores extremos das densidades sejam cada vez mais afastados, podendo ir de uma centena de habitantes por km² a milhares de habitantes por hectare. O que levanta desde logo a questão das formas físicas que revestem nos nossos dias o fenómeno da urbanização. Urbanizar implica ainda o acesso a um mínimo de infra-estruturas -vias, abastecimento de águas, esgotos, energia -e de serviços, que constituirão os requisitos básicos que permitem identificar o fenómeno em diferentes latitudes e distintos níveis de desenvolvimento económico e tecnológico. É nesta perspectiva que se podem comparar as estatísticas produzidas por cada País e que a ONU agrupa em três grandes conjuntos: os Países Mais Desenvolvidos, onde a percentagem da população urbanizada já ultrapassou os 75% do total, estando nalguns casos muito próximo da totalidade (EUA, Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, entre outros); Países Menos Desenvolvi-dos ou de Desenvolvimento Médio cuja taxa de urbanização andará em torno dos 50%, embora com grandes flutuações (de 20% a 90% decorrentes de factores políticos, históricos e culturais) e os Países Com Menor Desenvolvimento, com uma população urbanizada na ordem dos 28%. Tudo já estivera na antevisão de Lewis Mumford (1961) quando anuncia os dois grandes instrumentos que alteravam a essência do espaço urbano: a electricidade e o automóvel, características do que chamou a "Era Neotécnica", permitindo a desconcentração das pessoas e das actividades. Os seus efeitos começam já a sentir-se nos anos 20, nos Estados Unidos, adquirindo grande intensidade nos anos 30 e dominando o panorama da produção de novos espaços urbanos a partir dos anos 50, mais decisivamente quando se acumulam outros factores, de que nos Estados Unidos a questão racial é de importância crucial.
Naturalmente que o conceito de urbanização recobre realidades distintas, mas perfeitamente assimi... more Naturalmente que o conceito de urbanização recobre realidades distintas, mas perfeitamente assimiláveis tendo em conta os respectivos contextos geográficos, económicos, sociais, políticos e culturais. Aceder ao estádio de urbanismo significa sempre uma alteração de modo de vida, através de um processo complexo, que implica a assunção de valores, de comportamentos decorrentes de novas formas de produção e de consumo, que vão originar novas formas de habitar, com mudanças nos padrões de uso do tempo e do espaço. A estas transformações corresponde sempre uma concentração da população, embora os valores extremos das densidades sejam cada vez mais afastados, podendo ir de uma centena de habitantes por km² a milhares de habitantes por hectare. O que levanta desde logo a questão das formas físicas que revestem nos nossos dias o fenómeno da urbanização. Urbanizar implica ainda o acesso a um mínimo de infra-estruturas -vias, abastecimento de águas, esgotos, energia -e de serviços, que constituirão os requisitos básicos que permitem identificar o fenómeno em diferentes latitudes e distintos níveis de desenvolvimento económico e tecnológico. É nesta perspectiva que se podem comparar as estatísticas produzidas por cada País e que a ONU agrupa em três grandes conjuntos: os Países Mais Desenvolvidos, onde a percentagem da população urbanizada já ultrapassou os 75% do total, estando nalguns casos muito próximo da totalidade (EUA, Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, entre outros); Países Menos Desenvolvi-dos ou de Desenvolvimento Médio cuja taxa de urbanização andará em torno dos 50%, embora com grandes flutuações (de 20% a 90% decorrentes de factores políticos, históricos e culturais) e os Países Com Menor Desenvolvimento, com uma população urbanizada na ordem dos 28%. Tudo já estivera na antevisão de Lewis Mumford (1961) quando anuncia os dois grandes instrumentos que alteravam a essência do espaço urbano: a electricidade e o automóvel, características do que chamou a "Era Neotécnica", permitindo a desconcentração das pessoas e das actividades. Os seus efeitos começam já a sentir-se nos anos 20, nos Estados Unidos, adquirindo grande intensidade nos anos 30 e dominando o panorama da produção de novos espaços urbanos a partir dos anos 50, mais decisivamente quando se acumulam outros factores, de que nos Estados Unidos a questão racial é de importância crucial.