Guilherme Marconi Germer | Universidade de São Paulo (original) (raw)
Papers by Guilherme Marconi Germer
Eleutheria - História e Método da recepção filosófica da Psicanálise - I, 2021
O texto aqui traduzido foi publicado por Sándor Ferenczi em 1912, no primeiro volume da revista I... more O texto aqui traduzido foi publicado por Sándor Ferenczi em 1912, no primeiro volume da revista Imago, e constitui uma resposta à comunicação feita por James Jackson Putnam no terceiro Congresso internacional de psicanálise, realizado no ano de 1911 em Weimar, cuja versão escrita será publicada no ano seguinte com o título Ueber die Bedeutung philosophischer Anschauungen und Ausbildung für die weitere Entwicklung der psychoanalytischen Bewegung. Um comentário pormenorizado a respeito da história deste debate pode ser encontrado em Freitas Pinto e Padovan (2019) 4 .
A Filosofia de Paul Ricoeur em diálogo, 2020
O padrão ortográfico e o sistema de citações e referências bibliográficas são prerrogativas de ca... more O padrão ortográfico e o sistema de citações e referências bibliográficas são prerrogativas de cada autor. Da mesma forma, o conteúdo de cada capítulo é de inteira e exclusiva responsabilidade de seu respectivo autor.
We propose to analyse and interpret in what sense Philonenko’s description that Schopenhauer deve... more We propose to analyse and interpret in what sense Philonenko’s description that Schopenhauer developed a “phenomenology of ethical life” can be read without complications: if we stick it to his empirical foundation of morals, exposed in 'On the Foundation of Morals'. If we extend it to the philosopher's metaphysics of customs, as Philonenko did, this expression will be inadequate, because the latter does not have the phenomena as its object, but what “hides behind them (...) the thing in itself”. This clarification will also help us to show in what sense Schopenhauer scientifically innovated in morals, by redirecting human actions to three fundamental reasons: the well-being of others, of ourselves and the discomfort of others (predicated, respectively, by selfishness, goodness and malevolence); and by explaining the possibility of the second motivation as coming from the feeling of compassion (which is divisible in a negative degree, that of justice, and a positive one, charity).
Esboço de psicanálise (1938) / Sigmund Freud, 2019
Leituras da História. História e Perspectiva – Pré-história psicanalítica, 2019
Revista Sofia, 2018
Nos propomos neste artigo a contribuir à apreciação da assimilação de Schopenhauer da teoria das ... more Nos propomos neste artigo a contribuir à apreciação da assimilação de Schopenhauer da teoria das Ideias de Platão, por meio da comparação da interpretação schopenhaueriana dessa doutrina com sua exposição platônica. Para tanto, partiremos do roteiro de leitura da teoria das Ideias de Platão recomendado por Schopenhauer em suas preleções na Universidade de Berlim (1820), e que destaca trechos de Filebo, A República e O Banquete. Após sua análise, defenderemos que Schopenhauer assume e ressignifica a distinção platônica entre o mundo como protótipo e cópia, associando o primeiro às forças naturais fundamentais, e o segundo, aos fenômenos do princípio de razão suficiente. Mostraremos também que Schopenhauer espera "corrigir" a "psicologia racional" de Platão, com o argumento de que "o conhecimento sem a intuição, que é intermediada pelo corpo, não possui estofo algum", seguido da radicalização da teoria platônica de que o belo facilita o conhecimento das Ideias PALAVRAS-CHAVE: Belo. Modelos. Essências. Idealismo. Vanidade. ABSTRACT: In the following article we intend to investigate Schopenhauer's assimilation of Plato's theory of Ideas by means of its comparison with the Platonic original exposition. We will follow as a guiding line Schopenhauer's presentation of Plato's theory as it is offered in the series of lectures given by him at the University of Berlin (1820), which takes into consideration passages from Philebus, Republic and Symposium. We will argue that Schopenhauer subscribes the Platonic distinction between the Idea as the permanent prototype and the sensible as an ephemeral copy and resignifies it, associating the former with the natural and fundamental forces, and the latter to phenomena which fall within the realm of the principle of sufficient reason. We will try to show that Schopenhauer hopes to "correct" Plato's "rational psychology" with the argument that "knowledge without intuition, which is mediated by the body, has no content", followed by the radicalization of the Platonic theory that the beautiful "facilitates" the knowledge of the Ideas.
Voluntas: Revista Internacional de Filosofia, 2018
Abstract: What follows is a presentation and translation of "Das Ziel alles Lebens ist der Tod"-S... more Abstract: What follows is a presentation and translation of "Das Ziel alles Lebens ist der Tod"-Schopenhauer und Freuds Todestrieb, by Marcel Zentner (Zürich), published in: RAINER, Specht (Org.). Archiv für Geschichte der Philosophie. Berlin: Walter de Gruyter, 1993, Vol. 75, p. 319-340. It is an analysis of the problems involving the topos created by Freud, according to which his dualism of the instincts of life and death, set forth in Beyond the Principle of Pleasure (1920), brought him to "the port of Schopenhauer's philosophy". The fundamental differences of this dualism with the Schopenhauerian dichotomy of the affirmation and negation of the will deserve a detailed clarification, says Zentner, so as not to lose sight of the fact that Schopenhauer's main anticipation of Freud concerns the conceptual complex articulated around the first theory of the instincts, the theory of repression and the "structural model of the psyche".
Resumo: O que se segue é uma apresentação e a tradução de "Das Ziel alles Lebens ist der Tod"-Schopenhauer und Freuds Todestrieb, de Marcel Zentner (Zürich), publicado em: RAINER, Specht (Org.). Archiv für Geschichte der Philosophie. Berlin: Walter de Gruyter, 1993, vol. 75, p. 319-340. Trata-se de um detalhamento dos problemas que envolvem o topos criado por Freud de que, com seu dualismo dos instintos de vida e de morte, exposto em Além do princípio de prazer (1920), "desaguara no porto da filosofia de Schopenhauer". As diferenças fundamentais desse dualismo em relação à dicotomia schopenhaueriana da afirmação e da negação da Vontade merecem um esclarecimento pormenorizado, defende Zentner, para que não se perca de vista o fato de que a principal antecipação schopenhaueriana de Freud concerne, antes, ao complexo conceitual articulado em torno à primeira teoria dos instintos, a teoria da repressão e o "modelo estrutural da psique". Palavras-chave: Dualismo; Monismo; Pessimismo; Escola de Schopenhauer; Metapsicologia.
Schopenhaueriana. revista española de estudios sobre Schopenhauer 2018. número 3 a 200 años de El mundo como voluntad y representación, 2018
We will try to point out in this contribution that Schopenhauer’s concept of atheism (Atheismus),... more We will try to point out in this contribution that Schopenhauer’s concept of atheism (Atheismus), even more than that of pessimism, gives us a clear criterion of great contemporary value from which to appreciate «Schopenhauer’s school in the broadest sense». The philosopher’s atheism rests chiefly on his opposition to the dogmatism, the contradiction and the insensitivity of theism, and in his denunciation that the priests present themselves as connoisseurs of divine revelation in order to dominate the people on the basis of their metaphysical
necessity. Faced with the atheistic originality of Schopenhauer, which according to nietzsche is absolutely pioneer in the history of German philosophy, we expose that his school is divided into: atheists (p. rée, F. nietzsche, S. Freud, etc.), who seek in a more radical way to unmask the theistic illusion and to liberate the knowledge of any religiosity, and religious or mysticals (p. mainländer and p. deussen), who conversely deepen in the kinship of philosophy and religion, that in Schopenhauer was subordinated to philosophical commitment to science. Since atheists give continuity to the most original and predominant element in
Schopenhauer’s philosophy, we argue that, from the perspective of atheism, they are his most faithful heirs and most vigorous witnesses of the actuality of his thought; while the religious and mystics are their most «heretic» disciples.
Nessa comunicação analisaremos a concepção de Schopenhauer da morte. Conforme o filósofo, a morte... more Nessa comunicação analisaremos a concepção de Schopenhauer da morte. Conforme o filósofo, a morte é uma ilusão, uma instrução e uma porta de entrada à autonegação da Vontade. Embora à consciência natural, seja o maior dos males, à visão filosófica, não passa de uma “falsa aparência” (MVR I, 368), que diz respeito ao fenômeno e não concerne à coisa em si mesma. O mundo fenomênico existe a partir do principium individuationis (tempo, espaço e causalidade), que por sua vez, é a forma subjetiva e a priori da experiência ordinária do mundo, que de modo algum subordina a Vontade, âmago em si do universo. Essa última é, portanto, imortal, livre e una, o que é atestado por uma série de pistas metafísicas, estéticas e éticas encontradas na experiência mais profunda do mundo. Do ponto de vista ético, a visão da morte também resume a “instrução que a vida nos dá (...) parcial e fragmentariamente, vale dizer, que toda aspiração (...) é vã, fútil, autocontraditória, e que a ela renunciar consiste em uma salvação” (MVR II, 758). Sendo assim, três são os conceitos de morte para o filósofo: o maior dos males, uma ilusão e o limite do Nirvana, isto é, da autonegação da Vontade. Nesse último sentido repousa o grande valor da morte, como porta de entrada a uma nova possibilidade, caracterizada pela completa negação do mundo em que vivemos. Na proximidade da morte, a natureza como que nos indaga, “repetida e incansavelmente (...) ‘Tiveste o suficiente? Queres sair de mim?” (MVR II, 726).
In this chapter we defend that Freud should be regarded as a prototypical member of the vicinity ... more In this chapter we defend that Freud should be regarded as a prototypical member of the vicinity to Schopenhauer’s School. Since this concept of vicinity was not explicitly proposed by specialists on Schopenhauer’s School, we argue that it should be recognized as a complementation of this tradition in a broad sense. That complementation will be also important in view – as it was recognized by H. Zint – of the cultural amplitude of Schopenhauerianism’s effects, “perhaps not found in any other philosopher of modernity” . Thus, we propose that the vicinity to Schopenhauer’s school should include three new classes: scientists (where Freud would be inserted), artists and non-German philosophers. That argument, however, will be endorsed here by the study of one single case, namely the “Freudian case”.
La presente comunicación se propone algo previo y preparatorio a la crítica contemporánea del psi... more La presente comunicación se propone algo previo y preparatorio a la crítica contemporánea del psicoanálisis: analizar e interpretar la concepción de ciencia de S. Freud (1856-1939). Para esto, examinará su discurso, defendiendo que una de sus raíces o soportes filosóficos más coherentes se encuentra en la epistemología de A. Schopenhauer (1788-1860). Para ambos pensadores, el método científico tiene por base el determinismo causal, que se extiende a la esfera psicológica y posibilita, así, la psicología como ciencia.
En este artí culo nos proponemos arrojar luz sobre la asimilacio n de Schopenhauer de la teorí a ... more En este artí culo nos proponemos arrojar luz sobre la asimilacio n de Schopenhauer de la teorí a de la Ideas de Plato n y su distanciamiento del antiguo bajo la concepcion de que el medio facilitador del conocimiento de la Idea es el arte, con una especie de “ana lisis de caso”: comentaremos como para Schopenhauer, La Vida es Sueño, de Calderon de la Barca, expone tres perspectivas filosoficas fundamentales: (1) el idealismo, basado en la concepcio n de que “el mundo es mi representacio n”; (2) el “sentido verdadero de la tragedia”, fundado en la leccio n de que los heroes “no expí an sus pecados individuales sino el pecado original, la culpa de la propia existencia”; y (3) la justicia eterna, apoyada en la sabidurí a de que "el mundo es el tribunal del mundo", y que así , el destino y í ndole moral del mundo esta n í ntimamente conectados.
Comentaremos aqui uma das concepções mais categóricas, radicais e fundamentais do pessimismo de S... more Comentaremos aqui uma das concepções mais categóricas, radicais e fundamentais
do pessimismo de Schopenhauer: a tese da positividade da dor e da negatividade
do prazer. Apresentaremos o seu desenvolvimento na obra capital do filósofo O Mundo
como Vontade e como Representação e defenderemos que ela está presente de modo nevrálgico em suas três metafísicas, embora só seja explicitada na última (a dos costumes). Por fim, “dialogaremos” com a crítica problemática que G. Simmel e C. Janaway endereçam a esta tese e proporemos uma possível explanação à estratégia do pensador de reservar a sua explicitação ao último livro.
RESUMO: Apresentaremos sumariamente o esclarecimento metafísico de Schopenhauer do belo – o qual,... more RESUMO: Apresentaremos sumariamente o esclarecimento metafísico de Schopenhauer do belo – o qual, para ele, " recebeu pela primeira vez sua explanação apropriada durante todo o... terceiro livro " 1 de Die Welt als Wille und Vorstellung. Em linhas gerais, Schopenhauer aclara que o conhecimento do belo se eleva sobre o conhecimento ordinário e o científico: pois esse tem, pelo lado objetivo, os fenômenos relativos e fugazes do princípio de razão, e pelo subjetivo, o sujeito cognoscente subordinado à Vontade; enquanto que o conhecimento o do belo consiste, pelo lado objetivo, nas Idéias eternas e arquetípicas de Platão, a " objetivação mais adequada possível da Vontade " , e pelo subjetivo, o " puro e atemporal sujeito do conhecimento destituído de Vontade e sofrimento ". Contudo, o filósofo adverte que o belo ainda é um " sonho passageiro " , pois só liberta momentaneamente da Vontade, e não definitivamente, como o ascetismo.
ABSTRACT: We will briefly present Schopenhauer's metaphysical clarification of the beautiful-which, for him, "first received its proper explanation along the whole. .. third book " 2 of Die Welt als Wille und Vorstellung. Generally speaking, Schopenhauer clarifies that the knowledge of the beautiful rises above ordinary and scientific knowledge: for the latter has, on the objective side, the relative and fleeting phenomena of the principle of reason, and on the subjective side, the knowing subject subordinate to the Will (needy, dissatisfaction and tedium), whereas the beautiful has on the objective side, the eternal and archetypal ideas of Plato, the "best possible objectification of the Will," and on the subjective side, "the pure and timeless subject of knowledge devoid of will and suffering". However, the beautiful is still a "passing dream" to the philosopher, because it only briefly liberates from the will, and not definitely, as asceticism does.
Resumo: O que segue é a tradução do artigo Schopenhauer und die Religion, de Paul Deussen, aprese... more Resumo: O que segue é a tradução do artigo Schopenhauer und die Religion, de Paul Deussen, apresentado pelo autor durante o terceiro Congresso da Schopenhauer-Gesellschaft (Sociedade Schopenhauer), em 4 de junho de 1914, e publicado em 1915, na quarta edição dos anuários Schopenhauer-Jahrbuch da Schopenhauer-Gesellschaft. O volume do periódico foi organizado pelo próprio Deussen (Colônia: Verlag der Schopenhauer-Gesellschaft, 1915). A presente tradução é uma homenagem ao autor por ocasião do centenário da elaboração do texto (2014).
Abstract: What follows is a translation of the article Schopenhauer und die Religion, of Paul Deussen, presented by the author during the third Congress of Schopenhauer-Gesellschaft (Schopenhauer Society) on June 4, 1914, and published in 1915, in the fourth edition of annuals Schopenhauer-Jahrbuch of Schopenhauer-Gesellschaft. The volume of the journal itself was organized by Deussen (Cologne: Verlag der Schopenhauer-Gesellschaft, 1915). The translation of this text is a tribute to the author on the occasion of the centenary of its drafting (2014).
Schopenhauer defines happiness as the "successive satisfaction of all of our wanting", and argues... more Schopenhauer defines happiness as the "successive satisfaction of all of our
wanting", and argues that the tendency for it (i) " completely coincides with our existence" - whose essence is the will to live - but (ii) is revealed by knowledge as our biggest mistake and disillusion. On these basis, he argues that (i) the purpose of life is the pursuit of happiness, but (ii) the "real goal" is unhappiness - which is imposed by "destiny" and leads to the self-suppression of the will. We will first introduce both aspects of the pursuit of happiness to then suggest that there is neither contradiction nor unilaterality in the philosopher, but a dualistic view of the fundamental acts of the human essence - the will: (i) self-affirmation - blind and unconditional greedyness for... (complete happiness) - and (ii) self-denial - in which this hedonistic thirst is understood as an error.
Resumo: Esse artigo se propõe a analisar e interpretar o pensamento de Schopenhauer sobre o crist... more Resumo: Esse artigo se propõe a analisar e interpretar o pensamento de Schopenhauer sobre o cristianismo. Como toda religião, o cristianismo possui, segundo o pensador, " duas caras, uma muito amigável e outra muito obscura " (P/P II, p. 425). A primeira delas engloba, para o filósofo, as lições da " caridade, generosidade, amor ao inimigo, resignação e abnegação da Vontade, que no Ocidente são entendidas como completamente próprias do cristianismo " (P/P II, p. 428). A segunda, conforme o autor, abarca a " astúcia sacerdotal " da identificação dos mitos à verdade literal, a carência dessa religião de uma ética animal, o ofuscamento de sua ética pelas cerimônias estatuárias e pela violência religiosa contra outras religiões, a filosofia e o conhecimento, entre outros elementos. Contribuir com a distinção de ambos os lados do cristianismo-ao respeito com o primeiro e à sublimação do segundo-a partir da abordagem proposta está entre os principais objetivos desse artigo. Abstract: This article aims to analyze and interpret the thought of Schopenhauer about Christianity. Like every religion, Christianity has, according to the thinker, "two faces, one very friendly and one very obscure" (P/P II, p. 425). The first of these includes, for the philosopher, the lessons of "charity, generosity, love of enemy, resignation and self-denial of the will, which in the West, are understood completely as Christian doctrines" (P/P II, p. 428). The second face, according to the author, includes the "priestly cunning", namely the identification of myths with the literal truth, the lack of animal ethics in this religion, the substitution of ethics for statutory religious ceremonies and violence against other religions, philosophy and knowledge, among other things. Contribute to the distinction of both sides of Christianity, respect for the first and sublimation of the second, with the proposed approach, is among the main objectives of this article.
Resumo: O presente artigo pretende representar uma introdução ao pensamento estético do artista p... more Resumo: O presente artigo pretende representar uma introdução ao pensamento estético do artista plástico e escritor Joaquín Torres García (1874-1949), por meio da análise e interpretação de seu vínculo com a metafísica do belo de Arthur Schopenhauer (1788-1860). Entre as suas concordâncias, se destacarão as suas concepções da visão artística como o meio próprio do conhecimento do quê das coisas (suas essências ou Idéias), elevado por sobre a individualidade e o devir passageiro das coisas – bem como as suas reinterpre-tações violadoras (e veneradoras) de Platão. Quanto à distância de Torres García do alemão, se diferenciará que ele é mais artista do que filósofo e se apresenta como um militante mais ativo à transformação social de seu continente. Nossa guia e interlocutora historiográfica será a sistematização da " escola de Schopenhauer " , por D. Fazio, L. Lütkehaus e M. Kossler, diante da qual questionaremos se Torres García não exemplifica um caso de artista na periferia ou limite dessa escola.
Abstract: This article is an introduction to the aesthetic thought of the painter and writer Joaquin Torres García (1874-1949) based on the analysis and interpretation of his thought on Schopenhauer´s metaphysics of the beautiful. Among their points of agreement, emphasis is given to his conceptions of the artistic perspective as a means of grasping the essence of things, over and above their individuality and becoming, as well as his critical (and venerating) reinterpretations of Plato. With respect to the distance between Torres García and Schopenhauer, it should be pointed out that he was more of an artist than a philosopher, and saw himself as a militant for the social transformation of his continent. We establish a dialogue with the systematization of the " school of Schopenhauer " by D. Fazio, L. Lütkehaus and M. Kossler, and question whether Torres García is an example of the artist in the periphery or limit of that school.
Books by Guilherme Marconi Germer
RESUMO: Nossa dissertação tem por objetivo analisar e interpretar o esclarecimento de Arthur Scho... more RESUMO: Nossa dissertação tem por objetivo analisar e interpretar o esclarecimento de Arthur Schopenhauer (1788-1860) dos conceitos do belo (schön) e do bom (gut) (moral, virtude). Segundo o filósofo, ambos não são verdadeiramente ensináveis, isto é, não se deve esperar que as estéticas desde Aristóteles tornem os seus pupilos artistas geniais, tampouco como se pode ansiar que os discursos morais tragam o caráter genuinamente ético. Pelo contrário, o pensador propõe à filosofia a tarefa puramente teórica e contemplativa, a saber, a de não prescrever regras ao espírito, mas descrever abstratamente o que de fato ocorre no belo e no bom, por meio de uma interpretação e explicitação cuja matéria e limite é “este mundo efetivo da cognoscibilidade, no qual estamos e que está em nós”. Ambos os esclarecimentos são apresentados em seu essencial pelo filósofo, respectivamente, no Livro III e no Livro IV de Die Welt als Wille und Vorstellung (O Mundo como Vontade e como Representação) – ambos os quais compõem, portanto, a bibliografia básica de nossa investigação. Resumidamente, Schopenhauer defende que o belo consiste, pelo lado objetivo, nas Idéias eternas (ewigen Ideen) de Platão, os arquétipos dos fenômenos relativos e fugazes do princípio de razão suficiente e a “objetidade mais adequada possível da coisa em si” (die möglichst adäquate Objetität des... Dinges an sich), e pelo subjetivo, no puro sujeito do conhecimento destituído de Vontade (reines, willenloses Subjekt der Erkenntnis). Quanto ao bom, o filósofo identifica-o ao conceito da compaixão (Mitleid), cujo grau negativo é a justiça (Gerechtigkeit), no qual ela apenas obstrui a injustiça (Unrecht), e o positivo a caridade (Menschenliebe), no qual ela “não apenas me impede de causar dano a outrem, mas também me impele a ajudá-lo”. Por fim, nós também comentamos os seguintes temas capitais do pensamento schopenhaueriano: o idealismo, a polêmica com Kant, o princípio de razão suficiente, a Vontade como coisa em si, senhora do intelecto, impulso cego e auto-discórdia, o pessimismo e a autonegação e afirmação da Vontade de viver
Resumo Arthur Schopenhauer (1788-1860) é definido frequentemente pelos manuais de filosofia como ... more Resumo
Arthur Schopenhauer (1788-1860) é definido frequentemente pelos manuais de filosofia como um autor misantropo, sem voz e seguidores. Contudo, um trabalho recente da autoria de D. Fazio, M. Kossler e L. Lütkehaus desmentiu esse preconceito, ao demonstrar que o pensador construiu uma escola filosófica em sentido estrito e lato. Na primeira conotação se incluem doze intelectuais menos conhecidos que apreciaram Schopenhauer em vida e foram designados pelo mestre como os seus “apóstolos”. No segundo significado se destacam os “metafísicos” E. von Hartmann, P. Mainländer e J. Bahnsen, os “hereges” F. Nietzsche, P. Rée, G. Simmel e M. Horkheimer, e os “pais da igreja” P. Deussen, H. Zint, A. Hübscher e R. Malter, que embora não tenham conhecido o filósofo em vida, ampliaram o seu pensamento para múltiplas direções. Diante dessa historiografia, questionamos se Sigmund Freud (1856 – 1939) não merece compor a “escola schopenhaueriana em sentido lato”, em virtude de suas diversas referências a e concordâncias com o filósofo, nos temas do inconsciente, sexualidade, repressão, morte e etc.. Em busca de uma resposta a essa questão, investigamos os pensamentos de Schopenhauer e de Freud sobre um tema pouco estudado: a religião. Entre as semelhanças encontradas em suas concepções desse objeto, se incluem o fato de ambos serem ateus e explanarem a religião como uma criação destinada a consolar o homem da morte, da culpa e do sofrimento. Além disso, os autores acedem em que os mitos possam expressar a verdade indiretamente, denunciam que a interpretação literal dos dogmas conduz a ilusões e encorajam a eutanásia da religião. Entre as diferenças, se destacam o fato de Schopenhauer abordar essa instituição pelo viés filosófico e metafísico e ser mais crente do que Freud quanto à cognição humana da coisa em si; enquanto Freud a interpela a partir da ciência psicanalítica e é mais otimista do que Schopenhauer na capacidade racional e popular humana de autossuperação da religião. Com base nesse confronto, concluímos que, a despeito da originalidade e autonomia científica da psicanálise, Freud é um autor próximo da fortuna schopenhaueriana, de modo que propomos que a “escola de Schopenhauer” reconheça em sua proximidade duas classes complementares: a dos cientistas, encabeçada por Freud, e a dos artistas, que abrange outros nomes. Além de uma tese historiográfica, esse reconhecimento também é fundamental para que o schopenhauerianismo e o freudismo não se confundam com duas religiões estatuárias, pois ambos foram acusados de conservarem resquícios de religiosidade, de modo que nada é mais justo para eles do que a evidência de suas buscas da complementação entre a filosofia e as ciências, em nome de uma ‘universitas literarum’ (literatura universal), multidisciplinar e coesa.
Abstract
Arthur Schopenhauer (1788-1860) is often defined by the philosophy manuals as a voiceless thinker, with no followers. However, a recent research written by D. Fazio, M. Kossler and L. Lütkehaus denied this prejudice by showing that Schopenhauer built a philosophical school in a broad and narrow sense. The first connotation includes twelve less renowned intellectuals, who knew Schopenhauer in life and were designated “apostles” by him. In the second meaning stand out the “metaphysics” E. von Hartmann, P. Mainländer and J. Bahnsen, the “heretics” F. Nietzsche, P. Ree, G. Simmel and M. Horkheimer, and the “church- parents” P. Deussen, H. Zint, A. Hübscher and R. Malter. Even though they never met Schopenhauer in life, these authors were also touched by his philosophy and extended it to multiple and diverse directions. Given this systematic historiography, I will argue that Sigmund Freud (1856 – 1939) deserves to compose the “Schopenhauer’s school” in a broad sense. To support this argument, I will take into consideration that Freud agrees with the philosopher on the subjects of the unconscious, sexuality, repression, death, etc.. In search of an answer to this question, I analyze and interpret the thoughts of Schopenhauer and Freud on a object less studied by experts, namely, religion. Among the similarities found in their conception of that subject, I will include the fact that both are atheists and explain religion as a human creation designed to comfort men regarding death, guilt and suffering. Besides that, both thinkers accept that myths can indirectly express the truth, but denounce that literal interpretation of religious dogmas leads to illusions and encourage the euthanasia of religion. Among the differences between both authors, I highlight that Schopenhauer broaches religion with a metaphysical methodology and is more optimistic than Freud about human cognition of the thing in itself; while Freud challenges religion from the psychoanalytic science and is more sure than Schopenhauer about popular human capacity of overcoming religion. Based on this comparison, I conclude that, despite the originality and scientific autonomy of psychoanalysis, Freud is an author whose performance is very close to Schopenhauer’s fortune in the history of thought. Therefore, I propose that “Schopenhauer’s school” in a broad sense should recognize in this proximity the scientists class, led by Freud, as well as that of artists, which would include other names. In addition to this historiographical thesis, I argue that this recognition is also important in order to avoid that Schopenhauerianism and Freudianism being confused with two statutory religions, because both traditions retain religious remnants, and therefore there should be nothing better to them than to cultivate the complementation between philosophy and sciences, on behalf of a multidisciplinary and well-founded “universitas literarum” (universal literature).
Eleutheria - História e Método da recepção filosófica da Psicanálise - I, 2021
O texto aqui traduzido foi publicado por Sándor Ferenczi em 1912, no primeiro volume da revista I... more O texto aqui traduzido foi publicado por Sándor Ferenczi em 1912, no primeiro volume da revista Imago, e constitui uma resposta à comunicação feita por James Jackson Putnam no terceiro Congresso internacional de psicanálise, realizado no ano de 1911 em Weimar, cuja versão escrita será publicada no ano seguinte com o título Ueber die Bedeutung philosophischer Anschauungen und Ausbildung für die weitere Entwicklung der psychoanalytischen Bewegung. Um comentário pormenorizado a respeito da história deste debate pode ser encontrado em Freitas Pinto e Padovan (2019) 4 .
A Filosofia de Paul Ricoeur em diálogo, 2020
O padrão ortográfico e o sistema de citações e referências bibliográficas são prerrogativas de ca... more O padrão ortográfico e o sistema de citações e referências bibliográficas são prerrogativas de cada autor. Da mesma forma, o conteúdo de cada capítulo é de inteira e exclusiva responsabilidade de seu respectivo autor.
We propose to analyse and interpret in what sense Philonenko’s description that Schopenhauer deve... more We propose to analyse and interpret in what sense Philonenko’s description that Schopenhauer developed a “phenomenology of ethical life” can be read without complications: if we stick it to his empirical foundation of morals, exposed in 'On the Foundation of Morals'. If we extend it to the philosopher's metaphysics of customs, as Philonenko did, this expression will be inadequate, because the latter does not have the phenomena as its object, but what “hides behind them (...) the thing in itself”. This clarification will also help us to show in what sense Schopenhauer scientifically innovated in morals, by redirecting human actions to three fundamental reasons: the well-being of others, of ourselves and the discomfort of others (predicated, respectively, by selfishness, goodness and malevolence); and by explaining the possibility of the second motivation as coming from the feeling of compassion (which is divisible in a negative degree, that of justice, and a positive one, charity).
Esboço de psicanálise (1938) / Sigmund Freud, 2019
Leituras da História. História e Perspectiva – Pré-história psicanalítica, 2019
Revista Sofia, 2018
Nos propomos neste artigo a contribuir à apreciação da assimilação de Schopenhauer da teoria das ... more Nos propomos neste artigo a contribuir à apreciação da assimilação de Schopenhauer da teoria das Ideias de Platão, por meio da comparação da interpretação schopenhaueriana dessa doutrina com sua exposição platônica. Para tanto, partiremos do roteiro de leitura da teoria das Ideias de Platão recomendado por Schopenhauer em suas preleções na Universidade de Berlim (1820), e que destaca trechos de Filebo, A República e O Banquete. Após sua análise, defenderemos que Schopenhauer assume e ressignifica a distinção platônica entre o mundo como protótipo e cópia, associando o primeiro às forças naturais fundamentais, e o segundo, aos fenômenos do princípio de razão suficiente. Mostraremos também que Schopenhauer espera "corrigir" a "psicologia racional" de Platão, com o argumento de que "o conhecimento sem a intuição, que é intermediada pelo corpo, não possui estofo algum", seguido da radicalização da teoria platônica de que o belo facilita o conhecimento das Ideias PALAVRAS-CHAVE: Belo. Modelos. Essências. Idealismo. Vanidade. ABSTRACT: In the following article we intend to investigate Schopenhauer's assimilation of Plato's theory of Ideas by means of its comparison with the Platonic original exposition. We will follow as a guiding line Schopenhauer's presentation of Plato's theory as it is offered in the series of lectures given by him at the University of Berlin (1820), which takes into consideration passages from Philebus, Republic and Symposium. We will argue that Schopenhauer subscribes the Platonic distinction between the Idea as the permanent prototype and the sensible as an ephemeral copy and resignifies it, associating the former with the natural and fundamental forces, and the latter to phenomena which fall within the realm of the principle of sufficient reason. We will try to show that Schopenhauer hopes to "correct" Plato's "rational psychology" with the argument that "knowledge without intuition, which is mediated by the body, has no content", followed by the radicalization of the Platonic theory that the beautiful "facilitates" the knowledge of the Ideas.
Voluntas: Revista Internacional de Filosofia, 2018
Abstract: What follows is a presentation and translation of "Das Ziel alles Lebens ist der Tod"-S... more Abstract: What follows is a presentation and translation of "Das Ziel alles Lebens ist der Tod"-Schopenhauer und Freuds Todestrieb, by Marcel Zentner (Zürich), published in: RAINER, Specht (Org.). Archiv für Geschichte der Philosophie. Berlin: Walter de Gruyter, 1993, Vol. 75, p. 319-340. It is an analysis of the problems involving the topos created by Freud, according to which his dualism of the instincts of life and death, set forth in Beyond the Principle of Pleasure (1920), brought him to "the port of Schopenhauer's philosophy". The fundamental differences of this dualism with the Schopenhauerian dichotomy of the affirmation and negation of the will deserve a detailed clarification, says Zentner, so as not to lose sight of the fact that Schopenhauer's main anticipation of Freud concerns the conceptual complex articulated around the first theory of the instincts, the theory of repression and the "structural model of the psyche".
Resumo: O que se segue é uma apresentação e a tradução de "Das Ziel alles Lebens ist der Tod"-Schopenhauer und Freuds Todestrieb, de Marcel Zentner (Zürich), publicado em: RAINER, Specht (Org.). Archiv für Geschichte der Philosophie. Berlin: Walter de Gruyter, 1993, vol. 75, p. 319-340. Trata-se de um detalhamento dos problemas que envolvem o topos criado por Freud de que, com seu dualismo dos instintos de vida e de morte, exposto em Além do princípio de prazer (1920), "desaguara no porto da filosofia de Schopenhauer". As diferenças fundamentais desse dualismo em relação à dicotomia schopenhaueriana da afirmação e da negação da Vontade merecem um esclarecimento pormenorizado, defende Zentner, para que não se perca de vista o fato de que a principal antecipação schopenhaueriana de Freud concerne, antes, ao complexo conceitual articulado em torno à primeira teoria dos instintos, a teoria da repressão e o "modelo estrutural da psique". Palavras-chave: Dualismo; Monismo; Pessimismo; Escola de Schopenhauer; Metapsicologia.
Schopenhaueriana. revista española de estudios sobre Schopenhauer 2018. número 3 a 200 años de El mundo como voluntad y representación, 2018
We will try to point out in this contribution that Schopenhauer’s concept of atheism (Atheismus),... more We will try to point out in this contribution that Schopenhauer’s concept of atheism (Atheismus), even more than that of pessimism, gives us a clear criterion of great contemporary value from which to appreciate «Schopenhauer’s school in the broadest sense». The philosopher’s atheism rests chiefly on his opposition to the dogmatism, the contradiction and the insensitivity of theism, and in his denunciation that the priests present themselves as connoisseurs of divine revelation in order to dominate the people on the basis of their metaphysical
necessity. Faced with the atheistic originality of Schopenhauer, which according to nietzsche is absolutely pioneer in the history of German philosophy, we expose that his school is divided into: atheists (p. rée, F. nietzsche, S. Freud, etc.), who seek in a more radical way to unmask the theistic illusion and to liberate the knowledge of any religiosity, and religious or mysticals (p. mainländer and p. deussen), who conversely deepen in the kinship of philosophy and religion, that in Schopenhauer was subordinated to philosophical commitment to science. Since atheists give continuity to the most original and predominant element in
Schopenhauer’s philosophy, we argue that, from the perspective of atheism, they are his most faithful heirs and most vigorous witnesses of the actuality of his thought; while the religious and mystics are their most «heretic» disciples.
Nessa comunicação analisaremos a concepção de Schopenhauer da morte. Conforme o filósofo, a morte... more Nessa comunicação analisaremos a concepção de Schopenhauer da morte. Conforme o filósofo, a morte é uma ilusão, uma instrução e uma porta de entrada à autonegação da Vontade. Embora à consciência natural, seja o maior dos males, à visão filosófica, não passa de uma “falsa aparência” (MVR I, 368), que diz respeito ao fenômeno e não concerne à coisa em si mesma. O mundo fenomênico existe a partir do principium individuationis (tempo, espaço e causalidade), que por sua vez, é a forma subjetiva e a priori da experiência ordinária do mundo, que de modo algum subordina a Vontade, âmago em si do universo. Essa última é, portanto, imortal, livre e una, o que é atestado por uma série de pistas metafísicas, estéticas e éticas encontradas na experiência mais profunda do mundo. Do ponto de vista ético, a visão da morte também resume a “instrução que a vida nos dá (...) parcial e fragmentariamente, vale dizer, que toda aspiração (...) é vã, fútil, autocontraditória, e que a ela renunciar consiste em uma salvação” (MVR II, 758). Sendo assim, três são os conceitos de morte para o filósofo: o maior dos males, uma ilusão e o limite do Nirvana, isto é, da autonegação da Vontade. Nesse último sentido repousa o grande valor da morte, como porta de entrada a uma nova possibilidade, caracterizada pela completa negação do mundo em que vivemos. Na proximidade da morte, a natureza como que nos indaga, “repetida e incansavelmente (...) ‘Tiveste o suficiente? Queres sair de mim?” (MVR II, 726).
In this chapter we defend that Freud should be regarded as a prototypical member of the vicinity ... more In this chapter we defend that Freud should be regarded as a prototypical member of the vicinity to Schopenhauer’s School. Since this concept of vicinity was not explicitly proposed by specialists on Schopenhauer’s School, we argue that it should be recognized as a complementation of this tradition in a broad sense. That complementation will be also important in view – as it was recognized by H. Zint – of the cultural amplitude of Schopenhauerianism’s effects, “perhaps not found in any other philosopher of modernity” . Thus, we propose that the vicinity to Schopenhauer’s school should include three new classes: scientists (where Freud would be inserted), artists and non-German philosophers. That argument, however, will be endorsed here by the study of one single case, namely the “Freudian case”.
La presente comunicación se propone algo previo y preparatorio a la crítica contemporánea del psi... more La presente comunicación se propone algo previo y preparatorio a la crítica contemporánea del psicoanálisis: analizar e interpretar la concepción de ciencia de S. Freud (1856-1939). Para esto, examinará su discurso, defendiendo que una de sus raíces o soportes filosóficos más coherentes se encuentra en la epistemología de A. Schopenhauer (1788-1860). Para ambos pensadores, el método científico tiene por base el determinismo causal, que se extiende a la esfera psicológica y posibilita, así, la psicología como ciencia.
En este artí culo nos proponemos arrojar luz sobre la asimilacio n de Schopenhauer de la teorí a ... more En este artí culo nos proponemos arrojar luz sobre la asimilacio n de Schopenhauer de la teorí a de la Ideas de Plato n y su distanciamiento del antiguo bajo la concepcion de que el medio facilitador del conocimiento de la Idea es el arte, con una especie de “ana lisis de caso”: comentaremos como para Schopenhauer, La Vida es Sueño, de Calderon de la Barca, expone tres perspectivas filosoficas fundamentales: (1) el idealismo, basado en la concepcio n de que “el mundo es mi representacio n”; (2) el “sentido verdadero de la tragedia”, fundado en la leccio n de que los heroes “no expí an sus pecados individuales sino el pecado original, la culpa de la propia existencia”; y (3) la justicia eterna, apoyada en la sabidurí a de que "el mundo es el tribunal del mundo", y que así , el destino y í ndole moral del mundo esta n í ntimamente conectados.
Comentaremos aqui uma das concepções mais categóricas, radicais e fundamentais do pessimismo de S... more Comentaremos aqui uma das concepções mais categóricas, radicais e fundamentais
do pessimismo de Schopenhauer: a tese da positividade da dor e da negatividade
do prazer. Apresentaremos o seu desenvolvimento na obra capital do filósofo O Mundo
como Vontade e como Representação e defenderemos que ela está presente de modo nevrálgico em suas três metafísicas, embora só seja explicitada na última (a dos costumes). Por fim, “dialogaremos” com a crítica problemática que G. Simmel e C. Janaway endereçam a esta tese e proporemos uma possível explanação à estratégia do pensador de reservar a sua explicitação ao último livro.
RESUMO: Apresentaremos sumariamente o esclarecimento metafísico de Schopenhauer do belo – o qual,... more RESUMO: Apresentaremos sumariamente o esclarecimento metafísico de Schopenhauer do belo – o qual, para ele, " recebeu pela primeira vez sua explanação apropriada durante todo o... terceiro livro " 1 de Die Welt als Wille und Vorstellung. Em linhas gerais, Schopenhauer aclara que o conhecimento do belo se eleva sobre o conhecimento ordinário e o científico: pois esse tem, pelo lado objetivo, os fenômenos relativos e fugazes do princípio de razão, e pelo subjetivo, o sujeito cognoscente subordinado à Vontade; enquanto que o conhecimento o do belo consiste, pelo lado objetivo, nas Idéias eternas e arquetípicas de Platão, a " objetivação mais adequada possível da Vontade " , e pelo subjetivo, o " puro e atemporal sujeito do conhecimento destituído de Vontade e sofrimento ". Contudo, o filósofo adverte que o belo ainda é um " sonho passageiro " , pois só liberta momentaneamente da Vontade, e não definitivamente, como o ascetismo.
ABSTRACT: We will briefly present Schopenhauer's metaphysical clarification of the beautiful-which, for him, "first received its proper explanation along the whole. .. third book " 2 of Die Welt als Wille und Vorstellung. Generally speaking, Schopenhauer clarifies that the knowledge of the beautiful rises above ordinary and scientific knowledge: for the latter has, on the objective side, the relative and fleeting phenomena of the principle of reason, and on the subjective side, the knowing subject subordinate to the Will (needy, dissatisfaction and tedium), whereas the beautiful has on the objective side, the eternal and archetypal ideas of Plato, the "best possible objectification of the Will," and on the subjective side, "the pure and timeless subject of knowledge devoid of will and suffering". However, the beautiful is still a "passing dream" to the philosopher, because it only briefly liberates from the will, and not definitely, as asceticism does.
Resumo: O que segue é a tradução do artigo Schopenhauer und die Religion, de Paul Deussen, aprese... more Resumo: O que segue é a tradução do artigo Schopenhauer und die Religion, de Paul Deussen, apresentado pelo autor durante o terceiro Congresso da Schopenhauer-Gesellschaft (Sociedade Schopenhauer), em 4 de junho de 1914, e publicado em 1915, na quarta edição dos anuários Schopenhauer-Jahrbuch da Schopenhauer-Gesellschaft. O volume do periódico foi organizado pelo próprio Deussen (Colônia: Verlag der Schopenhauer-Gesellschaft, 1915). A presente tradução é uma homenagem ao autor por ocasião do centenário da elaboração do texto (2014).
Abstract: What follows is a translation of the article Schopenhauer und die Religion, of Paul Deussen, presented by the author during the third Congress of Schopenhauer-Gesellschaft (Schopenhauer Society) on June 4, 1914, and published in 1915, in the fourth edition of annuals Schopenhauer-Jahrbuch of Schopenhauer-Gesellschaft. The volume of the journal itself was organized by Deussen (Cologne: Verlag der Schopenhauer-Gesellschaft, 1915). The translation of this text is a tribute to the author on the occasion of the centenary of its drafting (2014).
Schopenhauer defines happiness as the "successive satisfaction of all of our wanting", and argues... more Schopenhauer defines happiness as the "successive satisfaction of all of our
wanting", and argues that the tendency for it (i) " completely coincides with our existence" - whose essence is the will to live - but (ii) is revealed by knowledge as our biggest mistake and disillusion. On these basis, he argues that (i) the purpose of life is the pursuit of happiness, but (ii) the "real goal" is unhappiness - which is imposed by "destiny" and leads to the self-suppression of the will. We will first introduce both aspects of the pursuit of happiness to then suggest that there is neither contradiction nor unilaterality in the philosopher, but a dualistic view of the fundamental acts of the human essence - the will: (i) self-affirmation - blind and unconditional greedyness for... (complete happiness) - and (ii) self-denial - in which this hedonistic thirst is understood as an error.
Resumo: Esse artigo se propõe a analisar e interpretar o pensamento de Schopenhauer sobre o crist... more Resumo: Esse artigo se propõe a analisar e interpretar o pensamento de Schopenhauer sobre o cristianismo. Como toda religião, o cristianismo possui, segundo o pensador, " duas caras, uma muito amigável e outra muito obscura " (P/P II, p. 425). A primeira delas engloba, para o filósofo, as lições da " caridade, generosidade, amor ao inimigo, resignação e abnegação da Vontade, que no Ocidente são entendidas como completamente próprias do cristianismo " (P/P II, p. 428). A segunda, conforme o autor, abarca a " astúcia sacerdotal " da identificação dos mitos à verdade literal, a carência dessa religião de uma ética animal, o ofuscamento de sua ética pelas cerimônias estatuárias e pela violência religiosa contra outras religiões, a filosofia e o conhecimento, entre outros elementos. Contribuir com a distinção de ambos os lados do cristianismo-ao respeito com o primeiro e à sublimação do segundo-a partir da abordagem proposta está entre os principais objetivos desse artigo. Abstract: This article aims to analyze and interpret the thought of Schopenhauer about Christianity. Like every religion, Christianity has, according to the thinker, "two faces, one very friendly and one very obscure" (P/P II, p. 425). The first of these includes, for the philosopher, the lessons of "charity, generosity, love of enemy, resignation and self-denial of the will, which in the West, are understood completely as Christian doctrines" (P/P II, p. 428). The second face, according to the author, includes the "priestly cunning", namely the identification of myths with the literal truth, the lack of animal ethics in this religion, the substitution of ethics for statutory religious ceremonies and violence against other religions, philosophy and knowledge, among other things. Contribute to the distinction of both sides of Christianity, respect for the first and sublimation of the second, with the proposed approach, is among the main objectives of this article.
Resumo: O presente artigo pretende representar uma introdução ao pensamento estético do artista p... more Resumo: O presente artigo pretende representar uma introdução ao pensamento estético do artista plástico e escritor Joaquín Torres García (1874-1949), por meio da análise e interpretação de seu vínculo com a metafísica do belo de Arthur Schopenhauer (1788-1860). Entre as suas concordâncias, se destacarão as suas concepções da visão artística como o meio próprio do conhecimento do quê das coisas (suas essências ou Idéias), elevado por sobre a individualidade e o devir passageiro das coisas – bem como as suas reinterpre-tações violadoras (e veneradoras) de Platão. Quanto à distância de Torres García do alemão, se diferenciará que ele é mais artista do que filósofo e se apresenta como um militante mais ativo à transformação social de seu continente. Nossa guia e interlocutora historiográfica será a sistematização da " escola de Schopenhauer " , por D. Fazio, L. Lütkehaus e M. Kossler, diante da qual questionaremos se Torres García não exemplifica um caso de artista na periferia ou limite dessa escola.
Abstract: This article is an introduction to the aesthetic thought of the painter and writer Joaquin Torres García (1874-1949) based on the analysis and interpretation of his thought on Schopenhauer´s metaphysics of the beautiful. Among their points of agreement, emphasis is given to his conceptions of the artistic perspective as a means of grasping the essence of things, over and above their individuality and becoming, as well as his critical (and venerating) reinterpretations of Plato. With respect to the distance between Torres García and Schopenhauer, it should be pointed out that he was more of an artist than a philosopher, and saw himself as a militant for the social transformation of his continent. We establish a dialogue with the systematization of the " school of Schopenhauer " by D. Fazio, L. Lütkehaus and M. Kossler, and question whether Torres García is an example of the artist in the periphery or limit of that school.
RESUMO: Nossa dissertação tem por objetivo analisar e interpretar o esclarecimento de Arthur Scho... more RESUMO: Nossa dissertação tem por objetivo analisar e interpretar o esclarecimento de Arthur Schopenhauer (1788-1860) dos conceitos do belo (schön) e do bom (gut) (moral, virtude). Segundo o filósofo, ambos não são verdadeiramente ensináveis, isto é, não se deve esperar que as estéticas desde Aristóteles tornem os seus pupilos artistas geniais, tampouco como se pode ansiar que os discursos morais tragam o caráter genuinamente ético. Pelo contrário, o pensador propõe à filosofia a tarefa puramente teórica e contemplativa, a saber, a de não prescrever regras ao espírito, mas descrever abstratamente o que de fato ocorre no belo e no bom, por meio de uma interpretação e explicitação cuja matéria e limite é “este mundo efetivo da cognoscibilidade, no qual estamos e que está em nós”. Ambos os esclarecimentos são apresentados em seu essencial pelo filósofo, respectivamente, no Livro III e no Livro IV de Die Welt als Wille und Vorstellung (O Mundo como Vontade e como Representação) – ambos os quais compõem, portanto, a bibliografia básica de nossa investigação. Resumidamente, Schopenhauer defende que o belo consiste, pelo lado objetivo, nas Idéias eternas (ewigen Ideen) de Platão, os arquétipos dos fenômenos relativos e fugazes do princípio de razão suficiente e a “objetidade mais adequada possível da coisa em si” (die möglichst adäquate Objetität des... Dinges an sich), e pelo subjetivo, no puro sujeito do conhecimento destituído de Vontade (reines, willenloses Subjekt der Erkenntnis). Quanto ao bom, o filósofo identifica-o ao conceito da compaixão (Mitleid), cujo grau negativo é a justiça (Gerechtigkeit), no qual ela apenas obstrui a injustiça (Unrecht), e o positivo a caridade (Menschenliebe), no qual ela “não apenas me impede de causar dano a outrem, mas também me impele a ajudá-lo”. Por fim, nós também comentamos os seguintes temas capitais do pensamento schopenhaueriano: o idealismo, a polêmica com Kant, o princípio de razão suficiente, a Vontade como coisa em si, senhora do intelecto, impulso cego e auto-discórdia, o pessimismo e a autonegação e afirmação da Vontade de viver
Resumo Arthur Schopenhauer (1788-1860) é definido frequentemente pelos manuais de filosofia como ... more Resumo
Arthur Schopenhauer (1788-1860) é definido frequentemente pelos manuais de filosofia como um autor misantropo, sem voz e seguidores. Contudo, um trabalho recente da autoria de D. Fazio, M. Kossler e L. Lütkehaus desmentiu esse preconceito, ao demonstrar que o pensador construiu uma escola filosófica em sentido estrito e lato. Na primeira conotação se incluem doze intelectuais menos conhecidos que apreciaram Schopenhauer em vida e foram designados pelo mestre como os seus “apóstolos”. No segundo significado se destacam os “metafísicos” E. von Hartmann, P. Mainländer e J. Bahnsen, os “hereges” F. Nietzsche, P. Rée, G. Simmel e M. Horkheimer, e os “pais da igreja” P. Deussen, H. Zint, A. Hübscher e R. Malter, que embora não tenham conhecido o filósofo em vida, ampliaram o seu pensamento para múltiplas direções. Diante dessa historiografia, questionamos se Sigmund Freud (1856 – 1939) não merece compor a “escola schopenhaueriana em sentido lato”, em virtude de suas diversas referências a e concordâncias com o filósofo, nos temas do inconsciente, sexualidade, repressão, morte e etc.. Em busca de uma resposta a essa questão, investigamos os pensamentos de Schopenhauer e de Freud sobre um tema pouco estudado: a religião. Entre as semelhanças encontradas em suas concepções desse objeto, se incluem o fato de ambos serem ateus e explanarem a religião como uma criação destinada a consolar o homem da morte, da culpa e do sofrimento. Além disso, os autores acedem em que os mitos possam expressar a verdade indiretamente, denunciam que a interpretação literal dos dogmas conduz a ilusões e encorajam a eutanásia da religião. Entre as diferenças, se destacam o fato de Schopenhauer abordar essa instituição pelo viés filosófico e metafísico e ser mais crente do que Freud quanto à cognição humana da coisa em si; enquanto Freud a interpela a partir da ciência psicanalítica e é mais otimista do que Schopenhauer na capacidade racional e popular humana de autossuperação da religião. Com base nesse confronto, concluímos que, a despeito da originalidade e autonomia científica da psicanálise, Freud é um autor próximo da fortuna schopenhaueriana, de modo que propomos que a “escola de Schopenhauer” reconheça em sua proximidade duas classes complementares: a dos cientistas, encabeçada por Freud, e a dos artistas, que abrange outros nomes. Além de uma tese historiográfica, esse reconhecimento também é fundamental para que o schopenhauerianismo e o freudismo não se confundam com duas religiões estatuárias, pois ambos foram acusados de conservarem resquícios de religiosidade, de modo que nada é mais justo para eles do que a evidência de suas buscas da complementação entre a filosofia e as ciências, em nome de uma ‘universitas literarum’ (literatura universal), multidisciplinar e coesa.
Abstract
Arthur Schopenhauer (1788-1860) is often defined by the philosophy manuals as a voiceless thinker, with no followers. However, a recent research written by D. Fazio, M. Kossler and L. Lütkehaus denied this prejudice by showing that Schopenhauer built a philosophical school in a broad and narrow sense. The first connotation includes twelve less renowned intellectuals, who knew Schopenhauer in life and were designated “apostles” by him. In the second meaning stand out the “metaphysics” E. von Hartmann, P. Mainländer and J. Bahnsen, the “heretics” F. Nietzsche, P. Ree, G. Simmel and M. Horkheimer, and the “church- parents” P. Deussen, H. Zint, A. Hübscher and R. Malter. Even though they never met Schopenhauer in life, these authors were also touched by his philosophy and extended it to multiple and diverse directions. Given this systematic historiography, I will argue that Sigmund Freud (1856 – 1939) deserves to compose the “Schopenhauer’s school” in a broad sense. To support this argument, I will take into consideration that Freud agrees with the philosopher on the subjects of the unconscious, sexuality, repression, death, etc.. In search of an answer to this question, I analyze and interpret the thoughts of Schopenhauer and Freud on a object less studied by experts, namely, religion. Among the similarities found in their conception of that subject, I will include the fact that both are atheists and explain religion as a human creation designed to comfort men regarding death, guilt and suffering. Besides that, both thinkers accept that myths can indirectly express the truth, but denounce that literal interpretation of religious dogmas leads to illusions and encourage the euthanasia of religion. Among the differences between both authors, I highlight that Schopenhauer broaches religion with a metaphysical methodology and is more optimistic than Freud about human cognition of the thing in itself; while Freud challenges religion from the psychoanalytic science and is more sure than Schopenhauer about popular human capacity of overcoming religion. Based on this comparison, I conclude that, despite the originality and scientific autonomy of psychoanalysis, Freud is an author whose performance is very close to Schopenhauer’s fortune in the history of thought. Therefore, I propose that “Schopenhauer’s school” in a broad sense should recognize in this proximity the scientists class, led by Freud, as well as that of artists, which would include other names. In addition to this historiographical thesis, I argue that this recognition is also important in order to avoid that Schopenhauerianism and Freudianism being confused with two statutory religions, because both traditions retain religious remnants, and therefore there should be nothing better to them than to cultivate the complementation between philosophy and sciences, on behalf of a multidisciplinary and well-founded “universitas literarum” (universal literature).