Antonio A . Neves Neto | Universidade de São Paulo (original) (raw)

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Thesis Chapters by Antonio A . Neves Neto

Research paper thumbnail of Genitalidade, amor e crueldade: Fetichismo em Freud e hoje

Revista Brasileira de Psicanálise, V. 56, n. 1, 2022

O autor busca retomar a noção de fetichismo desenvolvida por Freud nos Três ensaios sobre a teori... more O autor busca retomar a noção de fetichismo desenvolvida por Freud nos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, de 1905, e no texto “Fetichismo”, de 1927, a fim de pensar a sua adequação clínica e cultural na contemporaneidade. A centralidade dos genitais na obtenção de prazer sexual desempenha um papel fundamental na definição de uma sexualidade não perversa no início da teorização de Freud. Esse aspecto da teoria, com forte carga moralista, parece perder importância na evolução de sua obra. Com o texto de 1927, a centralidade do diagnóstico de fetichismo passa a girar em torno da relação do sujeito com a lei e do reconhecimento da alteridade. Tendo a dessubjetivação do outro como um de seus principais sintomas, amor e crueldade tornam-se noções centrais para pensar o fetichismo. O trabalho sobre essa questão dará à noção de fetichismo uma função clinicamente mais relevante e culturalmente menos moralista.
Palavras-chave: fetichismo, Freud, sexualidade, genitalidade

Research paper thumbnail of Questões subjacentes ao diálogo entre psicanálise e neurociência: sobre a natureza do psíquico

Questões subjacentes ao diálogo entre psicanálise e neurociência: sobre a natureza do psíquico, 2019

O debate entre neurociência e psicanálise tem sido objeto de muitas produções científicas e as gr... more O debate entre neurociência e psicanálise tem sido objeto de muitas produções científicas e as grandes polêmicas em torno da questão apontam que ainda muito será escrito sobre o tema. Esse diálogo coloca importantes questões para a prática e a teoria psicanalítica: a sua legitimidade como conhecimento científico, a sua suposta obsolescência em vista aos avanços das investigações no campo da neurociência e as suas afinidades e tensões com o domínio das ciências biológicas são algumas delas. Tendo em vista o número crescente de material sendo produzido sobre o assunto, sua capilaridade social constatada pela presença do debate em grandes veículos comunicativos e as implicações práticas que as resoluções da problemática acarretam, esse estudo pretende esclarecer alguns problemas epistemológicos da questão através de uma revisão bibliográfica. Pautando-se assim na leitura de textos, sua discussão e apreciação crítica, privilegia-se aqui algumas questões que parecem importantes para melhor equalizar essa tensão entre neurociências e psicanálise: o estado da psiquiatria hoje e sua relação com as ciências biológicas, o posicionamento de Freud em relação as ciências naturais de sua época, consequências éticas e políticas de cada escola de compreensão do psíquico e reflexões epistemológicas sobre a forma de se produzir conhecimento em psicanálise e nas neurociências. Opondo-se, por um lado, à tese recorrente de que as ciências biológicas teriam uma incompatibilidade epistêmica e política fundamental em relação à psicanálise e, do outro lado, à tese de que a psicanálise seria um exercício especulativo irresponsável e pseudocientífico que será substituído pelas neurociências, defende-se aqui a possibilidade de visualizar já em Freud uma articulação entre a psicanálise e as ciências biológicas e que essa articulação pode ser interessante para a psicanálise contemporânea.

Research paper thumbnail of ESTATUTO CIENTÍFICO DA PSICANÁLISE: CIENTIFICISTA OU PSEUDOCIÊNCIA?

O estatuto científico da psicanálise: cientificista ou pseudociência?, 2019

O trabalho parte da comparação de duas críticas à psicanálise em relação a sua cientificidade. De... more O trabalho parte da comparação de duas críticas à psicanálise em relação a sua cientificidade. De um lado, temos a crítica de autores predominantemente franceses e de inspiração fenomenológica, hermenêutica e existencialista. Esses enxergam nas vinculações da psicanálise com as ciências naturais de seu tempo o princípio da deturpação que a doutrina de Freud faria do ser humano e sua existência. Para eles, a psicanálise pecaria por ser excessivamente científica. Do outro lado temos uma crítica majoritariamente anglófona e americana que acusa a psicanálise de ser uma pseudociência, uma vez que a disciplina, segundo esses críticos, trabalha com teses cuja validade ela não consegue provar. Isso relegaria a psicanálise a ser um mero exercício especulativo sem fundamentação científica. Evitei entrar em discussões sobre a pertinência das leituras que essas críticas fazem da obra de Freud, o que nos jogaria em um trabalho textual mais detido sobre a obra do pai da psicanálise. Ao invés disso, tentei priorizar uma análise epistemológica dessas críticas, perguntando sobre seus pressupostos, a organização do seu campo de conhecimento e tentando entender que tipo de práticas eram produzidas por seus critérios de validade e cientificidade. Com isso, desejo me aproximar do debate contemporâneo entre ciência e psicanálise, cuja relevância e impacto social já é percebido, por exemplo, no grande número de publicações a respeito do assunto nos últimos tempos, na presença desse debate mesmo em meios não especializados como jornais de grande circulação e nas formulações de políticas públicas na área da saúde que tomam uma posição na discussão.

Papers by Antonio A . Neves Neto

Research paper thumbnail of Genitalidade, amor e crueldade: Fetichismo em Freud e hoje

Revista Brasileira de Psicanálise, V. 56, n. 1, 2022

O autor busca retomar a noção de fetichismo desenvolvida por Freud nos Três ensaios sobre a teori... more O autor busca retomar a noção de fetichismo desenvolvida por Freud nos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, de 1905, e no texto “Fetichismo”, de 1927, a fim de pensar a sua adequação clínica e cultural na contemporaneidade. A centralidade dos genitais na obtenção de prazer sexual desempenha um papel fundamental na definição de uma sexualidade não perversa no início da teorização de Freud. Esse aspecto da teoria, com forte carga moralista, parece perder importância na evolução de sua obra. Com o texto de 1927, a centralidade do diagnóstico de fetichismo passa a girar em torno da relação do sujeito com a lei e do reconhecimento da alteridade. Tendo a dessubjetivação do outro como um de seus principais sintomas, amor e crueldade tornam-se noções centrais para pensar o fetichismo. O trabalho sobre essa questão dará à noção de fetichismo uma função clinicamente mais relevante e culturalmente menos moralista.
Palavras Chave: fetichismo, Freud, sexualidade, genitalidade

Research paper thumbnail of Genitalidade, amor e crueldade: Fetichismo em Freud e hoje

Revista Brasileira de Psicanálise, V. 56, n. 1, 2022

O autor busca retomar a noção de fetichismo desenvolvida por Freud nos Três ensaios sobre a teori... more O autor busca retomar a noção de fetichismo desenvolvida por Freud nos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, de 1905, e no texto “Fetichismo”, de 1927, a fim de pensar a sua adequação clínica e cultural na contemporaneidade. A centralidade dos genitais na obtenção de prazer sexual desempenha um papel fundamental na definição de uma sexualidade não perversa no início da teorização de Freud. Esse aspecto da teoria, com forte carga moralista, parece perder importância na evolução de sua obra. Com o texto de 1927, a centralidade do diagnóstico de fetichismo passa a girar em torno da relação do sujeito com a lei e do reconhecimento da alteridade. Tendo a dessubjetivação do outro como um de seus principais sintomas, amor e crueldade tornam-se noções centrais para pensar o fetichismo. O trabalho sobre essa questão dará à noção de fetichismo uma função clinicamente mais relevante e culturalmente menos moralista.
Palavras-chave: fetichismo, Freud, sexualidade, genitalidade

Research paper thumbnail of Questões subjacentes ao diálogo entre psicanálise e neurociência: sobre a natureza do psíquico

Questões subjacentes ao diálogo entre psicanálise e neurociência: sobre a natureza do psíquico, 2019

O debate entre neurociência e psicanálise tem sido objeto de muitas produções científicas e as gr... more O debate entre neurociência e psicanálise tem sido objeto de muitas produções científicas e as grandes polêmicas em torno da questão apontam que ainda muito será escrito sobre o tema. Esse diálogo coloca importantes questões para a prática e a teoria psicanalítica: a sua legitimidade como conhecimento científico, a sua suposta obsolescência em vista aos avanços das investigações no campo da neurociência e as suas afinidades e tensões com o domínio das ciências biológicas são algumas delas. Tendo em vista o número crescente de material sendo produzido sobre o assunto, sua capilaridade social constatada pela presença do debate em grandes veículos comunicativos e as implicações práticas que as resoluções da problemática acarretam, esse estudo pretende esclarecer alguns problemas epistemológicos da questão através de uma revisão bibliográfica. Pautando-se assim na leitura de textos, sua discussão e apreciação crítica, privilegia-se aqui algumas questões que parecem importantes para melhor equalizar essa tensão entre neurociências e psicanálise: o estado da psiquiatria hoje e sua relação com as ciências biológicas, o posicionamento de Freud em relação as ciências naturais de sua época, consequências éticas e políticas de cada escola de compreensão do psíquico e reflexões epistemológicas sobre a forma de se produzir conhecimento em psicanálise e nas neurociências. Opondo-se, por um lado, à tese recorrente de que as ciências biológicas teriam uma incompatibilidade epistêmica e política fundamental em relação à psicanálise e, do outro lado, à tese de que a psicanálise seria um exercício especulativo irresponsável e pseudocientífico que será substituído pelas neurociências, defende-se aqui a possibilidade de visualizar já em Freud uma articulação entre a psicanálise e as ciências biológicas e que essa articulação pode ser interessante para a psicanálise contemporânea.

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O estatuto científico da psicanálise: cientificista ou pseudociência?, 2019

O trabalho parte da comparação de duas críticas à psicanálise em relação a sua cientificidade. De... more O trabalho parte da comparação de duas críticas à psicanálise em relação a sua cientificidade. De um lado, temos a crítica de autores predominantemente franceses e de inspiração fenomenológica, hermenêutica e existencialista. Esses enxergam nas vinculações da psicanálise com as ciências naturais de seu tempo o princípio da deturpação que a doutrina de Freud faria do ser humano e sua existência. Para eles, a psicanálise pecaria por ser excessivamente científica. Do outro lado temos uma crítica majoritariamente anglófona e americana que acusa a psicanálise de ser uma pseudociência, uma vez que a disciplina, segundo esses críticos, trabalha com teses cuja validade ela não consegue provar. Isso relegaria a psicanálise a ser um mero exercício especulativo sem fundamentação científica. Evitei entrar em discussões sobre a pertinência das leituras que essas críticas fazem da obra de Freud, o que nos jogaria em um trabalho textual mais detido sobre a obra do pai da psicanálise. Ao invés disso, tentei priorizar uma análise epistemológica dessas críticas, perguntando sobre seus pressupostos, a organização do seu campo de conhecimento e tentando entender que tipo de práticas eram produzidas por seus critérios de validade e cientificidade. Com isso, desejo me aproximar do debate contemporâneo entre ciência e psicanálise, cuja relevância e impacto social já é percebido, por exemplo, no grande número de publicações a respeito do assunto nos últimos tempos, na presença desse debate mesmo em meios não especializados como jornais de grande circulação e nas formulações de políticas públicas na área da saúde que tomam uma posição na discussão.

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Revista Brasileira de Psicanálise, V. 56, n. 1, 2022

O autor busca retomar a noção de fetichismo desenvolvida por Freud nos Três ensaios sobre a teori... more O autor busca retomar a noção de fetichismo desenvolvida por Freud nos Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, de 1905, e no texto “Fetichismo”, de 1927, a fim de pensar a sua adequação clínica e cultural na contemporaneidade. A centralidade dos genitais na obtenção de prazer sexual desempenha um papel fundamental na definição de uma sexualidade não perversa no início da teorização de Freud. Esse aspecto da teoria, com forte carga moralista, parece perder importância na evolução de sua obra. Com o texto de 1927, a centralidade do diagnóstico de fetichismo passa a girar em torno da relação do sujeito com a lei e do reconhecimento da alteridade. Tendo a dessubjetivação do outro como um de seus principais sintomas, amor e crueldade tornam-se noções centrais para pensar o fetichismo. O trabalho sobre essa questão dará à noção de fetichismo uma função clinicamente mais relevante e culturalmente menos moralista.
Palavras Chave: fetichismo, Freud, sexualidade, genitalidade