Mariana Rodrigues de Vita | University of Sao Paulo (original) (raw)

Papers by Mariana Rodrigues de Vita

Research paper thumbnail of "Nós vamos deixar vocês viverem para que morram de tristeza" : estupro como arma de guerra no Genocídio de 1994 em Ruanda

Revista Angelus Novus, 2023

O estupro como arma é usado para destruir física e psicologicamente as mulheres, causando dor sev... more O estupro como arma é usado para destruir física e psicologicamente as mulheres, causando dor severa e irreversível, além de abalar o tecido social da comunidade vitimada. Esse tipo específico de estupro consiste na premeditação e coordenação antecipada provinda de autoridades militares, ou paramilitares, contra civis. Este artigo visa analisar o uso do estupro enquanto arma de guerra durante o Genocídio de 1994 em Ruanda. Assim, foram examinados os documentos oficiais da Organização das Nações Unidas(ONU) para entender qual foi o papel dela no combate ao estupro como arma de guerra e na proteção às mulheres, uma vez que a magnitude da violência em Ruanda já era conhecida pelo mundo e pela ONU. A temática e as fontes foram investigadas a partir de uma visão interdisciplinar, com enfoque histórico e feminista.

Research paper thumbnail of Relatório de Iniciação Científica: “Em mim não poço explicar que sou um colchão de pancadas...“

Caderno de Pesquisa do 28º SIICUSP: destaques da primeira etapa do 28º SIICUSP (2020)., 2022

O objetivo desta iniciação científica é compreender conceitos de memória, história e silenciament... more O objetivo desta iniciação científica é compreender conceitos de memória, história e silenciamento, assim como metodologias históricas, a partir de uma perspectiva feminista sobre a História das Mulheres através da documentação catalogada pelo Projeto Mulheres na América Portuguesa; que é um catálogo online de livre acesso que contém documentos selecionados e transcritos parcialmente referentes ao período brasileiro de 1500 até 1822 que abarquem o protagonismo
direto ou indireto de mulheres. A partir disso, intenta-se localizar o próprio Projeto dentro da historiografia brasileira, já que mesmo que o M.A.P. seja uma pesquisa centralmente filológica, há interdisciplinaridade com outras áreas como a História Social, especialmente História do cotidiano, segundo uma perspectiva marxista.

Research paper thumbnail of “Em não poço explicar que sou um colchão de pancadas...”: escritos de mulheres e escritos sobe mulheres na América Portuguesa

Humanidades em dialogo, 2022

O presente artigo tem como objetivo analisar a violência histórica pela qual as mulheres sofrera... more O presente artigo tem como objetivo analisar a violência histórica pela qual as mulheres sofreram apagamento sendo sistematicamente secundarizadas no discurso histórico hegemônico. O artigo é resultado de uma pesquisa de iniciação científica alocada no Projeto Mulheres na América Portuguesa, o qual constrói um catálogo digital de documentação escrita por e de mulheres na América Portuguesa, logo, se utiliza de documentos que possibilitam analisar o cotidiano de grupos subalternizados, como os das mulheres. Entendidas nesse artigo como uma categoria social construída, desse modo, enquanto grupo, são lidas em conjunto devido à histórica opressão que as violenta, ou seja, como uma categoria política, e não de identidade. Sendo assim, a categoria teórica “mulher”, no singular, envolve diferentes classes, raças, orientações sexuais, etc., mas não intenta homogeneizar

*Este artigo é resultado da iniciação científica orientada pela professora doutora Vanessa Martins do Montes, coordenadora do Projeto Mulheres na América Portuguesa.

Research paper thumbnail of “Nós vamos deixar vocês viverem para que morram de  tristeza”: o estupro como arma de guerra no genocídio em  Ruanda, 1994

Anais do VII Encontro de Pesquisa na Graduação em História , 2021

Este artigo tem como objetivo dissertar sobre o conceito de estupro como arma de guerra tendo co... more Este artigo tem como objetivo dissertar sobre o conceito de estupro como
arma de guerra tendo como contexto sociohistórico Ruanda e mais especificamente, no genocídio de 1994. É necessário, portanto, fazer uma diferenciação básica do estupro na guerra e como arma de guerra, sendo esse último uma estratégia bélica de militares ou paramilitares, considerada pelo direito internacional como um crime de guerra e crime contra humanidade. Utilizando como documentação primária textos oficiais da Organização das Nações Unidas, que incluem resoluções, reuniões, cartas, etc. do Conselho de Segurança de livre acesso, foco no
esquecimento histórico no qual esse tipo de violência foi posto, a partir de uma perspectiva feminista.

*Esta publicação provém da apresentação no VII EPEGH disponível em:https://www.youtube.com/watch?v=v7phgyfwlqM
Sendo resultado da iniciação científica orientada pela professora doutora Maria Cristina Cortez Wissenbach, e com financiamento FAPESP.

Research paper thumbnail of Diário de Bitita: Carolina, a filha da pós-abolição e a personificação da liberdade em cárcere

VI Encontro de Pesquisa na Graduação em História, 2021

Este artigo tem por objetivo analisar a obra “Diária de Bitita” de Carolina Maria de Jesus sob a ... more Este artigo tem por objetivo analisar a obra “Diária de Bitita” de Carolina Maria de Jesus sob a perspectiva da história da escravidão, mostrando como a escravidão e a história da autora são próximas a ponto de se confundirem. O suposto início da liberdade e ruptura definitiva com um sistema escravista mostra seus frutos nas diversas realidades brasileiras.

Research paper thumbnail of O antissemitismo como ódio obstinado

Revista Epígrafe, 2021

Resumo: O objetivo desse artigo é historicizar o antissemitismo, ou seja, considerá-lo como objet... more Resumo: O objetivo desse artigo é historicizar o antissemitismo, ou seja, considerá-lo como objeto de estudo condizente com o tempo em que se insere, levando em consideração as divergências ao longo de sua existência na Europa, as rupturas e continuidades em seu cerne discursivo. Para isso, se faz necessário analisar a vigência do ódio aos judeus em longa duração: desde a Idade Média, sob a ótica da religiosidade e dos moldes de conversão; passando pelo século XIX, em que a raça era vista como característica inerente aos judeus, por isso irreversível; e pelo darwinismo social, presente a partir do fim do século XIX e alinhado às teorias eugenistas. A partir desse panorama contextual, analisamos a documentação primária constituída pelos Protocolos dos Sábios de Sião e pelo Programa de 25 pontos do NSDAP, que foi promulgado pelo Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães em 1920. A inserção do antissemitismo no núcleo do pensamento coletivo é, de fato, uma construção social, mas se dá simbioticamente ao conjunto das relações sociais, ou seja: trata-se de um axioma, parte significativa e motriz da mentalidade coletiva. O antissemitismo, portanto, era tão presente que se tornou parte do senso comum e, futuramente, seria a base e justificativa de hediondos crimes contra a humanidade.

Research paper thumbnail of A fotografia como possibilidade pedagógica no ensino de História da África

Me conta essa história, 2020

INTRODUÇÃO De acordo com a Lei 10.639, sancionada em 2003, é estabelecido que a incorporação do e... more INTRODUÇÃO De acordo com a Lei 10.639, sancionada em 2003, é estabelecido que a incorporação do estudo da História e Cultura afro-brasileira seja obrigatória no ensino básico. Segundo o primeiro parágrafo do Artigo 26, o enfoque se dá justamente na agência do povo negro; em sua contribuição na formação da sociedade brasileira, em suas lutas sociais e cultura. Por mais que a aplicabilidade da lei durante esses 17 anos de existência seja questionável, é interessante analisar a nova perspectiva em que esses sujeitos históricos são postos. Em se tratando de História da África, o problema da representação ocidental imersa na ótica da colonialidade é bastante considerável. A proposição que enaltece a identidade de diferentes povos, a complexidade da história para além do contato com os europeus e a colonização é inexistente ou secundarizada em relação a uma imagem de África única, primitiva, e exclusivamente assolada pela violência e pobreza. As representações ocidentais diante do continente africano precisam ser historicizadas, pois são divergentes ao longo do tempo, no entanto, seja na Antiguidade Clássica, na Idade Média ou na Modernidade, o tom pejorativo prevalece. Segundo Anderson Oliva é contínuo o olhar minucioso que procura em cada centímetro do corpo e da natureza, a explicação e justificativa para aniquilar (OLIVA, 2012, p.82). E a destruição é bastante explícita nos discursos imperialistas e racistas do darwinismo social, propagado a partir do fim do século XIX. A contra-imagem, portanto, se faz necessária, pois ela é a afirmação da diferença no combate ao epistemicídio, "é uma maneira de estar no mundo recusando qualquer forma vitimizada de identidade, o que não significa ignorar a injustiça e a violência impostas ao continente." (MBEMBE, 2013, p.43). A identidade que supera aquela imposta pelo perpetuador da violência é, como coloca o filósofo Achille Mbembe, a recuperação do rosto desfigurado. Por isso, reafirmar-se enquanto o Outro é uma etapa inescapável para atingir a utopia do mundo sem desigualdades.

Research paper thumbnail of "Não se nasce mulher, morre-se" ¹: ecos entre a política do esquecimento na ditadura e na democracia pela perspectiva de gênero

Blog do M.A.P., 2020

Resenha crítica do livro Garotas Mortas de Selva Almada, 2018.

Research paper thumbnail of Análise Comparativa do Uso das Imagens em Livros Didáticos com Conteúdo de História Medieval

Revista Epígrafe, 2019

Resumo: Este artigo tem como objetivo investigar a abordagem de História Medieval em livros didát... more Resumo: Este artigo tem como objetivo investigar a abordagem de História Medieval em livros didáticos como um documento histórico. Foram escolhidos três livros destinados a alunos de ensino médio e a metodologia utilizada consiste na análise da composição e do conteúdo das páginas, levando em conta haver ou não uma relação pertinente entre imagens e textos.

Outros trabalhos by Mariana Rodrigues de Vita

Research paper thumbnail of Os ecos do passado no presente: o trabalho catalográfico do Projeto M.A.P.

Blog do M.A.P., 2020

O ensaio, originalmente publicado no blog do M.A.P. (https://mapusp.hypotheses.org/814), busca an... more O ensaio, originalmente publicado no blog do M.A.P. (https://mapusp.hypotheses.org/814), busca analisar as linhas de continuidade e interrupção no que se refere à história das mulheres. Para isso, nos usamos do catálogo do Projeto Mulheres na América Portuguesa, que reúne documentos escritos por ou sobre mulheres do Brasil Colonial. O objetivo do M.A.P. é reunir um volume considerável de documentação de diferentes arquivos e acervos, sejam eles físicos ou online, para assim facilitar a localização de tais documentos do recorte descrito. Alcançando, consequentemente, o público de pesquisadores/pesquisadoras e interessados no geral; e democratizando as fontes documentais através de nosso catálogo situado no link: http://map.prp.usp.br/ que é fortemente divulgado nas redes sociais (Instagram, Twitter e Facebook).

Research paper thumbnail of "Nós vamos deixar vocês viverem para que morram de tristeza" : estupro como arma de guerra no Genocídio de 1994 em Ruanda

Revista Angelus Novus, 2023

O estupro como arma é usado para destruir física e psicologicamente as mulheres, causando dor sev... more O estupro como arma é usado para destruir física e psicologicamente as mulheres, causando dor severa e irreversível, além de abalar o tecido social da comunidade vitimada. Esse tipo específico de estupro consiste na premeditação e coordenação antecipada provinda de autoridades militares, ou paramilitares, contra civis. Este artigo visa analisar o uso do estupro enquanto arma de guerra durante o Genocídio de 1994 em Ruanda. Assim, foram examinados os documentos oficiais da Organização das Nações Unidas(ONU) para entender qual foi o papel dela no combate ao estupro como arma de guerra e na proteção às mulheres, uma vez que a magnitude da violência em Ruanda já era conhecida pelo mundo e pela ONU. A temática e as fontes foram investigadas a partir de uma visão interdisciplinar, com enfoque histórico e feminista.

Research paper thumbnail of Relatório de Iniciação Científica: “Em mim não poço explicar que sou um colchão de pancadas...“

Caderno de Pesquisa do 28º SIICUSP: destaques da primeira etapa do 28º SIICUSP (2020)., 2022

O objetivo desta iniciação científica é compreender conceitos de memória, história e silenciament... more O objetivo desta iniciação científica é compreender conceitos de memória, história e silenciamento, assim como metodologias históricas, a partir de uma perspectiva feminista sobre a História das Mulheres através da documentação catalogada pelo Projeto Mulheres na América Portuguesa; que é um catálogo online de livre acesso que contém documentos selecionados e transcritos parcialmente referentes ao período brasileiro de 1500 até 1822 que abarquem o protagonismo
direto ou indireto de mulheres. A partir disso, intenta-se localizar o próprio Projeto dentro da historiografia brasileira, já que mesmo que o M.A.P. seja uma pesquisa centralmente filológica, há interdisciplinaridade com outras áreas como a História Social, especialmente História do cotidiano, segundo uma perspectiva marxista.

Research paper thumbnail of “Em não poço explicar que sou um colchão de pancadas...”: escritos de mulheres e escritos sobe mulheres na América Portuguesa

Humanidades em dialogo, 2022

O presente artigo tem como objetivo analisar a violência histórica pela qual as mulheres sofrera... more O presente artigo tem como objetivo analisar a violência histórica pela qual as mulheres sofreram apagamento sendo sistematicamente secundarizadas no discurso histórico hegemônico. O artigo é resultado de uma pesquisa de iniciação científica alocada no Projeto Mulheres na América Portuguesa, o qual constrói um catálogo digital de documentação escrita por e de mulheres na América Portuguesa, logo, se utiliza de documentos que possibilitam analisar o cotidiano de grupos subalternizados, como os das mulheres. Entendidas nesse artigo como uma categoria social construída, desse modo, enquanto grupo, são lidas em conjunto devido à histórica opressão que as violenta, ou seja, como uma categoria política, e não de identidade. Sendo assim, a categoria teórica “mulher”, no singular, envolve diferentes classes, raças, orientações sexuais, etc., mas não intenta homogeneizar

*Este artigo é resultado da iniciação científica orientada pela professora doutora Vanessa Martins do Montes, coordenadora do Projeto Mulheres na América Portuguesa.

Research paper thumbnail of “Nós vamos deixar vocês viverem para que morram de  tristeza”: o estupro como arma de guerra no genocídio em  Ruanda, 1994

Anais do VII Encontro de Pesquisa na Graduação em História , 2021

Este artigo tem como objetivo dissertar sobre o conceito de estupro como arma de guerra tendo co... more Este artigo tem como objetivo dissertar sobre o conceito de estupro como
arma de guerra tendo como contexto sociohistórico Ruanda e mais especificamente, no genocídio de 1994. É necessário, portanto, fazer uma diferenciação básica do estupro na guerra e como arma de guerra, sendo esse último uma estratégia bélica de militares ou paramilitares, considerada pelo direito internacional como um crime de guerra e crime contra humanidade. Utilizando como documentação primária textos oficiais da Organização das Nações Unidas, que incluem resoluções, reuniões, cartas, etc. do Conselho de Segurança de livre acesso, foco no
esquecimento histórico no qual esse tipo de violência foi posto, a partir de uma perspectiva feminista.

*Esta publicação provém da apresentação no VII EPEGH disponível em:https://www.youtube.com/watch?v=v7phgyfwlqM
Sendo resultado da iniciação científica orientada pela professora doutora Maria Cristina Cortez Wissenbach, e com financiamento FAPESP.

Research paper thumbnail of Diário de Bitita: Carolina, a filha da pós-abolição e a personificação da liberdade em cárcere

VI Encontro de Pesquisa na Graduação em História, 2021

Este artigo tem por objetivo analisar a obra “Diária de Bitita” de Carolina Maria de Jesus sob a ... more Este artigo tem por objetivo analisar a obra “Diária de Bitita” de Carolina Maria de Jesus sob a perspectiva da história da escravidão, mostrando como a escravidão e a história da autora são próximas a ponto de se confundirem. O suposto início da liberdade e ruptura definitiva com um sistema escravista mostra seus frutos nas diversas realidades brasileiras.

Research paper thumbnail of O antissemitismo como ódio obstinado

Revista Epígrafe, 2021

Resumo: O objetivo desse artigo é historicizar o antissemitismo, ou seja, considerá-lo como objet... more Resumo: O objetivo desse artigo é historicizar o antissemitismo, ou seja, considerá-lo como objeto de estudo condizente com o tempo em que se insere, levando em consideração as divergências ao longo de sua existência na Europa, as rupturas e continuidades em seu cerne discursivo. Para isso, se faz necessário analisar a vigência do ódio aos judeus em longa duração: desde a Idade Média, sob a ótica da religiosidade e dos moldes de conversão; passando pelo século XIX, em que a raça era vista como característica inerente aos judeus, por isso irreversível; e pelo darwinismo social, presente a partir do fim do século XIX e alinhado às teorias eugenistas. A partir desse panorama contextual, analisamos a documentação primária constituída pelos Protocolos dos Sábios de Sião e pelo Programa de 25 pontos do NSDAP, que foi promulgado pelo Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães em 1920. A inserção do antissemitismo no núcleo do pensamento coletivo é, de fato, uma construção social, mas se dá simbioticamente ao conjunto das relações sociais, ou seja: trata-se de um axioma, parte significativa e motriz da mentalidade coletiva. O antissemitismo, portanto, era tão presente que se tornou parte do senso comum e, futuramente, seria a base e justificativa de hediondos crimes contra a humanidade.

Research paper thumbnail of A fotografia como possibilidade pedagógica no ensino de História da África

Me conta essa história, 2020

INTRODUÇÃO De acordo com a Lei 10.639, sancionada em 2003, é estabelecido que a incorporação do e... more INTRODUÇÃO De acordo com a Lei 10.639, sancionada em 2003, é estabelecido que a incorporação do estudo da História e Cultura afro-brasileira seja obrigatória no ensino básico. Segundo o primeiro parágrafo do Artigo 26, o enfoque se dá justamente na agência do povo negro; em sua contribuição na formação da sociedade brasileira, em suas lutas sociais e cultura. Por mais que a aplicabilidade da lei durante esses 17 anos de existência seja questionável, é interessante analisar a nova perspectiva em que esses sujeitos históricos são postos. Em se tratando de História da África, o problema da representação ocidental imersa na ótica da colonialidade é bastante considerável. A proposição que enaltece a identidade de diferentes povos, a complexidade da história para além do contato com os europeus e a colonização é inexistente ou secundarizada em relação a uma imagem de África única, primitiva, e exclusivamente assolada pela violência e pobreza. As representações ocidentais diante do continente africano precisam ser historicizadas, pois são divergentes ao longo do tempo, no entanto, seja na Antiguidade Clássica, na Idade Média ou na Modernidade, o tom pejorativo prevalece. Segundo Anderson Oliva é contínuo o olhar minucioso que procura em cada centímetro do corpo e da natureza, a explicação e justificativa para aniquilar (OLIVA, 2012, p.82). E a destruição é bastante explícita nos discursos imperialistas e racistas do darwinismo social, propagado a partir do fim do século XIX. A contra-imagem, portanto, se faz necessária, pois ela é a afirmação da diferença no combate ao epistemicídio, "é uma maneira de estar no mundo recusando qualquer forma vitimizada de identidade, o que não significa ignorar a injustiça e a violência impostas ao continente." (MBEMBE, 2013, p.43). A identidade que supera aquela imposta pelo perpetuador da violência é, como coloca o filósofo Achille Mbembe, a recuperação do rosto desfigurado. Por isso, reafirmar-se enquanto o Outro é uma etapa inescapável para atingir a utopia do mundo sem desigualdades.

Research paper thumbnail of "Não se nasce mulher, morre-se" ¹: ecos entre a política do esquecimento na ditadura e na democracia pela perspectiva de gênero

Blog do M.A.P., 2020

Resenha crítica do livro Garotas Mortas de Selva Almada, 2018.

Research paper thumbnail of Análise Comparativa do Uso das Imagens em Livros Didáticos com Conteúdo de História Medieval

Revista Epígrafe, 2019

Resumo: Este artigo tem como objetivo investigar a abordagem de História Medieval em livros didát... more Resumo: Este artigo tem como objetivo investigar a abordagem de História Medieval em livros didáticos como um documento histórico. Foram escolhidos três livros destinados a alunos de ensino médio e a metodologia utilizada consiste na análise da composição e do conteúdo das páginas, levando em conta haver ou não uma relação pertinente entre imagens e textos.

Research paper thumbnail of Os ecos do passado no presente: o trabalho catalográfico do Projeto M.A.P.

Blog do M.A.P., 2020

O ensaio, originalmente publicado no blog do M.A.P. (https://mapusp.hypotheses.org/814), busca an... more O ensaio, originalmente publicado no blog do M.A.P. (https://mapusp.hypotheses.org/814), busca analisar as linhas de continuidade e interrupção no que se refere à história das mulheres. Para isso, nos usamos do catálogo do Projeto Mulheres na América Portuguesa, que reúne documentos escritos por ou sobre mulheres do Brasil Colonial. O objetivo do M.A.P. é reunir um volume considerável de documentação de diferentes arquivos e acervos, sejam eles físicos ou online, para assim facilitar a localização de tais documentos do recorte descrito. Alcançando, consequentemente, o público de pesquisadores/pesquisadoras e interessados no geral; e democratizando as fontes documentais através de nosso catálogo situado no link: http://map.prp.usp.br/ que é fortemente divulgado nas redes sociais (Instagram, Twitter e Facebook).