Camarões: o que os crustáceos têm a ver com o país? (original) (raw)

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“Gostaria de saber se há ligação entre o nome do país africano Camarões e o próprio crustáceo. Obrigado.” Jener Sapia

Sim, há uma ligação direta entre os dois: o nome do país – Cameroon em inglês e Cameroun em francês, suas duas línguas oficiais – é derivado do português Camarões, uma palavra descendente, pela via do latim, do grego kámmaros. Foi como “rio dos Camarões” que os exploradores lusitanos batizaram o rio Wouri ao chegar à sua foz, em 1472, e topar com uma grande quantidade de Lepidophthalmus turneranus, um crustáceo típico da África Ocidental que vive em bandos “numericamente prodigiosos”, nas palavras do naturalista inglês James Aspinall Turner.

A primeira descrição científica da espécie, que está mais para uma lagosta pequena, seria feita em 1861 por Adam White, acompanhada da ilustração acima. Segundo a fórmula curiosamente cautelosa do holandês Lipke Holthuis, considerado o maior especialista em crustáceos (carcinologista) de todos os tempos, esse saboroso bichinho africano é “provavelmente o único crustáceo… que deu nome a um país”.

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Contribuiu para isso o fato de que por alguns séculos, embora mantivessem comércio com povos da costa, os europeus – a não ser por missões cristãs esparsas – evitaram se embrenhar de forma significativa no continente africano naquele ponto, com medo da malária. Assim, pouco souberam do lugar além daquilo que os portugueses tinham visto e batizado primeiro, o que levou o nome Rio dos Camarões a passar primeiramente ao inglês, como “Cameroons River”, e daí ao francês, ao alemão e ao holandês.

Em 1884, a Alemanha proclamou Kamerun sua colônia. Com a derrota alemã na Primeira Guerra Mundial, França e Reino Unido dividiram os despojos camaroneses. O processo de independência do país se estendeu de 1960 (no território francês) a 1961 (no britânico), dando origem à República Federal dos Camarões.

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