Comportamento eleitoral na América Latina e no Brasil: em busca dos determinantes das abstenções, votos brancos e votos nulos (original) (raw)
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Comportamento eleitoral e instituições políticas na América Latina
2018
Comportamento eleitoral e instituições políticas na América Latina Aprovada em 16 de agosto de 2018, pela banca constituída pelos membros: MARIELA CAMPOS ROCHA Tese submetida à Banca Examinadora designada pelo Colegiado do Programa de Pós-Graduação em CIÊNCIA POLÍTICA, como requisito para obtenção do grau de Doutor em CIÊNCIA POLÍTICA, área de concentração INSTITUIÇÕES, COMPORTAMENTO POLÍTICO E POLÍTICAS PÚBLICAS, linha de pesquisa Comportamento Político. Prof(a). Mario Fuks-Orientador UFMG Prof(a). Luciana Fernandes Veiga-Videoconferência UNIRIO Prof(a). Julian Borba UFSC Prof(a). Bruno Pinheiro Wanderley Reis UFMG Prof(a).
Votos brancos e nulos no Brasil: bases cognitivas e atitudinais
Qual o significado dos votos brancos e nulos nas eleições brasileiras? Alguns estudos apontaram que tais modalidades de voto, juntamente com as abstenções, seriam uma expressão de protesto, denotando que os eleitores depositariam baixa credibilidade no processo político formal. De outro lado, há ainda pesquisadores que interpretam tais votos como relacionados à falta de sofisticação política do eleitorado. Com base em dados do LAPOP de 2010, analisamos as relações entre votos brancos e nulos e a sofisticação política dos eleitores, a confiança em instituições representativas e no processo eleitoral, e com o descontentamento com a situação econômica pessoal e do país
Comportamiento electoral en Brasil, revisión y nuevos estudios
2020
En este texto analizamos el camino tomado por las teorías sociales que abordan el fenómeno del comportamiento electoral, buscando identificar su lugar en la ciencia política. Esta es una evaluación de este campo teorico que se divide en cuatro partes. Primero, presentamos los temas principales, los conceptos y el desarrollo teórico de las corrientes de pensamiento más importantes: sociológica, psicológica o elección psicosocial y racional. Luego, discutimos cómo estas corrientes abordan el tema de "Decisión de voto". En tercer lugar, planteamos los temas trabajados en la literatura que en gran medida dialogan y son interdisciplinarios, como el papel de los medios de comunicación, la formación de sentimientos y emociones en el proceso electoral, el peso de la información y la sofisticación política, y la importancia de las instituciones políticas. Finalmente, describimos un balance histórico de la producción académica brasileña sobre el comportamiento. sistema electoral, as...
Comparecimento eleitoral na América Latina: uma análise multinível comparada
Pela sua centralidade no regime democrático, a participação eleitoral é objeto privilegiado de muitos politólogos. Em geral, os estudos se voltaram para a realidade dos países desenvolvidos, abordando, entre outros temas, o comparecimento eleitoral e seus determinantes. Poucas são as pesquisas que contemplam, pelo menos de forma consistente, os regimes democráticos de terceira onda, especialmente os latino-americanos. Procurando contribuir para suprir essa lacuna, o presente artigo procurou mapear os determinantes do comparecimento eleitoral na América Latina, rompendo com a dicotomia macro versus micro, integrando-as em um único modelo analítico. Foram utilizados dados do Latinobarômetro, em sua rodada de 2009, dos quais extraímos as variáveis de nível micro (individual) e uma base de dados com informações macro dos países onde vivem os eleitores. Essas últimas medidas sintetizam a situação da economia dos países, características do seus sistemas eleitorais e a situação das liberdades políticas e individuais, entre outras. Os dados foram combinados em um modelo de regressão logística multinível com o uso do software HLM 6.8. A dimensão ecológica se mostrou importante, sendo que o aumento da população urbana implica o aumento das chances do eleitor comparecer, enquanto que a elevação do PIB implica redução nessa probabilidade. Do ponto de vista da configuração do legislativo, ser bicameral reduz as chances de comparecimento dos eleitores às urnas. Além disso, a obrigatoriedade do voto eleva expressivamente o comparecimento eleitoral. Quanto às variáveis individuais, o aumento dos anos de vida é acompanhado pelo aumento da participação eleitoral, assim como a escolaridade. Da mesma forma, ser favorável a democracia promove a propensão a participar do pleito, bem como considerar que as eleições ocorrem de forma limpa e transparente.Oartigo contribui para o debate ao focalizar as eleições latino-americanas, já que estudos desse tipo têm sido conduzidos apenas nas democracias consolidadas. Sua relevância é ainda reforçada em razão da identificação de algumas importantes discrepâncias em relação aos resultados normalmente encontrados nesses contextos de longa tradição democrática, como os efeitos negativos do PIB e da efetividade governamental. Por fim, o que os dados indicam é que o comparecimento eleitoral na América Latina é a “voz” dos cidadãos portadores de maiores recursos, que valorizam a democracia e suas instituições, mas que estão insatisfeitos com a economia e que vivem em contextos de baixa efetividade na atuação dos governos.
Os determinantes do ativismo partidário na América Latina
O presente artigo focaliza o ativismo partidário, tendo como ponto de partida os vários estudos que apresentam um diagnóstico de distanciamento crescente entre eleitores e partidos políticos nos Estados Unidos e em países europeus. Análises dessa natureza envolvendo países latino-americanos são, entretanto, destoantes, uma vez que há autores que confirmam o desalinhamento partidário e outros que afirmam que as jovens democracias se encontram em processo de consolidação, de modo que a ainda baixa institucionalização partidária faz parte da história política da maioria dos países em processo de fortalecimento democrático. O objetivo da pesquisa foi identificar os determinantes individuais e contextuais do envolvimento do eleitorado latino-americano em partidos. A partir de modelos multivariados hierárquicos, os resultados indicam a
O comportamento eleitoral dos paulistas e dos brasileiros nas eleições de 2002 e 2014
Opinião Pública, 2017
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Gênero e comportamento eleitoral
Revista Brasileira de Estudos de População, 2013
Um grande feito! Assim poderíamos definir o livro As mulheres nas eleições 2010, uma publicação da Associação Brasileira de Ciência Política e da Secretaria de Política para as Mulheres da Presidência da República. Fruto de um edital público lançado em fevereiro de 2010 pela Secretaria Especial de Política para as Mulheres, ao qual atenderam vários grupos de pesquisadores, a equipe vencedora-o Consórcio Bertha Lutz-acabou por realizar um trabalho de fôlego. Antes de tudo porque é um exemplo de como construir uma ponte para integrar métodos quantitativos e qualitativos na análise de um caso, aprofundando-se, dessa forma, em detalhes dificilmente alcançáveis por uma só estratégia. Além disso, trata-se do primeiro estudo de comportamento eleitoral desenhado e focado na perspectiva de gênero. Se todo livro tem uma história, este tem uma história peculiar. Ele é o resultado de um longo processo de militância dos movimentos feministas e de mulheres que ganharam força nos últimos 50 anos. A socialização política viera antes, com os movimentos sufragistas e com as organizações isoladas de trabalhadoras, principalmente, do segmento têxtil; depois, nas décadas de 1940 e 1950, houve o aprendizado político vindo das hostes do catolicismo de orientação francesa, com os movimentos estudantis e de trabalhadoras, entre outros. No período da ditadura militar (1964-1985), as mulheres se descobriram feministas ao tomarem consciência de que suas reivindicações não eram ouvidas pelos companheiros de luta política. Mesmo nos movimentos de registro radical, as mulheres foram tratadas como apêndice, senão com autoritarismo machista. Da ditadura à redemocratização e nos anos seguintes, as mulheres se construíram como uma nova força política democrática e autônoma.
Afroconveniência eleitoral no Brasil
REVISTA ELETRÔNICA DA PGE-RJ
O artigo analisa o fenômeno da afroconveniência na perspectiva do último pleito eleitoral no Brasil (2022). Recentemente, os brasileiros receberam a notícia de que os parlamentos brasileiros se tornaram mais diversos, sobretudo no que diz respeito à representatividade racial entre os candidatos eleitos para a nova legislatura. A novidade, no entanto, tem sido acompanhada com certa desconfiança por parte de representantes do movimento negro brasileiro, que notou o aumento do número de candidatos que mudaram sua declaração racial no ano de vigência das regras para fomentar o aumento de candidaturas negras pelos partidos políticos. O artigo apresenta, primeiramente, o contexto da instituição de ações afirmativas para pessoas negras nas eleições brasileiras e os dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral a respeito do comportamento alarmante de candidatos que promoveram a alteração de sua declaração racial, sendo beneficiados pela medida afirmativa. Ao final, são propostas reflexões ...