Traçando mapas: a teoria histórico-cultural e as contribuições para a pesquisa com crianças e suas espacialidades (original) (raw)
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Novos Pensamentos & Reflexões Emergentes - Editorial
DATJournal, 2018
Editorial Esta edição especial do DAT Journal considera o pensa-mento do Sul. Ela parte da seguinte indagação: "No lugar em que a prática é constituída como investigação, como seriam as vozes do Sul na pesquisa em Arte e Design?" Em 2009, Raewyn Connell publicou um livro chamado Southern Theory (Teoria do Sul). Respondendo às crescen-tes preocupações sobre a maneira pela qual o Norte Global domina o modo como o discurso é moldado e disseminado, a autora questiona a validade de representar o conhecimento global a partir de uma perspectiva essencialmente cosmopo-lita. A crítica de Connell desafiou as percepções de que o Sul Global era periférico. Mas, afinal, o que é esse tal Sul Global e como isso afe-ta o conhecimento? Srinivas Aravamundan argumenta que Norte e Sul são "ontologias relacionais e dialéticas, e não ab-solutas" 1 , e Anthony Gardner sugere que o processo de cons-trução de conhecimento do Sul é essencialmente "um modo de questionamento (...) tanto analítico quanto catalítico." 2 Certamente, poucos pesquisadores entendem a ideia do Sul meramente como uma localização geográfica. De fato, se as-sim fosse, então "Sul" seria um equívoco, porque muitas das populações indígenas no hemisfério sul se veem no centro do mundo em que vivem. 3 Dito isto, é preciso considerar que certas populações con-sideradas "do Sul" têm características distintas. Além dos pro-cessos de negociação da descolonização, países como a Nova Zelândia e muitas nações do Pacífico têm tradições acadêmi-cas que enfrentam desafios históricos e contínuos, incluindo o triunfo do individualismo sobre a responsabilidade coletiva, a revogação do respeito pelo conhecimento e influência ances-trais, a remoção das dimensões genealógicas e cosmológicas da Sérgio Nesteriuk, Welby Ings Novos Pensamentos & Reflexões Emergentes Prática enquanto pesquisa em arte, design e tecnologia
CASTRO Celso Evolucionismo Cultural
1 2 3 redondezas. O que começou como uma brincadeira logo assumiu proporções mais sérias. Os membros foram paulatinamente adotando uniformes baseados nos costumes iroqueses em seus encontros e rituais. Passaram também a adotar figuras e formas de linguagem e um estilo retórico supostamente iroqueses e a estudar as poucas fontes disponíveis sobre a história e os costumes dessa nação indígena.
Imaginação e burocratização das relações: apontamentos a partir da obra "O Pequeno Príncipe"
O estudo pretende uma aproximação entre literatura infantil e psicologia social à partir da análise da obra "O Pequeno Príncipe". Busca-se atingir dois objetivos: a) relacionar o desenvolvimento da imaginação ao do pensamento à luz dos trabalhos de Vygotsky e b) discutir o tema da burocratização das relações, conforme desenvolvido por Rubem Alves. A obra será tomada como norteadora da discussão, com seu personagem principal - Pequeno Príncipe - sendo o veículo principal desta. O tratamento do material seguirá na forma de uma análise de conteúdo, proposta por Bardin (1979), com as seguintes categorias: 1) Imaginação, Pensamento e Criatividade; 2)Imaginação e Burocratização das Relações.
Construtivismo e Ciências Humanas
Ciências & Cognição, 2005
Endereço: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci\_arttext&pid=S1806-58212005000200004 Nos últimos anos assistimos a uma proliferação do termo construtivismo em disciplinas como Psicologia, Educação, Sociologia e Filosofia da Mente. No entanto, se tomamos este conceito em seu sentido estrito, como a posição que defende o papel ativo do sujeito na sua relação com o objeto do conhecimento e construção de suas representações da realidade, vemos que diversas posições auto-denominadas construtivistas assumem teses que contrariam o espírito original desta tradição filosófica. Este artigo faz uma breve investigação das mais influentes utilizações contemporâneas do termo, pelas correntes do Construtivismo Piagetiano, Construcionismo Social, Construtivismo Radical e Construtivismo Social. Conclui que estas três últimas correntes não são estrito senso construtivistas, porque dissolvem o sujeito epistêmico. Além disso, demonstra que Construtivismo não implica em idealismo, e que o Racionalismo Crítico e o Construtivismo Piagetiano são os legítimos representantes de uma tradição construtivista que, aderindo ao realismo, se mantém no campo da Ciência Moderna. © Ciências & Cognição 2005; Vol. 05: 36-49. Palavras-chave: epistemologia; construtivismo; construtivismo social; construtivismo radical; racionalismo crítico.
2008
Este artigo apresenta consideracoes acerca da relacao entre pos-modernidade, cultura e constituicao do sujeito. Para tanto, enumera caracteristicas tipicas do sistema capitalista dos nossos dias, relacionadas com produtos culturais atuais – com destaque aos filmes Matrix e O show de Truman - a luz da concepcao de sociedade do espetaculo. Neste contexto, estamos diante de um sujeito do “simulacro”, situacao em que ha a supremacia da imagem em detrimento do real, colocando este em questao. Do ponto de vista psicanalitico, considera-se que o Homem foge na verdade do real, nao da realidade, e, por meio da reificacao ideologica do Capital. Deste modo, ideologia e a alienacao constituem da nossa visao de mundo, aliadas ao fetichismo, na medida em que este pode ser outra maneira que o sujeito dispoe para negociar com o desejo formulado no desmentido fetichista.
Procura-se uma Arquitetura o período de formação de Le Corbusier
Interfaces, 2000
In search of an original approach to architecture and urban planning , Le Corbusier followed an interdisciplinary trajectory and interacted with different fields of knowledge. During the formative period , the future master became acquainted with several artistic movements that arose as responses to an increase in massproduced objects. These movements strove to adjust to the techno-scientific revolution by defining a synthesis between art and industry. In this context , Le Corbusier invented a new aesthetic paradigm derived from the purism inherent in geometric language. His work was thus marked by a combination of idealism and rationalism , which was translated in terms of functionalism , economy and standardization. Le Corbusier was absolutely convinced that architecture would determine social reform and render revolution unnecessary. However , despite the authoritarian and utopian tone of the theoretical discourses , Le Corbusier was a distinguished personality of the twentiethcentury modernist avant-garde and his professional achievements have strongly influenced following generations. Arquitetura ou revolução? Le Corbusier decidiu que faria , através da arquitetura , uma revolução. À procura de uma arquitetura revolucionária , Le Corbusier percorreu uma trajetória marcada pela interação com múltiplos campos do saber. Um esprit nouveau emergiu na arquitetura a partir da contaminação e convergência de conceitos inerentes a diferentes disciplinas. Estas experiências interdis dpl ¡ nares foram mais intensas durante o período de formação do futuro mestre.Entretanto , Le Corbusier excluiu seus primeiros projetos de Oeuvre Complète na tentativa de apagar os traços de um complexo processo de capacitação profissional , apenas recentemente pesquisado. « n 3 83 A proposta deste ensaio é discutir justamente alguns aspectos relevantes desta luta para adquirir uma identidade arquitetô nica. Partindo de uma análise do cenário cultural europeu no iní cio da modernidade , pretende-se explorar as condições que provocaram a reversão dos valores hegemónicos e permitiram a constru ção de uma arte moderna. Neste contexto. Le Corbusier se envolveu com as diversas tendencias artísticas da virada do século XÍX até se revelar um arquiteto influente. Le Corbusier se inseriu e , sobretudo , alterou radicalmente a trajetória da arquitetura e do urbanismo. O paradigma estético criado por este expoente do modernismo ainda constitui referencia obrigat ó ria pois, como afirmou William Curtis (1986 :7) , " É impossível compreender a arquitetura do século XX sem antes analisar a obra de Le Corbusier....Além de arquiteto , Le Corbusier foi pintor, escultor , urbanista , autor , e até mesmo um pensador da condição humana na idade moderna. Como Freud , Joyce ou Picasso , ele contribuiu para delinear o pensamento e a sensibilidade de uma época , imprimindo um tom universal em suas reflexões e invenções. Gostemos ou não , estas invenções agora tornaramse parte de nossa tradição.
Historicidade encarnada: um ensaio sobre arqueologia e imaginação
Voluntas: Revista Internacional de Filosofia, 2019
Neste ensaio, vamos primeiro focar na importância da questão do corpo e da corporificação para a visão de Foucault sobre a subjetividade e a verdade, apontando para a localização do conhecimento como um argumento sobre os aspectos alienantes da incorporação. Além disso, vamos contrastar a intencionalidade corpórea de Foucault, que molda as possibilidades de uma narração do self, com a noção de “paisagens” em Walter Benjamin e a colocação da subjetividade como uma narrativa de um self que tenta liberar sua subjetividade de uma compreensão materialista do próprio corpo. Finalmente, enquadramos a questão da narração dentro de uma “estética da corporificação”, apontando as maneiras pelas quais o erotismo e a sexualidade podem permitir uma superação da alienação, seguindo uma interpretação aberta do método arqueológico de Foucault.
Trabalho, igualdade e inclusividade na pós-modernidade
Com o presente artigo pretende-se reflectir sobre a relação existente entre o trabalho, a utopia da igualdade e a inclusividade. Esta reflexão, porém, terá de ser enquadrada no contexto histórico e conceptual que estruturou e a ajuda a explicar. Pretende-se uma abordagem analítica que cruze diacronicamente os valores da pós modernidade e as actuais práticas do mundo laboral. Chega-se à conclusão de que a relação atrás referida está profundamente eivada pelos valores da pós-modernidade. O interesse e o discurso ideológico criam narrativas pretensamente fortes e coesas, mas, porque estruturadas numa cultura fragmentada, estão sujeitas à desconstrução e às metanarrativas. A pesquisa aqui realizada explica a “inevitabilidade” do passado, enfatizando as opções e os percursos escolhidos, e denuncia as práticas do presente, tomando como referência os horizontes da cidadania e a aposta na sociedade do conhecimento como a panaceia para a inclusividade. Trata-se de um discurso desfasado da realidade e que está longe de colocar o ser humano no centro das preocupações políticas.