Projetar o devir na beira da Praia do Futuro (original) (raw)

Praia do Futuro - Entre Ruínas e Resistências

2021

Ensaio fotográfico realizado na Praia do Futuro, região leste de Fortaleza, capital do Ceará. O ensaio desvela cenas de ruínas e resistências na praia a partir da experiência do caminhar pela orla marítima com a câmera fotográfica e de diferentes perspectivas vividas pelos autores. Uma narrativa em diálogo e diversidade. Demolições, marcas, inscrições, ninhos aparecem em memórias de vidas e esquecimentos provocando, por meio das imagens, sentimentos à cidade em constante transformação. O ensaio contribui para o debate em antropologia urbana e visual.

Projeto Flórida: (im)possibilidades para o devir-criança

TEXTURA - ULBRA

Resumo: Este texto faz uma reflexão sobre a experiência da infância no filme Projeto Flórida (2017), do diretor Sean Baker, cuja história envolve uma menina de seis anos e sua jovem mãe, que moram em um hotel de beira de estrada próximo ao parque da Disney. Ancora-se na abordagem metodológica da etnografia de tela, a partir das simbologias presentes na narrativa que suscitam uma estética da realidade versus fantasia vivenciada pela personagem Moonee e outras crianças amigas. Problematiza, a partir dos conceitos de devir criança, de impossibilidades e gênero, a presença ou a ausência dos afetos, das redes de solidariedade e de proteção, da amizade, dos brincares e do exercício da maternidade. Palavras-chave: Experiência; infâncias; gênero; devir criança; impossibilidades. The Florida Project: (im)possibilities for becoming-child Abstract: This text reflects on the childhood experience in the film The Florida Project (2017), by director Sean Baker, whose story involves a six-year-old girl and her young mother, Who live in a Road side hotel near the Disney park. It is anchored in the methodological approach of screen ethnography, from the symbologies present in the narrative that raise an a estheticsof reality versus fantasy experienced by the character Moonee and other friendly children. It problematizes, from the concepts of becoming-child, impossibilities and gender, the presence or absence of affection, solidarity and protection networks, friendship, play and the exercise of mother hood.

A virtude do Desenho_ na proximidade do projeto

REVISTARQUIS, 2018

Do ponto de vista heurístico, o desenho recria modos de ver que são dinamizadores do projeto. O desenho, como sustentação e impulsionador da ideia, vai ao longo do projeto contribuindo para o seu desenvolvimento e conformação de forma independente e esclarecedora. Neste caso, trataremos, genericamente, da visibilidade das imagens e, em particular, os cadernos do desenhador e designer Francisco Providência (1961 - ), debruçando-nos sobre as questões do desenho enquanto imagem e instrumento do projeto. Assunto antigo, tanto quanto a palavra disegno como referência fundadora da prática de desenhar como atividade do corpo e do espírito. Neste caso, a nossa reflexão parte da observação e manipulação dos cadernos do autor, cuja ideia de representação extravasa a consideração funcional das imagens de projeto, considerando-as matéria visiva por excelência, propensa à manipulação criativa.

Projeto segurança de praia

2001

O litoral do Rio Grande do Sul é representado por cerca de 630 Km de costa aberta e caracterizado por depósitos quaternários inconsolidados (Villwock e Tomazelli, 1995), sobre os quais não ocorre suprimentos atuais de sedimentos continentais, pois a descarga de areia produzida pela bacia de drenagem do sudeste do estado é retida nos sistemas lagunares e estuarinos (Toldo JR. et.al., 1996). A praia é uma acumulação de sedimentos inconsolidados que se estendem entre a zona mais próxima de quebra de ondas ao limite de lavagem de ação máxima de ondas de tempestade e de marés sobre o continente (Hoeffel, 1998), sendo esta última de importância secundária e que se estendem até uma feição que altera a fisiografia, tais como falésias ou campo de dunas frontais. A morfologia de uma praia depende de um amplo número de fatores físicos (ondas, marés, deriva de sedimentos, tamanho de grão dos sedimentos, geologia, entre outros) e está diretamente relacionada com o perfil apresentado pela mesma. De acordo com estes fatores o litoral do Rio Grande do Sul é caracterizado principalmente por praias do tipo dissipativas que caracterizam-se por uma declividade suave, uma granulometria fina, uma ampla zona de arrebentação, ocasionada pela presença de triplas barras onde as ondas dissipam a maior parte da energia antes de atingir o estirâncio e um grande estoque arenoso localizado na porção subaquosa. As correntes litorâneas seguem dois padrões que dependem da obliqüidade da incidência das ondas com a praia (Muehe, 1995). Quando as ondas batem paralelamente á linha de costa desenvolve-se um padrão circular com correntes de retorno, muito perigosa aos banhistas e muitas vezes fatais para as pessoas que desconhecem seu funcionamento, estas resultam em uma série de reentrâncias na linha de praia separadas pelos cúspides praiais. As correntes de retorno, embora sejam correntes com ocorrência localizada, também são importantes na morfodinâmica da zona costeira (Wright e Short, 1984), principalmente em praias dissipativas e intermediárias, como são as praias do litoral Norte do estado. O movimento paralelo a praia é denominado de deriva litorânea e é um dos processos mais significativos de transporte de sedimentos da costa do RS e não tão perigosa aos banhistas. A falta de conhecimento de nossa dinâmica praial ameaça a vida de muitas pessoas. A cada ano, um crescente número de afogamentos têm mostrado o quão fundamental é a informação sobre tal ambiente. O objetivo final deste trabalho é reduzir o número de mortes por afogamento e acidentes no mar em toda a costa gaúcha, ensinando de maneira simples como funciona a dinâmica das nossas praias. Sendo assim, foi desenvolvido um folder explicativo e ilustrativo com o intuito de ensinar as pessoas sobre como agir de maneira segura no ambiente praial, evitando pôr suas vidas em risco.

Fronteiras na cidade: das margens na margem às margens no centro

ENTRE-LUGAR, 2019

O presente ensaio visa a tecer algumas considerações sobre fronteira. Para além de sua dimensão geográfica, geralmente associada, no nível do senso comum, à noção de limite entre dois Estados-Nação, a fronteira carrega uma dimensão social, simbólica/imaterial que são projetadas no espaço geográfico, se desdobrando em inúmeras relações socioespaciais. Longe de darmos conta da complexidade/multiplicidade dessas inúmeras relações que produzem e se dão no espaço, propomos um ensaio dialógico, valendo-nos de duas situações/realidades socioespaciais – a conurbação Ponta Porã/MS (BR) X Pedro Juan Caballero (PY) e a cidade de Dourados/MS. A partir dessas porções do espaço trazemos alguns exemplos/situações onde são estabelecidas fronteiras às vezes materiais, outras imateriais, algumas geográficas outras simbólicas, de modo a contribuir para o entendimento dessas relações socioespaciais e também à compreensão da polissemia desse termo/noção/conceito – fronteira.

Projeto Ibitiara-Rio de Contas

2005

A CPRM-Serviço Geológico do Brasil, através de sua Diretoria de Geologia e Recursos Minerais, e a CBPM-Companhia Baiana de Pesquisa Mineral, têm a honra e a satisfação de tornar públicos, os resultados obtidos no Projeto Ibitiara-Rio de Contas, fruto de uma parceria firmada entre a Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, do MME, e o governo do Estado da Bahia, por intermédio da CPRM e da CBPM. O projeto, concebido no âmbito do Programa Geologia do Brasil, que está implementando a retomada dos Levantamentos Geológicos Básicos no país, foi desenvolvido na região do Espinhaço-Chapada Diamantina, abrangendo 21 municípios, em uma área que, historicamente, tem sido alvo de atividade mineira informal, para ouro, estanho, diamante, barita e cristal de rocha, com relevante importância econômica e social para os municípios circunscritos. As seguintes ações foram realizadas nesse projeto: tratamento e interpretação de dados geofísicos (aeromagnetometria e aerogamaespectrometria), cartografia geológica na escala 1:100.000, cadastramento de recursos minerais, prospecção geoquímica de caráter regional, estudos petrográficos e litogeoquímicos de rochas, estudos isotópicos e geocronológicos. Além disso, foram também utilizadas ferramentas especialmente voltadas para o estudo da gênese das mineralizações presentes na área, e de seus controles, com o objetivo de melhorar o aproveitamento dos depósitos já conhecidos e fomentar a descoberta de novos depósitos. Os principais produtos, resultantes desse trabalho, são o Mapa Geológico, o Mapa de Recursos Minerais e o Mapa Metalogenético, todos na escala 1: 200.000, acompanhados de uma Nota Explicativa. Os dados estão sendo divulgados em meio impresso e também em meio digital, sob a forma de um CD-ROM, com os dados geológicos, geofísicos, geoquímicos e de recursos minerais, organizados em plataforma GIS, e o texto em PDF. A percepção de que o setor mineral possui a incontestável capacidade de alavancar, através de um círculo virtuoso, o desenvolvimento econômico e social, à medida que atrai investimentos, gera empregos e incrementa o setor de serviços, tem motivado a iniciativa de realização de parcerias entre o governo federal e os governos estaduais, na área de levantamentos geológicos básicos, principalmente no Estado da Bahia. O Projeto Ibitiara-Rio de Contas é, sem dúvida alguma, um bem sucedido exemplo do acerto dessa política de conjugação de esforços entre os governos federal e estadual, cujo objetivo maior é a geração de conhecimento geológico, que permita a caracterização do potencial econômico de áreas onde a atividade mineral já se faz presente, ou em áreas desconhecidas. É nossa expectativa que as informações geológicas e metalogenéticas, que estão sendo aqui disponibilizadas, forneçam subsídios para futuros trabalhos de pesquisa e exploração mineral na área, para a descoberta de novos depósitos, e possa, assim, contribuir para a consolidação do setor mineral do Estado da Bahia na posição de destaque que ocupa no cenário nacional. Manoel Barretto da Rocha Neto Diretor de Geologia e Recursos Minerais Serviço Geológico do Brasil-CPRM xi Os jazimentos diamantíferos presentes na área são de natureza detrítica, relacionados a pláceres recentes e paleopláceres (conglomerados da Formação Tombador). Através do tratamento dos dados de aeromagnetometria foi possível identificar algumas anomalias sugestivas da presença de corpos kimberlíticos/lamproíticos, abrindo assim a perspectiva de detecção da(s) rocha(s)-fonte. Todas essas informações estão resumidas no Mapa Metalogenético (Anexo 2), acompanhadas de um modelamento em SIG dos dados relativos a Au, Ba, Sn, U e diamante, representado em cartogramas e com indicação de áreas de favorabilidade.

Projeto de Mapeamento da Ilha da Feitoria: Escavação do Cerrito da Figueira

AÑAÑA, D. S., J. S. BELLETTI, A. G. LOUREIRO, J. MARTINS, E. J. ROSA, R. N. RAMOS, P. F. ULGUIM, J. O. VIANA, and M. ZORZI. 2005. “Projeto de Mapeamento Da Ilha Da Feitoria: Escavação Do Cerrito Da Figueira.” In XIV Congresso de Iniciação Científica Da Universidade Federal De Pelotas 2005 E VII Encontro de Pós-Graduação, Pelotas: UFPel.

História e projeto nas margens da modernidade - DOI: 10.5752/P.2316-1752.2013v20n26p21

Cadernos de Arquitetura e Urbanismo, 2014

Resumo Este artigo propõe um diálogo entre o conceito de historia no texto de 1435, Da Pintura, de autoria de Leon Battista Alberti, e a ideia de pós-história, na sua abordagem proposta para a arquitetura, segundo Anthony Vidler, no livro Histórias do Pre- sente Imediato. Pergunta-se: em que medida essas compre- ensões da história, por meio do distanciamento necessário do tempo, como considera Panofsky, se relacionam, e onde elas se diferenciam? Desse embate resulta uma atualidade crítica do pensamento de Alberti no sentido de que ele fomenta a liberdade da história como narrativa. Porém, ao mesmo tempo ele a circunscreve dentro dos limites da narrativa mítica. Essa postura é diferente – e é sobre isso que se propõe discutir neste artigo – de uma abordagem contemporânea como a de Anthony Vidler. Vidler estimula a busca pelos problemas não resolvidos da modernidade, aos quais hoje respondemos na cidade contemporânea. Palavras-chave: História da arquitetura; Projeto; Anthony Vid- ler; Leon Battista-Alberti.

Fronteiras, desafios e riscos-as inquietações criativas das margens

Arquivos da Memória, 2007

O trabalho de investigação que desenvolvo no âmbito da dissertação de doutoramento tem como objecto de estudo as políticas educativas e culturais em Portugal no âmbito da educação artístico-musical a partir de 1971 35. Pretendo compreender e analisar de que modos o Estado, as escolas, os professores, os artistas, a sociedade e o mercado interagiram no interior e exterior deste tipo de educação artística na construção, implementação e administração das políticas públicas. Um dos pressupostos subjacente ao trabalho investigativo assenta na ideia de que este tipo educação e de escolas pela sua história, natureza e pelo número de estudantes envolvidos encontram-se na periferia do sistema educativo. Periferia política, porque o Estado e as políticas públicas tem olhado pouco para este subsistema e o desenvolvimento da cultura musical; periferia científica, uma vez que existe pouca investigação acerca deste tipo de educação, escolas e de profissionais (cf. Fernandes, 2007), e periferia social e cultural, atendendo à predominância das práticas musicais de consumo hegemónico. No contexto desta reflexão, centrada em questões de natureza metodológica, o que me interessa explorar no que se refere às características da investigação é o "estar entre", o "estar na margem". "Estar na margem" significa, no dizer de bell hooks (1990) ocupar "um lugar de criatividade [...] a partir do qual se constrói um outro sentido do mundo" (p. 153). Este "lugar de criatividade" é perspectivado através da metáfora de fronteira, zona híbrida de contacto, confronto, diálogo e de intermediação de saberes e de culturas diferenciadas "(...) entre diferentes processos através dos quais práticas diferentemente ignorantes se transformam em práticas diferentemente sábias" (Santos,2002:250). 35 A conceptualização da educação artístico-musical envolve (a) os diferentes subsistemas existentes (ensino regular, ensino especializado, ensino profissional, ensino superior politécnico e universitário); (b) diferentes âmbitos (formação de instrumentistas, criadores, investigadores, professores e técnicos) e (c) diferentes níveis e campos de intervenção. Por outro lado, e de uma forma sintética, este conceito envolve a intersecção entre a educação e formação, as estruturas de produção, mediação e difusão, os públicos e consumos, assim como a criação e a experimentação musical.