Reconquista da terra: resistência e organização de camponeses ao final da ditadura empresarial-militar (original) (raw)

BRITO Ricardo Braga. Reconquista da terra: resistência e organização de camponeses ao final da ditadura empresarial-militar

Estudos Sociedade & Agricultura, 2021

Resumo: Em fins de 1979 foi realizada uma ocupação de terra na fazenda São José da Boa Morte, em Cachoeiras de Macacu (RJ), com participação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Cachoeiras de Macacu e da Comissão Pastoral da Terra. A fazenda já havia sido palco deste tipo de ação em 1961 e 1963, sendo expressiva outra que ocorreu mais uma vez em momento de redemocratização do Brasil. Por meio de entrevistas com lideranças e camponeses e análise de documentos sindicais, da repressão e jornalístico, buscou-se reconstituir o momento da ocupação e seus significados para o conjunto de atores que a realizaram, vinculando as estratégias de organização aos contextos local e nacional. Para isso, foi construída uma análise das estratégias de enunciação e ação coletiva dos camponeses, ressaltando as motivações e as experiências formativas, tornando possível ressaltar o papel de resistência e de organização de categorias sociais frequentemente invisibilizadas. Palavras-chave: movimentos sociais; luta pela terra; ditadura empresarial-militar; Rio de Janeiro.

Boletim Sem Terra: organizador coletivo dos trabalhadores rurais como estratégia de resistência à ditadura militar

Estudos em Jornalismo e Mídia, 2014

Doutor em Ciências da Comunicação (ECA-USP), Mestre em Ciências da Comunicação (ECA-USP), Especialista em Jornalismo Internacional (PUC-SP), Jornalista (UMESP). Professor e coordenador do curso de Jornalismo da Universidade Nove de Julho (SP). Editor do site www.latinoamericano.jor.br ALEXANDRE BARBOSA Resumo Este artigo mostra como o Boletim Sem Terra, publicação da fase embrionária do MST, foi utilizado como organizador coletivo dos trabalhadores rurais durante os últimos anos da ditadura militar brasileira. Essa função do jornal foi descrita por Lenin na obra O Que Fazer? e contribui na compreensão das características da política de comunicação do movimento nos seus primeiros anos de ação e para estudar como os trabalhadores rurais conseguiram se organizar mesmo com a repressão. Com o auxílio da Comissão Pastoral da Terra, o Boletim Sem Terra torna-se um órgão do movimento e aos poucos contribui para a formação da identidade nacional de um dos maiores movimentos sociais brasileiros. Palavras-chave MST, Organizador coletivo, Movimentos sociais na ditadura militar.

Camponeses e a história da ditadura em São Paulo

Desenvolvimento territorial e questão agrária, 2016

A História social do campo brasileiro da época pós-segunda guerra mundial ainda resta ser escrita. De fato, poucos historiadores investigaram seriamente o período pós-abolição da história agrária do país, abandonando a narrativa do século XX para os cientistas sociais fazerem, especialmente os geógrafos e sociólogos. Porém os movimentos sociais e sindicais do campo tomaram vantagem do cinquentenário do golpe de 1964 para insistir na inclusão da experiência camponesa durante a Ditadura. Envolvidos em diversas investigações nas comisissões da verdade dos estados e da nação, historiadores vêm contribuindo dados e um arquebouço para ajudar entender o período. O artigo oferece uma analise do processo bem como nova pesquisa sobre a História social do campo contemporâneo do estado de São Paulo de 1946 a 1988.

Capitalismo e resistência no campo

2018

No presente estudo destacamos a comunidade Kalunga residente na região de Arraias-TO. Em geral os quilombolas em questão são herdeiros de escravos que fugiram de garimpos no século XVIII. Além da extração mineral também praticavam a caça, pesca, roçado e criação de gado extensivo. Três grupos entraram em conflito com o quilombola nesse período: os bandeirantes, os capitães do mato nomeados pelo Estado e as nações indígenas (especialmente xavante e caiapó). Na comunidade Kalunga do Tocantins o acesso às políticas públicas é precário, levando seus moradores a seguirem para Arraias em busca de atendimento em saúde e assistência social (LOPES, 2009, p.105; 109). As principais questões que nortearam a pesquisa em tela foram: Qual a relação que estabelecem entre o modo de vida tradicional e a lógica do capital? Podemos contrapor a ontologia Kalunga à visão dominante da ontologia moderna? Como os Kalungas relacionam a ancestralidade e a terra em que vivem? Como se travam as relações de pro...

Assentamento Celso Furtado: Da Conquista Da Terra Às Formas De Resistência Do Território Camponês

Revista Pegada, 2012

RESUMO O intento deste artigo é refletir sobre as diversas formas de resistência camponesa, desde aquelas geradas para conquistar a terra, até as travadas no interior dos assentamentos rurais. Compreendendo que a luta camponesa não termina com a conquista da terra e que nos assentamentos se reproduzem disputas, enfrentamentos e resistências entre o território camponês e da agricultura capitalista, procurar-se-á analisar as formas de luta ao capital, engendradas a partir do vínculo aos movimentos sociais e aquelas decorrentes do domínio do território pelos camponeses. Para tanto, serão abordadas as resistências camponesas construídas no assentamento Celso Furtado no município de Quedas do Iguaçu/PR.

Trabalhadores rurais em Campos dos Goytacazes: Uma análise sobre a resistência camponesa e a busca por direitos entre 1920-1950

Artigo Convergência Crítica, 2021

Resumo: O presente artigo propõe uma discussão acerca das relações trabalhistas em Campos dos Goytacazes-RJ, entre os anos de 1920 e 1950. Assim, buscamos investigar o processo de fragmentação das relações tradicionais do trabalho rural, como o colonato e moradia, e sua gradativa substituição pelo trabalho assalariado na região geográfica da Baixada Campista. Logo, visamos aclarar passagens da conflituosa relação entre os trabalhadores rurais e a classe patronal da indústria sucroalcooleira no município. O objetivo central será investigar o processo de transformação das relações trabalhistas no campo e as formas cotidianas de resistência dos trabalhadores rurais em Campos dos Goytacazes. Em síntese, para compor a base documental desta pesquisa, recolhemos periódicos depositados no Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho e documentos online depositados na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, sobretudo jornais dos anos de 1925 a 1955. Por este caminho analítico, concluímos que a Baixada Campista foi o cenário de inúmeros conflitos envolvendo a classe dos trabalhadores rurais e a elite usineira e proprietária de terras. Por fim, constatamos, também, que a extinção dos vínculos trabalhistas tradicionais modificaram a identidade do homem do campo; permitindo sua inserção no mercado de trabalho assalariado e sua participação no movimento sindical rural.

Terra, poder e lutas sociais no campo brasileiro: do golpe à apoteose do agronegócio (1964-2014)

Tempos Históricos, 2014

O artigo analisa as lutas sociais e políticas que têm configurado as relações de poder no campo brasileiro e discute os principais contornos e termos da questão agrária no país ao longo das últimas cinco décadas. A ênfase recai sobre os processos organizativos, a dinâmica da correlação de forças na sociedade civil e as ações do Estado brasileiro para conservar ou transformar a estrutura agrária e a agricultura. Palavras-chave: Questão agrária; Estado; Agronegócio; Movimentos Sociais; Reforma agrária.