Quilombolas no Espírito Santo: identidade e territorialidade (original) (raw)

Identidade e Territorialidade Quilombola na Comunidade de Alto Iguape – Guarapari – Espírito Santo

O presente trabalho trata da identidade e da territorialidade na Comunidade Quilombola de Alto Iguape, localizada na região outrora conhecida como Goiabas, no município de Guarapari (ES), que recebeu a Certidão de Autodefinição como Remanescente de Quilombo no ano de 2012. Considero que Alto Iguape é uma comunidade quilombola translocal, pois seus membros não residem somente nas Goiabas, mas também em outras localidades da área urbana de Guarapari e em outros municípios da Grande Vitória. Mesmo assim, os sujeitos que moram fora das Goiabas possuem forte vinculação com seus parentes do interior e sentem-se parte da mesma comunidade. Após dois anos de pesquisa etnográfica realizada nas Goiabas e em Jabaraí, bairro da área urbana do município onde reside o maior número de quilombolas fora das Goiabas, constatei que o processo de constituição da sua identidade quilombola ocorreu paralelamente ao seu processo de reconhecimento e certificação pela Fundação Cultural Palmares, visto que anteriormente os seus membros não se identificavam como quilombolas. Participaram de ambos os processos, em maior ou menor grau, além dos próprios quilombolas, diversos atores externos, na maioria agências do Poder Público municipal, estadual e federal, bem como integrantes da Comunidade Quilombola de Monte Alegre, do município capixaba de Cachoeiro de Itapemirim. A identidade quilombola passou a ser reivindicada inicialmente no núcleo de Jabaraí, devido ao maior contato desse núcleo com as referidas agências, e só depois foi apropriada de diferentes maneiras pelos membros do núcleo das Goiabas: alguns negam tal identificação; outros a encaram como algo adjudicado; e outros, ainda, a apropriam autonomamente. Na constituição dessa identidade, os de Alto Iguape mobilizam os mesmos elementos que utilizam para a construção da sua territorialidade, que são as suas relações de parentesco, as suas atividades econômicas e relações de trabalho, as suas relações com o meio ambiente e as suas práticas culturais e religiosas. Por isso, é possível afirmar que ambos os processos são relacionais, já que são baseados nesses quatro níveis de relações sociais. Palavras chave: Comunidades quilombolas. Identidade. Territorialidade.

Campesinidade e território Quilombola no norte do Espírito Santo

GEOgraphia, 2010

Este trabalho busca analisar as comunidades negras rurais do norte do Espírito Santo a partir das características e práticas camponesas na reapropriação de seu território. Estas práticas de territorialidade retomam antigas origens e saberes, e vêm sendo fortalecidaspela incorporação do direito étnico ao território, ora afirmado pelo Estado por meio de seureconhecimento como "comunidades remanescentes de quilombos". This work aims to analyse the rural black communities of north Espírito Santo state, in Brazil, from the peasants characteristics and practices in the reappropriation of their territov. These practices of territoriality retake old origins and wisdoms, and they are being stressed through the incorporation of ethnic rights to tenitory, at the same time legitimated by the State through its recognition as "communities remaining of quilombos".

Identidade Quilombola de Linharinho: contestações e territorialidade

2012

Ao meu orientador, Profº. Dr. João Leal, pelo incentivo e pela compreensão demonstrada durante todo a pesquisa; À minha grande mestra, a minha admirável mãe, por acreditar; À querida Prof. Drª. Celeste Ciccarone, por despertar em mim o desejo de desbravar o universo da Antropologia; Ao paciente Profº. Dr. Osvaldo Martins de Oliveira, pelo encorajamento; À doce Profª Drª. Simone Batista Ferreira, pelos conselhos e inspiração; Ao Profº Dr. Paulo Scarim, pela prontidão em ajudar, Ao Jaime, do INCRA, que, apesar das burocracias do sistema, agilizou o acesso ao Processo; À Miúda pelo acolhimento; Ao Vermindo pela confiança; Ao meu pai e ao meu "grande brother" Diogo pela amizade e apoio constantes; À minha tia (madrinha e amiga) Ana, por estar sempre presente; À tia Fati pelas longas conversas e reflexões; Ao Anderson, Tânia e meninos, por me aturarem nesses últimos anos; Aos amigos Caio, Fabiane, Wanderson e Adriano Elisei pelos pedidos de última hora; À igreja em Portugal pelo acolhimento e orações; À Tereza Fernandes pela amizade eterna e pelo apoio mediado pelo Just Voip Aos amigos Lídia, Dani, Rafa, Edinha e Karol por entenderem (às vezes nem tanto…he) a minha ausência; Ao amigo Felipe pelos livros e disponibilidade; À D. Teresa, do Departamento de Antropologia, pela cordialidade e competência; À querida Portugal, pelos ensinamentos; Ao meu maior motivo, o maior sentido, o maior amor, meu amado Jesus. meus sinceros agradecimentos.

Identidade Quilombola e Territorialidade na Comunidade de Alto Alegre (CE)

Novos Debates - Fórum de Antropologia, 2017

O presente texto traz à baila, de forma sucinta, os resultados finais alcançados a partir de uma pesquisa realizada no âmbito do curso de Bacharelado em Humanidades pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Pelo caráter interdisciplinar do referido curso, a presente pesquisa buscou compreender, sob um viés antropológico e na esteira da Antropologia das Populações Afro-Brasileiras, a trajetória histórica, a construção e as estratégias de fortalecimento da identidade, bem como a luta em defesa e reivindicação do território quilombola, a partir do olhar lançado sobre a comunidade de Alto Alegre, localizada no município de Horizonte, região metropolitana de Fortaleza/CE.

Idosos Quilombolas, Identidade e Território

2019

Resumo: Pesquisa, de natureza qualitativa e exploratória, com o objetivo geral de analisar o modo e condições de vida de idosos quilombolas de Porto Alegre, RS. Foram realizadas entrevistas com idosos e submetidas à análise de conteúdo. Os idosos quilombolas são os guardiões da cultura, e sua identidade está associada à resistência e posse do território, o que implica também acesso aos direitos sociais. Palavras-chaves: Idosos quilombolas. Identidade. Território.

Quilombolas no Sapê do Norte-ES: a territorialidade revivida pela memória

Anais do Seminário de Pós Graduação em Ciências Sociais - UFES, 2011

O presente trabalho busca enfocar a importância da memória histórica e territorial das comunidades negras rurais no Norte do Espírito Santo, que vêm adquirindo nova valorização na conformação da identidade étnica quilombola e os direitos dela decorrentes. Adquirindo novo sentido, a memória das gerações mais antigas torna-se fundamental para a afirmação da territorialidade destas comunidades, alimentando o processo de reconquista de seus territórios, expropriados a partir dos anos de 1960 pelos monocultivos de eucalipto destinados à produção e exportação de celulose. Este processo vem evidenciando a importância central da memória das comunidades negras locais no reconhecimento de seu território de direito, conquistado pelo movimento negro a partir do Artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (1988). Palavras-chave: territorialidade, quilombos, memória, identidade Introdução Os agrupamentos negros e camponeses que constituem este estudo distribuem-se ao longo dos vales dos rios Cricaré e Itaúnas, majoritariamente nos municípios de Conceição da Barra e São Mateus, no Norte do Espírito Santo. Territorialmente, estão organizados em sítios familiares que mantêm entre si laços de parentesco e compadrio, efetivando redes de trocas, religiosidade, festa, solidariedade e outras práticas que remontam a uma história comum. A memória dos mais antigos alcança os "tempos do cativeiro", quando seus ancestrais chegavam de algum lugar da África ao Porto de São Mateus, para trabalhar como escravos nas fazendas produtoras de farinha de mandioca. Esta memória também transita pela grande região denominada "Sapê do Norte", que cobria grandes extensões de terras planas cobertas por matas, capoeiras e sapezais, entrecortadas por caudalosos rios e lagoas. O Sapê do Norte configurava este espaço apropriado pelos antigos escravos, que passaram a se constituir enquanto campesinato após o fim da escravidão e a desagregação econômica das fazendas

Quilombolas do Sapê do Norte: a Territorialidade revivida pela memória

Anais do Seminário Nacional da Pós-Graduação em Ciências Sociais - UFES, 2011

O presente trabalho busca enfocar a importância da memória histórica e territorial das comunidades negras rurais no Norte do Espírito Santo, que vêm adquirindo nova valorização na conformação da identidade étnica quilombola e os direitos dela decorrentes. Adquirindo novo sentido, a memória das gerações mais antigas torna-se fundamental para a afirmação da territorialidade destas comunidades, alimentando o processo de reconquista de seus territórios, expropriados a partir dos anos de 1960 pelos monocultivos de eucalipto destinados à produção e exportação de celulose. Este processo vem evidenciando a importância central da memória das comunidades negras locais no reconhecimento de seu território de direito, conquistado pelo movimento negro a partir do Artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (1988).