A cidade se cura no teatro (original) (raw)

A cidade como teatro

O Percevejo Online, 2012

Este capítulo do livro Places of Performance-com base na semiologia do espaço-sugere o quanto é importante compreender o significado da experiência das encenações teatrais do Ocidente, em especial quando realizadas em espaços não inseridos na estrutura arquitetônica convencional, ou seja, as encenações realizadas em espaços apropriados pelos espetáculos em espaços urbanos ou alternativos. Partindo das encenações medievais, o texto investiga a semiótica de espaços arquiteturais e urbanos que em diferentes temporalidades foram utilizados para representações, transformando a cidade no próprio teatro.

O Teatro e a Cidade

Artefilosofia, 2012

RESUMO Teatro e cidade: origem comum? O artigo pretende abordar a tragédia grega em sua relação intrínseca e originária com a polis, isto é: com o fenômeno urbano que se consolida com a democracia grega, no modo como estes se interpenetram e se co-determinam. Não é possível pensar a tragédia fora da pólis grega na inteireza do que seu fenômeno representa. Mais do que isso: o desenvolvimento e crescimento da cidade, em todas as suas instâncias, principalmente políticas e "democráticas" é vital para o desenvolvimento da tragédia, desde o ritual até a ênfase cada vez maior no diálogo.

O teatro invadindo a cidade

O teatro invadindo a cidade, 2012

O livro apresenta a possibilidade de construção de uma esfera pública urbana baseada na participação, na ação e no discurso, invadindo a cidade de Itambé, no sudoeste do estado da Bahia com um teatro que se quer político, ativo e transformador. Com isso, abre portas para o diálogo interdisciplinar, a partir de seu campo de atuação, as artes cênicas, mostrando que teatro, geografia, filosofia podem dialogar na busca de alternativas para a cidade e o urbano.

Do teatro, uma terapia

Sala Preta, 2019

Este trabalho faz parte de uma pesquisa maior, na qual procuramos compreender como uma técnica terapêutica de pretensão anarquista e científica, a somaterapia de Roberto Freire, surgiu e se desenvolveu a partir do cenário contracultural dos anos 1970. Neste artigo, discutimos os processos de memória em torno da criação da somaterapia, problematizando incongruências e procurando demonstrar o caráter basilar da influência do Centro de Estudos Macunaíma na criação e no desenvolvimento dessa técnica terapêutica. Para analisar os processos de memória emergentes nas fontes, compostas principalmente pelas obras de Freire e somaterapeutas ou simpatizantes, utilizamo-nos especialmente dos aportes teóricos de Bourdieu, Pollak e Catroga.

A CIDADE DO TEATRO

A cidade do teatro, 2016

A MOSTRA DE TEATRO DE ALMADA celebrou 20 anos em 2016 com a publicação de um livro que pensou a História do teatro no concelho com o maior número de estruturas de criação teatral do País. «Pelos 20 anos da Mostra de Teatro de Almada (MTA), um livro conta a história do fenómeno sociologicamente rico que faz de Almada uma frente nacional do teatro. Percorrendo os contextos histórico, político e social que o explicam, trata-se do primeiro estudo sobre o teatro e as artes performativas no Concelho. Inclui um levantamento fotográfico das salas de espectáculos e outros lugares que têm acolhido as criações da grande família teatral que a Mostra integra, um vasto conjunto de depoimentos testemunhais e faz a recensão biográfica dos cerca de cinquenta grupos de teatro que participaram na MTA desde a sua 1.ª edição. Prefaciado por Viriato Soromenho-Marques, o livro tem textos de Sarah Adamopoulos (escritora e jornalista que coordenou e dirigiu editorialmente a edição), Nuno Bernardo (animador sociocultural e um homem que integrou o colectivo a quem Almada deve a sua primeira Escola Profissional de Música), Isabel Mões (actriz, encenadora, dramaturgista e investigadora académica em teatro), António Vitorino (escritor, poeta e editor do poezine Debaixo do Bulcão) e Xico Braga (poeta e contista, ligado à actividade mais recente do GITT). A edição conta ainda com fotografias feitas de raiz por Vítor Cid (fotógrafo de cena e documentarista, editor da revista Zona Magazine) e ilustrações de Rui Silvares, Luís Miranda, Ângela Luzia e João Lima. O projecto de edição e a publicação de A Cidade do Teatro resulta de uma iniciativa de parceria entre o Ninho de Víboras – Associação Cultural (um dos grupos de criadores almadenses com presença na MTA desde 1996) e a Câmara Municipal de Almada. O livro é lançado no próximo dia 19 de Novembro, pelas 15h00, na Casa da Cerca, em Almada Velha. O livro vai ser apresentado por Isabel Bezelga, professora de Educação Artística e Teatro da Universidade de Évora e investigadora nas áreas de Teatro e Comunidade e Teatro Educação no Centro de História da Arte e Investigação Artística da Universidade de Évora e no Instituto de Estudos de Literatura e Tradição da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.]» Novembro de 2016

Ô De Casa, Posso Entrar Para Cuidar?: Um Teatro-Cura Ao Alcance Do Tato

2017

Este artigo configura-se como relato que procura mapear rastros das experiências pulsantes do Teatro Dadivoso, praticado pelas Coletivas Xoxós nas residências de Belém, enquanto experimento cênico quiasmático voltado ao espaço do domicílio, situadas na fronteira entre o Teatro, a espiritualidade e o cuidado. O corpo do texto relaciona imagens do trabalhoe escritas poéticas em tom memorial, desvelando os procedimentos poéticos experimentados pelas atrizes-narradoras de casa em casa, ao alcance do tato, enquanto deixa evidente o cuidado com o outro como premissa do trabalho. O Teatro Dadivoso tem se revelado potência poética que adentra o espaço de intimidade das pessoas para instaurar vibrações, intensidades, escolhas e cura.

Na contaminação: premissas contemporâneas do teatro na cidade

2014

O artigo aponta algumas interfaces criativas no que tange ao campo do teatro que se faz e se pensa para a cidade. O artigo "Na contaminacao" intenciona expressar expressar certo teor da arte contemporânea, pois permeia determinadas interfaces que se apresentam latentes no campo da presente discussao. Nocoes como site-specific performances, environmental theatre, arte publica, teatro de invasao e teatralidade sao discutidas ao longo do artigo. Todavia, sua escrita nao esta centrada no aprofundamento de tais nocoes, mas almeja destacar a pertinencia dos entrecruzamentos que envolvem o tema discutido. Para tanto, “a contaminacao” apresenta-se como um ponto de partida para outras buscas, apontando novos rumos, caminhos e perspectivas do teatro contemporâneo que podem agregar-se, contrapor-se, complementar-se, dentre outras multiplas combinacoes.

O teatro e a cidade : notas sobre uma origem comum

Artefilosofia, 2012

RESUMO Teatro e cidade: origem comum? O artigo pretende abordar a tragédia grega em sua relação intrínseca e originária com a polis, isto é: com o fenômeno urbano que se consolida com a democracia grega, no modo como estes se interpenetram e se co-determinam. Não é possível pensar a tragédia fora da pólis grega na inteireza do que seu fenômeno representa. Mais do que isso: o desenvolvimento e crescimento da cidade, em todas as suas instâncias, principalmente políticas e "democráticas" é vital para o desenvolvimento da tragédia, desde o ritual até a ênfase cada vez maior no diálogo.

Teatro performativo e a cidade como território

2012

O artigo apresenta uma reflexao sobre praticas criativas artisticas que nascem da ocupacao dos espacos urbanos. Tendo por foco a discussao sobre a nocao de teatro performativo, o texto aborda o teatro de rua e a ideia de intervencao urbana. O texto utiliza referencias do campo do urbanismo, entre as quais se destaca a nocao de fluxo, tendo como eixo a nocao da cidade como dramaturgia.

Do "Robin Hood às avessas" ao artista-flâneur: por um teatro imanente nas cidades

POIÉSIS

Frente à ruptura epistemológica com os conceitos de sujeito e mundocomo unidades isoladas é possível pensar na noção de um artista-cidadão que se apropria do espaço público para a produção de diálogos com o teatro imanente nas ruas das cidades. A ideia de uma cidade-arte surge como resistência à cidade--marketing e o papel do artista inserido nesse tensionamento passa a exigir uma percepção aguçada das forças dinâmicas desse contexto para a configuração do ‘exercício experimental da liberdade’. Pensando nas criações estéticas produzidas nas periferias e atento às ideias de Hélio Oiticica, Enrico Rocha e Amir Haddad, defendo aqui um artista-flâneur, aquele que, observando os espaços, percebe a sua implicação direta na produção de um mundo-arte e de uma arte pública.