Adaptação à parentalidade: o nascimento do primeiro filho (original) (raw)

2014, Revista de Enfermagem Referência

Enquadramento: O nascimento do primeiro filho é um acontecimento que altera a vida dos progenitores, num processo que é facilitado pelo enfermeiro de saúde materna e obstétrica. Objetivo: Compreender as vivências da parentalidade, no internamento, após o nascimento do primeiro filho saudável, nas primeiras 48 horas pós-parto eutócico. Metodologia: A investigação enquadra-se no paradigma qualitativo, na qual participaram 26 progenitores (treze pais e treze mães) de um recém-nascido saudável de termo. Recorreu-se à entrevista semi-estruturada, cujas respostas foram alvo de análise de conteúdo, categorizando-se as unidades de registo. Resultados: As figuras maternas destacaram o cansaço e um estado psicológico que variou entre a alegria e a tristeza, que não conseguiram especificar. As figuras paternas descrevem o seu papel como acessório num cenário em que mães e recém-nascidos interpretaram os papéis centrais. Conclusão: Este estudo contribuiu para a compreensão da transição para a parentalidade. Pais e mães relataram-na de forma diferente. Enquanto que a puérpera espera dos enfermeiros atenção, acompanhamento e orientação, o pai deseja um maior envolvimento neste processo. Theoretical framework: The birth of the first child is an event that changes parents' lives in a process that is facilitated by obstetric and maternal health nurses. Objective: To understand the experiences of parenthood during hospital stay, after the birth of the first healthy child, and within the first 48 hours after a normal birth. Methodology: This study was framed within the qualitative paradigm. Twenty-six parents (13 fathers and 13 mothers) of a healthy term newborn participated in the study. A semistructured interview was used for data collection. Answers were subjected to content analysis and registration units were grouped into categories. Results: Maternal figures underlined fatigue and a psychological state that alternated between joy and sadness, which they were not able to specify. Paternal figures saw their role as accessory in a setting where mothers and newborns played the central role. Conclusion: This study contributed to understanding the transition to parenthood. Both fathers and mothers reported this stage in a different way. While the postpartum woman looked for attention, assistance and guidance from nurses, the father wanted to be more involved in the process.