PLÁGIO: CONCEPÇÕES E PRÁTICAS TEXTUAIS DE PÓS-GRADUANDOS (original) (raw)
2011, In: VI Siget (SImpósio Internacional de Gêneros Textuais), 2011, Natal. Anais do VI Siget
O pesquisador para apropriar-se do discurso acadêmico necessita do conhecimento linguístico- textual e da retórica contrastiva (CONNOR, 1996; CONNOR ET AL, 2008; SWALES & FEAK, 2000), da socialização na comunidade discursiva e de uma percepção acurada de questões geopolíticas que envolvem a publicação (CANAGARAJAH, 2002; GIBBS, 1995). Dentro desse universo, uma habilidade básica, porém difícil, do letramento acadêmico consiste no resumo e na paráfrase adequados seguidos de citação.Vários estudos têm investigado essa habilidade em alunos de segunda língua/língua estrangeira (CAMPBELL, 1990;KECK, 2006; KIM, 2001; SHI, 2004) e apontado a necessidade de seu ensino sistemático para uma melhor conscientização sobre o significado do plágio no mundo anglo-saxão e de sua prevenção (PECORARI, 2001, 2003). No Brasil, o plágio constitui-se num tema ainda negligenciado (AZEVEDO, 2006, SILVA, 2008; VASCONCELOS, 2007). Esse artigo visa discutir as concepções de alunos de pós-graduação em energia de uma universidade pública do Brasil sobre o plágio e a sua capacidade de resumir e parafrasear antes de realizarem um curso de escrita acadêmica. As percepções foram coletadas em diários dialogados e em entrevistas e indicaram pouco entendimento do conceito e suas implicações sócio-econômicas. Investigou-se a qualidade dos resumos e das paráfrases utilizando Swales & Feak (2004) e a taxionomia proposta por Campbell (1990) e Keck (2006), respectivamente. A análise revelou que os resumos não continham a maioria dos traços elencados pelos autores como referência à fonte do texto resumido, o uso de verbos de relato e neutralidade. Quanto à qualidade das paráfrases, os alunos tenderam a escrever os tipos revisão mínima e revisão moderada .