Reflexões sobre a ética e a censura no teatro de Maquiavel (original) (raw)

Resenha: Maquiavel na Inglaterra e o inconfesso intérprete David Hume

Dos Reis, N. 2020. Maquiavel na Inglaterra e o inconfesso intérprete David Hume, 2024

O livro Maquiavel na Inglaterra e o inconfesso intérprete David Hume é o resultado da pesquisa de Nilo Henrique Neves dos Reis ao pensar não somente sobre a filosofia de Hume, mas também acerca da filosofia de Maquiavel, e de que modo seus respectivos sistemas estão intimamente relacionados. O livro aqui resenhado é uma obra de fôlego e, apesar disso, não se trata de um trabalho enfadonho e desestimulante, ao contrário, trata-se de uma obra na qual o autor conduz o leitor pela mão por meio de ensaios cativantes, que fazem com que a relação entre Maquiavel e Hume seja apresentada de forma límpida e inteligível, como se uma ideia se seguisse naturalmente da outra. Em suma, Nilo exprime este trabalho nos moldes sugeridos pelo próprio Hume no ensaio intitulado Da simplicidade e refinamento na escrita, a saber, conduzindo seu texto de forma a estabelecer “(...) a justa mistura de simplicidade e refinamento na escrita” (SR, 5).

Eterno Retorno e a Perfeição Institucional Em Maquiavel

REVISTA QUAESTIO IURIS

O objetivo do texto é analisar o eterno retorno político e a possibilidade de evitá-lo pelo arranjo institucional republicano em Maquiavel. Neste sentido, este trabalho, realizado por meio de uma análise bibliográfica das obras maquiavelianas, situa-se no campo da Filosofia Política, sobretudo quando se assume que a questão central desta área do saber é a pergunta pelo melhor regime. Para Maquiavel, a história humana, que é política (pois o ser humano é um ser político), é cíclica e é marcada pela degenerescência natural das formas puras de governo (principado, aristocracia, democracia), o que leva ao eterno retorno. Todavia, o caráter cíclico do político é relativo, já que uma cidade bem ordenada pode suspender a degenerescência político-institucional, como Roma. Ou seja, o resultado político alcançado pela república romana deve ser compreendido como paradigmático.

Revisitando Maquiavel sob a ótica da ambivalência

Resumo O texto investiga determinados aspectos do pensamento e da trajetória do pensador florentino Nicolau Maquiavel, especialmente na obra O príncipe, a partir da leitura sociológica da ambivalência na obra Modernidade e Ambivalência do sociólogo Zigmunt Bauman. O interesse da relação está em indicar como é possível detectar um caráter ambivalente em Maquiavel, considerando as ambiguidades de sua postura política e intelectual por meio de fatos de sua vida e de excertos do discurso contido na obra dedicada a Lorenzo de Médici. Para isso, são explicitadas passagens da vida e da obra de Maquiavel, procurando incorrer o mínimo em anacronismos e outros vícios da crítica textual e contextual e, no mais, cumprindo o objetivo de indicar algumas aproximações críticas preliminares que aludem à ambivalência existente nas formulações de um dos pais do pensamento político moderno. Foi possível constatar que a ambivalência se apresenta já nas raízes do pensamento político moderno, desde Maquiavel, que, no entanto, prefere jogar com sua contingência em vez de tentar suprimi-la definitivamente.

Reflexões sobre Maquiavel

Rafael Salatini; Marcos Del Roio, 2014

Este livro reúne textos que foram apresentados no “Seminário Maquiavel – 500 Anos de O príncipe (1513-2013)”, realizado entre os dias 06 e 08 de maio de 2013, na Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp-Marília, e outros autores convidados. O evento foi organizado pelos grupos “PACTO – Paz, Cultura e Tolerância” e “Cultura e Política do Mundo do Trabalho”, DCPE e PPGCS da Unesp-Marília, com apoio financeiro da Fapesp e da CAPES.

Quentin Skinner e a liberdade republicana em Maquiavel

Discurso, 2016

A intenção deste artigo é discutir a concepção de liberdade encontrada nos escritos políticos de Maquiavel com base na interpretação feita por Quentin Skinner. Esta interpretação tem sido geralmente aceita por teóricos do chamado neorrepublicanismo, como Philip Pettit e Maurizio Viroli, sustentando suas ideias sobre a liberdade republicana. Não se trata assim de uma discussão meramente hermenêutica, mas de uma contraposição a uma interpretação parcial que, ao enfatizar o aspecto legal da concepção maquiaveliana, ampara uma perspectiva fortemente jurídica da liberdade republicana. O texto está dividido em três partes: a primeira apresenta as razões pelas quais a concepção maquiaveliana foi retomada por Skinner; a segunda expõe a sua interpretação; e a terceira problematiza aspectos desta interpretação com base em características fundamentais do pensamento político de Maquiavel que devem ser consideradas na avaliação de sua concepção de liberdade.

O Príncipe e A Mandrágora: filosofia política e teatro em Maquiavel

Revista Direito Mackenzie, 2012

This article aims to investigate the connections between political philosophy and drama in Machiavelli. The hypothesis is that it is possible to find elements of the political philosophy of Machiavelli in his dramatic works, more precisely, in The Mandrake. In other words, although the traditional bibliography about the Florentin thinker treats differently his drama and his politics, we believe that is possible to read in The Mandrake his political conceptions, especially the ones expressly in The prince. Machiavelli would have found an alternative way to design political discourse. The comedy, as a form of critic of the established morals, would provide the writer with a more freely possibility of expressing his impressions about the human character, about the frailty of the institutions, the place of the Church and the power.

Maquiavel e a Virtù em Ato

Profanações

O artigo objetiva refletir sobre alguns aspectos do pensamento de Maquiavel, em particular seus posicionamentos em relação à célebre virtù (como faceta primordial da ragion di Stato), entendidos a partir da perspectiva categórica da filosofia prática. Para isso, por um lado, serão revisadas as opiniões expressadas pelo florentino contra a ideia de virtude como forma universal e abstrata e a favor de um ajustamento permanente com as contingencias do mundo. De outro lado, a análise de um trabalho pouco considerado pela maioria dos comentadores de Maquiavel, como A vida de Castruccio Castracani (lido em concomitância com os clássicos O Príncipe e Discursos), ajudará a sustentar tal interpretação, em relação à conceição maquiaveliana da virtù e sua colocação sobre a necessidade de estabelecer o Estado nacional. Palavras-Chave: Maquiavel. Virtù. Castruccio Castracani.