Marie le jars de Gournay uma filosofa da Igualdade Ilze Zirbel e Dener Orelo copia (original) (raw)
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Ina Césaire e Maryse Condé: a crioulidade das mulheres antilhanas
2021
Este artigo apresenta a obra teatral M moire d’ le (2011), da martinicana Ina Césaire, e o romance Victoire, les saveurs et les mots (2016) da guadalupense Maryse Condé, buscando evidenciar o papel das mulheres escritoras na formação de uma tradição literária crioula. Para tanto, busca-se investigar como a formação do escritor antilhano como marqueur de paroles, termo cunhado por Patrick Chamoiseau em seu romance Solibo Magnifique (1988), em seu compromisso com a continuidade da Oralitura, se dá também na escrita feminina, por vezes negligenciada pelo sexismo.
IDENTIDADE E GÊNERO: A TUTELA DOS DIREITOS HUMANOS/FUNDAMENTAIS DA MULHER E O DISCURSO DA IGUALDADE
Direitos fundamentais Civis, 2018
Atualmente, em âmbito internacional, os direitos humanos estão reconhecidos em inúmeros instrumentos legislativos, resultando em um complexo sistema complementar de proteção, marcado pela coexistência de dois Sistemas, um Geral, e outro, Especial. O Sistema Geral é voltado à proteção de qualquer indivíduo, apontado de forma genérica e abstrata, ao passo que, no Sistema Especial de Proteção, fazem parte Declarações e Convenções para tratar de determinados grupos caracterizados como vulneráveis, considerando categorizações relativas ao gênero, idade, etnia, raça, dentre outros. Atualmente, passado mais da metade da segunda década do século XXI, nota-se que as mulheres alcançam gradativamente inúmeros direitos, porém há muito que se evoluir em escala mundial. A Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher fundamenta-se na dupla obrigação de eliminar a discriminação e de promover a igualdade. Para tanto, prevê a possibilidade de adoção de ações afirmativas, medidas especiais e temporárias com o objetivo de eliminar desigualdades historicamente acumuladas, visando a igualdade de gêneros e o resgate de minorias subjugadas. Nesse contexto, o trabalho objetiva analisar as relações de gênero e a história das mulheres e do feminismo no Brasil, bem como interrelacionar os direitos humanos/fundamentais em uma perspectiva sensível ao caso das mulheres. Enquanto procedimento metodológico utiliza-se do bibliográfico-investigativo.
ex aequo - Revista da Associação Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres
sobre temas, pessoas e grupos que são excluídos, oprimidos, estigmatizados. Com os seus trabalhos, ACP tem dado centralidade a quem é esquecido, negligenciado, rejeitado, a quem, muitas vezes, de outra forma, não tem voz. E é longa a lista destas pessoas ou grupos: os/as cuidadores/as informais, os/as menores institucionalizados, as pessoas com algum tipo de diversidade, as pessoas em situação de sem abrigo, os/as ciganos/as, os/as migrantes, os/as trabalhadores/as do sexo; e também extenso o rol de temas que ACP trata e que urge evidenciar: os direitos laborais, as desigualdade de género, as prisões, a violência doméstica, a pobreza, a saúde mental, o assédio sexual, o bullying, o ativismo climático, o abuso sexual, …. Como diz a autora logo no início do seu livro, "O jornalismo é um lugar privilegiado para observar o mundo. Tenho tentado compreendê-lo pela perspetiva dos mais vulneráveis, os de baixo, os da margem" (p. 23). É isso mesmo que ACP nos dá, essa possibilidade de conhecer mundos que são distantes e que, de outra forma, só conheceríamos através de estereótipos. Neste livro, a autora, que é madeirense, conta as histórias de 23 mulheres que vivem ou são originárias da Ilha da Madeira tomando-as como analisadores da história do país e das desigualdades de género. O livro, que em parte se apoia em trabalhos de natureza jornalística e para o qual ACP entrevistou mais de 100 pessoas, tem uma estrutura com 25 capítulos mais um posfácio da Sofia Aboim (socióloga e investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa). Há dois capítulos, um no início e um no fim, que fazem uma contextualização do livro e do seu tema central. Os restantes oferecem-nos narrativas individuais e familiares de mulheres, de gerações de mulheres, entrecortadas com aspetos históricos, políticos, sociais-desde a história da descoberta e povoação da ilha à transição para a democracia, dos problemas da agricultura de monocultura da Madeira à imigração para a Venezuela, da importância dos bordados à sindicalização deste setor de molde a conferir melhores condições e mais direitos às mulheres que aí trabalham. O livro é todo assim: articula as estórias individuais das mulheres com
Spinoza e a Igualdade da Mulher
2021
Texto publicado originalmente em Theoria (Filosofoska institutionen, Kungshuset Lundagård, Lund, Suede, ISSN 0040-5825), no vol. 68, no 2, 2002, pp. 91-111. Reprint by permission of the publisher and the author.Texto publicado originalmente em Theoria (Filosofoska institutionen, Kungshuset Lundagård, Lund, Suede, ISSN 0040-5825), no vol. 68, no 2, 2002, pp. 91-111. Reprint by permission of the publisher and the author
Friedrich Engels e O Duplo Aspecto Da Igualdade - 10.12818/P.0304-2340.2016V68P707
Revista da Faculdade de Direito da UFMG, 2016
Engels continues Marx's work, although there are some important differences. As long as State and Law are taken in account by Anti-Düring's author, he has in mind the matter of equality as a very important one. Engels criticizes the State and the Law, but, simultaneously, has them as a point of depart to workers daily struggle against Capitalism. To Friedrich Engels, the critique of Law, thus, is a key aspect, once the relationship between legal equality and social and economical equality emerges as an important matter in the critique of Capitalism.
Reflexões Feministas sobre a Igualdade: Igualdade como Uniformização e Igualdade relacional
Uma boa parte das teorias feministas contemporâneas procura lidar com problemas clássicos das teorias políticas modernas. A questão da igualdade é, sem dúvida, um desses problemas. O presente artigo tem por intuito apresentar alguns dos elementos presentes nas discussões teóricas feministas sobre a igualdade à luz do dilema igualdade-diferença, considerado um dilema insolúvel para mulheres (e outras categorias sociais). No centro desse dilema está a questão da igualdade como uniformização (atrelada a aspectos descritivos, normativos e especulativos das teorias) e sua relação com um universalismo que exclui e nega diferenças, contribuindo para uma interpretação das identidades dos indivíduos como substâncias-essências (e próprias ao mundo privado) ao invés de processos ou relações (vivenciados tanto no público quanto no privado). A demanda é, pois, pela criação de um modelo de igualdade relacional que atrele o estudo das diferenças e da produção de desigualdades ao da igualdade. Nesse sentido, o sistema de gênero é identificado como um eficaz produtor e mantenedor de desigualdades sociais diversas, responsável pelo dilema da igualdade-diferença e atuante no sentido de tornar inócuas ou insuficientes as políticas afirmativas que visam implementar igualdade. A implementação da igualdade relacional passa, pois, pelo enfrentamento desse sistema nos diversos planos em que atua (simbólico, identitário, e nas instituições sociais, incluindo o mundo da família e das atividades de cuidado). Abstract Many of the contemporary feminist theories deal with classical problems of modern political theories. Equality is undoubtedly one of these problems. This paper addresses some of the elements present in feminist theoretical discussions on equality in the light of the equality-difference dilemma, considered as an unsolvable dilemma for women (and other social categories). Equality as uniformity (linked to descriptive, normative and speculative aspects of political theories) is at the center of this dilemma. It is related to a universalism that excludes and denies differences, contributing to a conception where the identities of the individuals are conceived as substances or essences (something adequate to the private world) rather than processes or relationships (experienced both in the public and in the private). The proposal is therefore the creation of a model of relational equality that takes into account the study of the differences and the production of inequalities. In this direction, the gender system is (1) identified as an effective producer and maintainer of various social inequalities, (2) responsible for the equality-difference dilemma and (3) active in making innocuous or insufficient the affirmative policies seeking to implement equality. The implementation of relational equality requires thus to face this system in their various dimensions (symbolic, identitary, in care activities and social institutions including the family).
A Combinatória Straight : do feminismo materialista ás perspeitivas decoloniais (português)
Critica Marxista (IFCH Unicamp), 2019
Esse artigo proponhe o conceito de "combinatoria straight", baseado nos trabalhos das feministas materialistas francesas Guillaumin e Wittig e dialogando com algumas inquietudes e teorizaçoes das feministas e lésbicas de Abya Yala, para pensar tanto a globalizaçao neoliberal actual como a historia longa da colonização do continente, numa perspeitiva de imbricação das relaçœes sociais estructurais de sexo, raça e classe.
REVISTA QUAESTIO IURIS
Na obra O ódio à democracia, Rancière enuncia várias relações duais: homem e cidadão; ilusão e realidade; homem público e privado; igualdade e desigualdade; vida nua e existência política, etc. Em um primeiro momento, parece que o autor critica essas dualidades, porque as associa à polícia e não à política. No entanto, nota-se que, ao contrário disso, identifica nessas dualidades a possibilidade para a realização da política, pois é no intervalo entre os polos duais que se desenvolve a ação política, pelo exercício da democracia que se dá no suplemento anárquico. Considerando esse modo peculiar de pensar, o artigo analisa o movimento paradoxal da dualidade em Rancière, sob a perspectiva da ação política democrática de duas mulheres: Olympe de Gouges, que há mais de duzentos anos, na França, declarou que, se a mulher pode ser punida com o cadafalso, também pode ocupar a tribuna, e Eulina Rabêlo, no Brasil, cuja união estável homoafetiva foi judicialmente reconhecida, no ano de 2004, ...