As nuances do riso na Ilíada de Homero (original) (raw)
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Alegoria do riso na obra Os genros
Literatura e Autoritarismo, 2017
Esta pesquisa tem como objetivo analisar a alegoria do riso nos contos O bocado não é para quem faz, Moça rica carece de enfeite de marido bonito e O genro-capitão-de-indústria, presentes na obra Os genros (1981), de Euclides Neto. A problemática que move esta reflexão visa compreender as intenções do narrador ao descrever o comportamento dos moradores de Beira Rio, utilizando a ironia, e ao mesmo tempo, sendo moralista. Para abordar tal problemática, busca-se apoio teórico em Silva (2008), teorizando o riso como um movimento corporal inconsciente, provocado por um fator externo que resulta no ato de rir e Compagnon (2010) que aponta a alegoria como explicação do estranho. A metodologia é constituída pela pesquisa bibliográfica e a análise de corpus abarcará a leitura dos contos citados, visando compreender a maneira como as narrativas são interpretadas e compreendidas pelo leitor no decorrer dos contos. Palavras-chave: Riso. Alegoria. Os genros.
Riso e as Relações De Poder Nos Textos De Humora
2013
O riso e um fenomeno cultural, nao rimos das mesmas coisas em diferentes coletividades. O riso se realiza como instrumento de catarse, permitindo a liberacao de energias reprimidas e recalcadas, revelando uma visao de mundo dos sujeitos na esfera cotidiana. Na sociedade ocidental, e possivel observar mudancas sobre as praticas em que se evidencia o riso, isto e, a escolha dos temas, a forma de sua realizacao, bem como na relacao dos interlocutores envolvidos nesta atividade. Os componentes provocadores do efeito risivel foram estudados profundamente por Bergson (1987), Bakhtin (1996) e Propp (1992). Estes autores demonstram como os aspectos comicos e humoristicos se organizam para criticar individuos, de uma forma particular, ou atacar valores ditados por uma instituicao social. A forma irreverente de lidar com realidade, presente no dominio discursivo humoristico que conhecemos hoje, esta estritamente ligada a manifestacao do riso na cultura ocidental da Antiguidade e da Idade Medi...
Riso invectivo vs. riso anódino e as espécies de iambo, comédia e sátira
Letras Clássicas, 2003
RESUMO: O artigo tem como objeto demonstrar que em duas passagens da Poética (IV 1448b, 23-40 e V, 1449a, 32-35) Aristóteles assume a existência de dois tipos de riso, o invectivo e o anódino, que correlaciona respectivamente aos gêneros do iambo e da comédia. Partindo da lição de texto e da interpretação da Poética feita por Gerald Else (Aristotle's Poetics, the argument, de 1957) tento demonstrar preferência do filósofo pelo riso anódino e como a diferença de risos é funcional no estabelecimento de espécies no iambo, na comédia e na sátira hexamétrica latina.
O riso das margens e o siso do centro: as iluminuras em O nome da rosa
Caligrama, 2018
Este artigo enfoca a importância das iluminuras na trama de O nome da rosa, de Umberto Eco, que servem de pretexto ao debate sobre a questão medieval do riso e do risus monasticus. Para tal, observam-se aspectos da juta verbal dos antagonistas-Guilherme de Baskerville e o Venerável Jorge-em torno do hipotético livro de Aristóteles sobre a comédia, a relação entre a imagem (periférica e cômica) e o texto (central e solene) e uma surpreendente contraposição entre as perspectivas aristotélica e nietzschiana da comédia-que o venerável monge revela em seu discurso, apontando para aspectos pós-modernos desse romance que homenageia, entre outros, Jorge Luis Borges.
A Ilíada de Homero e as Raízes do Helenismo
Grandes Epopeias da Antiguidade e do Medievo, 2014
Capítulo do livro "Grandes Epopeias da Antiguidade e do Medievo", organizado por Dominique Santos (2014). Discorre sobre o processo de transmissão do texto da "Ilíada" de Homero e sua influência sobre o helenismo, tratando também da sua recepção na Antiguidade e na Modernidade.
O riso como reflexão filosófica em Luciano
Clássica, 2019
A obra de Luciano é amplamente conhecida por sua dimensão satírica, embora seu aspecto filosófico-nem sempre reconhecido por seus estudiosos-seja imprescindível para que se compreendam suas estratégias cômicas. O objetivo do presente texto é buscar e analisar os fundamentos do riso nesse autor-sobretudo a partir de seus Diálogos dos mortos-, a fim de oferecer uma nova compreensão das dificuldades frequentemente associadas a essa obra. Para isso, sugeriremos a dimensão filosófica do riso luciânico, tal como indica seu diálogo com a reflexão de filósofos sobre o tema (principalmente na vertente platônica presente no Filebo). Além disso, desenvolveremos considerações sobre certos "problemas" específicos suscitados pela obra (tal como o silêncio de Odisseu), sugerindo haver conexões entre eles e nossa interpretação mais geral. Desse modo, pretendemos reforçar a corrente de intérpretes que enxerga e defende a dimensão filosófica da obra de Luciano, em contraposição ao que é o entendimento tradicional acerca desse autor.
Império do riso: Aspectos do cômico em O Xangô de Baker Street
Folio, 2024
Este trabalho propõe uma leitura de O Xangô de Baker Street(1995), de Jô Soares, destacando como o texto do escritor brasileiro produz o cômico vinculado a uma série de estratégias, entre elas, a mobilização e a revelação de estereótipos, a sátira social, a representação do grotesco. Para tanto, recorrermos às teorias de Propp (1992), Bergson (1943) e Bakhtin (1993) sobre o riso e suas relações com o contexto social. A ideia é demonstrar como o humor, no romance, produz o questionamento (e a manutenção) de certas hierarquias a partir da ridicularização dos mais distintos personagens, grupos, convenções, atingindo, inclusive, o próprio gênero policial e uma de suas figuras centrais: Sherlock Holmes
Revista Enunciação, 2023
Resumo: O mito de Deméter, na maioria de suas variadas versões, apresenta um episódio em que a deusa, enlutada pelo rapto de sua filha, ri. Em geral, duas personagens são alternadamente citadas como responsáveis por esse ato que integra a deusa temporariamente no mundo humano: Iambe e Baubo. Seja por palavras, seja por gestos, ambas apelam para o obsceno que choca e deleita a deusa. Assim, o artigo se divide em duas seções. A primeira se dedica a analisar as duas personagens a partir dos principais documentos que as apresentam, o Hino Homérico a Deméter e o fragmento órfico 52 Kern [= 395 F Bernabé]. Em seguida, na segunda seção, será considerada a forma como esse riso mítico se traduziu em diversos festivais dedicados a Deméter na forma do riso ritual.