Percepção sobre o controle da dengue: uma análise a partir do discurso coletivo (original) (raw)
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“Agora é guerra”: a presença do discurso mobilizador em campanhas de controle da dengue
Reciis-Rev Eletron Comun Inf Inov Saúde, 2019
Reciis-Rev Eletron Comun Inf Inov Saúde. 2019 jan-mar.;13(1) | [www.reciis.icict.fiocruz.br\] e-ISSN 1981-6278 ARTIGOS ORIGINAIS http://dx. Resumo O objetivo deste artigo é apresentar resultados de pesquisa sobre as campanhas publicitárias da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) veiculadas na televisão para controle da dengue, observando de que maneira a ideia de mobilização foi utilizada como estratégia discursiva. As peças foram estudadas a partir da perspectiva da nova análise do discurso proposta por Charaudeau, que concebe os discursos como resultantes de uma articulação de mão dupla entre os planos situacional e linguístico. Neste artigo, analisamos dois dos filmes publicitários veiculados nos anos 2010 e 2014, integrantes das campanhas 'Agora é Guerra-Todos contra Dengue' e 'Dengue-Ou a gente acaba com Ela ou Ela acaba com a gente'. Investigamos e questionamos tanto o discurso mobilizador adotado, que traz referências visuais, textuais e sonoras que remetem a uma guerra contra um inimigo comum, quanto as representações hegemônicas de gênero nas campanhas. Palavras-chave: Comunicação e saúde; Dengue; Mobilização social; Campanhas publicitárias; Comunicação pública; Análise do discurso.
Cadernos de Saúde …, 2004
This article aims to contribute to dengue control programs through a review of recent studies on knowledge, beliefs, and practices concerning dengue and dengue prevention. The results show that adequate knowledge of dengue and prevention methods are found in close association with high rates of domiciliary infestation by Aedes aegypti. This suggests that traditional education strategies, although efficient in transmitting information, have failed to change population behavior. Qualitative studies reveal two important issues that appear to explain these attitudes: representations of dengue and risks associated with mosquitoes and difficulties in avoiding infestation of household water recipients due to sanitation problems in communities.
Representações sociais sobre dengue: reflexões sobre a mediação da informação em saúde pública
Saúde e Sociedade, 2013
O objetivo do trabalho é trazer subsídios para o debate sobre as relações entre saúde pública, meios de comunicação e a formulação e divulgação da informação sobre saúde para os cidadãos. O foco da pesquisa é a divulgação de informações sobre dengue e processos epidêmicos em Ribeirão Preto, SP. Foi utilizada como principal referencial para a pesquisa a Teoria das Representações Sociais, a qual busca captar o imaginário social da população sobre a doença a ser abordada. O método utilizado foi o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), caracterizado pela organização e tabulação de dados qualitativos de natureza verbal. Questionários foram aplicados para a coleta de dados. Para analisar e contextualizar os dados obtidos foram feitas referências a algumas teorias acerca da reflexividade, do risco epidemiológico e da Sociedade da Informação. Salienta-se, ao final, a importância dos mediadores para que haja bom desempenho do processo de mediar informações sobre saúde, e sobre dengue especifica...
Controle do Dengue: devemos manter a mesma estratégia?
Cad Saude Colet, 2007
Quando o problema é controle do dengue, aparentemente já conhecemos a resposta técnica: controle do Aedes aegypty através do trabalho de guardas sanitários, que devem periodicamente visitar todas as edificações urbanas. A força ideológica desta estratégia tradicional, que tem o apoio da figura mítica de Oswaldo Cruz, o patrono da saúde pública brasileira, se expressa na abordagem dos meios de comunicação ao cobrir o controle do dengue, onde este ponto jamais é problematizado. Em julho passado, participei do Seminário Internacional de Avaliação do Programa Nacional de Controle de dengue, no qual o ponto de partida da discussão colocado pelo Secretário de Vigilância em Saúde foi a demanda de explicação para o reduzido impacto da aplicação de recursos financeiros vultuosos. A hipótese levantada na reunião, para verificação futura no processo de avaliação, foi de ineficiência técnica das ações dos agentes de controle de endemias, cerca de 20.000 em todo o país. Tendo pessoalmente testemunhado a visita de agentes sanitários a residências, tanto na cidade do Rio de Janeiro quanto em Manaus, quando se limitaram a colocar larvicidas em ralos utilizados diariamente, ou seja, que dificilmente se constituem em criadouros, acredito ser esta hipótese muito provável. A questão que se coloca, no entanto, é se a atuação de agentes capacitados tecnicamente, capazes de identificar criadouros corretamente e, portanto, diminuir a densidade vetorial através da visita domiciliar, produzirá impacto efetivo sobre o comportamento do dengue. Na reunião também se pode ouvir o depoimento de secretário municipal de saúde, representante do CONASEMS, sobre o retorno imediato aos níveis de infestação vetorial, se interrompidas temporariamente as visitas dos agentes de saúde, o que revela a fragilidade desta estratégia, mesmo quando corretamente executada.
Representações sociais sobre a dengue: uma revisão integrativa
Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro, 2016
Diante da importância da dengue para a saúde pública, o presente trabalho pretendeu investigar e descrever os traços de representações sociais sobre dengue encontradas na literatura científica. Foi usado o método de revisão integrativa, baseada nas fontes de dados PubMed/MEDLINE, LILACS e SciELO; as buscas foram realizadas usando os descritores "social representations" e "dengue". Foram encontrados oito trabalhos publicados entre 2004 e 2014, dos quais sete foram mantidos para a análise final; em tais estudos, utilizaram entrevistas, questionários seguidos de entrevista, grupos focais e análise documental como técnica de coleta de dados. Os atores sociais entrevistados - informantes - eram moradores de áreas afetadas pela dengue, profissionais da Estratégia Saúde da Família, e estudantes de curso de graduação; nas análises documentais foram explorados materiais educativos impressos e reportagens sobre a doença de jornais e de revistas. Nos resultados observados, ...
Organicom, 2012
DOSSIÊ • As MídIAs, As INstItuIções de sAúde e A pOpulAçãO: CONveRGêNCIAs e dIveRGêNCIAs NA COMuNICAçãO sObRe A pReveNçãO dA deNGue Resumo Apresenta-se uma pesquisa sobre a comunicação na prevenção da dengue. Com apoio em teorias da produção social dos sentidos, buscou-se compreender e comparar os discursos da mídia, das instituições de saúde e da população sobre a dengue. Foram analisados jornais e telejornais, fluxos de produção e circulação e conteúdos dos materiais informativos, além da realização de entrevistas com moradores de um conjunto de favelas. Os resultados incluem mapas das fontes e dos fluxos da comunicação sobre a dengue, bem como do fluxo de produção e circulação dos materiais das instituições. Entre as conclusões estão a circularidade dos discursos midiáticos e institucionais e a discrepância destes com os da população.
Epidemiologia e desafios no controle do dengue
Revista de Patologia Tropical, 2008
O dengue é considerado hoje um problema crescente de saúde pública mundial. Várias epidemias da doença ocorreram no Brasil nas últimas duas décadas. O país é considerado área endêmica e nele coexistem áreas de risco de dengue e de febre amarela silvestre. A presente atualização revisa as principais características epidemiológicas do dengue mundial, com foco nas peculiaridades da infecção/progressão da doença no Brasil e, de modo particular, na Região Centro-Oeste. Foram discutidas também questões relacionadas com o desafio do controle na Região Centro-Oeste e as oportunidades para investigação. A reintrodução do vetor (Aedes aegypti) no Brasil ocorreu entre 1976 e 1977. A cidade do Rio de Janeiro (Região Sudeste) foi considerada o ponto de partida da dispersão viral pelo litoral e para o interior desde a primeira epidemia (DENV-1) em 1986. O Brasil notifica cerca de 70% dos casos de dengue nas Américas com a co-circulação de três sorotipos do dengue (DENV-1; DENV-2 e DENV-3). A doença vem afetando principalmente a população adulta e o sistema de vigilância mostra tendência crescente à hospitalização, aumento da gravidade da doença e da incidência em crianças e adolescentes. Em 2007, no Brasil foram registrados aproximadamente 500 mil casos de dengue e 158 mortes, no ano anterior haviam sido cerca de 300 mil casos e 77 mortes. Em Goiás (Goiânia), a primeira epidemia foi registrada em 1994. Atualmente os três sorotipos co-circulam na Região Centro-Oeste. Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, houve registro de epidemia com elevadas taxas de incidência (45.843 casos notificados). O recente aumento do número de casos da febre amarela silvestre, principalmente no estado Goiás, representa um alerta à saúde pública em relação à vigilância e ao controle vetorial. DESCRITORES: Dengue. Epidemiologia. Brasil. INTRODUÇÃO O dengue é considerado a doença de transmissão vetorial com o maior crescimento no mundo. Estimam-se 80 a 100 milhões de infecções anuais, 400.000