Prefácio Contos da Guerra do Araguaia: Desejos de arquivo, memórias do Araguaia (original) (raw)
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E-book - Contos da Guerra do Araguaia, 2022
Livro com contos inspirados na Guerra do Araguaia. Publicado pela editora da Universidade Federal do Norte do Tocantins - EDUFNT, em 2022.
Memórias Da Guerrilha Do Araguaia
Escritas, 2020
Apresentamos aqui uma entrevista realizada com uma das grandes lideranças políticas de esquerda no Brasil, José Genoíno Neto, ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) Escritas: Revista do Curso de História Vol. 12, n. 2 (2020), p.274-318 Araguaína História e Educação: práticas e reflexões em tempos de pensamentos anticientíficos ISSN 2238-7188 videoconferência com os pesquisadores via plataforma Google Meet, na noite de 12 de junho de 2020. Antes do encontro online, encaminhamos por e-mail a Genoíno um roteiro de perguntas, que foram mais ou menos seguidas, em função das dinâmicas da interação e do exercício de rememoração. No trabalho de edição, optamos por fazer pequenos recortes, como o de supressão de marcadores conversacionais, preservando o conteúdo, na medida em que, mesmo considerando as digressões inerentes ao exercício de memória, parece-nos valioso o longo depoimento para a compreensão de diferentes aspectos que envolvem os acontecimentos em torno da Guerrilha. Como metodologia de entrevista, optamos por evitar interrupções, aproveitando as pausas para as perguntas, que se redirecionaram também em função das informações por ele trazidas. Genoíno nos falava da biblioteca de sua casa, enquanto nós estávamos em nossas residências localizadas em cidades do Tocantins e do Maranhão. Luiza: Quero começar dizendo boa noite a todos, em especial a você, Genoíno, e nos apresentando. Eu sou professora da Universidade Federal do Tocantins, da área de Letras, trabalhando com Semiótica. A gente vem desenvolvendo junto com o César e mais outros membros aqui do grupo de estudo uma pesquisa sobre a literatura de testemunho, que vai tratar, testemunhar, a experiência frente a situações como a da Ditadura e da Guerrilha. O que a gente tem aqui, do ponto de vista da literatura, é o que os tocantinenses mesmo praticamente ignoraram a Guerrilha, do ponto de vista de uma produção literária. Temos uma literatura que prioriza a memória, mas não tematiza a Ditadura, não tematiza a Guerrilha. Para os interesses de nossa pesquisa, você é uma figura central para nós, é um ator social importante que pode preencher lacunas nas narrativas sobre esses acontecimentos e, por isso mesmo, é uma honra grande poder falar com você nesse momento. César: Boa noite. Sou professor de Ciência Política aqui da UFT. Dou aula em Tocantinópolis, do lado de Porto Franco, onde ficava o Doutor João Carlos Haas Sobrinho 5. Escritas: Revista do Curso de História Vol. 12, n. 2 (2020), p.274-318 Araguaína História e Educação: práticas e reflexões em tempos de pensamentos anticientíficos
Representar a violência do passado no presente: narrações da guerrilha do Araguaia
LETRAS , 2020
Resumo: A literatura atual que reconstrói e narra partes do passado traumático brasileiro é também uma tentativa de enfrentar e explicar as formas da violência contemporânea. Um dos momentos sombrios do passado brasileiro é o dos 21 anos da ditadura militar. Duas autoras que não viveram pessoalmente esses eventos, Liniane Haag Brum e Adriana Lisboa, decidem escrever sobre esse momento histórico e sobre o seu "buraco negro", representado pela brutal repressão da guerrilha do Araguaia. Embora sejam dois textos diferentes, escritos a partir de escolhas e motivações diferentes, eles são aproximados por um lado pelo desafio de contar uma parte da história de violência do próprio país a partir de uma precisa temporalidade escolhida, aquela do presente em que as autoras vivem (do "tempo do pós"); por outro lado pela capacidade de estruturação ficcional de uma relação íntima entre duas personagens que permite tentar o preenchimento do silêncio causado pelo trauma passado e a encenação de um processo de construção da pós-memoria. A narração gerada por essa escrita ficcional entre quem viveu no tempo da violência e quem tenta entender o que foi restitui a experiência da violência para quem nasceu "depois".
Literatura Do Testemunho No Brasil: Reflexões Sobre a Guerrilha Do Araguaia
EntreLetras, 2020
RESUMO: A Guerrilha do Araguaia foi um evento de confronto contra a ditadura civil-militar brasileira que durou de 1972 a 1975, ocorrida no Norte do Brasil. Mediante exposto, este artigo possui como objetivo principal examinar este evento e sua reprodução na Literatura do Testemunho, detidamente no gênero conto, escrito sobre os reflexos da memória, do trauma e da história oral dos camponeses afetados pela Guerrilha do Araguaia. Metodologicamente tratar-se-á de uma pesquisa qualitativa a partir de uma revisão histórica e bibliográfica. Como resultado de pesquisa, constatamos que a memória é uma fonte de mobilização das reminiscências através da cultura oral, fortemente reverberada na produção literária. Palavras-chave: Guerrilha do Araguaia; literatura do testemunho; conto literário; memória.
Narrativas de mulheres camponesas no Araguaia - acontecimento e memória
Rascunhos Culturais, 2021
O artigo analisa narrativas de e sobre mulheres camponesas, no contexto da Guerrilha do Araguaia (1972-1975). Discute a invisibilização desses atores sociais, ignorando seu papel actorial de protagonistas tanto nas produções da literatura, quanto na historiografia e, mesmo, no jornalismo investigativo. Mobilizando categorias da sintaxe narrativa e da semiótica tensiva, são priorizadas na análise relatos de 40 camponesas sobre a repressão empreendida pelos militares na região. Ainda que se definam como adjuvantes dos companheiros, são elas fundamentais nos processos de resistência, mesmo em condições de extrema privação
A impossível memória de Araguaia: um patrimônio sem memorial?
2020
Apresentação Ditadura: um passado para se fazer narrar no presente Rejane Pivetta de Oliveira e Paulo C. Thomaz 11 ESTUDOS CRÍTICOS Literatura e resistência no Brasil hoje Regina Dalcastagnè 17 Patricio Pron e Julián Fuks: narrativas de filiação sobre as heranças traumáticas das ditaduras Eurídice Figueiredo 31 A impossível memória de Araguaia: um patrimônio sem memorial? Roberto Vecchi 45 Memória e resistência: figurações da ditadura na literatura brasileira contemporânea Maria Zilda Ferreira Cury 59 Quando todas as vidas importam, mas só os corpos negros são tombados: notas sobre a literatura negra em contexto de exceção Lívia Natália 73
Acervo J. G. Araújo: Relato De Uma Experiência Em Arquivo
2020
Resumo O trabalho aqui apresentado é fruto das atividades desenvolvidas na Divisão de Documentação Histórica do Museu Amazônico entre os anos de 2016 e 2018. A partir do entendimento dos princípios arquivísticos foi possível executar as tarefas concernentes ao Fundo J. G. Araújo alocado nas dependências do Museu Amazônico. O objetivo é mostrar como o diálogo entre a Arquivologia e a História se faz importante nas atividades exercidas em arquivos, dada a necessidade que o historiador tem ao fazer o uso de técnicas arquivística que servirão para um maior aproveitamento do conteúdo das fontes. Esta possui como material de análise os arquivos e documentos, fomentando a acessibilidade à informação contida nestes processos, além do mais, sua natureza de investigação é limitada justamente pelo seu objeto de estudo.
A Guerra do Paraguai por meio de diários e reminiscências
Historiae, 2014
O presente trabalho intitulado “A Guerra do Paraguai por meio de diários e reminiscências” tem como objetivo principal analisar e problematizar alguns diários e reminiscências, de pessoas que participaram ou foram contemporâneas ao evento histórico conhecido na historiografia brasileira como a Guerra do Paraguai. Desse modo, procuramos historicizar o cotidiano e a vivência de soldados e voluntários da Pátria, dentre outros, que acompanharam o Exército para lutar na guerra contra o Paraguai, destacando suas angústias e tristezas, a partir das vivências cotidianas, relatando desde as dificuldades enfrentadas por eles no decorrer das batalhas face aos paraguaios, como os acampamentos e a convivência diária.
Arqueologia em contextos de repressão e resistência: a guerrilha do Araguaia
Revista Arqueologia Pública, 2015
O artigo discute a abordagem interdisciplinar no estudo de contextos de repressão e resistência, focando especificamente na contribuição arqueológica para o desvendamento das histórias ocultadas da última ditadura brasileira a partir do caso da guerrilha do Araguaia. Para isso, são levantados alguns aspectos deste que foi um dos episódios mais violentos do período, indicando temas identificados a partir da análise das fontes e da bibliografia disponível, em que a arqueologia pode oferecer relevantes contribuições.