As municipalidades e o Império: o caso do Rio Grande do Norte (1830-1840) (original) (raw)

O enigma da capital: a mudança do vice-reinado para o Rio de Janeiro em 1763

O enigma da capital Resumo O enigma da capital estuda a mudança do vice-reinado português da Bahia para o Rio de Janeiro em 1763. Contesta a tese da inevitabilidade dessa mudança. Relativiza a importância do Rio de Janeiro. Realça a importância da Bahia. Reafirma a centralidade de Lisboa na tomada de decisão. Apresenta cenários políticos e econômicos europeus e americanos do reinado do rei José e da gestão do secretário Sebastião compreendidos no período que recobre do tratado de Madrid de 1750 ao fim da guerra de sete anos em 1763. Enfatiza o concerto de alianças luso-inglesas e franco-espanholas. Acentua a influência dos diplomatas ingleses em Portugal. Reavalia a presença de enviados franceses e espanhóis em Lisboa. Recupera personagens capitais dessa diplomacia. Exibe figuras inglesas agudas e engenhosas como os embaixadores Abraham Castres e Edward Hay, os chanceleres Willian Pitt e conde de Egremont, o oficial James O'Hara, afamado lord Tyrawley. Expõe personalidades francesas decisivas como o conde de Merle, a madame Pompadour, o ministro Jacques O'Dunne, os chanceleres François-Joachim Pierre Bernis e Étienne-François Choiseul. Informa da relação conflituosa e cooperativa entre eles e os secretários do rei José. Indica a fina sintonia do secretário Sebastião com o embaixador Edward Hay. Lembra que trabalharam hand by hand durante os momentos decisivos da guerra. Reconhece a gravidade da guerra e sua difícil gestão do lado português. Relata como a onipresença de problemas europeus inviabilizou eventual participação mais ativa dos homens do rei José nas complicações americanas. Revalora a importância do governador Gomes Freire de Andrade, o conde de Bobadela. Diz de sua condição de confiado irrestrito da corte de Lisboa nas Américas. Fala de sua presença no contencioso Sacramento e de sua atuação como governador do Rio de Janeiro e do desolamento transcontinental que sua morte no início de 1763 causou. Propõe que a mudança da sede do vice-reinado para o Rio de Janeiro esteve em muito relacionada à sua morte. Leva em conta a força que o Rio de Janeiro ganhou com a exploração de ouro, mas demonstra a influência inabalável da Bahia nos séculos. Ressalta diferenças dessas duas capitanias. Defende que a decisão de mudar a capital para o Rio de Janeiro teve pouco ou nada que ver com possível "capitalidade" ou ainda intransponível importância adquirida pelo Rio de Janeiro. Suporta, com documentação administrativa e diplomática portuguesa, luso-brasileira, inglesa, francesa, espanhola, que houve absoluta indiferença no referente à mudança do lugar do vice-reinado no Brasil. Entende que a valorização do tema e do próprio Rio de Janeiro como capital inevitável foi construção histórico-ideológica dos séculos seguintes.

Um projeto para a nação: Tensões e intenções políticas nas "províncias do Norte" (1817-1824)

Revista de História, 2008

Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto Um projeto para a nação. Tensões e inTenções políTicas nas "províncias do norTe" (1817-1824) Luiz Geraldo Silva Universidade Federal do Paraná resumo O presente artigo defende a idéia conforme a qual as discussões travadas nas províncias do Norte, entre 1820 e 1824, não acenaram para a constituição de estados ou nações independentes. Antes, elaborou-se ali, ao longo daqueles anos, um projeto para o conjunto do que outrora fora a América portuguesa, ou um projeto para nação brasileira. Assim, o que estava em questão não era a secessão do Império, mas a defesa do pacto constitucional e federativo que deveria garantir a unidade do Império, "do Amazonas ao Prata". palavras-chaves Pernambuco • projetos políticos • nação • Império do Brasil.

A crise política de 1720 : conflitos jurisdicionais e cultura política do Antigo Regime na administração da Capitania do Rio Grande do Norte

2017

Este trabalho analisará uma sequência de conflitos que ocorreu na Capitania do Rio Grande, ao longo da década de 1720, envolvendo o escrivão da câmara da cidade do Natal, Bento Ferreira Mousinho, e o capitão-mor daquela capitania, José Pereira da Fonseca. Tendo culminado na prisão deste em 1731, objetivando-se, a partir desse estudo de caso, discutir e caracterizar a cultura política presente na administração da capitania do Rio Grande. Para tanto, analisar-seão algumas fontes manuscritas sobre esse conflito, presentes no Arquivo Histórico Ultramarino (cartas, requerimentos, provisões e consultas) e os termos de vereação do Senado da Câmara de Natal, a luz das discussões da Nova História Política.

Dicionário da elite política republicana (1889-1930) - Verbetes sobre o Rio Grande do Norte (C)

"http://cpdoc.fgv.br/dicionario-primeira-republica CÂMARA, Augusto Leopoldo da - Augusto Leopoldo Raposo da Câmara CÂMARA, Jerônimo - Jerônimo Américo Raposo da Câmara CÂMARA, Lindolfo - João Lindolfo Câmara CASTRO, Almeida - Francisco Pinheiro de Almeida Castro CASTRO, Miguel - Miguel Joaquim de Almeida Castro CASTRO, Nascimento - Manuel do Nascimento Castro e Silva CHAVES, Ferreira - Joaquim Ferreira Chaves Filho

O Mapa Do Brasil Ao Tempo Do Império: O Caso Da Criação Da “Província Do Rio São Francisco (1873-1874)

Estatistica E Sociedade, 2012

A mais recente tentativa de mudança do território brasileiro ocorreu ao final de 2011, quando em plebiscito a população do Pará recusou a divisão do estado em três: Pará, Carajás e Tapajós. Foi a primeira vez que se intentou uma mudança por consulta à população, já que as mudanças anteriores ocorreram por decisão legislativa, ou por decisão autoritária do executivo. E não foram muitas desde o período colonial. Num rápido retrospecto, a primeira divisão do país, ainda na Colônia, ocorreu em 1534, na forma de Capitanias Hereditárias, no reinado de D. João III, e que deixam de ser consideradas "hereditárias" em 1759, por decisão do Marquês de Pombal, o todo poderoso ministro de D. José I. Ao correr dos tempos, aqueles formatos fundadores, por demais retilíneos, passaram por ajustes, e outras divisões foram feitas ainda ao tempo da Colônia, bem assim, ao tempo do Reino do Brasil, unido a Portugal e ao Algarve (é o caso de Alagoas e de Sergipe). Contudo, a expressão "capitanias" seguiria presente até 1821, às vésperas da Independência, ocasião em que o novo país ficaria formado por 18 províncias, nos termos da primeira Constituição brasileira, em 1824. Só três mudanças ocorreriam no mapa do Império: a primeira em 1828, com a independência da Província Cisplatina, que seria a atual República Oriental do Uruguai; a segunda em 1850, com a criação da Província do Amazonas, separada da Província do Grão-Pará; a terceira em 1853, com a criação da Província do Paraná, separada da Província de São Paulo. Proclamada a República, e definido um governo federativo, as províncias ganharam a denominação de Estados (República dos Estados Unidos do Brasil era o nome oficial do país). Em toda a chamada Primeira República, entre 1889 a 1930, houve apenas uma mudança territorial em 1904. Então, por ação do Barão do Rio Branco, à época Ministro das Relações Exteriores, a região do atual Estado do Acre seria incorporada como Território Federal, num processo de aventuras inacreditável. Após a queda da Primeira República, em final de 1930, o país passaria por diversas mudanças, assim podendo ser resumidas: em 1943, Getúlio Vargas, usando dos poderes inerentes ao chamado Estado Novo (criado em 1937), e invocando o processo de guerra mundial, na qual o país entrara ao lado dos Aliados, criaria seis Territórios Federais, a saber:

Capitania do Porto da Corte e Província do Rio de Janeiro: conflitos de interesses e jurisdições na capital do Império (1845-1855

HONORATO, Cezar; OLIVEIRA JÚNIOR, Alcidesio de (Orgs.). Portos e cidades portuárias em questão, 2020

Este artigo pretende analisar os primeiros anos de funcionamento da Capitania do Porto da Corte e Província do Rio de Janeiro, a partir da perspectiva da formação dos Estados nacionais e o seu impacto sobre as dinâmicas internas tradicionais, buscando traçar um panorama das percepções locais e centrais do litoral da cidade e das repartições em si como consequência daquele processo. O debate sobre o uso das praias e a responsabilidade sobre elas foi um ponto importante nos primeiros anos da repartição, pois foi um momento de colisão de forças com o poder local, representado pela Câmara Municipal.

fundação da “cidade-capitania” do Rio de Janeiro e a Repartição do Sul: notas sobre administração colonial

Cadernos do Desenvolvimento Fluminense, 2015

This article discusses the controversy over the founding of the city of Sao Sebastião do Rio de Janeiro, in 1565/67 associated with the creation of real captaincy of Rio de Janeiro. The work also includes the analysis of the adoption and operation of an administrative division which has changed three times political and jurisdiction setting government-general of the State of Brazil, originally installed in Bahia: the South Section, based in Rio de Janeiro in the sixteenth and seventeenth centuries.

Pela cidade, educabilidades (Príncipe, Rio Grande do Norte - século XIX)

Educar em Revista, 2014

Esse trabalho tem como temática cidade e educabilidade e como objeto pedagogias da cidade no Príncipe no século XIX, a partir do qual objetivamos pela relação entre os espaços e as sociabilidades, mirar um conjunto de educabilidades constituídas por práticas sociais e valores da vida material e das elaborações simbólicas no Príncipe (atual cidade de Caicó, RN) no século XIX. O corpus documental para o estudo da pedagogia da cidade no Príncipe, no século XIX, é composto por fontes político-administrativas, eclesiásticas, cartoriais e judiciárias. Esse trabalho de história cultural da cidade, para a análise e interpretação das fontes, assenta-se no método indiciário, permitindo o apreço aos pormenores e a conciliação entre a racionalidade e a sensibilidade.