Gnosiologia, Epistemologia e Teoria Da Ação Dialógica Em Paulo Freire (original) (raw)
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Revista Nova Paideia - Revista Interdisciplinar em Educação e Pesquisa, 2022
Resumo. Este artigo está pautado em pesquisas de uma tese de doutoramento que se apropria das concepções freireanas sobre o diálogo. Busca-se dimensioná-lo como sendo fomentador de espaços de possibilidades de práticas libertadoras. Neste texto, num breve resumo histórico da Pedagogia ocidental, buscar-se-á responder a questão: na história ocidental da Pedagogia em que condições a ideia pedagógica de diálogo esteve presente ou não? Para tal, utilizar-se-á contrapontos e indicações de Paulo Freire que referendam o diálogo e sua concretude. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, a qual tem como seus principais aportes teóricos: CAMBI (1999); FREIRE (1970); FRANCO (2012). Os resultados evidenciam que o processo de educação e de formação do homem, desde a antiguidade até os dias atuais, existiu uma predominância do não diálogo. Indícios indicam que essa ausência do diálogo reverbera nas condições atuais de desigualdade, exclusão, dominação e alienação da grande maioria dos seres humano...
Sobre Argumentos Tópicos Dialéticos e Retóricos Na “Consolação Da Filosofia”
Kriterion: Revista de Filosofia, 2019
RESUMO Este trabalho tem por objetivo apresentar os tipos de Argumentos Tópicos reconhecidos por Boécio, apontando suas diferenças quanto à disciplina a que pertencem. A partir disso, pretende-se considerar seu uso na “Consolação”, ressaltando que a utilização dessa forma de argumento possui, de acordo com o próprio filósofo, implicações sobre o objetivo do autor ao escrever o texto. Tendo sido sua última obra e escrita tão próxima ao estudo que realizou dos textos sobre os Tópicos, cuja pretensão era de, mais tarde, harmonizar com as demais partes da lógica para fortalecê-la conforme parece propor em ambos os escritos sobre o tema, pareceria pertinente supor que Boécio utilizaria esse tipo de argumento para encontrar as inferências mais adequadas ao seu discurso, dando-lhe força e deixando clara sua intenção por meio da estrutura formal a que recorreu.
Um Diálogo Epistemológico Com Freire: Palavra, Práxis e Educação
e-Mosaicos, 2017
Neste artigo, busca-se estabelecer um diálogo com Freire em torno da sua praxiologia. Partimos da ideia de inacabamento e incompletude do ser humano para uma visão da história como possibilidade, em que se pode criar espaço para a co-laboração através do diálogo com as outras pessoas e mediatizado pelo mundo. Trazemos à colação um conjunto de articulações entre Freire e outros autores bem como estabelecemos pontos de contacto entre o pensamento freiriano e algumas pensadoras feministas, no que concerne a introdução de uma linguagem amiga-do-género e a complexificação do conceito de opressão. Com um enraizamento na palavra, no diálogo e na práxis, exploramos o constructo de uma educação problematizadora e libertadora tendente à humanização dos processos educativos e à acentuação da produção social e cultural. Tem-se em conta, nesta análise, a emergência de contextos sociais em que a opressão e quem é oprimido ganham novos contornos, reclamando uma reconceptualização.
Epistemologia e Gramática Filosófica
Analytica - Revista de Filosofia, 2016
Man wird oft von einem Wort behext. Z. B. vom Wort "wissen". Wittgenstein, Über Gewissheit, § 435. 1. A filosofia costuma ser louvada por suas ideias e ironizada por suas técnicas. Parecem preciosos os gestos largos, o apreço aos princípios, mas de pouca valia o trabalho minudente, sendo depreciadas as técnicas por que logramos alcançar alguma posição elevada. Não sendo a elevação sempre evidente ou garantida, o recurso a expedientes especiosos pode fazer as vezes de profundidade. Por isso, não sendo óbvia ao não iniciado a diferença entre a firula e o drible, a filosofia facilmente se prestaria à galhofa, sobretudo quando se volta aos detalhes, aparentemente insignificantes, ou seja, sobretudo quando se encontra em seu elemento. E isso desde os primórdios. Em um fragmento do comediógrafo Epícrates, alegres jovens atenienses, supervisionados por Platão, aparecem nos ginásios da Academia, debruçados sobre distinções as mais finas, ocupados em classificar em gênero a abóbora, se arbusto, gramínea ou legume-com o que, vingando-se, o público debochava do trabalho da divisão dialética, tão bem exemplificado n'O Sofista, por meio do qual se procurava estabelecer quais ideias se comunicam entre si e quais se excluem, bem como compreender o princípio em virtude do qual se comunicariam, isto é, o próprio "ser" e, logo, as regras próprias das ligações de predicação possíveis, os princípios mesmos da identidade e da diferença. 2 volume 20 número 1 2016 EpistEmoloGia E Gramática FilosóFica Na superfície, o público leria o profundo como anedótico ou inútil, sem que, por contraposição, devamos sempre supor profundo o que nesse trabalho pode haver de ocioso, repetitivo e deveras chato. A filosofia, com sua especial atenção à linguagem, tende a padecer incompreensão semelhante à sofrida pela linguística de feição antropológica, que, ao procurar ver a "diversidade de usos de que se reveste cada lugar, diversidade movida por razões históricas, sociais e até políticas", tem retido de seu trabalho o arco de nominações por que nos envolve "a névoa, ou neblina, ou librina, ou neve, ou nevoeiro, ou nuveiro, ou quantos outros nomes que a lexicologia regional queira dar a esse fenômeno atmosférico". Ora, mais que meramente fazer registros, a linguística desfia os mistérios por que a língua, diferenciando-se em seus usos, articula em um sistema comum um conjunto de variedades de manifestação, de modo que nada tem de trivial o que "dá ao falante o direito de (...) escolher se compra uma galinha d'angola, uma pintada, uma cocar, uma guiné, uma tô fraco, uma capote, uma angolista, uma picote"; ou o que, decalcando preconceitos da realidade dura da prostituição, "dá-lhe a possibilidade de utilizar dama, mulher dama, varredeira, varre-rua, mulher da vida, mulher de vida livre, mulher de vida fácil, rameira, prima e muitas outras denominações". 3 O trabalho do filósofo, então, não sendo a repetição ou a aplicação de meras técnicas, por sofisticadas que o sejam, tende a articular recursos, conformar vocabulários, selecionar ou recusar temas, o que se manifesta em um modo argumentado de fazer escolhas e superar dificuldades. Ou seja, o trabalho do filósofo tende a constituir-se como obra. Em sendo assim, traça caminhos, configura-se em métodos, desenha um estilo por que se entrelaçam temas reiterados e procedimentos recorrentes. Lembrando Ubirajara Rebouças, poderíamos dizer de forma ainda mais radical: a obra é filosófica se comporta uma démarche. Não se deve supor, por conta disso, que precisem ou mesmo devam constituir sistemas. Apenas não devem resultar, sistemáticas ou não, da aplicação ociosa de um patois a qualquer tema (como quando adoecíamos aqui e alhures de hegelianismo), e sim constituir critérios para discernir o profundo do especioso, para a preservação ou mudança de posições, para a decantação do duradouro sobre o passageiro e inclusive para a colaboração empreendida pelos pro-3 CARDOSO,
2014
O artigo apresenta os recursos metodologicos utilizados nas disciplinas pedagogicas do curso de Licenciatura em Matematica do Instituto Federal de Educacao, Ciencia e Tecnologia do Tocantins, no Campus Paraiso do Tocantins, como um esforco teorico e conceitual para a praxis dialogica fundamentada em Paulo Freire. O objetivo do estudo consiste em promover o estreitamento dos lacos entre os aspectos teoricos e praticos da formacao docente. A metodologia utilizada prima pela reflexao-acao a partir de temas geradores e do estudo sistematico das obras de Freire. O estudo se encontra atualmente em construcao, mas ja apresenta resultados significativos com a utilizacao dos temas geradores pelos estudantes e pela construcao de uma proposta de utilizacao da praxis freireana no ensino de Matematica.
AS PULSÕES E A RAZÃO: SOBRE UMA ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA FREUDIANA EM "DIALÉTICA DO ESCLARECIMENTO"
RESUMO: Em "Dialética do Esclarecimento", Horkheimer e Adorno tomaram de Freud a explicação metapsicológica do funcionamento psíquico baseado na movimentação de pulsões orientadas para a autoconservação e transformaram-na em uma característica própria da natureza humana. Nesse âmbito, a estruturação psicológica do ser humano, como uma reação à condição inescapável de desamparo, levaria a uma relação intrínseca entre racionalidade e dominação, vinculando conhecimento e interesse na realização da satisfação pulsional. A necessária submissão das pulsões como natureza interna para a própria sobrevivência humana teria levado o sujeito a dominar também a natureza externa por uma identificação ao eu realizada por projeção e destruição. Contudo, os autores de Frankfurt fazem ainda modificações e adaptações da teoria freudiana, uma vez que a concepção de antropologia trabalhada no livro modifica-se histórica e culturalmente. É a explicação de tal antropologia filosófica baseada na teoria freudiana que guiará a nossa exposição dos conceitos principais envolvidos no tema em "Dialética do Esclarecimento".
Marxismo e Fenomenologia nos pensamentos de Paulo Freire
Filosofia e Educação, 2011
Professor da UNESC Doutor em Educação pela UNISINOS Resumo Este artigo, procurou verificar a presença e a influência das correntes filosóficas Marxismo e Fenomenologia em pensamentos do educador Paulo Freire. Neste estudo pôde-se refletir e compreender melhor essas correntes filosóficas e identificar como elas influenciaram o autor na elaboração dos conceitos sobre humanismo e educação. Na Fenomenologia a influência maior está na relação entre mundo/sujeito/coisas, e a busca pela cientificidade da filosofia, afirmando que essa ciência seria capaz de dar as respostas e definitivas aos problemas do conhecimento. No Marxismo encontra fundamento para revelar o antagonismo presente na sociedade capitalista, autora de parte dos problemas sociais do mundo.
Olhar de Professor, 2020
Resumo: Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa de doutoramento entre 2016 e 2020 que objetiva compreender a partir da ontologia, da epistemologia e da práxis pedagógica a dialética das aproximações e/ou dos distanciamentos dos saberes da docência universitária em relação ao Ciclo Gnosiológico em Paulo Freire. Tratase de um estudo etnometodológico de abordagem qualitativa, a partir da bricolagem científica enquanto postura investigativa. A pesquisa bibliográfica, a análise documental, o questionário on-line, a entrevista com base em casos hipotéticos de ensino e a entrevista de explicitação foram as técnicas de coleta de dados vivenciadas com seis mestres e doutores egressos do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Ceará (PPGE-UECE) entre 2004 e 2017. Os achados apontaram que o Ciclo do Gnosiológico freiriano contribui para pensar e impulsionar a constituição dos saberes da docência universitária a partir da do-discência, da pesquisa e do diálogo intersubjetivo. Palavras-chave: Saberes da docência universitária. Ciclo Gnosiológico em Paulo Freire. Pós-graduação em Educação.
Sobre a Pedagogia Criadora De Paulo Freire
2021
Article on the creative character of Paulo Freire's pedagogical proposal, with attention to the “pedagogy of the oppressed”, indicating some of the relevant issues he had to face, discuss and overcome to support his education project as a practice of freedom in opposition to the conservative tendency existing at almost all levels of educational practices. Among these issues, he highlights the imperative of overcoming contradictions in the relationships between educators and students, especially those that occur in what he called “banking” education, and the issue related to the importance of denying noncontradictory representations of contradictions. It makes a confrontation between the belief in knowledge as an act of reproduction and its reality as an act of creation and what they represent in education. It compares and finds affinities of Paulo Freire's proposal with Bachelard's pedagogy of reason and imagination and with the pedagogical, liberating and integrative fu...