O homem vazio: uma crítica ao utilitarismo (original) (raw)
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Ampliação simbólica da obra The Hollow Men: Um ensaio sobre o vazio
2019
Symbolic amplification of The Hollow Men: An essay on the void This article deals with the symbolic amplification of the poem The Hollow Men, by T. S. Eliot. The text, written in the context of the modernist movement, is one of the most cited of the twentieth century’s literature and reflects the importance of Eliot in the formation of the “spirit of the age.” Using Analytical Psychology and Symbolic Psychology as a theoretical basis, we sought to amplify the emerging images of the poem and to analyze them in the Jungian perspective. Among the emerging symbols of the text, the psychic emptying of the twentieth-century man stands out. We assume, based on the course of the poem, that this void is a result of the energetic drainage promoted by the polarized dynamics of the matriarchal and patriarchal archetypes throughout history. We conclude with the hypothesis that only the communion of both archetypes, through otherness, can reverse the process of emptying. ■
A concepção de vazio em Roland Barthes
ALEA: Estudos Neolatinos - PPGLEN, UFRJ, 2018
Resumo Este ensaio busca reler O Império dos signos, em que Barthes elabora, à sua maneira, uma espécie de etnografia da cultura oriental, especialmente a arte de vida japonesa, que será para ele como a revelação de uma estética muito pessoal, que ele parece ter intuído desde O Grau zero da escritura: a estética do vazio. Essa estética encontra, por hipótese, conclusão sob o nome de Neutro, essa utopia da linguagem que suspende toda a significação. A meio caminho entre O Grau zero da escritura e O Neutro, O Império dos signos será o pivô desta pesquisa. Abstract This essay aims to reread The Empire of Signs, in which Barthes develops, in his own way, a kind of ethnography of Eastern culture, especially the art of Japanese life. This which, for him, was a revelation of a highly personal aesthetics , which he seems to have intuited since Writing Degree Zero: the aesthetics of emptiness. This aesthetics presumably found a conclusion in The Neutral, that utopia of language that suspends all signification. Halfway between Writing Degree Zero and The Neutral, The Empire of Signs will be the focus of this research.
Quando o prazer oprime: uma crítica nietzschiana ao utilitarismo
2016
Introdução A discussão concernente à crítica de Nietzsche ao utilitarismo tem conquistado um importante terreno nesta última década e se dilata por diversos textos. Muitos desses textos tentam atenuar e, por conseguinte, contextualizar os ataques ad homines de Nietzsche aos utilitaristas, presentes, com alguma frequência, em Além do Bem e do Mal onde os utilitaristas e os ingleses são chamados de medíocres e indispostos à filosofia (por exemplo, em: BM, 228 "ingleses medíocres"; 252 "esses ingleses não são uma raça filosófica" 253 "ingleses com inteligência medíocre" / sobre o contexto dos argumentos ad homine de Nietzsche ver: SOLOMON, 1996). Os intérpretes concentram-se em garimpar, em meio ao tom fortemente provocador das críticas de Nietzsche, o elemento essencial que lhe autoriza a desqualificar o utilitarismo com tanta veemência. Em geral, procura-se mostrar como Nietzsche reconhece nos utilitaristas o espírito decadente de uma moral que subordina a validade da ação moral à quantidade de beneficiados com ela, à maioria. Nesse sentido, alguns intérpretes defendem que a crítica de Nietzsche ao utilitarismo envolve, sobretudo, uma crítica à homogeneização do ser humano que a proposta utilitarista pressupõe. Nietzsche, de fato, sugere isso em vários textos, como, por exemplo, BM, 201. Com o utilitarismo o indivíduo é esmagado por uma maioria que, tal como ocorre no cristianismo, só pensa na sua própria conservação. Assim, o utilitarismo seria a continuação do cristianismo por reafirmar a tese do altruísmo-pautado, no caso do utilitarismo, na satisfação da maioria-com o intuito de preservação de um
Adam Smith e Francis Ysidro Edgeworth: uma crítica do utilitarismo
Nova Economia, 2011
Sugerimos, nesse trabalho, a investigação das concepções de Adam Smith e a de Francis Ysidro Edgeworth do utilitarismo. Ambas as concepções foram utilizadas para desenvolver a Ciência Econômica. Porém, também apresentaram as limitações da teoria econômica, cujas fronteiras vislumbradas pelos autores remetem para a necessidade de avaliar as ações e condutas humanas com teoria moral diferente do utilitarismo. Entendemos que a teoria moral de Adam Smith, esquecida pela história do pensamento econômico, se apresenta como alternativa e, em decorrência, uma ideia promissora para aperfeiçoar o estudo das ações e condutas ditas econômicas.
Palavras-chave Adam Smith e Francis Ysidro Edgeworth: uma crítica do utilitarismo
Mestre em Economia Aplicada pela UFRGS Resumo Sugerimos, nesse trabalho, a investigação das concepções de Adam Smith e a de Francis Ysidro Edgeworth do utilitarismo. Ambas as concepções foram utilizadas para desenvol-ver a Ciência Econômica. Porém, também apresentaram as limitações da teoria eco-nômica, cujas fronteiras vislumbradas pelos autores remetem para a necessidade de ava-liar as ações e condutas humanas com teoria moral diferente do utilitarismo. Entendemos que a teoria moral de Adam Smith, esquecida pela história do pensamento econômico, se apresenta como alternativa e, em decorrência, uma ideia promissora para aperfeiçoar o es-tudo das ações e condutas ditas econômicas. Abstract We suggest, in this paper, the investigation of Adam Smith and Francis Ysidro Edgeworth´s utilitarianism conceptions. Both conceptions were used in order to develop Economics as science. However, they presented the limitations of the economic theory, which boundaries recommended.
Razões para o utilitarismo: uma avaliação comparativa de pontos de vista éticos
Ethic@: an International Journal for Moral Philosophy, 2002
The paper presents the three main ethical views, namely virtue ethics, deontology and consequencialism, which are predominant in moral philosophy nowadays. It sorts out the main features of each theory pointing to the main advantages as well as to the main disadvantages of each approach. Afterwards, it argues for a consequentialist account of morals, that is, a particular form of utilitarianism. Resumo: O trabalho apresenta os três principais pontos de vista éticos que são predominantes, hoje, nas discussões da filosofia moral, a saber, a ética de virtudes, a deontologia e o conseqüencialismo. Ele revela os principais traços de cada teoria apontando os seus pontos positivos e negativos. Posteriormente, ele argumenta em favor de um enfoque conseqüencialista, isto é, por uma forma particular de utilitarismo. É comum que da boa intenção se siga a boa ação e que desta última se siga um bom resultado e vice-versa. Por causa disso, teorias éticas podem identificar o locus primário do valor moral nas disposições de caráter do agente, das quais emerge a sua intenção, no tipo de ação que ela produz, ou na conseqüência resultante da ação. No primeiro caso temos as éticas da virtude, no segundo as éticas deontológicas ('deon' = dever) e no terceiro as éticas teleológicas ('telos'= objetivo, fim) ou conseqüencialistas, como mostra o esquema: Disposições de caráter do agente Tipos de ação Conseqüências da ação ¡ ÉTICA DA VIRTUDE ¡ ÉTICA DEONTOLÓGICA ¡ ÉTICA TELEOLÓGICA OU CONSEQÜENCIALISTA No que se segue quero expor e discutir brevemente e de forma comparativa cada um desses sistemas éticos, acabando por defender uma forma de conseqüencialismo como a teoria que mais plausivelmente identifica a fonte última do valor moral. COSTA, C. Razões para o utilitarismo ethic@ Florianópolis v.1 n.2 p.155-174 Dez. 2002
O Vazio da Máquina: Niilismo e outros abismos
2007
A exploração do subterrâneo, do tabu, da humanidade que preferimos esconder de nós mesmos. O Vazio da Máquina investiga alguns dos tópicos mais incômodos trazidos à luz pelo vazio da existência. O nada, o absurdo, a solidão, o sofrimento, o suicídio, a hipocrisia são alguns dos assuntos principais abordados ao longo da obra. Sabemos até onde podemos chegar com nosso conhecimento moderno; resta finalmente empregá-lo.
Artigo A hermenêutica do vazio 2013
Em um livro cujo tema condutor é Amazônia, Políticas Públicas e Desenvolvimento, indaguei-me a princípio qual a contribuição que um professor de Hermenêutica poderia registrar, ainda que com alguma estranheza e desconfiança, o que, afinal, é sempre um bom ponto de partida da crítica. E a pergunta fundamental, penso encontrar a respeito das representações que temos acerca da Amazônia, na pretensão de desvelar algo em comum que funciona e tem funcionado como o horizonte das significações construídas sobre o local de que e de onde falamos. Assim sendo, escolhida a abordagem de decifração de tais representações, restava-me eleger o percurso. Como fio condutor, ocorreu-me falar sobre um romance, pois a literatura é lugar privilegiado em que se plasmam as imagens e visões de mundo. O romance é o "Safra", de um autor paraense, nascido em 1902, chamado Abguar Bastos Damasceno, de nome artístico simplesmente Abguar Bastos. Morreu em 1995. Este romance está caindo num lamentável esquecimento e pertence hoje ao domínio de um círculo cada vez mais restrito de intelectuais que o mencionam quando falam, de alguma maneira, da literatura produzida na região amazônica. Mas, mesmo em abordagens dessa natureza, em regra o nome do Abguar Bastos fica obscurecido do lado de nomes do mesmo período que ele, como Dalcídio Jurandir e Bruno de Menezes. Era um autor desse círculo, junto com outros autores do Amazonas daquele período: o autor de "Inferno Verde" e de "O Paruára", romances que acabaram surgindo depois da semana de arte moderna de 1922, e que 1 Ofereço o ensaio a Profa. Amarílis Tupiassú, de cuja leitura do Padre Vieira sou tributário. 2 Professor de História do Direito e do Pensamento Jurídico (graduação) e Hermenêutica, Interpretação e Aplicação do Direito (Mestrado) do Centro Universitário do Pará-CESUPA (Belém), onde é Coordenador do curso de Direito. Doutor em Direito pela Università Del Salento (Lecce). se incluem dentro do modernismo: mais especificamente, aquilo que nós tivemos de modernismo na região amazônica. Comecemos pela proposta teórica do ensaio: não se interpreta o vazio, não há uma Hermenêutica do vazio, ou do vácuo, no sentido estrito do termo. O que é possível interpretar são as representações sobre o vazio, e que, por serem justamente representações dele, já são alguma coisa. O vazio, então, abordado hermeneuticamente, É e ESTÁ, ontológica e historicamente. A proposta com que o ensaio pretende trabalhar é que, do ponto de vista literário, os instrumentos narrativos e artísticos da literatura que plasmam socialmente essas representações, em todos estes elementos que servem para cristalizar valores e impressões históricas, a Amazônia tem tradicionalmente figurado como este vazio.
Humanidades. Uma inutilidade mais do que necessária
2017
O Instituto de Letras e Ciências Humanas da Universidade do Minho convidou-me para fazer uma conferência na sessão comemorativa do seu 42º aniversário. Escolhi entrar em diálogo com Nuccio Ordine, autor de A Utilidade do Inútil, bem como Abraham Flexner, "The usefulness of useless knowledge".
O lugar do homem no Catastrofismo de Cuvier
Sob a orientação da teoria catastrofista, Georges Cuvier empreendeu uma resistência à aceitação da existência de fósseis humanos. Baseado na teoria do Catastrofismo cuvieriano, Cuvier não aceitava que tais fósseis fossem encontrados na Europa ou América. Entretanto várias descobertas de ossadas humanas fossilizadas foram feitas nestes continentes, produzindo uma anomalia kuhniana na paleontologia, que resultou em um processo de discussões que perdurou por décadas, até a aceitação da existência de fósseis humanos.