Prevalência de fatores de risco cardiovascular em adolescentes de escolas públicas do município do Rio de Janeiro (Atena Editora) (original) (raw)

Introdução. As doenças cardiovasculares ainda são a maior causa de mortes no mundo. Muitas mortes por ano poderiam ser evitadas se toda a população mundial fosse suficientemente ativa fisicamente. Objetivos. O geral é descrever a ocorrência de fatores de risco cardiovascular em adolescentes com idade entre 10 e 15 anos, alunos de escolas públicas do município do Rio de Janeiro, sendo uma delas, modelo em práticas esportivas e a outra, uma escola regular. Os objetivos específicos são: comparar a ocorrência dos fatores de risco cardiovascular (FRCV) entre as duas escolas, e correlacionar a ocorrência dos FRCV para diferentes modalidades esportivas praticadas na escola modelo. Metodologia. Estudo transversal realizado com uma amostra de conveniência de 422 adolescentes escolares do município do Rio de Janeiro entre 10 e 15 anos de idade, composta por alunos do Ginásio Experimental Olímpico (GEO) e da Escola Municipal Figueiredo Pimentel (EMFP), uma escola comum. Análise descritiva dos dados foi realizada utilizando média e desvio-padrão (DP) ou mediana e intervalo interquartil (IIQ) para variáveis contínuas, dependendo da distribuição dos dados, e proporção para variáveis categóricas, sendo realizados os testes t Student e qui-quadrado para comparação, respectivamente. As modalidades esportivas foram analisadas individualmente e classificadas em duas categorias de acordo com o respectivo equivalente metabólico (MET) se abaixo ou acima de 5 MET a depender do tipo de modalidade esportiva praticada. Resultados. Dos 422 participantes, 274 eram alunos do GEO e 148 eram alunos da EMFP. A média de idade foi semelhante nas duas escolas, sendo 12,5 anos (DP 1,6) na EMFP e 12,6 (DP 0,9) no GEO, enquanto 65,5% (97/148) dos alunos eram do sexo feminino na EMFP e 43,8% (120/274) no GEO (p<0,01). Diferenças significativas foram encontradas entre os alunos da EMFP e do GEO em relação à proporção de casos de HAS (20% x 6,3%; diferença de 13,7%; p<0,01) e de CT (colesterol total) limítrofe (27,7% x 17,3%, diferença de 10,4%; p=0,01). Considerando as categorias de MET das modalidades esportivas praticadas pelos alunos do GEO, para idade e sexo, o grupo MET baixo apresentou chance 2 vezes maior de CT limítrofe, no entanto estatisticamente não significativa. Conclusão. O presente estudo destaca a importância da ocorrência de fatores de risco cardiovascular nos adolescentes e sugere programas de treinamento de práticas esportivas supervisionadas nas escolas para uma maior aderência dos alunos aos exercícios.