O ‘Esclarecimento’ kantiano do socialismo evolucionário de Bernstein (original) (raw)
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2009
A presente dissertacao tem dois objetivos centrais: o primeiro e apresentar a solucao kantiana aos seguintes problemas da filosofia politica: a) o problema da fundamentacao da necessidade do Estado e b) o problema da definicao e justificacao da melhor forma de governo, ou seja, de como o Estado deve organizar-se para exercer o poder que lhe e inerente. O segundo objetivo e analisar a mantenca do conceito etico de autonomia no contexto do pensamento juridico-politico kantiano. Diante desses objetivos, fez-se necessario estruturar a dissertacao em quatro capitulos. O primeiro delimita o objeto de estudo e apresenta a chave de leitura sem a qual compreende-se que e impossivel entender o pensamento juridico-politico kantiano, a saber, as perspectivas argumentativas da respublica noumenon (plano racional) e da respublica phaenomenon (plano fatico ou efetivo). No segundo capitulo, A fundamentacao racional do Estado, expoe-se a resposta de Kant ao problema da fundamentacao da necessidade d...
Liberdade e Esclarecimento: Da Esperança Kantiana À Aporia Segundo Horkheimer e Adorno
Intuitio, 2009
Pretendeu-se, com este artigo, mostrar dois momentos e duas concepções bem distintas acerca do Esclarecimento (ou Iluminismo), tomando como base dois documentos referenciais: Resposta à pergunta o que é o esclarecimento?, de Kant, e O conceito de esclarecimento 1 , de Horkheimer e Adorno. O primeiro momento é o liberal, marcado pela ascensão econômica e política da burguesia e que ofereceu a Immanuel Kant, a despeito do atraso alemão (e, por isso, a necessidade de algo para alcançar maior desenvolvimento), um quadro que o fez deslumbrar uma esperança de liberdade na medida em que uma racionalidade específica colocaria um movimento esclarecedor que retiraria os homens da
AUTONOMIA O que é o Esclarecimento - Immanuel Kant
Esclarecimento (Aufklärung) significa a saída do homem de sua minoridade, pela qual ele próprio é responsável. A minoridade é a incapacidade de se servir de seu próprio entendimento sem a tutela de um outro. É a si próprio que se deve atribuir essa minoridade, uma vez que ela não resulta da falta de entendimento, mas da falta de resolução e de coragem necessárias para utilizar seu entendimento sem a tutela de outro. Sapere aude! 1 Tenha a coragem de te servir de teu próprio entendimento, tal é portanto a divisa do Esclarecimento.
Esclarecimento: da filosofia kantiana à Teoria Crítica da Sociedade
XXXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom), 2013
ATUALIZAÇÃO: Uma versão atualizada e ampliada deste artigo foi publicada na Revista Temática. Com o título "Esclarecimento: da filosofia Kantiana à Teoria Crítica da Sociedade", o artigo está disponível na seção "papers (journals)" deste perfil. A presente comunicação científica tem como objetivo apresentar o modus operandi da produção audiovisual intitulada “Esclarecimento” com discussões importantes para o campo da Comunicação ao analisar por meio da Teoria Crítica da Sociedade elementos provindos da filosofia kantiana, sobretudo o uso da Razão Emancipatória, o processo de transformação da Razão em instrumento a serviço do capitalismo, a produção da Indústria Cultural e os impactos que essa instrumentalização provocaram no homem. O vídeo foi produzido em formato de revista eletrônica, possui uma linguagem acessível com fins de divulgação científica. É constituído por quatro matérias, à maneira de videotape, com imagens e vídeos alusivos aos conceitos-chave da Teoria Crítica. Há também uma entrevista exclusiva com um professor Doutor sobre as perspectivas de emancipação ou não do indivíduo proposto pela teoria.
A resposta Kantiana à pergunta: que é esclarecimento?
ethic@-An international Journal for Moral Phylosophy, 2011
Resumo Diante do lema "sapere aude", com o qual Kant apresenta sua caracterização de esclarecimento, colocase imediatamente a questão: o que signi¿ ca pensar por si mesmo? Apesar de Kant procurar responder a isso ao longo do texto, muitas di¿ culdades permanecem enquanto as teses ali defendidas não forem integradas no horizonte da ¿ loso¿ a crítico-transcendental. Em primeiro lugar, mostra-se como o esclarecimento é uma noção ambivalente, por um lado se refere ao indivíduo, por outro, se refere a uma época. Em segundo lugar, o esclarecimento implica essencialmente uma mudança no método e não necessariamente no conteúdo do pensamento, nesse sentido, o esclarecimento exige um determinado modo de pensar (Denkungsart), que se caracteriza pela disposição de se fazer um uso público da razão, ou seja, a disponibilidade pública de pedir e oferecer razões para justi¿ car determinada posição. Em terceiro lugar, defende-se que na expressão "fazer uso de teu próprio entendimento", o termo entendimento deve ser interpretado em um sentido lato, isto é, de forma a abarcar tanto a razão no seu uso teórico quanto no seu uso prático. Mais do que isso, defende-se que o principal objetivo do Esclarecimento, segundo Kant, é o estabelecimento de um modo de pensar autônomo em sentido moral. Perpassando todos esses três pontos, evidencia-se a importância desempenhada pela ¿ loso¿ a, seja enquanto aquela que deve zelar pelos princípios do uso público da sã razão, seja enquanto doutrina da sabedoria.
As raízes do cosmopolitismo kantiano
Resumo: O presente texto pretende dar conta de um objetivo triplo: i) apresentar a origem do cosmopolitismo e sua definição clássica; ii) apresentar a versão kantiana de cosmopolitismo; e, iii) testar se a versão kantiana do cosmopolitismo é compatível com a afirmação de fronteiras abertas. Ao se considerar o tema das fronteiras nacionais como um problema de uma teoria cosmopolita, como a kantiana, por exemplo, abre-se espaço para a discussão de um sistema político representativo. Já que o cosmopolitismo kantiano é herdeiro do cosmopolitismo estoico, o qual se fundamenta a partir de uma racionalidade comum a todos os seres humanos e é exercitado através de suas ações mediadas pelos Estados, é preciso perguntar se as fronteiras nacionais deveriam ser vigiadas (controladas) ou não. Abstract: This text aims to realize a triple objective: i) present the origin of cosmopolitanism and its classical definition; ii) present the Kantian version of cosmopolitanism; and, iii) to test whether the Kantian version of cosmopolitanism is consistent with the statement of open borders. When considering the issue of national borders as a problem of a cosmopolitan theory, as Kant does, for example, it opens room for discussion of a representative political system. Since the Kantian cosmopolitanism is heir of the Stoic cosmopolitanism, which is based from a common rationality to all human beings and is exercised through their actions mediated by the States, one must ask whether national borders should be supervised (controlled) or not. Introdução Amplamente definido, o cosmopolitismo é uma teoria que afirma o pertencimento de todas as pessoas a uma única comunidade. A partir dessa definição, o cosmopolitismo pode
Bernstein e o reformismo em perspectiva histórica
Se o primeiro fenômeno é condicionador do segundo, em uma análise dialética, não se deveria subestimar o papel da integração das organizações da socialdemocracia. Assim como a partilha do mundo colonial e semi-colonial criou as condições para a distribuição de benefícios para segmentos das classes trabalhadoras e, sobretudo, para as burocracias de seu movimento, a existência da socialdemocracia foi vital para os Estados europeus conseguirem a coesão social interna indispensável á disputa sangrenta no sistema internacional. Na II Internacional, nenhum dos dirigentes ocupou um papel tão destacado na teorização do novo lugar histórico da socialdemocracia como Bernstein. Bernstein era muito consciente da duplicidade de atitudes do partido porque, se nos congressos do SPD suas teses teóricas eram condenadas, na vida prática de intervenção, em todas as esferas - fosse a sindical, eleitoral ou parlamentar - eram cada vez mais hegemônicas as conclusões políticas que resultavam como conseqüência do debate doutrinário que ele tinha provocado. Era também consciente das forças nas quais se apoiava e da verdadeira dimensão de sua influência. A assim chamada ala revisionista do SPD tinha quatro grandes componentes: (a) a tendência politicista de Vollmar, influente dirigente na Baviera, precursor da votação dos orçamentos provinciais, e das coligações eleitorais com os partidos burgueses, defensor dos governos de coalizão à la Millerand e Jaurés; (b) a tendência aparelhista de Auer, o secretário de organização do partido, na sua maioria quadros profissionalizados, ex-operários, preocupados com a política prática - atraída pelo empirismo - e defensora acima de tudo da unidade do aparelho, conservadora do “método” alemão, ou seja, da utilização da legalidade a qualquer preço;(c) a tendência sindical, os dirigentes profissionais do aparelho sindical, que contribui com sua influência para engrossar com os grandes batalhões da vanguarda organizada, as forças do reformismo, é movida por uma oposição aos princípios marxistas e pelo cepticismo, senão desconfiança à revolução; (d) a última componente era a tendência nacionalista, abertamente pró-imperialista, dirigida por Heine, defensora da militarização e das aventuras coloniais, entusiasmada com a potência exterior do Reich, e da conquista de um novo lugar para a “civilização alemã” no disputado mercado mundial.
Sobre o resgate promovido por Habermas do projeto kantiano de Aufklärung
A partir do recorte acerca da obra de Jörn Rüsen no que se refere à sua teoria da aprendizagem histórica, se propõe analisar as contribuições para a pesquisa e para a educação histórica. De um lado, a apropriação destas contribuições, tendo como referência e fundamentação a teoria da História, é algo a ser acolhido e anunciam um novo paradigma para a relação entre aprendizagem e ensino de História, o que se propõe a realizar na primeira parte deste trabalho. De outro, a partir destes pressupostos, foram tomadas como objeto de análise investigações que vem sendo realizadas no Brasil, na área do ensino de História, que têm como referência teórica o pensamento ruseniano. Resultados destas pesquisas, ainda que parciais, indicam várias questões a serem levadas em consideração, no que se refere à aprendizagem das crianças e jovens, seja em ambiente escolar ou outros ambientes de aprendizagem. Ademais, suscitam novas questões de investigação, que também serão apontadas neste trabalho.