Terras que renascem: histórias esperançadas apesar do Antropoceno (original) (raw)

Programa: Os mundos do Antropoceno e suas histórias

O objetivo do curso é realizar uma apresentação e promover uma reflexão em torno de algumas tensões e dos desafios que a crise ambiental e a noção de Antropoceno trazem para a experiência e o conhecimento históricos. A partir da apresentação de diferentes perspectivas e formulações do problema, buscaremos descortinar as temporalidades e histórias nelas agenciadas, assim como suas implicações políticas.

Vozes da terra e ancestralidade: imaginando novas perspectivas para o Antropoceno

Em Pauta: teoria social e realidade contemporânea, 2024

O Antropoceno configura uma época de crise de dimensões ambientais, climáticas, econômicas, sociais, políticas e epistemológicas, que envolvem não apenas a humanidade, mas o próprio planeta Terra em seu conjunto. Embora a iminência da não existência de um mundo em devir nos traga angústias e anseios, esta também é uma oportunidade para pensarmos outros futuros possíveis e caminhos que podem ser (ou já vêm sendo) trilhados para alcançá-los. Partimos da hipótese de que a imaginação de novos projetos estéticos-éticos- políticos no Antropoceno é indissociável do diálogo com as vozes da terra, suas políticas de ancestralidade e epistemes experimentadas cotidianamente no calor da vida. Nesse sentido, com base em pesquisa bibliográfica, o artigo pretende analisar reflexões de pensadores indígenas e quilombolas que nos possibilitam fugir da cegueira antropocêntrica do mundo moderno e compreender outras formas de lidar com o tempo, outros saberes e outras enunciações, garantindo assim novas perspectivas para nossa sobrevivência no Antropoceno.

Territórios tensionados: uma amostra do antropoceno no cenário de Campo Grande - MS

Revista Ñanduty

Este ensaio tem como objetivo geral discutir a forma como as práticas de violência institucional e de racismo ambiental impactam a vida de pessoas historicamente vulnerabilizadas, ao lançar luz sobre o cenário das favelas de Campo Grande - MS. A partir da revisão bibliográfica, nossa fundamentação se assenta nas leituras de Cutzen e Stoemer (2020) acerca da era do Antropoceno , nas proposições de Latour (2020) e sua concepção de Pluriverso, assim como nos estudos de pesquisadores latino americanos e suas críticas ao modelo de desenvolvimento e nos trabalhos de autores brasileiros sobre populações negra e tradicionais. Os dados apresentados indicam que a modernidade se articula em um discurso desenvolvimentista de progresso que tem causado danos à vida no planeta Terra. Ao final, tecemos críticas ao modelo de desenvolvimento, em busca de uma ampliação de espaços de escuta e de direitos.

Viver nas ruínas: paisagens multiespécies no Antropoceno (resenha)

Enciclopédia de Antropologia, 2021

Viver nas ruínas: paisagens multiespécies no Antropoceno (2019) é uma coletânea de dez artigos da antropóloga norte-americana Anna Lowenhaupt Tsing (1952-), publicados na segunda década do século XXI em revistas acadêmicas ou como capítulos de livros. O conjunto heterogêneo de artigos reúne contribuições de Tsing à antropologia contemporânea, especialmente no que diz respeito às práticas etnográficas, às metodologias de pesquisa e aos conceitos que atravessam seu trabalho, tais como paisagem, ruínas, escalabilidade, assembleia - no sentido de assemblage, associada à ideia de agencement do filósofo francês Gilles Deleuze (1925-1995) - e “feralidade”, isto é, o efeito das reações não projetadas de não humanos nas infraestruturas humanas. Segundo a autora, o objetivo do livro é inspirar colegas cientistas a “perceber o mundo” a partir da transposição de fronteiras entre as chamadas ciências naturais e sociais, em favor da produção de descrições críticas.

Breve genealogia do Antropoceno e os devaneios situados de Un-Earthwork

arte e ensaios

Dividido em dois momentos da pesquisa artística teórico-prática, o artigo se inicia com breve genealogia do Antropoceno, mapeando autores que contribuíram com teorias similares ao longo da história, ideias pioneiras que desembocaram no pensamento sobre o agente humano como força de transformação geológica. Apresenta uma síntese do debate na esfera das ciências humanas, com destaque para as discussões em torno da palavra antropos e de figurações alternativas propostas por vários críticos. Na segunda parte, o texto toma a liberdade de dar um salto na direção de uma escrita poética, que caminha entre o relato pessoal e a ficção, a partir do processo de criação da obra Un-Earthwork. Revisitando paisagens e contextos socioambientais de uma viagem de campo a Santana do Cariri, a narrativa encarna a pesquisa teórico-prática a partir da experiência situada, que levantou reflexões e referências, entre elas obras de artistas como Ana Mendieta, Nancy Holt, Celeida Tostes e Robert Smithson.

"O que emergiu pode afundar": recuperando o mundo perdido

Viso: Cadernos de estética aplicada, v. 17, n° 32 (jan-jun/2023), 2023

RESUMO: Este é um diálogo com o texto de Guilherme Foscolo, "Fábrica de hiperstição: ou sobre como perdemos o mundo". Tanto o texto de Foscolo quanto este comentário foram apresentados, originalmente, no XI Encontro do GT de Estética, que ocorreu no Museu de Arte da Bahia (Salvador-BA), entre os dias 13, 14 e 15 de junho de 2022. Em uma tentativa de decifrar os caminhos teóricos trilhados por Foscolo, este ensaio busca ao mesmo tempo atualizar a situação tensa de flerte com o fascismo em nosso cenário político nacional, dada toda a efervescência política entre o último ano de governo do ex-presidente e atual conjuntura com o presidente Lula empossado em seu terceiro mandato. O contexto dos últimos quatro anos foi marcado pela produção ficcional de realidades com o propósito de desorientação e cooptação das massas. O objetivo principal, aqui, é o de apontar para a compreensão das técnicas de reprodução atuais como uma estratégia para dominar a narrativa que conduz ao processo de politização, secando a fonte de retroalimentação dos sistemas fascistas hipersticiosos, caracterizado por um nefasto esquema retórico. Palavras-chave: hiperstição; memes; estética; fake news; tecnopolítica ABSTRACT: This is a dialogue with the text by Guilherme Foscolo, "Factory of hyperstition: or about how we lost the world". Both Foscolo's text and this commentary were originally presented at the XI Meeting of the Aesthetics GT, which took place at the Museu de Arte da Bahia (Salvador-BA), between June 13th, 14th and 15th, 2022. Aiming to decipher the theoretical paths trodden by Foscolo, this essay seeks at the same time to update the tense situation of flirting with fascism in our national political scene, given all the political effervescence between the last year of the former president's government and the current situation with President Lula sworn in for his third term. The context of the last four years was marked by the fictional production of realities with the purpose of disorienting and co-opting the masses. The main objective here is to point to the understanding of current reproduction techniques as a strategy to dominate the narrative that leads to the process of politicization, drying up the feedback source of hyperstitious fascist systems, characterized by a nefarious rhetorical scheme.

Aveiras de Cima: Terras com História

Este trabalho de análise bibliográfica sobre a localidade de Aveiras de Cima e territórios adjacentes, com a finalidade de responder às questões: É possível a elaboração de um roteiro turístico-histórico sobre Aveiras de Cima? Quais os pontos mais relevantes para esse roteiro?