Inquisição na Amazônia colonial: reflexões metodológicas (original) (raw)
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Este artigo tem o objetivo de analisar e discutir a abordagem da Inquisição no Brasil colonial feita por livros didáticos através de estudos historiográficos e/ou acadêmicos. Muito se diz sobre a Inquisição realizada na Europa na Idade Medieval e até na América do Norte – bem menos que na Europa. Mas quase nada é dito ou escrito sobre a atuação do Santo Ofício em terras brasílicas. Os Índios presentes no Brasil há muito não poderiam se ver livres da interpretação da Igreja sobre seus hábitos religiosos e ficarem isentos de sofrer perseguição ideológica pela não compreensão de sua fé. Pelo contrário, seriam acusados de bruxaria, pois essa foi a interpretação da Igreja, como haveria de se esperar. Nada que não fosse submetido à doutrina cristã deveria ser aceito como prática na sociedade, fosse entre os portugueses, entre os colonos e até entre os índios. As Práticas serão analisadas; não só a dos índios em sua vida religiosa e dos jesuítas em sua evangelização, mas principalmente a da Igreja, que fez solicitação de Visitações da Inquisição, visto que a princípio os inquisidores atuavam apenas na Europa, e cruzavam o oceano para investigar, julgar e executar a pena determinada, aqui no Brasil.
Contraponto, 2020
Este artigo atualiza as conclusões de A última Inquisição (2012). Resumo: Giraldo José de Abranches esteve no Grão-Pará investido de muitos serviços: foi nomeado pelo rei para assumir a admi- nistração do bispado, na qualidade de vigá- rio capitular, depois da expulsão do bispo; recebeu poderes da Mesa da Consciência e Ordens para tratar dos seus negócios; e foi ordenado pela Inquisição de Lisboa para visitar as capitanias do Pará, Maranhão, Rio Negro e Piauí. O padre permaneceu em Belém por dez anos, chegando à sede do bispado em 1763. Sua trajetória foi im- portantíssima para a política pombalina e, por isso, toda sua ação teve de se medir com o Diretório dos índios. Este artigo procura analisar a visitação do Santo Ofício através da atuação do visitador Giraldo de Abran- ches na Amazônia colonial. https://revistas.ufpi.br/index.php/contraponto/article/view/11486
A AÇÃO INQUISITORIAL NA AMAZÔNIA COLONIAL (XVII/XIX)
2011
O presente trabalho visa apresentar alguns dados quantitativos sobre a atuação do Tribunal do Santo Ofício da Inquisição no Estado do Maranhão e Grão-Pará. Para tanto, oferecemos uma nova abordagem sobre o tema, resultante da utilização ampliada da documentação inquisitorial, cujos resultados rompem de forma significativa com o que, até então, foi estabelecido pela historiografia a respeito da ação do Santo Oficio na Amazônia colonial. Os dados estão ancorados em uma pesquisa fundamentada no cruzamento tanto extenso, espacial e temporalmente, quanto diversificado de fontes, que demonstram que o Santo Ofício efetivamente passou a agir naquele Estado desde meados do século XVII até o início do século XIX, atuando de forma mais intensa na primeira metade do século XVIII.
Desde o final do século passado, a historiografia vivencia uma renovação nos estudos voltados para história política e do poder. Nesse processo, realizou-se uma reflexão acerca da natureza do Estado no Antigo Regime, tendo como norte principal de discussão o problema dos equilíbrios do sistema político, seja em relação aos poderes periféricos, como também nas relações entre o rei e as Cortes.
Historia Y Memoria
Este artigo trata da Inquisição no Brasil e a atuação dos inquisidores no modus operandi processual do tribunal eclesiástico do Santo Oficio em Lisboa. Os documentos fontes indicam parte do que foi a inquisição portuguesa no Brasil no processo de colonização do território. Busca-se compreender o rito processual por meio da atuação dos inquisidores, topo da organização hierárquica do Santo Oficio da Inquisição Portuguesa. Para tal, se fez necessária à análise de fontes documentais como regimentos, manual de inquisidores, e processos de réus acusados por diversos crimes no tribunal de Lisboa. O estudo foi realizado a partir de fontes primárias e ilustrado por um caso na colônia brasileira, além de fornecer dados sobre os variados processos, julgados no tribunal do Santo Ofício de Lisboa, uma vez que a colônia portuguesa na América não teve tribunal próprio. Espera-se que esse estudo abra caminho para as outras investigações sobre o objeto no leque dos mais variados processos da Inquis...
Antropologia das mobilidades
Em uma perspectiva sensível a dimensão durável do colonialismo no mundo contemporâneo, no capítulo, buscarei explorar como as “promessas” de uma estrada, e as expectativas que estas movimentam, povoam o espaço-tempo dos trânsitos entre localidades cortadas pelas rodovias Cuiabá-Santarém e Transamazônica nos Estados do Pará e Mato Grosso. Abordando histórias registradas ao longo de minha pesquisa de doutorado ao longo/sobre d/essas estradas, apontarei como cálculos acerca da duração relativa de um deslocamento eram atravessados por “memórias coloniais enterradas”, onde a lembrança de um cotidiano marcado pela demora, a sensação do tempo perdido e a experiência do convívio com a deterioração têm adensado sentimentos de “frustração” e dado vazão a teorias racializadas de culpabilização, definindo um enredo que, recentemente, passou a se cruzar de diversas formas com a gramática bolsonarista dirigida à Amazônia e suas populações.
Fundamentos para o estabelecimento da Inquisição em Goa
2014
O tema Inquisicao tem sido constante na investigacao historica, particularmente no que concerne a Europa. Mas, atendendo ao movimento de circulacao que os ibericos iniciaram no inicio da Idade Moderna, o Tribunal do Santo Oficio foi, igualmente, instituido em algumas colonias. Que razoes pesaram na decisao de estabelecer o tribunal da Inquisicao em Goa? A resposta e complexa. Por isso, mas sem esquecermos o que muito ja se escreveu sobre o tema, tentaremos abordar a assunto no contexto oriental e nao, apenas, como um prolongamento de mais uma Instituicao que existia em Portugal.