A CONCEPÇÃO DE LIBERDADE NAS MOSCAS DE JEAN-PAUL SARTRE (original) (raw)

trouxe como tônica de seu pensamento a questão da liberdade como condição própria do ser humano. Tanto em suas obras filosóficas, como O ser e O nada-ensaio de ontologia fenomenológica (1943) e O existencialismo é um humanismo (1946), assim como em suas obras literárias, temos como elemento central a perspectiva existencialista sobre a vida e o mundo e o problema da liberdade, que a rodeia. Neste sentido, buscamos tratar no presente texto a liberdade em Jean-Paul Sartre tendo como referência de análise sua peça intitulada As Moscas, de 1943. 1.0-O retorno aos clássicos: apontamentos sobre As Moscas (1943): Estreada no Théatre de la Cité, em Paris, em junho de 1943, a peça As Moscas foi rapidamente censurada em uma França ocupada pelos nazistas. A peça, que fora proibida de permanecer em cartaz, marca-se como início profissional das produções teatrais de Sartre. Sua carreira como dramaturgo fez-se valer por obras como Entre quatro paredes (1944), A Prostituta respeitosa (1946), As mãos sujas (1948), O diabo e o bom deus (1951) dentre outras[1]. As Moscas remete ao mito grego de Orestes. Este, filho de Agamêmnon com Clitemnestra tinha como irmã Electra. Na famosa história, Agamêmnon-rei da cidade de Argos e irmão de Menelau-envolve-se na guerra de Tróia buscando vingar seu irmão. Sua esposa e rainha, Clitemnestra, junto a Egisto, seu amante, assassinam-no quando este retorna da guerra para sua cidade. Após o crime, Clitemnestra e Egisto encarregam-se de exilar Orestes-até então uma pequena criança